sexta-feira, 16 de maio de 2025

Amor de Cama

 O vovô aos setenta e oito anos
Marcou data de casamento,
Com uma moça de ventre e quatro.
O alvoroço restou na casa
De seus quatro filhos,
E de lá para os netos.
Ele não fez alarde,
Enviou os convites
Informando local, data e horário
E nome da pessoa.
Duduca não olhou a fotografia,
Sentiu-se irritado,
Amava muito o avô,
Isso o fazia temer
Que a moça não o amasse
Ou valorizasse.
Vinte e quatro anos
É muita pouca idade,
O velho era rico,
Por mais dinheiro
Que empregasse
No casamento
Não iria lhe fazer falta.
Porém, seu olhar triste
Seria irremediável,
De início,
Que ninguém entendeu
A separação entre ele e vovó.
Ela o encontrou em casa
Com a empregada doméstica,
Ele informou que não era amor,
Mas não iria deixá-la.
Então, vovó o mandou embora
E segurou a empregada.
As duas vão em todos
Os lugares juntas,
Inclusive vovó arrumou
Namorado,
Porém, ela aos setenta,
Namora um velho de sessenta,
Parece mais simples de entender.
Agora o vovô nunca se deixou
Abater,
Nas baladas,
E ele ousou levar Duduca
Pra baladinha,
Ele não ficou sozinho
Por tempo nenhum,
Era um insaciável,
No entanto, vinte e quatro anos?
Não dava pra entender,
Ele avô,
Ela nem divorciada
De casamento anterior...
Diga-se de passagem: linda.
Foi o comentário maior,
Linda e gentil
Da parte de quem a conheceu,
Duduca, todavia,
Não fez questão.
Cria no amor
Com toda alma,
Mas, casar o vovô, agora?
A data agendada chegou,
Ninguém pode impedir,
Só mesmo uma tempestade,
Ou alguma catástrofe,
O que devia fazer era rezar,
Rezar pela alma do vovô
E seu bem-estar.
O convite dizia que seria
Num resort,
A data marcada a tarde
Da sexta-feira,
Todos iriam para lá,
Onde iniciariam
As festividades,
Cada qual teria quartos separados.
No entanto, ao agendar vôo,
O pneu do carro furou,
Ele chamou o guincho,
Mas o trânsito estava intenso,
Perdeu o horário.
Devido ao atraso
Buscou vôo particular,
Conseguiu,
Mas, entre uma coisa e outra,
Não conseguiu abandonar
A garrafa de gim.
Chegando ao resort
Correu para o seu quarto,
Parecia que todos os convidados
Estavam ao redor da piscina,
Já caia a noite,
As estrelas iniciavam a brilhar.
No convite havia o número
Do quarto pré definido,
A chave estaria do lado de fora,
Cada um chegaria
E iria direto para seus aposentados,
O hotel era da família,
Bastante particular,
Geralmente abria para atendê-los,
Especificamente.
Ao chegar no seu quarto,
Dirigiu-se ao seu de costume,
Entrando lá,
Encontrou uma moça nua
Sobre a cama de lençóis vermelhos
E edredom amassado.
Ele era magnífica,
Estava de olhos fechados,
Pequenos lábios rosados,
Pele morena,
Cabelos negros
Solto sobre suas costas nuas,
Chegavam quase até suas nádegas volumosas.
Não resistiu ao convite,
Soltou a terceira garrafa de gim
Ao lado da porta,
Fechou a porta de volta,
E se aproximou dela.
Deveria ser alguma
De suas garotas,
Ele não soube qual o vovô
Convidou lá da balada,
Mas vovô nunca gostava
De vê-lo sozinho.
Com está ideia,
Se aproximou dela,
Tocou em seu ombro,
Sentado sobre a cama,
Depois, envolveu seu seios nu,
E deslizou sua mão
Por sua barriga,
Até encontrar suas partes íntimas,
Então, a beijou no ombro nu,
Percorreu com beijos
Seu pescoço,
Mordeu seu queixo,
E chegou aos seus lábios.
Ela sussurrava e gemia,
Abriu os olhos serena e doce,
Puxou-o pela camiseta,
E a retirou usando as duas mãos,
Passando os dedos por
Sua pele morena.
Rápido, ele tirou a calça,
Depois só baixou a cueca
Para baixo,
Mantendo ela no corpo,
Seu desejo estava muito intenso,
Ele não conseguiu resistir,
Jogou suas pernas para cima,
