segunda-feira, 23 de junho de 2025

Sabe-se Notícias...

Ganhou manchete
Da pequena cidade
Até a capital:
Um estuprador
Estava a solta,
Tinha preferência
Por mulheres jovens
E não tardava
Para assassina-las.
Todos os jornais
Amanheceram a segunda-feira
Do dia 02 de julho de 2026
Com a mesma notícia!
Não desejava-se espalhar pânico,
Mas, criar uma advertência
A todas as pessoas do sexo feminino:
Que andassem acompanhadas
De seus conhecidos,
Evitassem locais desconhecidos,
E tomassem o máximo
De medidas de precauções.
Fotos foram estampadas
Nos jornais sem medo
De mostrar os rostos das garotas
Vitimadas.
Moças deram seus depoimentos
Que seguiam diretriz:
“Ele me atacou na saída
Só supermercado!”
“Ele me atacou no metrô”.
“Eu iria a boate,
Ele me impediu”.
Os depoimentos foram inúmeros,
As características que conseguiram
Não definiram propriamente
Um alguém:
“ Sujeito corpulento,
Voz afeminada,
Punhos fortes,
Tem prazer em provocar dor.”
As vítimas tiveram em comum
Além de ser obrigadas a prática
De sexo não consensual,
Ganhar ferimentos profundos,
Em locais diversos do corpo:
Pernas, rosto, braços.
As garotas acordaram atônitas,
Todas buscaram amparo
De algum conhecido.
Moças lembraram de seus pais,
Algumas fugiram de maridos,
Outras odiaram namorados,
E todas optaram por andar em grupo.
A polícia passou a fazer
Passeios motorizados e a pé
Pela cidade,
Buscando o sujeito
Ou alguém similar a ele,
Queriam, a todos custo,
Buscar um suspeito.
As diretrizes embora apontassem
Para o criminoso,
Eram tímidas,
Ninguém viu
Ou recordava de algum rosto.
Dez mulheres foram encontradas
Pelos arredores da cidade
De 200 mil habitantes
Esquartejadas.
Algumas perderam braço,
E tiveram ferimentos graves
Na região do pescoço
Que as levou a morte.
Outras tiveram as pernas
Amputadas,
Junto a ferimentos
Sempre de natureza grave
Na região do tórax
Que causou suas mortes.
As línguas de todas
Foram amputadas.
Parecia que o sujeito
Sentia ódio de suas vozes.
Objetos foram encontrados
Próximos as vítimas
E em suas regiões íntimas
Como buchas de canhão,
Madeira em formato cilíndrico,
Garrafas pets
E garrafas de vidro.
Algumas foram queimadas,
Aparentava que estava
Havendo uma evolução
Em sua maneira de atacar:
Ele passou a usar garrafas
De bebida alcoólica no ato,
E nisto, ateou fogo na região
Com a própria garrafa.
No jardim,
Dentro do pátio
De uma boate requisitada
Na cidade,
Foram encontrado restos
Do que aparentava
Constituir várias garotas.
Em comum elas tinham
O fato de terem sido assassinadas,
E estupradas por uma garrafa
De vidro que continha
Pano dentro do gargalo,
E queimadas por meio do objeto
De dentro para fora,
E noutras vezes,
Uma queimadura
Que imitava orgasmos
Sobre seus corpos,
Em certas regiões
Feito ejaculação.
A polícia estava aturdida,
Os moradores se refugiaram
Dentro de suas residências.
Ninguém tinha pistas
Concretas sobre o respectivo
Criminoso.
Tal homem,
Parecia estar praticando
Seus atos há muito tempo,
Ele possuía requintes de crueldades
Em suas ações.
O rosto deformado
Por ter sido queimado
A partir de suas bocas
Impedia, muitas vezes,
De fazer reconhecimento
Da própria vítima.
Nas últimas páginas,
Algumas das garotas
Tiveram sua identidade
De falecidas violadas
Por terem suas fotos
Registradas ali
Em busca de suas identidades.
Tantos policiais passeando
Armados e preparados
Para protegerem as pessoas
Da cidade
Não foram suficientes para impedir
Que a senhora idosa da quadra dez,
Lote quinze,
Fugisse de seu apartamento
Rumo a rua da cidade
Até ser atropelada
Em frente a todos
Pelo próprio carro policial
Por ter vindo rápida demais
E parecer mais uma miragem
Que um ser humano:
Ela estava nua,
Em chamas,
Sua boca possuía
Uma garrafa de whisky
E queimava,
Também sua bunda
Que tinha uma garrafa
De cerveja.
Vestígios de fogo
Percorriam do seu ombro
Até as pernas.
Depois de atropelada,
Ela não resistiu.
Morreu no mesmo instante
Depois de coar
Sobre o para-brisa do carro,
Rodar batendo contra o carro,
E cair estirada atrás do próprio.
Em decorrência do acidente,
Um rapaz acometido
De coragem
Correu porta a dentro
Do apartamento
E pôde ver um sujeito corpulento,
Aparentemente loiro
Saindo pela janela
Do quarto da senhora idosa
De 89 anos.
Ele tinha numa das mãos
Um canivete prata,
E na outra o que aparentava
Ser uma língua humana.
O rapaz ficou em pânico,
Estagnou na entrada do apartamento
Que tinha vista reta
Para o quarto,
E a esguelha para a janela,
Depois, retornou para trás
E escondeu-se na parede
Do corredor do prédio.
O medo o impediu,
A rapidez do sujeito criminoso,
Também não o ajudaram.
Busca-se o indivíduo!

