Ganhou manchete
Da pequena cidade
Até a capital:
Um estuprador
Estava a solta,
Tinha preferência
Por mulheres jovens
E não tardava
Para assassina-las.
Todos os jornais
Amanheceram a segunda-feira
Do dia 02 de julho de 2026
Com a mesma notícia!
Não desejava-se espalhar pânico,
Mas, criar uma advertência
A todas as pessoas do sexo feminino:
Que andassem acompanhadas
De seus conhecidos,
Evitassem locais desconhecidos,
E tomassem o máximo
De medidas de precauções.
Fotos foram estampadas
Nos jornais sem medo
De mostrar os rostos das garotas
Vitimadas.
Moças deram seus depoimentos
Que seguiam diretriz:
“Ele me atacou na saída
Só supermercado!”
“Ele me atacou no metrô”.
“Eu iria a boate,
Ele me impediu”.
Os depoimentos foram inúmeros,
As características que conseguiram
Não definiram propriamente
Um alguém:
“ Sujeito corpulento,
Voz afeminada,
Punhos fortes,
Tem prazer em provocar dor.”
As vítimas tiveram em comum
Além de ser obrigadas a prática
De sexo não consensual,
Ganhar ferimentos profundos,
Em locais diversos do corpo:
Pernas, rosto, braços.
As garotas acordaram atônitas,
Todas buscaram amparo
De algum conhecido.
Moças lembraram de seus pais,
Algumas fugiram de maridos,
Outras odiaram namorados,
E todas optaram por andar em grupo.
A polícia passou a fazer
Passeios motorizados e a pé
Pela cidade,
Buscando o sujeito
Ou alguém similar a ele,
Queriam, a todos custo,
Buscar um suspeito.
As diretrizes embora apontassem
Para o criminoso,
Eram tímidas,
Ninguém viu
Ou recordava de algum rosto.
Dez mulheres foram encontradas
Pelos arredores da cidade
De 200 mil habitantes
Esquartejadas.
Algumas perderam braço,
E tiveram ferimentos graves
Na região do pescoço
Que as levou a morte.
Outras tiveram as pernas
Amputadas,
Junto a ferimentos
Sempre de natureza grave
Na região do tórax
Que causou suas mortes.
As línguas de todas
Foram amputadas.
Parecia que o sujeito
Sentia ódio de suas vozes.
Objetos foram encontrados
Próximos as vítimas
E em suas regiões íntimas
Como buchas de canhão,
Madeira em formato cilíndrico,
Garrafas pets
E garrafas de vidro.
Algumas foram queimadas,
Aparentava que estava
Havendo uma evolução
Em sua maneira de atacar:
Ele passou a usar garrafas
De bebida alcoólica no ato,
E nisto, ateou fogo na região
Com a própria garrafa.
No jardim,
Dentro do pátio
De uma boate requisitada
Na cidade,
Foram encontrado restos
Do que aparentava
Constituir várias garotas.
Em comum elas tinham
O fato de terem sido assassinadas,
E estupradas por uma garrafa
De vidro que continha
Pano dentro do gargalo,
E queimadas por meio do objeto
De dentro para fora,
E noutras vezes,
Uma queimadura
Que imitava orgasmos
Sobre seus corpos,
Em certas regiões
Feito ejaculação.
A polícia estava aturdida,
Os moradores se refugiaram
Dentro de suas residências.
Ninguém tinha pistas
Concretas sobre o respectivo
Criminoso.
Tal homem,
Parecia estar praticando
Seus atos há muito tempo,
Ele possuía requintes de crueldades
Em suas ações.
O rosto deformado
Por ter sido queimado
A partir de suas bocas
Impedia, muitas vezes,
De fazer reconhecimento
Da própria vítima.
Nas últimas páginas,
Algumas das garotas
Tiveram sua identidade
De falecidas violadas
Por terem suas fotos
Registradas ali
Em busca de suas identidades.
Tantos policiais passeando
Armados e preparados
Para protegerem as pessoas
Da cidade
Não foram suficientes para impedir
Que a senhora idosa da quadra dez,
Lote quinze,
Fugisse de seu apartamento
Rumo a rua da cidade
Até ser atropelada
Em frente a todos
Pelo próprio carro policial
Por ter vindo rápida demais
E parecer mais uma miragem
Que um ser humano:
Ela estava nua,
Em chamas,
Sua boca possuía
Uma garrafa de whisky
E queimava,
Também sua bunda
Que tinha uma garrafa
De cerveja.
Vestígios de fogo
Percorriam do seu ombro
Até as pernas.
Depois de atropelada,
Ela não resistiu.
Morreu no mesmo instante
Depois de coar
Sobre o para-brisa do carro,
Rodar batendo contra o carro,
E cair estirada atrás do próprio.
Em decorrência do acidente,
Um rapaz acometido
De coragem
Correu porta a dentro
Do apartamento
E pôde ver um sujeito corpulento,
Aparentemente loiro
Saindo pela janela
Do quarto da senhora idosa
De 89 anos.
Ele tinha numa das mãos
Um canivete prata,
E na outra o que aparentava
Ser uma língua humana.
O rapaz ficou em pânico,
Estagnou na entrada do apartamento
Que tinha vista reta
Para o quarto,
E a esguelha para a janela,
Depois, retornou para trás
E escondeu-se na parede
Do corredor do prédio.
O medo o impediu,
A rapidez do sujeito criminoso,
Também não o ajudaram.
Busca-se o indivíduo!