Dobradas, deixando elas soltas,
Se posicionou sobre suas cochas
E penetrou sua vagina intenso
E forte.
A moça gemia e gritava,
Duduca ficou desta forma
Por horas,
Não conseguia parar.
Neste aspecto vovô
Sentiu sua falta,
E no momento exato
Em que o beijo estava ardente,
Ela percorria o corpo dele,
Ajoelhada sobre suas cochas
Também ajoelhadas,
Com beijos suaves,
Mordiscando cada parte sua,
Até não conseguir baixar-se mais.
Cavalgando sobre seu pênis,
Gemendo e uivando
Para o alto do céu.
- Duduca?
Disse vovô,
Ao abrir a porta
Estagnado de cueca de banho
Com a porta aberta.
- Uau, não quis incomodar.
Desculpas.
Ele respondeu,
- Duduca!
Ela gemeu ao olhar vovô
E retornar o olhar
Incontrolável para o rosto
De Duduca,
Com beijos sôfregos
E trêmulos,
Sedentos de desejo.
Duduca correspondeu
Com sofreguidão.
Depois, vovô saiu
Fechando a porta atrás de si,
Aos risos,
Como se tivesse
Um acordo com Duduca,
Coisa que ele não entendeu,
Mas, o avô água assim com ele,
Sempre que logo
Ele disse precisar de algo.
Ao parar de transar
Duduca pediu o nome da moça:
- qual é o seu nome,
Nosso amor foi tão intenso,
Não pude lembrar
Quem você é.
Ele disse,
Pegando a toalha do roupeiro,
E jogando a dela
Sobre seus seios nus,
Ela ainda estava ajoelhada
Sobre a cama.
Ele retornou até ela,
E sugou seu seios com doçura.
- vamos ao banho?
Ele convidou.
Ela saiu da cama,
E o seguiu até o banheiro,
Duduca preparou a banheira,
Com água morna e espuma,
Sentou-se e a trouxe para seu colo nu.
- Samanta.
Eu sou na verdade a noiva.
Ela disse beijando
Os lábios dele.
Duduca jogou a cabeça
Para trás num riso.
- a noiva?
E o vovô viu?
Ele indagou.
Ela ficou envergonhada,
Rosto vermelho e choroso,
Depois, baixou o rosto.
Duduca se elevou
E a recostou em seu peito
Compadecido por sua timidez.
- Gregório, me deixa
Eu transar com outros homens,
Em troca, ele transa quando
E com quem ele quiser,
O importante é ter prazer...
Nós conversamos longamente
Sobre isto,
É ele quem encontra os rapazes
Pra eu não me sentir tão sozinha...
Ela respondeu em prantos.
- ele trabalha muito,
E conhece muitas mulheres,
É um conquistador.
Ela disse,
Levantando o rosto
E sorrindo com orgulho.
Duduca a beijou
Sobre os cabelos tranquilo,
Mesmo ante a ideia
De dividi-lo com vovô,
Ela foi incapaz de separar-se dela.
- eu gosto de você, Samanta.
Se hoje não fosse seu casamento
Eu a roubaria para mim.
Ele disse,
Ficando em pé
Com ela no colo,
Sem deixar de fazer amor.
- caso eu não possa parar
De meter nesta sua vagina,
Eu juro que a levo!
Ele disse,
Encostando ela contra a parede
E metendo forte e intenso
Com movimentos demorados dentro dela.
- eu te amo, Duduca.
Ela disse, suave.
- ah.
Ele gemeu forte,
Sentindo-se um garanhão,
Depois desceu da banheira,
A enrolou na toalha,
Com ela ainda abrigada
Ao seu corpo,
A soltou sobre a cama,
E continuou por mais tempo.
Ao fim,
Ela adormeceu,
Ele lhe deu um beijo
E ligou para vovô.
- vovô, obrigado!
Ele disse,
Com todo o ímpeto
De coragem que encontrou.
- ela é boa, Dudu.
Eu amo ela,
E amo ver ela feliz,
Amo você, também,
Por isso escolhi tão bem.
Ele disse, sorrindo.
- fique com o quarto,
Eu pego o do lado
Que tem porta interna
Para este.
Eu trouxe a Bianca
E ela está sozinha.
O vovô falou,
O coração de Duduca acelerou.
- agora preciso atender os convidados.
Ele encerrou.
- tá bom, vovô.
Samanta está dormindo
E está bem.
Então, desligou o telefone,
Vestiu-se
E foi até os convidados.
Lá encontrou sua noiva,
Julia.
A abraçou,
Mas não quis beija-la em público.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Não me Deixa?