domingo, 22 de junho de 2025

Transporte Ilegal

Terceiro ano de trabalho
Na mesma empresa,
Cansada de ir ao serviço
No transporte público,
Vez que, no mês anterior,
Um rapaz que se sentou
Ao lado dela,
Ao levantar-se
Carregou com ele
A sua bolsa
E nela o salário mês,
Decidiu comprar um carro.
Havia, neste período
Economizado todo o possível
A pedido dos pais
Para a aquisição de uma
Nova residência.
Então, embora o salário
Tenha feito falta,
Tê-lo perdido
Não foi suficiente
Para ficar no vermelho.
Pagou suas contas,
Ajudou os pais,
Adquiriu um automóvel.
Na primeira semana
Foi simples dirigir,
No início da segunda,
Quando foi descer do carro
Para estacionar em frente
A empresa de seu trabalho,
Um rapaz chegou ao seu lado
Lhe apontando um revólver.
- dirige ou morre!
Ele foi obrigada a obedecer,
Estava sob a mira da arma.
O rapaz escondeu o rosto,
Entrou pela porta traseira
E se sentou atrás dela,
Segurando a arma apontada
Contra sua coluna.
Foi obrigada a seguir
Até uma rodovia desconhecida,
Lá havia um caminhão.
Algumas pessoas
Retiraram deste caminhão
Muita droga,
Pacotes e pacotes de droga.
Ela foi obrigada a transportar
Toda a mercadoria
Em conformidade
Com o que o rapaz encapuzado lhe mandava.
Foi até outra cidade,
Lá deixou tudo dentro de uma casa
Alta, de dois pisos,
Com azul e janelas brancas.
Ao término,
O rapaz passou
Para o banco ao seu lado,
Lhe mandou entrar em uma estrada diferente,
Ela foi,
Pois ele manteve a arma
Engatilhada contra ela.
A estrada era de terra
E pedregulho,
Levava a lugar algum.
Lá naquele lugar
Ela foi amarrada através
Do cinto de segurança,
E uma corda ao banco
Em que estava,
Forçada a fazer sexo oral.
Depois disso,
Ele buscou manda-la
Com o carro ainda mais adiante,
Em meio aquela espécie de estrada
Com pedroes enormes
No caminho,
Galhos pendentes 
E touceiras no meio da estrada.
Neste instante,
O carro atolou em uma
Poça de sujeira,
E quando mais acelerou,
Mais ficou preso,
Então, ele a mandou continuar,
Desceu novamente do carro,
Retirou dois galões
Contendo querosene
Que havia colocado no carro
Sem que ela visse
E ateou fogo.
O carro queimou,
Ela ardeu.
O corpo ficou quase irreconhecível,
Todavia, da estrada geral
Foi avistada a fumaça,
E indo averiguar do que se tratava
Depois de receber denúncias
A polícia da rodovia
Encontrou o carro queimado,
Um corpo no banco do motorista,
E um tablete de droga.
O carro foi puxado de lá 
Por três carros policiais,
Através de uma corrente grossa
De ferro,
Um puxava o outro,
Até mover o da garota
Até a estrada geral
E de lá,
Um apenas o levou 
Para o pátio do departamento policial.
Feito o reconhecimento
Do corpo,
Os pais choraram muito,
No instituto de médico legal,
No entanto, tanto os pais
Quanto os colegas de trabalho
Nenhum reconheceu na moça
O uso de droga,
Nem mesmo o tráfico
Por parte dela,
Este detalhe está sendo
Para a definição do crime
Contra a moça
O mais importante.
Por quê queimaram seu corpo,
Quem teria coragem
Para cometer ato tão grotesco,
O que ela fazia tão distante
De seu trabalho,
Por quê o tablete de droga
Estaria em seu poder?
Como meio de acalmar
A multidão que se juntou
Em frente a delegacia
E cobriu providências,
Seu namorado Deoclécio
Foi preso.
Foi extraído de depoimento
Pessoal que ele foi usuário
De drogas
E que havia parado
Porquê sua atual namorada
Lhe exigiu,
Porquê ela odiava o uso
E era intolerante com relação
Ao comércio do produto.
No entanto,
Soube -se por intermédio
De algumas pessoas
Que ele teria encerrado
O relacionamento com
Suelen.
Então, em razão de uma
Pequena quantia em dinheiro
Referente a uma pena de multa
Ele passou a responder
Em liberdade.
Porém, continua sendo
O principal suspeito do caso.

