Acordo em meu sofá,
Adormeci sem querer
Acordei de súbito,
Assustado,
Da mesma forma.
Olho na mesa de centro
Há um copo de cerveja
Está pela metade,
A garrafa está ao lado,
Suada,
A escorrer água até o chão.
Eu olho o teto,
Percebo que estou em casa,
Sozinho nesta rua solitária,
Onde tão poucos vivem,
E quase ninguém se conhece.
Eu penso se você está longe,
Se você dorme,
Se esta a beber,
Acompanhada por alguém?
Minha cabeça dói,
Eu pego o telefone,
Penso em ligar
Ou enviar mensagem,
Mas, nem consigo escrever,
Sinto frio,
Meus dedos estão congelando,
Não enxergo as letras,
Mesmo que quisesse
Não poderia escrever...
Me sento,
Passo a mão
Por onde estive deitado,
Este calor me faz bem,
Retorno ao lugar quente,
Deito de lado,
Tento ver se no calor
De onde me refugiei
Ainda existe seu cheiro
Ou alguma marca de você.
Eu queria,
Mais que nunca te ver,
A casa ficou mais escura,
As luzes não clareiam como antes,
Poxa, você se foi,
Aprendeu a viver sem nós,
Ser feliz longe da gente...
Me revisto de coragem,
Tento reviver seus movimentos,
Fazer o que você fez,
Ver se te encontro,
Poxa, nem faz tanto tempo,
E também, talvez
Você não esteja tão longe...
Chamou seu nome,
O telefone toca,
Você atende,
Diz “ola”,
Eu digo “querida,
Eu estou sozinho,
Me sinto amedrontado,
Ouça,
O cão late no portão,
Eu não tenho sono,
Você poderia me fazer companhia,
Eu poderia ir te buscar
Ou então,
Você vem até aqui?
Querida,
Eu posso pagar a gasolina
Ou o táxi se você precisar.
Ouça, o cão ladra inquieto,
Eu não vou mais
Poder pegar no sono...
Gostaria de ter você perto”.
Eu ouço suspiros na linha,
Um soluçar,
Após isto ela diz
“Sim”.
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