Ela desceu do carro,
Elegante e sexy
Em seu vestido vermelho,
De costas abertas,
Liso e solto até os pés,
Calçava sandálias vermelhas
De salto agulha.
Chegou ao bar
Onde marcou com a amiga
De encontrarem-se para beber algo
E jogar conversa fora.
No entanto,
Não havia ninguém lá
Que ela reconhecesse,
Contudo, havia um recado
Para que bebesse alguns drinks
Que estavam pagos,
Pois alguém já viria ao seu encontro.
Certa de que se tratava de sua amiga,
Ela bebeu,
Não teve medo de sentar-se
Para olhar a avenida
Através da parede de vidro.
O tempo passou,
Pessoas entraram
E saíram lá de dentro,
Contudo, sua amiga
Não apareceu.
Neste período,
Um rapaz vestido de camisa rosa,
E calça caqui
Surgiu na mesa,
Olhando sério para ela,
Parecia preocupado
E um tanto interessado:
- Olá? Posso lhe fazer companhia?
Ele indagou.
Num sobressalto
Ela respondeu que não.
- desculpa, estou aguardando alguém.
Ele sorriu e se retirou.
Do lado oposto
Um rapaz lhe dedicava
Maior atenção,
Olhando para ela
Hora com admiração,
Hora com carinho.
Ela cansou-se de esperar,
Juntou a bolsa,
E saiu,
A conta estava paga.
Três dias após isto,
Ela recebeu um buquê
De flores vermelhas
No trabalho
Com um perfume
De presente
E um ingresso
Para uma casa de shows
Com o bar liberado.
Não tinha assinatura,
Ela guardou o ingresso consigo,
Pegou as flores pôs
Num vaso sobre a sua mesa
De trabalho,
Usou o perfume
No mesmo instante e aprovou.
Dois dias depois
De ganhar a cortesia
Para a casa de shows,
Ela conversou com suas amigas
E decidiu ir a festa.
Usou vestido curtinho
Na cor preta,
Sandálias amarelas
De salto fino e comprido,
Não arrependeu-se em nada.
A balada foi agitada,
Suas seis amigas
Dançaram muito,
Ela também,
Com direito a vídeo
Na rede social,
E dancinha com amigos
Garotos,
E daí se não conhecia nenhum?!
Bebeu em demasia,
Perdeu as chaves do carro,
Foi obrigada
A voltar de carona
Com um garoto estranho,
Em frente a sua casa,
Rindo feito doida,
Puxou ele pela nuca
E lhe entregou um beijo.
Depois, abriu a porta
Do carro
E saiu às pressas,
Nem olhou para trás,
Só faltou correr.
Sentiu no último degrau
Da escada,
Olhando o carro partir,
E ficou trêmula
E insegura.
Beijou um rapaz
Depois de ter aceito
Seu chefe em namoro.
Olhou a hora no relógio,
Era tarde,
Ele não ligou,
Não tentou encontra-la,
Ou estava tudo bem,
Ou acabou sem nem
Ter valia.
Na segunda,
Portando dois cafés
Em suas mãos,
Ela colidiu na entrada
Do elevador com um rapaz.
- desculpa.
Disse tímida.
- eu que peço desculpas.
Respondeu,
Oferecendo a mão
Em cumprimento.
-Sou Casimiro.
Eu trabalho no quinto andar.
Ela sorriu para ele.
No impulso,
Ao andar o elevador
Ele comprimiu
O corpo de Rebeca
Contra a parede,
Roçando seu corpo
Sensualmente no dela.
Então, beijaram-se intensamente.
Depois apertaram o botão
De parar,
Estagnaram e transaram
Ali mesmo.
Suada, uma hora mais tarde,
Ela saiu do elevador,
Chegou a sala do chefe,
Tomou seu primeiro café,
No segundo foi até sua sala.
Se encostou na porta
Do lado de dentro,
Retirou o vestido branco
Comprido,
Foi até ele,
Empurrou sua cadeira
Para trás
E sentou-se em seu colo.
- vamos fazer gostoso,
Está é nossa última vez,
Eu beijei um rapaz na balada,
E transei com outro no elevador...
Ela disse,
A Adenilson entre beijos
E abraços apertados.
- está certo.
Eu iria lhe pedir em noivado,
Estava com as passagens pagas
Para irmos conhecer meus pais.
Ele disse sôfrego,
Como se tropeçasse
Nas palavras.
- então, vamos caprichar mais.
Transaram até o final da manhã.
A secretária entrou
Sem bater e viu os dois juntos,
Rebeca começou a chorar,
E o beijou ainda mais intensa.
- poxa, eu o amo.
Morro de ciúmes de você.
Terei de ir embora.
Ela disse soluçando.
Depois que a moça se foi,
Ao terminar de falar,
O empurrou para trás
E saiu.
Ao virar as costas
Ele a puxou para si,
Pondo ela de costas
Para ele sobre a mesa,
Continuaram a transar.
- eu a amo.
Não irei te perder.
Respondeu
Segurando suas costelas,
Beijando suas costas.
Embriagado de desejo.
- não me deixa, Adilson.
Ela pediu.
- não irei deixá-la.
Respondeu.