Tragédia no Céu

Zilu não suportou
O adeus,
Decidiu ser a primeira
A dar o passo em direção
A reconsideração.
Desde que iniciou
O namoro,
Há um ano
Comemorado naquele
Mesmo dia,
Duas vezes acabou,
Duas vezes eles reataram.
Na primeira oportunidade
Ela desmarcou encontro,
Decidiu ir às escondidas
A uma boate entre amigas,
Quis rememorar as lembranças,
Reviver bons momentos,
Afinal um instante
Em que se decide casar-se
E ficar com um só homem
Para sempre
É um momento
Que precisa de reflexão,
E de testes,
Por que não?
Ela decidiu saber
Se o deseja a tal ponto
Ou se era apenas comunhão
De opiniões e gostos.
Escolhido o camarote,
A bebida rolou solta,
Em cinco amigas
Beberam todas as cervejas
Que puderam.
Neste instante,
De risos, abraços
E brincadeiras,
Se aproximaram sete garotos
Que bebiam whisky,
Estava frio,
Eles se achegaram e ofereceram
Bebida.
De pouco a pouco,
Todas deixaram suas cervejas,
Umas abertas
Outras gelando no balde
De gelo
E aproximaram-se dos rapazes.
Porém, Zilu decidiu beija-lo,
Beijou um e gostou da ideia,
Então, beijou outro,
Quando gostou dos lábios
Deste garoto decidiu
Pedir seu nome:
Lauro.
Chamava-se Lauro.
O camarote ficava
Numa varanda interna
Que chegava-se até ela
Através de escada,
Na parte de baixo
Havia a pista normal
Onde todos dançavam,
Lá em cima
O compromisso era beber
E olhar.
No relance do beijo
Zilu deparou-se com seu olhar
Em cheio para Natan.
Natan estava dançando
Na pista com uma garota.
Ela soltou na hora Lauro
E prestou mais atenção
Na pista.
Sim, era seu namorado.
Não pairava dúvidas.
Num relance de loucura,
Decidiu ir carregada
Por um dos sete garotos
Enquanto os outros
A escondiam para não ser vista
Pelo namorado
E depois fingir chegar
E pegá-lo no flagrante.
Imediatamente, Lauro
Aceitou a proposta,
Levou-a até o carro,
Contudo lá,
Ela preferiu beija-lo
E depois o amigo,
Terminou transando
Apenas com um
No banco de trás.
Encerrado o ato,
Foi as avessas atrás
Do namorado
Decidida a fazer uma revolução
Naquele local
Por ter sido traída
De maneira tão óbvia
E nítida.
Ligou para a amiga,
Pediu fotos dele
Com a outra garota,
Então, soube que ele
Havia acabado de sair.
Que foi de carro
Para algum outro lugar
E a amiga não soube
Dizer qual era,
Mas o viu passar
Enquanto transava em pé
Em frente ao muro da boate.
Tudo foi por água abaixo,
Decidiu encerrar o namoro.
Lágrimas, sorvete e chocolates
Após, reatou.
Em um momento de precisar
Trocar o chuveiro queimado.
Ligou para Natan,
E ele foi ajudar com educação,
Foi prestativo,
E ficou para dormir.
Na segunda vez,
Ela comprou passagens
De viagem para outro país,
A viagem com acompanhante
Se tornava cara,
Decidiu ir sozinha.
Carregada de malas,
O chamou para ajudá-la
No aeroporto
E vir buscá-la.
Assim, se tornou noivado.
O motivo de tê-lo deixado?
Ela alegou que foi a traição
Na boate.
Da terceira vez,
Estava dando uma volta
De carro pela rua
Apenas para percorrer o trajeto,
Ver o movimento
Das pessoas,
Para onde iam,
O que faziam,
Como se divertiam
E outra vez achou Natan
Com uma garota,
Desta vez,
Estava de carro
Bebendo cerveja
Ao lado do muro,
Comendo pipoca.
Pareciam namorados.
Ah, Zilu enlouqueceu,
Dirigiu o carro com a maior
Rapidez que pode
E bateu em cheio
Na traseira do gol vermelho dele,
Fazendo entrar pra dentro
O porta malas.
Depois desceu de seu carro,
Pegou o macaco de erguer
O carro
E quebrou todos os vidros
Do gol de Natan
Que ficou irritado
E correu para conversar,
Então, ela bateu em Natan.
Depois foi embora,
Cuspindo na direção da garota,
Muito irritada
E lhe disse adeus,
Jogou a aliança contra o rosto
Dele,
Lhe desferiu um tapa
Em cheio e partiu.
Foi para o mecânico
Concertar o próprio carro,
E mandou que a conta
Lhe fosse enviada.
Chegada a conta paga,
Ela decidiu perdoa-lo,
Sabendo que nada data
Completariam um ano juntos,
E isto é uma vida,
Ter alguém com quem estar,
Ter carinho,
Um alguém pra pensar em você.
Decidiu alugar
Um balão e fazer uma viagem
Sobre o trabalho dele,
Que não ficava distante,
E então, declarar-se,
E conforme ele agisse
O perdoaria.
Assim feito,
Subiu no balão carregada
De flores,
No chão do balão,
Nos lados,
E ainda levou um grande buquê.
Lá dos céus
Soltou as flores,
Gritou de seu amor.
Natan saiu para fora da mecânica
Todo sujo de graxa,
Com ferramentas na mão
E lhe sorriu.
Ela lhe jogou mil flores,
Depois conseguiu descer até ele
E lhe chamou para andar com ela
Um pouquinho,
Decidiu, pela primeira vez,
Incluí-lo em algo
Que estivesse fazendo
E que gostasse,
Anteriormente, pensava
Apenas nas amigas,
As parceiras de festa,
Sentia mais medo
De perde-las de que
A qualquer outra pessoa.
Ele aceitou,
Subiu na escada de madeira
E corda,
A abraçou,
Juntou as flores do chão
E jogou-as para cima.
O balão subiu,
Ela sabia dirigir balões,
Fez um curso
Com a própria empresa
Que oferecia a Virgem.
Lá nos céus,
Perto das nuvens
Se beijaram
E trocaram juras eternas,
Um gritou o nome do outro,
Disse que amava
Que sentia medo de perder,
Queriam estar juntos
Para sempre.
Se beijaram,
O beijo se tornou mais exigente,
Fazia quinze dias
Que não se viam
Desde a briga por ciúmes,
Foram tirando a roupa
Um do outro,
Se beijando com mais intensidade,
Não perceberam quando
O balão começou a queimar,
Estavam alto demais para pular,
Optaram por morrer abraçados,
Quando o balão se tornou
Plástico em fogo,
Ganhou as cordas da base
De onde tinham os pés
E eles caíram das alturas,
Nem neste momento
Soltaram as mãos um do outro.
Caíram abraçados
No solo,
O balão caiu em chamas
Logo ao lado.
Caíram em frente a mecânica,
No asfalto duro,
Estatelados,
Felizmente o fogo do balão
Foi contido,
Por quê caiu sobre alguns
Carros que estavam estacionados
Na sua frente.
Os mecânicos correram
Com extintores,
E baldes de água
Para apagar.

