quinta-feira, 11 de maio de 2017

A Valsa de Uma Noite Inteira

Reza a lenda, que em certa noite de festa,
Uma linda moça, tão delicada quanto cobiçada,
Procurava pelo salão, ao alcance de sua visão,

Um rapaz probo o bastante,
Para ser digno de ser seu par na valsa da noite,
Ao avistar um vulto se destacar nas sombras,
Em uma postura atenciosa, ela avaliou a cena,

E com um sorriso no olhar,
Achou graciosa sua conduta distinta,
E como se percebesse sua atenção, ele moveu-se para sua direção,
Olhando-a firmemente, com o fascínio de um diamante,

Encantada, pode sentir sua boca abrir-se em um sorriso relutante,
Acanhada por ter sido pega em flagrante,
Enquanto seus olhos eram tomados por um brilho radiante,

Sem ar, sentia seu corpo e alma tremular,
Os traços dele, bem definidos, eram realçados pelo cabelo escuro,
E um brilho intenso lhe marcava o castanho dos olhos,
E sua boca carnuda, irradiava doçura,

Que ao se aproximar e cumprimentá-la,
Se abriu em um sorriso caloroso,
E quando ele lhe estendeu a mão,
Para conduzi-la ao meio do salão,
Foi como se entregasse seu coração,

Tamanha a emoção,
Mas diferente do conto de fadas,
O relógio soou meia-noite, mas não encerrou a valsa.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

No Calor do Coração

Certa vez, próximo de algum lugar,
Tão cortês, seus olhos refletiam o verde da mata,
Seu andar possuía o encanto das borboletas,
Aliás, ela não andava parecia que voava,
E por onde passava, harmonizava,

Refletia carinho por todo seu caminho,
Sua voz macia e terna, lembrava o cantar dos pássaros,
Suas roupas refletiam a beleza das cores,
Enquanto sua boca guardava a doçura e o aroma das flores,

Seu corpo escultural possuía uma beleza sem igual,
E sua pele cor terra, irradiava vida,
Mas como o rio que fluía, sua vida aos poucos se esvaia,

Por não encontrar encanto, sofria em seu pranto,
Mas quis o destino, sempre tão certeiro,
Que o olhar de um certo rapaz cruzasse com o seu, e por Deus!

Naquele instante, enquanto sua pulsação acelerava,
Seu semblante, já nem possuía a emoção de quem respirava,
Não havia explicação, mas o calor do Sol palpitava em seu coração,
Sem um porque, mas o azul do céu refletia nos olhos dele,

Já sua pele macia e clara, não irradiava apenas o brilho, mas também o frio da lua,
Seus lindos cabelos brilhantes guardavam em si a cor e o enlevo da noite,
E seu corpo másculo, se esculpia na ternura do ocaso,

Ela tão terna e cheia de vida,
Ele tão frio e arredio,
Mas quando seus olhares se cruzaram,
Por mais que pareça estranho,

Mas seus corações se encontraram,
E o frio do corpo penetrou no calor do peito,
E se harmonizou na ternura da alma,

Naquele instante, foi como se o frio do espaço celeste 
Acariciasse a vida humana terrestre,
E a partir de então, suas vidas passaram a ter sentido,
Pois não adianta haver cor, onde não puder germinar o amor.

terça-feira, 9 de maio de 2017

História de um Casal que se Amava

Recostada à janela iluminada ao Sol poente,
Podia sentir a brisa quente,
Que se felicitava com o cair da noite,
Inebriada pelo colorido que iluminava o horizonte,

E tal como o Sol partia em busca do luar,
Seu peito pulsava, distante a lembrar,
E quando o vento soprava,
Uma oração era sussurrada,

Para que quando a brisa o encontrasse,
Com a mesma ternura o tocasse,
E em brandura se dissipasse,
Logo depois que o recordasse,

Do quanto ela o estimava
E o tanto que o amava,
Como que por encanto, ou pela magia do momento,
O rosto dele lhe surgia no pensamento,

E a felicidade lhe tomava a face em um sorriso...
Enquanto isso, em algum lugar impreciso, incerto e não sabido,
Sempre que o vento lhe soprava aos ouvidos,
Um coração palpitava e sua visão se embaçava,

Pelas lágrimas que transbordavam em seu rosto,
Deixando um lampejo de sentimento exposto,
Então a lembrança de uma linda moça,
Há muito tempo amada, lhe tomava a alma,

Como um pedido mudo para que 
partisse ao seu encontro...
O nome do casal, nunca foi 
possível precisar,

Mas sua história nunca 
se perdeu da memória popular,
Devido a grandiosidade do sentimento,
Cuja intensidade venceu a distância e o tempo.