A ligação

Outra vez
Estou ligando
E ele desliga
Na minha cara,
Está me evitando,
Não quer conversar,
Ele pensa que sou o quê?
Será que ele mudou
A função
E agora decidiu cobrar
Para dar atenção?
E eu otária,
Faço papel de burra,
Me preocupando
Tentando melhorar
Por alguém
Que não se esforça?
Não,
Eu não sou garota
Para momentos,
Do tipo que ele
Pensa se atende,
Escolhe o lugar
Para poder falar,
Busca encaixar na agenda,
Quer encaixar horário?
Que vá ao dentista,
Que maldita droga,
Tenho que buscar assunto
Para tentar telefonar,
Ter sempre algo urgente,
E minhas urgências
Não são para ele,
Que ele quer?
Me alugar?!
Não, Moacir,
Estou cansada
De você
De suas conversas,
De me procurar
Só pra atender
Sua vontade,
Minha vontade
É te ligar,
Ligar e ligar,
Até você se irritar
E de preferência explodir,
O que você acha que é?
Quem te colocou tão alto assim?
Dane-se você,
Vou buscar quem me atenda,
Quem queira conversar comigo,
Tratar de assuntos corriqueiros,
E mereça saber dos importantes.
Estou te deixando,
Desistindo de você
E seu jeito estupido
De só fazer o que quer,
Quero que você suma,
Fuja pra sempre da minha vida,
Te amar foi um erro,
Te buscar foi maior ainda.
Adeus,
Não tem concerto!

Dívidas as Cartas

Ele foi a porta, baby,
Sem mais nem menos
Disse adeus,
Foi a gota d’água,
Nem a chuva que derramava
Foi capaz de impedi-lo.
Maldito,
Recebeu o salário do trabalho
Hoje,
Eu já sei a data,
As dívidas chegaram
Em cartas e aos montes,
Ele se irritou,
Não soube o que fazer
Foi para o bar beber.
Se isto é vida, Deus?
Me apaixonar
Para perder meu amor
Para as dívidas
E a maldita bebida?!
Me sinto fracassada, Deus,
Me envie um milagre
Algo em que eu possa acreditar,
Me agarrar,
Me amparar,
Eu preciso de um milagre
Só um milagre é capaz
De remove-lo daquele
Maldito bar.
Eu busco Trabalho, Senhor,
Eu juro,
Eu tento,
Mas sou uma incapaz,
Eu não consigo nada,
O salário que pagam é tão ameno,
Nós gastamos muito,
Estamos na corda bamba,
Estamos a vontade da bebida,
Deus, salva-nos,
Eu preciso de um milagre,
Só um milagre é capaz
De tirá-lo de lá.
Eu sei,
Ele precisa aliviar a pressão,
Sentir-se calmo,
Deixar de saturar-se,
Mas, Deus, estás malditas cartas
Irão nos afogar na bebida,
Por Deus,
Estou a ponto de deixar
Este pano de prato de lado,
Abandonar a louça suja
Sobre a pia,
E me entregar a uma cerveja,
Uma vodca e aos poucos
Eu aprofundo,
Que droga, Senhor,
Também sou capaz de beber muito,
Isto é tão simples,
Então, por quê ele é tão fraco,
Estou a esmorecer.
Já sei,
Vou deixar pronto o café,
Talvez, logo ele retorne,
Ou então, não.