sábado, 21 de junho de 2025

Estuprada e Quase Morta

Arlene conseguiu trabalho,
Agora era recepcionista
Num supermercado
Próximo a sua residência.
Por conveniência,
Decidiu ir para o trabalho
Todos os dias caminhando,
Isto lhe renderia boa saúde
E economia financeira.
Nas primeiras vezes,
Muitos motoristas
Passavam por ela
Vestida em seu uniforme
Andando na rua
A caminho do trabalho
E buzinavam.
Alguns lhe ofereciam carona,
Outros eram mulheres.
Muitos gritavam a ela elogios.
Ela baixava a cabeça
Para a calçada,
Seguia segura,
Não respondia aos elogios.
Sempre que podia
Se ofuscava de ser vista,
Escondendo o rosto
Atrás do cabelo comprido
E solto
Ou os olhos atrás de óculos escuros.
Ser elogiada em público,
As vezes, é ofensivo.
Quando se trata de ocorrer
Em meio a rua
Parece desrespeitoso,
Inconveniente e assustador.
Certo dia,
Acordou e notou que chovia.
Agora, chegaria tarde
Ao trabalho,
Vestiu-se rápida,
Tomou o café,
Fez tudo que pôde
Para se aligeirar.
No entanto, o ponto
De ônibus ficava distante,
A chuva caia em torrentes,
Iria se molhar,
Perder o horário,
Em consequência
Seria demitida,
Ainda estava em época
De experiência profissional,
Precisava ser responsável,
Respeitar horários
E tudo o mais.
Chamou um táxi.
Deu a ele o endereço,
E sentou-se no banco traseiro
Do automóvel escuro,
Calma e impassível.
Não se atrasaria,
Contudo a viagem lhe custaria
Caro.
Os dias indo trabalhar
Resultaram em negativo
No que se referia
Ao que economizaria,
Pois tudo iria para pagar
O taxista.
Entretida em desculpar
A si própria
Ela não percebeu quando
O taxista desviou da rua
Em que ela iria para o trabalho
E a levou para uma praia.
Logo, que ele parou o carro,
Ela ergueu o rosto
Já sentindo impaciência,
Pois, tardou a viagem.
Notou as ondas batendo
Na areia,
Algumas pessoas surfando
Próximo a praia,
Mexeu o rosto para próximo
A janela com um susto.
- senhor, o senhor errou
O caminho.
Preciso voltar ou
Perdi meu trabalho!
Ela gritou.
E começou a bater
No vidro fechado
Da janela com o punho
Fechado.
O taxista saiu,
Abriu a porta
Que ela tentou reter,
E abaixou-se até seus joelhos.
- ou você chupa meu pênis,
Ou você perdeu seu trabalho!
Ele respondeu
Em seco,
Sem cumprimento
Ou cortesia.
- como?
Você não irá me levar
Ao trabalho?
Eu tenho o dinheiro,
Eu pago!
Ela interveio trêmula
E insegura.
- não trata-se de dinheiro,
Eu gostei de você.
Ele respondeu
Olhando em seus olhos
De maneira faiscante
E selvagem.
Sorrindo, deixando a mostra
Seus grandes dentes brancos
Com hálito cheirando a café.
- tem pessoas aqui,
Elas irão vê-lo fazer isto...
Ele apertou os joelhos dela
Com ambas as mãos
Tão forte que eles estalaram.
Ela calou-se no meio da frase.
Mandou a cabeça
Em consentimento.
Não tinha escolha.
Ele retirou o pênis ereto
Da calça jeans azul
E o cheiro fétido invadiu o ar.
Então, ele apontou com o dedo