Na Lâmina da Espada do Benfeitor

A oeste de algum lugar,
Tão logo o céu foi abrigado pelo manto do luar,
Uma indefesa jovem transitava pelas ruas da cidade,
Encantada com suas luzes que refletiam a claridade celeste,

Foi quando se deparou com quatro olhos masculinos e famintos,
Que a cobiçavam de um jeito ameaçador,
Guiados pelo desejo de forçá-la a despir-se sem pudor,

Seus olhos inimigos possuíam um brilho feroz,
E a maldade estampada em suas faces,
Irradiou no tom medonho de suas vozes,
Foi quando sua tentativa de se aproximar,

Instigados pela ânsia de violar,
Foi obstada por um anjo salvador,
Que com punhos de aço protegeu seu amor,
Mas o oponente, em uma atitude insolente,

Com a ousadia de quem não teme a lei nem sua autoridade,
Com a arma em carpo lhe desferiu um tiro,
O qual foi repelido e ricocheteado no peito do perverso,

Pelo rápido movimento da espada do benévolo,
E tão pronto quanto o corpo do adversário foi ao solo,
Uma nuvem vermelha de sangue maculou suas vestes de veludo,
Momento em que a terra do pavimento girava ao redor do corpo desfalecido,

Como se estivesse tão viva quanto pronta para enterrá-lo,
No calor da batalha, nenhum malfeitor sobreviveu,
E na lâmina de sua espada e na força de seus punhos a honra de seu amor se restabeleceu,

E com a dignidade de um príncipe, seu heroísmo se consagrou,
Tomou as ruas da localidade e se espalhou,
Em uma pura demonstração de que só sai vitorioso quem atua com o coração.

sábado, 6 de maio de 2017

Era Início de Maio

Era início de maio,
A um mês do fim de outono,
Tão logo que a lua acordou,
Entre as dez da noite,

De um dia de domingo,
Pude aproveitar mais uma vez seu corpo despido,
Calados, entre beijos e suspiros,
Sua respiração ofegante penetrava em meus ouvidos,

E mexia com meus sentidos,
Nada mais restava além do nosso desejo,
E nos seus olhos, o mais terno dos lampejos,
Com seu hálito quente em meu rosto,

Entregue aos seus beijos ardentes em meu pescoço,
Sentindo o cheiro suave de seus cabelos,
Sua maciez sob meus dedos,
Que sorrateiros percorriam seu corpo,

Nada mais restava,
Além do amor de dois seres que se consumava,
Me perdi em seus braços,
Em um abraço de urso,

Daqueles que eu rezaria para durar para sempre,
E me moldei a você,
Em uma só carne,
Nossa noite de amor se 
alongou e alcançou o alvorecer,

Dormimos juntos, abraçados,
Fazendo do seu corpo meu templo,
No abrigo de um sono tranquilo.

No Rabiscar do meu Coração

Com a caneta na mão,
Busco rabiscar meu coração,
Transferir a beleza de um céu estrelado,
Daqueles pequenos pontos iluminados,

Que parecem juntados de um cristal quebrado,
Afiados e estendidos sobre um céu apagado,
Lhe dando cor, em um pedido mudo 
para que se acredite no amor,
Brilhante, como uma joia preciosa,
Vibrante, como uma oração silenciosa,

Que junto ao luar,
Busca um momento para sonhar,
Marco no diário cada dia que passa,
Sabendo que será um dia a menos a sua espera,

Cuido do seu retrato como se fosse um amuleto,
Para me trazer mais que proteção,
Me oferecer sua afeição,
Observo a lua a sonhar,

Sabendo que é a mesma lua que estás a contemplar,
Assim, os olhos da lua te trazem para perto,
Tão próximo a ponto de sentir seu abraço,
Pois se até a lua se esconde abandonando a noite,

Para se fortalecer e retornar mais brilhante,
Sei que conosco não será diferente.

A Solidão de um Céu Rasgado

Na companhia da solidão,
Que ardia em seu coração,
De uma forma palpável,
Nada lhe parecia ajustável,

Nem mesmo sua casa, 
Lhe trazia a paz de que precisava,
E o silêncio de tão audaz,
Trazia consigo uma insídia mordaz,

Lhe anuviando a percepção,
Para transbordar em lágrimas sua visão,
Mesmo as paredes do seu entorno,
Não lhe ofereciam resguardo,

Lhe deixando tão vulnerável,
Que beiravam ao impalpável,
E seus espaços vazios só lhe traziam calafrios,
Mesmo seu celular limpo e organizado,

Não lhe parecia um aliado,
Pois lhe fazia prever uma ligação que não iria acontecer,
Sentia que seu chão iria se abrir para lhe consumir,
A sós e de olhos fechados,

Nem ousava amenizar o silêncio de sua sofrença, que de tão gritante,
Agia como uma doença na busca por consumir sua mente,
Seu corpo padecia em agonia,
E ao deitar sobre sua cama vazia,

Com, somente, seus pensamentos por companhia,
Um lindo rosto lhe surgia,
E um nome ficava suspenso no ar,
Como um segredo que não se quer revelar,
Ou um momento que não se quer recordar,
E o céu que era perfeito agora está rasgado.

Maldito destino

Dias e dias de tormentas, E logo após, Um sol escaldante. Representava que nunca Houve chuva, E nem mais haveria. Havia r...