Minha Religião

Estou perdendo
Minha religião,
Isto não são momentos,
Eu não consigo mais crer,
Algo dentro de mim
Se quebrou.
Paro o carro em frente a capela,
Está aberta,
Tem velas acesas,
Não há ninguém nela,
Me coloco de joelhos
Logo ao abrir a porta do carro,
Ali mesmo,
Em plena calçada
Em frente a todos,
Que se danem,
Não creio mais em nada,
O que for dito não me abala.
De joelhos na calçada,
Eu me viro para trás,
Ando ajoelhada,
Terço entre os dedos,
Nem sei por quê,
Sigo até o asfalto,
Ultrapasso mesmo sob
Risco de ser atropelada
Pelos carros que passam
E podem não me ver tão pequena.
Chego ao outro lado
Da calçada sozinha,
Subi os degraus da escada,
Chego a capela,
Vou até o altar,
Pegou uma das velas acesas
Com ela acendo todas as outras.
Meu terço ainda está
Entre meus dedos,
Então, ajoelhada e ferida
Eu rezo.
Penso se sou capaz
De abandonar a bebida,
Deixar de brigar com meu esposo,
Não aceitar toda opinião contrária
Como uma razão para discutir,
Elevo meus olhar ao alto,
Penso em tantas vezes que
Meu esposo acreditou em mim
E diante disto
O quanto foi tão pouco
Que cri nele,
Uma lágrima desceu meu rosto,
Ele merece mais que isto,
Então, peço perdão a Deus.
Abaixo minha cabeça
Sobre minhas mãos unidas
Em oração e agradeço
Deus o enviou,
O colocou em meu caminho,
Ele me amou,
Soube me entender,
Aceitar minhas fraquezas,
Me defender.
Me coloco de pé,
Estou segura agora,
Deus enviou-me um alguém,
Este é diferente dos outros,
Ele me abraça se tenho dor,
Ele impede que me firam,
Deus me ouviu,
Meu esposo o atendeu.
Obrigada, Deus.
Te amo, Deus.