Enquanto a outra mão
Subiu para sua cocha
E apertou ainda mais.
Ela o chupou,
Na frente de todos.
Os garotos que surfavam
Pararam sobre suas pranchas,
Viraram-se e puderam
Vê-la.
Alguns assoviaram,
Outros bateram palmas.
Ele fez um sinal
Com a mão para pararem,
Levantando o braço
E apontando com os dedos
Para o chão.
E sorriu seguro do que fazia.
Todavia,
Se apiedou dela
E a levou para o trabalho,
Ela chegou quinze minutos atrasada,
Correu para o banheiro
Lavar o rosto
E chorou.
Não foi demitida,
Voltou normalmente para o trabalho,
Sempre indo por conta própria,
Lhe pareceu mais seguro
Confiar somente em si mesma.
Dois dias depois
Ele a encontrou,
Chegou próximo a ela
Na calçada e freou o carro
Deixando marcas sobre a pista.
- sobe me chupar.
Eu te levo de novo.
Ele falou alto
Sem pudor.
Ela olhou revoltada
Para ele,
Haviam pessoas
Próximo a calçada
Em suas casas
E empresas de trabalho.
Então, ela sentiu-se segura
Para defender-se.
Bateu contra o vidro
Da janela do carro,
Desta vez, com força
Para quebrar,
Para dar prejuízo.
Gritou e cuspiu no vidro.
- maldito, desgraçado.
Estuprador!
Algumas pessoas vieram
Até a calçada
E o viram,
Ele colocou marcha no carro
E fugiu rápido.
As pessoas perguntavam
A ela o que houve,
Ela se recusou a falar.
Contudo,
Mais adiante em frente
A uma empresa de montagem
De máquinas,
Parecia haver só homens
E todos ocupados.
O taxista a reencontrou,
Desta vez, freou de volta
O carro sem falar nada,
Deixou em alerta
E saiu para fora,
Abriu a porta
E a jogou para dentro
Com força.
Depois foi para a direção
E seguiu,
Ela tentou esbofeteá-lo,
Ele lhe deu um soco
No nariz que fez sangrar.
Ela sentiu muita dor,
Ele parou próximo
Ao local,
Lhe desferiu inúmeros
Tapas contra a sua cara
Até marcar de vermelho
E fazer verter sangue:
- eu o chupo,
Por favor,
Me deixe viva,
Eu o chupo!
Ela gritou.
Ele, então, abriu o zíper
E expor o pênis para ela
Dentro do carro.
Depois de ela
Tê-lo chupado,
Ele saiu para fora,
A retirou do carro,
Lhe escoiceou,
Deu socos,
Tapas até ver ela desmaiar.
Depois a deixou inconsciente
Largada sobre a calçada,
Próximo aquele local de montagem,
O barulho feito pelas máquinas
Dentro da empresa
Era tão alto
Que impediu qualquer um
De ouvi-la,
Ela também foi impedida
De gritar,
Ele a sufocou.
E simplesmente extravasou
Sua vontade selvagem
Sobre ela.
Horas mais tarde
Ela acordou
E se socorreu no próprio
Supermercado onde trabalhava,
Chorando muito,
Sangrando
E sentindo muito medo.
Seu corpo ficou cheio
De hematomas,
O braço lhe pareceu quebrado,
Sua bolsa foi roubada,
Seus documentos estavam
Todos perdidos,
Ela ainda não sabia
O nome do taxista,
E ao ser questionada
Sobre seus traços físicos,
O pânico lhe calou a memória,
Nem mesmo o carro
Soube definir sequer a cor,
Quanto menos modelo e ano,
Ela não soube dizer
Quem era o homem
Que lhe fez tanto mal
Em tão pouco tempo.

