sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Provar Seu Beijo

 

Não se renda a essa inclinação tão forte a dar

Aquele xingão merecido por qualquer evasiva,

Ela pensava enquanto abria e fechava a mão,

Se contendo a sede de espalmar a emoção,

Sem dúvida controlar a cólera na hora da raiva,

Era a atitude mais adequada a se tomar nessa hora,

 

Suportar a privação de ânimo não era fácil,

As palavras vinham até a garganta, sufocando-a,

Desarmada, sem saber como agir ou o que falar,

Sentia a boca cheia, embebida do que não dizia,

Mãos tremulas, insegura quanto ao que sentia,

Via sua raiva extravasar em lágrimas incontidas,

 

No entanto, ao invés de se sentir aliviada,

Sentia ainda mais raiva de si mesma,

Por que as lágrimas tinham que assalta-la?

Sentia que suas forças se esvaiam, como resistiria?

Nessa hora, ela falava demais, dizia até o que não queria,

Autocontrole perdido, orgulho vestido,               quem poderia calá-la?

 

Precisamente porque as privações de ânimos e palavras

Encontram-se correlatas as ações não desenvolvidas,

Ela fechava a mão em punho, esmurrava algo em pensamento,

Então, se dirigia a ele, sentava ao seu lado, e fazia um carinho,

Por vezes, ficava ensurdecida ao que ele dizia, mas o ouvia,

Quando o sentimento está muito intenso, calar ajuda, ela pensava,

 

É importante a relação que uma coisa tem com a outra,

Se alguma se sobressair em demasia a discordância se impera,

E o resultado final termina por fracassar a todas elas,

Quando se ama alguém de verdade, não se deseja o sofrimento,

Vê-lo sofrer a feria e vice-versa, como agir em separado?

Se o maior objetivo que os fez ficarem juntos era o mesmo: o amor;

 

A frequência dos atos de ambos com relação ao outro era retribuída,

Como desejar receber carinho se não enviar amor em seus atos?

Ademais, sempre que se via longe dos seus olhos, alguma coisa a desviava,

Não queria criar ilusões falseadas, se apegar a discrepâncias,

Ela tinha certeza sobre não estar sendo traída, conhecia seu olhar,

Então, não alimentaria essa perspectiva, para quê se apegaria?

 

É certo que quando as coisas não estavam bem dentro de mim mesma,

Eu ficava irreconhecível, mas procurar brigas onde não existia?

Isso já era demais até para alimentar ideias vazias,

Aquelas que embora eu não queira admitir me assaltam em sua ausência,

As conexões as vezes são intensas demais para que se resista,

Principalmente quando alguma ideia paira no ar, inconclusiva,

 

Ela pensava consigo mesma, enquanto algo explodia dentro dela,

No entanto, ao seu lado, com seu braço solto sobre o seu ombro,

Ela se inclinava sobre ele, sentindo sua presença, podia ver sua alma,

Ela, sentia então, que deveria ampliar seu quadro de visão,

 

Parecia sempre que o êxito dos seus sonhos estava garantido,

Ante a força e habilidade dos atos ditados por seu coração,

Esse segundo critério: o império descrito por sua emoção,

É o que mais a impressionava, mesmo se ele pecasse quanto aos carinhos,

 

O que se nega a fazer sentido, ainda assim, ela permaneceria ao seu lado,

Suas boas ações, suas atitudes compassivas, se sobressaiam a tudo,

O orgulho poderia definir o que ela sentia por ele, se o amor não fosse mais intenso,

Estivesse longe do seu alcance o amor, ainda assim, o desejaria com o mesmo desejo,

Ver a forma como ele se comove ante as coisas, sua emoção irrefreada,

O respeito com que a tomava, tudo a conquistava, a cada dia mais que antes,

 

Se havia alguma disparidade entre eles dois, era apenas para os completar,

Nada mais que isso, o que se desenvolvia entre eles era imenso demais,

Intenso de maneira que ela tinha dificuldade para precisar, afluente em demasia,

A raiva escorria feito o suor da sua pele pelo vão da carícia dos seus dedos,

E ele a secava com seus afagos até que não houvesse mais nada a feri-los,

Havia algo intenso demais a envolve-los, e ela gostava demais disso,

 

Quando ele se inclinava sobre ela e repousava um beijo em seus cabelos,

Ela tinha certeza sobre os dois, e acreditava que ele também tinha,

Quando seus afagos brincavam com seu corpo a percorre-la, ela se reconhecia,

Já não era mais aquela pessoa incomodada com dúvidas e incertezas,

A capacidade de amar se sobrepunha a todo o restante das coisas,

Cuidar dele deixava de ser escolha, era o que a deliciava como pessoa,

 

Ser sua, era o que a satisfazia como mulher, sabe aquela ideia da metade da laranja?

Descobriu ao seu lado que não se vive de metades, até porque, como junta-la de volta?

Algumas coisas depois de quebradas não voltam a ser da mesma forma,

Em todo o tempo que estão juntos, ele nunca quebrou nada,

Nem mesmo conteve sua fala atribulada ou duvidou dos seus atos,

Bem, no que concerne aos erros, como julgá-los quando provem da alma?

 

E ele era assim mesmo, sempre disposto a ajudar a todos que via,

Um soldado armado, com munição contada, precisão medida por sonhos,

Olhos escuros, as vezes ela acreditava que ele não enxergasse a si próprio,

Embora ela preferisse que ele soubesse o quanto tinha valor,

Ela adorava quando seus olhos a atraiam para ele como uma sombra,

Ou algo, que estava a postos para lhe dar colo, fazer um carinho,

 

Se algum dia ela decidisse se cansar de tudo e até mesmo da vida,

Ela saberia onde se aconchegar para restabelecer as forças...

Se aconchegou ao seu peito másculo, aproveitou a potência do seu abraço,

Com um suspiro profundo elevou a cabeça para o alto, olhou em seus olhos,

Entregou a ele seu melhor sorriso com a certeza de estar no lugar certo,

Ele envolveu sua nunca com carinho, ela fechou os olhos para sentir seu beijo.


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