Não Foi Por Dinheiro

- sua esposa
Está lhe traindo.
Enrique acordou
Com os olhos arregalados
Tendo pensamentos negativos
Correlatos com relação a esposa.
Neste dia,
Ele virou-se para o lado,
Se deparou com ela dormindo,
Olhos fechados,
Face lívida,
Lábios roseados,
Cabelo escuro
Soltou por sobre seus ombros,
Corpo teso,
Um semblante sereno
Quase assustado.
Uma lágrima desceu
Pelo rosto de Enrique,
Como um carinho,
Ele se pôs sobre o cotovelo,
E com a mão
Fez carinho em sua amada.
Recordou seu primeiro beijo:
Era um baile noturno,
Uma banda do interior
Tocava músicas locais,
Ela estava rodeada por mulheres,
Todas dançavam
Uma com a outra,
Muitos homens a chamavam
Para dançar,
Nem sempre ela ia.
Ela usava jeans preto,
Camiseta comprida de banda,
Cabelo amarrado para trás,
Semblante sereno,
Encantadoramente perfeita.
Naquele dia
Ele deixou de fazer racha com o carro,
Pela primeira vez
Retornou para casa
Sem estourar pneus,
Deixou a bebida de lado,
Tomou coragem
A convidou para dançar.
A música soou suave,
Ele sabia mais a dança
De ir para frente e para trás
E virar para continuar
Na pista.
Envergonhado
Explicou a ela
Que não dominava o ritmo,
Ela o empurrou pelos
Ombros,
De sua camisa verde de lã fina,
Então, aproximou-se
Colou seu rosto
No ombro dele
E moviam-se no ritmo lento.
Uma mulher de salto fino
Pisou no pé dela,
Ela gemeu,
Ele a ergueu no colo,
Rodopiou na pista,
Depois a elevou para o céu
Admirado de sua beleza,
Ao desce-la
Ela levou uma mão
Ao seu rosto lívido,
Aproximou-se e beijou
Seus lábios,
Apenas tocou-os
Para depois se afastar.
Iniciou chuva intensa,
Raios fortes trepidavam
Pela estrutura,
Um vento muito forte
Derrubou um alicerce
Ao lado direito deles.
O alicerce caiu
Levando parte da estrutura,
Uma parte da parede
E do teto,
Caiu sobre o cantor,
Ele foi retirado inconsciente
De lá.
Pelo microfone
Foi informado que o baile
Teve fim,
Foi feito o pedido
De que todos se retirassem
E procurassem abrigo.
Com a chuva intensa,
Era impossível dirigir,
Ambos deixaram o carro
Lá no estacionamento
Do recinto do baile,
E foram ao hotel mais próximo,
Que ficava a poucos metros
Atrás da casa de shows.
Entraram no local,
A chuva batia nas janelas
Escorria com um estrondo
Ao solo das plantas,
Eram quatro horas
Da manhã,
O sono já pesava os cílios
Que piscavam e
Não queriam abrir-se.
Pediram um quarto,
Decidiram dividir a cama,
Subiram,
Dormiram juntos.
As quatro e meia
Ela removeu a calça,
Depois a calcinha,
Então, o sutiã
Pedindo a ajuda dele.
Os dois dormiram
Um ao lado do outro,
Ele lhe fez carinho
A noite toda.
Soube que ela havia rompido
Um namoro antigo,
Que estava sofrendo
E preferia não se envolver.
Com os estrondos lá fora,
Eles fizeram carinhos
Um no outro
A noite toda,
Então, roçou com a ponta
Dos dedos seu rosto,
A aconchegou em seu corpo,
E dormiu sereno
Com ela em seus braços.
O dia amanheceu
Com ela sentada em seu peito,
Beijando sua boca,
Ao acordar,
Ela fez um movimento
E saiu para fora da cama,
Retirou a camiseta
E vestiu-se nua,
Devagar cada uma
De suas peças.
Marcaram novo encontro,
Desta vez foi na casa dele,
Ela chegou as oito,
Ele pediu pizza da Sadia,
Colocaram aquecer no forno.
Sentaram no sofá,
Ele soube que a amiga dela
Estava de partida
Para outra cidade,
O aluguel dela ficaria caro,
O salário dela estava baixo,
Ela teria que mudar-se,
Não sabia para onde.
Ele chamou-a
Para ficar com ele,
Dividir a casa,
Haviam quatro quartos,
Seria fácil
Nenhum importunar
O outro.
Ela tinha poucas coisas,
Na maioria roupa,
E poucas peças,
Toda noite ela limpava a casa,
Ele demitiu a empregada,
Ela não exigiu salário,
No contrário,
Tomou o trabalho por obrigação.
Na metade do segundo mês
Beijaram-se na entrada da casa,
Quando ele estava de saída
Para o futebol da semana.
Depois do beijo,
Olharam-se e riram
Um do outro,
Foi muito natural,
Ela retornava do trabalho.
A noite, fez muito frio,
A geada corria no gramado,
Deslizava pela janela de vidro,
Ela foi pedir cobertores
Emprestado no quarto dele,
Ele buscou no roupeiro
E viu que não tinha,
Sempre teve o bastante para ele,
E as vezes, faltava.
Devido ao frio intenso,
Ele pediu que dormissem juntos,
Ela usava calcinha e sutiã
Apenas,
No decorrer da noite
Ele a despiu,
Deslizou as mãos por seu corpo,
Fizeram amor.
Foi a primeira vez.
Depois, fizeram em casa dia,
Então, sempre que se viam,
Ao final do terceiro mês
Que eles moravam juntos,
Ele a pediu em namoro.
Agora, há um ano juntos,
Ele pensava em casamento...
-Cassandra, eu te amo.
Enrique falou
Acariciando seu cabelos,
Ela abriu os olhos,
Ele aproximou-se,
Beijou sua orelha,
Depois o rosto,
Então, seus lábios,
Depois fez amor.
Ela saiu de vestido
Para o trabalho,
Ele sentiu-se
Tão deprimido
Que não pode ir trabalhar,
Sentia ciúmes,
Estava dominado
Por ideias ruins.
Parecia que tudo iria ruir.
Tudo pelo que lutou,
Na chegada dela,
As dezoito da tarde,
Ele discutiu devido a roupa:
- por quê você usou vestido?
Cassandra, por quê?
Ele gritou
Sobre o rosto dela.
- Enrique, você gosta
De me ver assim.
Ela respondeu,
Levando a mão
Ao rosto dele.
Ele tocou sua mão.
Retirou do rosto
E virou-se,
Então, Cassandra
Caiu sobre os joelhos,
Sentiu dores intensas.
Chorou.
Ele virou-se a tempo
De ampara -la,
Antes de ela desmaiar.
Seu celular fazia
Muitos barulhos estranhos,
Cada vez que ele mexia
Na tela,
Tudo que as redes sociais
Mostravam parecia
Contar histórias depressivas,
Com cunho negativo.
Já não reconhecia
As vozes dos amigos,
Sem saber porquê
Parecia que ele sabia
Tudo que iria ver
E que falavam mal
De Cassandra.
Através de mímica
Ele pediu a ela que falasse
Enquanto estivesse
No banheiro
Que queria encontrar-se
Com este seu companheiro obsessor,
Porquê ela tinha alguém,
Que de forma estranha
A seguia
E este alguém
Não lhe queria bem.
Com o chuveiro ligado,
Ele nunca no banho,
A portas abertas,
Olhando para ela
Em prantos,
Ela o fez,
Jogou-se na cama,
E disse que iria se tocar
Para ele.
Pegou o celular,
Ligou na parte de registrar fotos,
Ligou a câmera
E mostrou seu corpo
Rosado e febril.
Depois, ela soltou
O celular ao lado do travesseiro
E chorou.
Enrique saiu do banheiro,
A amparou em seus braços.
Fizeram amor,
Ele fingiu sair com o carro,
Combinado com um amigo,
Que fingia falar com ele
Enquanto o carro seguia
Até sua casa.
Um homem apareceu
Na casa deles,
Eles não reconheciam
A feição
Ou qualquer outra coisa.
Ele chegou,
Ela abriu a porta,
Então, ele a agarrou a força,
A jogou no chão,
Mantendo seu corpo
Contra ela.
Enrique sacou uma arma,
Desferiu dois tiros
Contra o sujeito,
Ele caiu no chão morto.
- não foi por dinheiro
Que você fez isto,
Foi puro ódio.
O celular de ambos
Silenciou e pareceu 
Se normalizar.
Um estranho os vigiava,
Dava ordens,
E fingia situações contra ambos.
Eles abraçaram-se,
Inseguros quanto a isto.
Não souberam muito
Sobre o rapaz,
Não tinha passagens
Na polícia,
Era um sujeito bonito,
Mas, possuía senhas de banco
E números de contas 
Dos dois 
E de muitos outros estranhos.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Sofá da Sala