Liberdade ou Consequência

Pegou a mala de roupas,
A necessaire de maquiagem
E levantou da cama.
Passou o olhar
Em sua imagem no espelho,
Sentindo-se cansada,
Exausta de tanto castigo
E repreensão paterna,
Tanta reclamação materna,
Estava empertigada
Com o irmão que fazia
O que nem entendesse
E a culpa recaia sobre sua responsabilidade.
Calçou o tênis baixo,
Chamou um táxi,
Não quis dizer adeus,
Decidiu não deixar vestígios,
Deu uma última olhada
No jardim,
Cheirou a flor que recostava-se
Sobre a escada de saída
E saiu.
Rumou para a estação rodoviária,
Pediu um ônibus
Comprou passagem de ida,
Escolheu a direção
Conforme decorreu a viagem,
Nunca mais retornaria,
Nem daria notícias.
Não sentiu culpa
Pela dor que causaria,
Nem sentiu vontade
De retornar
Quando seu rosto
Ganhou as manchetes
Do jornal do país.
Simplesmente,
Mudou o corte
E cor do cabelo,
Optou pela liberdade,
Distanciou-se,
A partir de agora
O irmão se responsabilizaria,
A mãe organizaria
Tudo por própria conta
E o pai nunca mais lhe exigiria.
Todos os familiares
Se desesperaram,
A todo custo
Encontraram uma fotografia
Com o rosto da filha,
Analfabetos não sabiam
O que escrever para o cartaz
De busca.
Contudo, o irmão já sabia
O bastante,
Quis ele mesmo escrever
Sobre a falta da irmã,
Juntos pegaram o carro
E percorreram, primeiro
A cidade inteira,
Da região do centro,
Aos bairros e até zonas mais distantes.
Colou-se cartaz
Por todo canto,
Buscou-se por Marcela
Em cada casa,
Dos vizinhos, aos parentes
E até conhecidos,
A partir destes dos vizinhos
Dos vizinhos
Para os conhecidos dos conhecidos.
Depois, partiram para as cidades
Próximas,
Em pouco tempo
O povo da região se mobilizou,
Chamaram a mídia televisiva,
A reportagem ganhou êxito
Chegou a rede nacional.
A polícia foi informada,
A rádio patrulha fez suas buscas.
Cinco meses depois
De tanto alvoroço,
Descobriu-se que ela
Pegou o ônibus
E chegou a uma cidade
Não muito distante,
Contudo, a partir de lá
Ninguém teve pistas.
Agora, a família de Marcela
Mudou-se de cidade,
Reside no último endereço
De onde tiveram notícias da filha.
Mas, da própria garota
Estavam distantes,
Ela jurou
“nunca retornaria”.

