sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Vida

Meus punhos com sede de justiça,
Unem-se em prece pedindo aos céus esperança,
Meu corpo cansou de ser uma máquina programada,
E agora clama pelo cálice da vida,

Libertar-se da prisão do medo,
Igualdade entre os seres humanos,
Fraternidade entre as nações da raça humana,
Quebrar as algemas da desesperança,

Em que o alimento é vendido pelo preço da desonra,
Com a angústia e o desespero de sobremesa,
Minha alma encarcerada clama por vida,
Sinto fome de justiça, tenho sede de respeito,
Sua uma pessoa humana, não mereço preconceito,

É por isso que Deus é minha força e salvação,
Pois o mesmo sopro que deu vida ao meu coração,
Também lançou ao mar o exército inimigo,
Fez o carrasco afundar como chumbo,

Consumido pelas águas profundas do coração do mar,
As mesmas águas que se firmaram como muralhas,
Para que eu e seu povo pudéssemos passar em segurança,

O inimigo que se vangloriava por ter direito à espada e carros de guerra,
Sucumbiu ao amor pela vida,
Seu próprio coração de pedra,
Os afundou em águas salinas,
Enquanto eu e seu povo passamos em terra seca,
Seguros por sua mão direita.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

A Lua

Com a lágrima a silenciar a garganta,
A mulher acorrentada olha as estrelas,
Presa a promessa que não poderia ser quebrada,
Sozinha, sentindo a vida se esvair das suas veias,

Porque será que no frio da noite
A lua se apresenta tão inconstante?
Gelada, precisa do sol para brilhar,
As vezes se perde em si mesma,

Como se precisasse de motivos para renascer,
E porque não precisaria se é tão frio e escuro o anoitecer?
Feito um manto de solidão,
Cala a fala do coração,

Sozinha e entristecida em sua dor,
Será que ainda acredita no amor?
E se não acreditasse será que se negaria a iluminar?
Diga linda lua, porque é que ainda brilha?

Silenciosa em sua angústia,
Faz do véu de estrelas,
Um manto de lágrimas,
Triste vento noturno,
Suspiro sofrido dos apaixonados,

Que ao tocar o firmamento
Desce em orvalho aos enamorados,
Seria este o motivo de contemplar o céu abraçado?
E o brilho que ilumina o olhar,
Seriam pequenas estrelas que identificam a pessoa amada?

E o beijo que antecede o sorriso,
O encanto do firmamento expresso em calor humano?
Diga linda lua, porque é que ainda brilha?
Talvez porque se sinta amada.

2:30 Horas da Madrugada

Ocorrência de violência doméstica,
As duas horas e meia da madrugada,
Ao chegar a casa uma linda mulher sai a porta,
Em pânico e com lágrimas no olhar,

Acuada maquiou um pouco os fatos,
Com medo da repercussão que teria o caso,
Mas ainda assim, relatou o assédio e desrespeito por parte dos vizinhos,
Acompanhados pelo descaso e agressividade do esposo,

Os policiais ofereceram ajuda através de rondas ostensivas,
Mas em troca ela teria que se sujeitar ao estado de prostituta,
Deveria entregar o corpo se desejasse receber socorro,
Trêmula de medo ela rejeitou-se ao favor,

E as ameaças e perseguições passaram a ser de toda ordem,
E o maior alvo passou a ser seus familiares,
Não tardou e ela, acuada, aceitou as investidas,
Cedeu sua inocência pela proteção da família,

Sofreu violências no corpo e no psicológico,
Feito uma máquina programada,
Vítima de um sistema que não segue regras,
Alvo de toda espécie de corrupto,

Do rei ao ladrão,
Todos queriam um pouco da sua atenção,
Mas negando-se a fazer sentido,
Aos poucos ela se soltou das algemas,
E afastou a faca da garganta,

Escapou da prisão psicológica,
Recusando a ser violada como pessoa humana,
Não tardou e o homem de farda bateu a sua porta,
E ao receber a recusa,

Tirou a arma de dentro do cós da calça,
E lhe ceifou a vida com um tiro na cabeça,
Então pegou o rádio comunicador,
E passou a relatar a ocorrência,
Respirando contra a justiça,

Alegou que chegou no dever de ofício,
E ao encontrar a entrada lacrada com sistema de segurança,
Disse que sem violência não seria possível a entrada,
Pois a porta estava fechada por dentro,

Por isso se viu obrigado a usar a força,
E com o tiro que rompeu as defesas,
Acabou, também, por desfalecer a vítima,
Sem testemunhas e insatisfeito com as audiências,

O marido se sentiu no dever de honrar a morte da esposa,
E assim a notícia ganhou repercussão mundial,
A polícia esta no local, noticiava o telejornal,
E se aproxima do suspeito,

Não se sabe precisar o início da perseguição,
A polícia responde por ameaça e assassinato,
Refém, o filho de um policial da região,
Alvo encontrado, suspeito não identificado,