Acordo em meu sofá,
Adormeci sem querer
Acordei de súbito,
Assustado,
Da mesma forma.
Olho na mesa de centro
Há um copo de cerveja
Está pela metade,
A garrafa está ao lado,
Suada,
A escorrer água até o chão.
Eu olho o teto,
Percebo que estou em casa,
Sozinho nesta rua solitária,
Onde tão poucos vivem,
E quase ninguém se conhece.
Eu penso se você está longe,
Se você dorme,
Se esta a beber,
Acompanhada por alguém?
Minha cabeça dói,
Eu pego o telefone,
Penso em ligar
Ou enviar mensagem,
Mas, nem consigo escrever,
Sinto frio,
Meus dedos estão congelando,
Não enxergo as letras,
Mesmo que quisesse
Não poderia escrever...
Me sento,
Passo a mão
Por onde estive deitado,
Este calor me faz bem,
Retorno ao lugar quente,
Deito de lado,
Tento ver se no calor
De onde me refugiei
Ainda existe seu cheiro
Ou alguma marca de você.
Eu queria,
Mais que nunca te ver,
A casa ficou mais escura,
As luzes não clareiam como antes,
Poxa, você se foi,
Aprendeu a viver sem nós,
Ser feliz longe da gente...
Me revisto de coragem,
Tento reviver seus movimentos,
Fazer o que você fez,
Ver se te encontro,
Poxa, nem faz tanto tempo,
E também, talvez
Você não esteja tão longe...
Chamou seu nome,
O telefone toca,
Você atende,
Diz “ola”,
Eu digo “querida,
Eu estou sozinho,
Me sinto amedrontado,
Ouça,
O cão late no portão,
Eu não tenho sono,
Você poderia me fazer companhia,
Eu poderia ir te buscar
Ou então,
Você vem até aqui?
Querida,
Eu posso pagar a gasolina
Ou o táxi se você precisar.
Ouça, o cão ladra inquieto,
Eu não vou mais
Poder pegar no sono...
Gostaria de ter você perto”.
Eu ouço suspiros na linha,
Um soluçar,
Após isto ela diz
“Sim”.

Casada por Acaso

O término do namoro Levou Ana ao dezenove Pote de dez litros de sorvete, Já conhecia todos os sabores, Brincava com as cores...