Um Rei Me Beijou!

Todas as tardes
A moça de cabelos escuros,
Soltos ao vento
Sentava-se com seu cão
Em frente ao porto do rio.
Todo final de tarde
Um rapaz galante
Passava de embarcação motorizada
Armar redes
E retirar a pesca
Em frente ao mesmo local.
Aline sentava-se
Com seu fiel companheiro
O cão rottweiler Wolverine,
E também com o Shitzu Bruce Wayne,
Bruce ficava no colo
E Wolverine lhe colhia
Flores do agapanto
Com o focinho
E lhe trazia para pôr nos cabelos.
Neste dia,
Ao pôr a flor sobre o cabelo
De Aline,
A embarcação motorizada falhou,
E o rapaz foi obrigado
A passar remando pelo porto.
Ele viu Aline,
Seus olhos escuros brilharam,
Seus lábios tremeram
Ele sentiu o amor lhe invadir,
Então, sem querer
Bateu com os pregos do remo
Na embarcação
Tipo caico de lata
E começou a entrar água
No caico.
Sem saber nadar,
Ele ficou desesperado,
Levantou os braços,
Gesticulou para ela
Pedindo ajuda,
E pouco a pouco
Viu seu caico afundar
Cheio de peixes,
E os peixes fugiram.
Aline olhou para Wolverine,
E sentiu amor pelo rapaz,
Quis salva-lo
Sem importar-se com mais nada.
Sem ter caico,
Ela pulou na água
Com um mergulho,
Wolverine e Bruce Wayne
Também nutriam amor
Pelo rapaz
E se atiraram na água
Logo atrás dela.
O rapaz se mexia muito,
Batia os braços sem parar,
Afundava e voltava,
Gritava atordoado,
Via seu fim de aproximar.
No entanto,
Não era seu fim,
Era Aline chegando.
Ela passou o braço
Em torno do seus ombros,
Logo abaixo do braço dele,
Wolverine pegou ele
Pelo casaco do outro lado,
E Bruce nadou a frente
Protegendo de galhos.
De repente,
Bruce viu um galho.
E latiu alto,
Avisando para não
Se enroscarem lá.
Ninguém se feriu,
O galho foi contornado.
O rapaz foi puxado
Para cima,
Onde ficava o porto,
Pois devido a distância
Ele rodou para baixo
Em decorrência da água
Que corre e nunca fica parada.
Chegando no porto,
Ele pode se agarrar.
Retirou seu boné
E embaixo havia uma coroa.
Ele era um rei!
O rei Mohamed
Que veio passar suas férias
Na região campestre.
Mohamed retirou o boné
Soltou ao lado
Do moro do porto,
Com a outra mão
Se segurou e se puxou
Para fora da água,
Então, pegou na perna
De Aline
Que estava embasbacada
Por ver um rei de tão perto
E a beijou na boca!

