Então, meu amor, dentre tantas outras cartas de amor,
Redijo esta que não fala de um simples amor,
Mas tenta dizer sobre nós dois,
Em palavras fáceis um sentimento profundo,
Em que faltam palavras e lágrimas para tanto,
Afirmo que te amo como nunca senti,
Ora meu amor já tive a chance de dizer,
A ti mesmo, pois amei outro como amo você,
Mas da outra vez, eu o fiz virar as costas,
Sair estarrecido com o que ouviu da minha boca,
Meu coração dizia fica, minha boca disse vá,
Eu acreditei que haveria uma volta,
Não houve, não naquela hora,
Sim, fui incapaz de dizer eu te amo, me perdoa?
Mas hoje, aqui estamos nós dois,
Você tão perto e eu amedrontada,
Tive uma chance de amar e perdi-a,
Como se perdem as palavras em minha fala,
Agora que tento lhe dizer que te amo como nunca,
Mas você parece saber o que penso,
E meu pensar me trai agora,
Mas meu amor, o que deixei de dizer lá atrás,
Tenho forças agora,
Não por ter sofrido a falta a vida toda,
Mas porque o que sentia lá naquela hora,
Também, o sinto tão forte agora,
Meu amor, eu te amo não vá embora,
Se eu estou louca por favor me entenda,
Se não puder me abraçar vire as costas,
Fala o que tiver que falar,
Ou o faça como seu coração mandar,
Mas, por favor, não vá embora,
Me permita abraça-lo, assim por traz,
Chorar no seu ombro a soluçar,
Não precisa dizer ou fazer nada,
Me deixe apenas senti-lo com toda a força,
Um segundo do seu cheiro me renova,
Sentir o calor de um corpo que sua frio
É o bastante para esta que tanto o ama,
Meu anjo, eu sei que sentes medo,
Acredite eu sinto o mesmo,
Mas, ao contrário de ti eu erro,
Aqui deitada a olhar para as nuvens o vejo,
Lá você desenha por entre elas e se esconde,
Mas, protegido dos meus olhos eu o ouço,
Contemplo tudo que sinto com um esforço,
Tento conter as lágrimas disfarçar meu amor,
Mas minha vida, porque deveria disfarçar o que sinto?
O vejo colorir meu horizonte azul,
E te digo, querido sem você este céu não muda,
A cor que contemplo é a mesma de outrora e é agora,
As nuvens se desenlaçam e se abraçam ao toque dos seus
dedos,
Novas formas se desenham e desprendem-se,
O amor que tive e perdi retornou,
Então, te peço, por favor, fica meu amor,
Mesmo que eu não mereça não vá embora,
A outra vez, num céu destes você se foi,
Mas não voltou até o dia de agora,
Só que lá você tinha outro rosto e outra forma,
Você lá atrás era o meu irmão que não pode ficar,
Minha vida, acho que se pudesse ele ficaria,
Meu querido amor, você pode ficar? Fica!
Que eu não mereço seu amor, não duvida,
Que eu o amo como a ele não descreia,
Querido amor, veja em meu olhar que sofre,
É verdade, eu não minto e você sabe,
Eu te amo como a nenhum outro,
Se um dia amei desta medida foi aquele do meu sangue,
Daquela vez, podendo pedir não disse nada,
Mas, nessa, amando como eu amo,
Poderia me ajoelhar, implorar, arrancar uma parte minha,
Meu amor, há algo que fariam por você que eu me recusaria?
O que há de mais sincero que as minhas lágrimas?
Amor, estou em erro, me perdoa!
Não pedi a outra vez, mas peço agora: fica!
Ele parece que sai, mas permanece,
Aceita meu abraço, olha para mim e marca aquele dia!