Vejo que suspeito e refém estão caídos,
Mas espere, parece que agora o policial esta sangrando,
Ora vejam, mais um policial foi morto em trabalho,
E assim da vítima ao herói bandido,
Três corpos foram ao solo, desfalecidos.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Amor, você torna o amor humano

Amor, eu te amo,
Na quantidade de estrelas do firmamento,
Somado ao pó da terra,
Multiplicado pela areia do mar,

Te amo ao infinito e com todo o ar que eu respiro,
E um segundo além do meu último suspiro,
Amor eu te amo,
Pelos ideais em que você acredita,
Por injetar em minha boca árida,
O fluído da vida,

Por olhar em meus olhos,
E penetrar além do meu corpo,
Conhecer minha alma
E cuidar dos meus traumas,

Amor, eu te amo por você me respeitar,
Amor, obrigada por me ver como uma pessoa humana,
Amor eu te amo,
Por me acorrentar em seu abraço,

E me abrigar de todo o perigo,
Amor, eu te amo,
Pelo tempo do eterno e mais um pouco,
Amor, você torna o amor humano,

No sonho do seu olhar,
No encanto do seu sorriso,
No calor da sua pele a me afagar,
No néctar do seu beijo,

No vigor do seu corpo,
Na ternura da sua fala,
Na magia da música,
No filme que passa na tela,
No poema que acaricia a alma,

Amor, você torna o amor humano,
Amor, você é único,

Amor, você torna o amor humano,
Amor, você é único,
Amor, você torna o amor humano...

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

A Aliança

O povo que construiu aliança com o Divino,
Enfrentou a sede por três dias no deserto,
E a fé humana foi testada,
Ali o Senhor apresentou a Moisés seu servo,

A direção através de leis e ordenanças sagradas,
Mostrando que em Deus está a cura da alma,
Com um arbusto Moisés fez o milagre
De tornar águas amargas potáveis,

E quando chegaram à próxima cidade,
Encontraram doze fontes para saciar a sede,
Doze é o número que condiz com o tamanho de um coração adulto,
E setenta palmeiras para sentarem-se a sombra,
Número que multiplicado por sete representa o perdão para Jesus Cristo,

E quando a fome os provou,
Deus trouxe pássaros para alimento,
E fez o pão surgir do orvalho frio do deserto,
E mais adiante ao precisar de água,
Moisés, seu servo, fez a água brotar da rocha,

Por ser frio e duro o coração humano,
Que por todo o caminho descreditou do amor Divino,
Um pouco adiante, um povo os atacou,
E do alto da colina,
Moisés mantinha a vitória em suas mãos erguidas,

Mas quando suas mãos cansaram,
Dois amigos (Arão e Hur), um a sua direita e outro a esquerda,
Lhe deram forças para mantê-las levantadas,
No fio da espada Josué derrotou o exército inimigo,

Mas somente se fosse levantado ao alto à bandeira do Senhor,
Como prova de que a raça humana apenas prevalecerá,
Enquanto o amor e a fé guiarem as pessoas humanas.

A Travessia

O povo escravizado por quatrocentos e trinta anos,
Vitorioso, partiu para o deserto,
Rumo ao Mar Vermelho,
O qual é rico em vida submarina,
Suas águas termohalinas

São mais frias e densas
E possuem maior concentração de salinidade,
Fato este que remete as lágrimas da raça humana,
E apesar da sua coloração ser azul celeste,

Suas águas possuem manchas avermelhadas,
Como um lembrete eterno à humanidade,
De todo o sangue e sofrimento humano que foi derramado sobre a terra,
Até que o próprio Deus viesse trazer a vitória,

Deus seguia a frente
Sobre uma coluna de nuvem,
Durante o dia para guiar o caminho,
E no frio da noite,
Deus seguia numa coluna de fogo,
Para iluminar o destino,

Porém o exército do império,
Perseguiu o povo libertado,
Este ao ver-se acuado,
Recusou-se ao claustro do túmulo,

E amedrontados clamaram auxílio ao Divino,
Com medo do fio da espada do perseguidor,
O temor foi suficiente para abalar sua fé,
E descrerem da proteção de Moisés,

Moisés, porém, em nenhum instante temeu,
Por acreditar fielmente no amor de Deus,
E quando o mar os deixou sem saída,
E o exército egípcio os cercou,

Moisés levantou a mão sobre as águas
E com um sopro de Deus o mar se abriu,
Fazendo terra seca,
E uma nuvem do Senhor fez sombra sobre o inimigo,
Mas trouxe luz ao povo libertado

Por uma noite inteira, até que fizessem a travessia,
Tendo uma coluna de mar à direita e outra a esquerda,
Ao raiar do dia o mar voltou para o seu lugar,
Ao sinal de Moisés Deus soprou,
E o mar que se abriu, também se fechou,

Levando consigo o exército egípcio,
Que entre as colunas de água, vagava confuso,
Até hoje ventos sopram sobre estas águas,
Como uma lembrança da aliança Divina,
Que a raça humana construiu em confiança.

domingo, 20 de agosto de 2017

Amor à Raça Humana

Quem o nomeou líder e juiz sobre nós?
Perguntou o escravo no gemido do seu suplício,
Assim iniciou a história,
Escrita em agonia nas estrelas,

Mas Moisés sentiu medo, e fugiu para pedir auxílio,
E ao ajudar sete moças próximas a uma fonte,
Uma delas lhe arrepiou a pele,
E ele sentiu indagar em sua pulsação:
Acaso já amaste coração?

