“Inadmissível”.
Pensou Mikael atordoado,
Girando sua cadeira
De escritório para trás,
Para ficar de frente para a janela
Envidraçada.
Ao pegar a primeira revista
Que estava sobre sua mesa,
Deparou-se imediatamente
Com uma fotografia de sua secretária
Na primeira página seminua.
“Onde ela pensa que trabalha,
Em um bordel?”
Ela pensou.
Baixou a revista sobre as pernas,
Olhou por último bom tempo
Para o céu de azul profundo
Que se estendia
Para fora do prédio alto
Em que trabalhava.
“Será que ela pensa
Que se tornou secretaria de motel?
Ou que trabalha em um prostíbulo?”
Ele levantou a revista
Outra vez,
Lá estava ela vestida de biquíni
Deitada sobre uma cadeira
De balanço
Com os cabelos soltos
Esvoaçantes sobre os ombros,
Aliás, lindamente,
Fazendo propaganda
De um SPA para mulheres solteiras.
Mikael, mordeu os lábios
Para conter a raiva,
Ela era uma excelente funcionária,
O que teria passado por sua cabeça
Que a moveu a tomar
Uma atitude tão depravada
Quanto está?
Ele era administrador de uma
Empresa antiga de tintas,
Com nome garantido no mercado,
Sua secretária precisava
Ter tido mais ponderações
No que ela fazia para
Ganhar seu dinheiro extra.
Jogou a revista sobre a mesa,
E pegou o telefone:
-Gernuca preciso de você aqui.
Então, desligou
Sem ouvir resposta.
Assim que ela abriu a porta
Do escritório ele jogou a revista
Contra seu peito:
- que significa isto?
Você é contratada por está empresa,
Precisa zelar por sua reputação,
Você tirou fotos seminuas?
Gernuca não esperava
Ser metralhada por tantas perguntas,
-eu tenho fotos idênticas
A estás na rede social,
E ninguém nunca reclamou.
Ela respondeu.
- você vai deixar a empresa?
Ele revidou.
- você está me demitindo
Por isto?
Ora, minha casa foi hipotecada
Ou eu pago por ela
Ou irei para a rua,
E meu salário não foi suficiente
Para suprir as despesas.
Ela continuou,
Se aproximando de sua mesa,
Movendo seus lindos
E cheios lábios marrons
Na direção dele.
Mikael se sentiu constrangido,
De fato,
Sua secretária era muito sensual
E ele nunca notou isto,
E agora tudo estava evidente
E estampado em uma folha
De revista feminina.
-Não sabia sobre a hipoteca,
Por quê você não avisou?
Ele indagou levantando-se.
-Não faria diferença,
Eu precisava de muito dinheiro.
-esta certo.
Ele encerrou,
Levando a mão até os cabelos
Escuros dela,
E os pondo atrás da orelha.
-Não volte a fazer isto,
É o que peço,
Eu irei rever seu salário,
Posso lhe permitir um aumento.
Respondeu,
Sem conseguir conter a irritação
Se virando de costas
Para ela.
Não pode segurar o olhar,
Ver o rosto da garota
Que tanto admirava
E escolheu para funcionária
Ser exposto por uma miséria
Seminua numa revista
Lhe soou repulsivo.
-ok. Obrigada.
Vou esperar na minha sala
Até retornarmos a nos falar.
Ela respondeu,
Sem conseguir esconder a admiração
E atração que sentia por Mikael
Todos sabiam porque
Ela insistiu tanto em trabalhar
Com ele,
E se esforçou tanto no trabalho,
Lutaria por seu emprego,
Desejava ardentemente estar ao seu lado,
Aliás, bem mais que isso,
Ambicionava ser sua esposa.
-Você não nasceu
Para ser mulher de servente de pedreiro.
Ele disse,
Ao ouvi-la por mão no trinco
Da porta.
-voce merece pelo menos
O dono só serviço,
O mestre de obras...
Ela abriu a porta,
Saiu para fora
E se virou de frente
Para olha-lo outra vez.
-eu, talvez, acredite
Que mereça, realmente,
Você.
Ela revidou trêmula.
Ele virou o rosto para ela.
Ela manteve a segurança
E ele fez sinal
Para que fechasse a porta.
Então, ela fechou.
Suspirou,
Aos tropeços se enveredou
Para sua sala.
Com o rosto de Mikael
Preso a sua mente,
Retido entre suas ideias.
Sua dívida a mantinha
Presa ao emprego,
Sem pagá-la
Não poderia ficar desempregada.
Ela estava conectada
A está empresa e a este homem,
Porém, o que a mantinha ali,
Era muito mais que isso,
Era desejo.
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