O Cavalo Vento

Houve um sítio distante,
Distante de tudo,
Neste campo
As terras eram aos montes,
Se embarcava nos barquinhos
Da palmeira
Para deslizar sobre aquela grama,
E ir parar lá embaixo
No vale.
Depois, torna a subir
Solta o barco no solo
E retorna para descer.
Desta forma,
A menina brincou
Por um dia inteiro
Com o primo
Que mora na cidade próxima.
Tão próxima
Que eles podem
Visitarem -se várias vezes,
Tão distante
Que a vista não alcança,
Tão longe
Que a caminhada
Não se torna segura.
Depois de brincar
Eles sentaram-se
No tronco da palmeira
Pra tirar coquinho.
O primo Ariel subiu pelo tronco
Encontrou um cacho cheio,
O puxou com uma mão
Até ele cair.
A menina Antoniessa
Sentou ao lado do cacho
E comeu muitos coquinhos,
O menino desceu
E ajudou a comer.
Depois foram se embalar
Nas folhas do coqueiro,
De um lado para o outro,
De frente para trás,
Mas, o sol estava se pondo,
E Ariel precisou ir.
Antonessa chorava
Enquanto lhe acenava o adeus.
Ariel sorriso triste
De dentro da carroça de madeira
E pneus de borracha
Dos pais.
Que acenavam de volta.
Os pais de Antoniessa
Abraçados a ela,
A mãe dela Genira era irmã
De Giniro pai de Ariel.
Ocorre que o sol
Tornou a nascer,
E Antonessa continuou
A descer pelos montes,
Porém, sozinha, desta vez.
Numa destas descidas,
O barquinho virou
E ela desceu rolando
O restante do percurso.
Depois gostou disso,
Levantando e tirando
A grama dos cachos louros,
Limpou o sorriso rosa,
E os olhos verdes
E voltou a rolar.
Contudo, estava sozinha,
Não tinha para quem contar,
Não tinha como quem brincar,
A brincadeira quase ficou triste,
Mas ela continuou.
Desceu, rolou, correu
Subida acima,
Resvalou de bunda na grama,
Sem nada embaixo,
Resvalou de barquinho.
No entanto,
Ela tentou subir na palmeira
Para colher coquinho
Mas não conseguiu,
Tentou uma vez,
Resvalou e caiu sentada,
Tentou de novo
E caiu em pé,
Mas não teve êxito.
Os dias correram
E a espera pelo primo
Foi sempre muito sentida,
Até que passados quinze dias
Ela ficou mais triste
E trocou de brincadeira.
Foi andar a cavalo,
Seguiu rumo aos montes,
Subiu monte,
Desceu monte,
E continuou cavalgando
Sem parar.
Até que o vento soprou
De imediato e sem aviso
Uma grande lufada
De encontro a ela e ao cavalo.
- Corre Vento, rumo a ventania!
Ela gritou.
Apontando o dedo
Para a frente para o cavalo
Que se chamava Vento.
Vento começou a correr,
Tornou mais ágeis
Suas patas e
Cavalgou muito,
Muito mais rápido.
A crina dele voava ao vento,
Os cabelos de Antoniessa voavam
Para trás,
E eles correram,
Então Vento de um pulo
No moro,
Voou aos céus.
Pareceu miragem,
Porém, ele ganhou as nuvens,
Passou por elas,
E nem o vento mais o alcançou,
Ele subiu tanto,
Que encontrou Deus sentado
Na nuvem mais alta,
Do ponto mais elevado do céu,
E Antonessa pôde puxar
Suas barbas.
Pois ela estava
Uma única nuvem abaixo dele,
Voando sobre seu cavalo Vento.
Então, Deus gritou alto,
Assustado feito um trovão.
E o cavalo Vento decidiu descer
De lá,
Pousando sobre o monte
Da casa de Ariel,
Lá de cima,
Eles já viam a casa dele.
Antoniessa gritou:
- vem nos alcançar Ariel, chegamos!
Ariel correu pela porta,
Antonessa o viu,
Vento cavalgou ainda mais.
Chegando lá
Ariel ajudou Antonessa
A descer do cavalo.
Depois foram cavalgar juntos
E se divertiram até tardar o dia.
Depois Antonessa subiu
Em seu cavalo Vento
E voltou para casa
Feliz por ter encontrado o amigo.
Deus a viu passar
Mas desta vez não gritou,
Nem ela puxou sua barba.
Conforme ela cavalgava
As nuvens se dissiparam
Feito pluma no ar,
Leves e calorosas.
Na curva em que o vento
Se acalmou sua lufada
O cavalo Vento nem sentiu
Diminuir ou aumentar o ritmo,
Cavalgou muito mais rápido.
Nada o alcançou.
Assim, que eles cruzaram 
Por Deus,
Uma outra nuvem se criou
E cobriu a nuvem dele,
Deixando-o bem escondidinho,
Mas, Antonessa sabe bem
Onde ele está,.
E querendo o encontra.

Querida Mamãe

Amada mamãe, Te agradeço hoje, Pelos meus primeiros dias De vida, Aqueles em que eu era Tão pequena criança, E você me abr...