Ao avistar a moça mais linda e delicada,
Como se estivesse suspensa na noite,
De longe lembrava a luz da lua,
De perto, nem todas as estrelas

Alcançariam o fulgor do seu rosto,
Seus olhos possuíam o brilho do amor,
Tão puro e cristalino quanto a bondade do Senhor,
Seus lábios imaculados, lembravam um templo sagrado,

Que em um beijo terno libertaria de todo pecado,
Seu corpo virtuoso poderia ser comparado a um santuário,
Que em prece se curvava para exaltar o divino,
E agora por amor, se entregaria ao peregrino,

Deste enlace amoroso nasceram dois meninos,
Mas o gemido e lamento do povo escravizado,
Foi tão desesperador que chegou aos ouvidos do Senhor,
E o anjo do Senhor apareceu para Moisés,

Através do fogo que tocava a sarça, mas não queimava,
E pediu que ele procurasse as autoridades,
Para que juntos libertassem o povo escravizado,
Avisando que seu jugo foi visto pelo Divino,

E seus gritos de sofrimento foram ouvidos,
Agora o povo seria salvo pela vara e mão de Moisés,
Através dos quais, Deus operaria seus milagres,
Com seu irmão a cuidar das palavras
E Moisés dos sinais.

O povo oprimido ao saber que o próprio Deus vinha ao seu auxílio,
Curvou-se em adoração,
Mas não foi capaz de se posicionar contra o império,
Descrentes quanto ao poder dos seus corações.

Já o monarca impiedoso, se negou a vontade do Divino,
E através do açoite e o fio da espada, manteve os trabalhos forçados,
Mas Deus recordou da aliança com a raça humana,
E com braço forte mandou resgatar a esperança em suas almas,

Com poderosos atos do juízo final,
O exército do Senhor marcharia para a vitória final,
Assim se fez e perante a majestade,
Ocorreu o primeiro milagre,

Quando a vara de Moisés virou uma serpente,
E engoliu as serpentes deles,
Sendo o gesto insuficiente
Para penetrar a dureza do coração reinante,

Em um ato clamante pela dor do semelhante,
Toda água do lugar virou sangue,
Como a dor que se esvaia na lágrima
E no suor da face da pessoa humana escravizada,

Na primeira praga, por sete dias o sangue tomou a terra,
Visando amolecer os corações de pedra,
Incrédulo, o rei se fechou em seu palácio,
Então vieram as rãs e tomaram, por um dia, todo o solo,

Por terceiro ato, todo o pó virou piolho,
E atacou todos os seres com vida,
Desde o animal até o mais sofrido escravo,
Em quarta praga, por um dia as moscas tomaram a terra do Egito,

A partir de então, o Divino fez distinção e poupou o povo israelita,
A quinta praga desfaleceu todo o rebanho,
As sexta praga, fez as chagas da alma
Ficarem aparentes,
Ao apodrecer em feridas toda e qualquer pele,

Moisés espalhou pelo ar,
Um punhado de cinzas da fornalha,
A qual caiu feito um pó fino sobre a terra,
Como se a própria pele humana estivesse sendo queimada,

Mas nem isso acalorou o coração do monarca,
Deus piedoso por suas vidas,
Preferindo salvar através da fé,
Fez raios, trovões e granizo cortarem o azul celeste,

Desfalecendo tudo que estivesse a deriva,
Sobrou apenas a comida e as árvores quebradas,
As quais foram consumidas pela oitava praga,
Que com gafanhotos cobriu toda a face da terra,

Até que o solo ficasse oculto aos olhos,
Do sopro do Senhor os gafanhotos surgiram,
E através do seu sopro partiram,
Veio então a nona praga,
E as trevas tornaram-se palpáveis na terra,

Por três dias só se ouvia o palpitar do coração
Da raça humana perdida na escuridão,
Para que unissem seus batimentos,
E respeitassem uns aos outros como seres humanos,

A décima praga levou todos os filhos primogênitos,
Dos animais, do monarca e dos escravos,
Neste dia comemorou-se a Páscoa do Senhor,
O dia em que a raça humana conheceu o poder do Salvador,
Apenas sobraram os que sangraram a dor do próximo,
E acreditaram no amor do Divino e dos seres humanos.

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