sábado, 21 de junho de 2025

O Cavalo Vento

Houve um sítio distante,
Distante de tudo,
Neste campo
As terras eram aos montes,
Se embarcava nos barquinhos
Da palmeira
Para deslizar sobre aquela grama,
E ir parar lá embaixo
No vale.
Depois, torna a subir
Solta o barco no solo
E retorna para descer.
Desta forma,
A menina brincou
Por um dia inteiro
Com o primo
Que mora na cidade próxima.
Tão próxima
Que eles podem
Visitarem -se várias vezes,
Tão distante
Que a vista não alcança,
Tão longe
Que a caminhada
Não se torna segura.
Depois de brincar
Eles sentaram-se
No tronco da palmeira
Pra tirar coquinho.
O primo Ariel subiu pelo tronco
Encontrou um cacho cheio,
O puxou com uma mão
Até ele cair.
A menina Antoniessa
Sentou ao lado do cacho
E comeu muitos coquinhos,
O menino desceu
E ajudou a comer.
Depois foram se embalar
Nas folhas do coqueiro,
De um lado para o outro,
De frente para trás,
Mas, o sol estava se pondo,
E Ariel precisou ir.
Antonessa chorava
Enquanto lhe acenava o adeus.
Ariel sorriso triste
De dentro da carroça de madeira
E pneus de borracha
Dos pais.
Que acenavam de volta.
Os pais de Antoniessa
Abraçados a ela,
A mãe dela Genira era irmã
De Giniro pai de Ariel.
Ocorre que o sol
Tornou a nascer,
E Antonessa continuou
A descer pelos montes,
Porém, sozinha, desta vez.
Numa destas descidas,
O barquinho virou
E ela desceu rolando
O restante do percurso.
Depois gostou disso,
Levantando e tirando
A grama dos cachos louros,
Limpou o sorriso rosa,
E os olhos verdes
E voltou a rolar.
Contudo, estava sozinha,
Não tinha para quem contar,
Não tinha como quem brincar,
A brincadeira quase ficou triste,
Mas ela continuou.
Desceu, rolou, correu
Subida acima,
Resvalou de bunda na grama,
Sem nada embaixo,
Resvalou de barquinho.
No entanto,
Ela tentou subir na palmeira
Para colher coquinho
Mas não conseguiu,
Tentou uma vez,
Resvalou e caiu sentada,
Tentou de novo
E caiu em pé,
Mas não teve êxito.
Os dias correram
E a espera pelo primo
Foi sempre muito sentida,
Até que passados quinze dias
Ela ficou mais triste
E trocou de brincadeira.
Foi andar a cavalo,
Seguiu rumo aos montes,
Subiu monte,
Desceu monte,
E continuou cavalgando
Sem parar.
Até que o vento soprou
De imediato e sem aviso
Uma grande lufada
De encontro a ela e ao cavalo.
- Corre Vento, rumo a ventania!
Ela gritou.
Apontando o dedo
Para a frente para o cavalo
Que se chamava Vento.
Vento começou a correr,
Tornou mais ágeis
Suas patas e
Cavalgou muito,
Muito mais rápido.
A crina dele voava ao vento,
Os cabelos de Antoniessa voavam
Para trás,
E eles correram,
Então Vento de um pulo
No moro,
Voou aos céus.
Pareceu miragem,
Porém, ele ganhou as nuvens,
Passou por elas,
E nem o vento mais o alcançou,
Ele subiu tanto,
Que encontrou Deus sentado
Na nuvem mais alta,
Do ponto mais elevado do céu,
E Antonessa pôde puxar
Suas barbas.
Pois ela estava
Uma única nuvem abaixo dele,
Voando sobre seu cavalo Vento.
Então, Deus gritou alto,
Assustado feito um trovão.
E o cavalo Vento decidiu descer
De lá,
Pousando sobre o monte
Da casa de Ariel,
Lá de cima,
Eles já viam a casa dele.
Antoniessa gritou:
- vem nos alcançar Ariel, chegamos!
Ariel correu pela porta,
Antonessa o viu,
Vento cavalgou ainda mais.
Chegando lá
Ariel ajudou Antonessa
A descer do cavalo.
Depois foram cavalgar juntos
E se divertiram até tardar o dia.
Depois Antonessa subiu
Em seu cavalo Vento
E voltou para casa
Feliz por ter encontrado o amigo.
Deus a viu passar
Mas desta vez não gritou,
Nem ela puxou sua barba.
Conforme ela cavalgava
As nuvens se dissiparam
Feito pluma no ar,
Leves e calorosas.
Na curva em que o vento
Se acalmou sua lufada
O cavalo Vento nem sentiu
Diminuir ou aumentar o ritmo,
Cavalgou muito mais rápido.
Nada o alcançou.
Assim, que eles cruzaram 
Por Deus,
Uma outra nuvem se criou
E cobriu a nuvem dele,
Deixando-o bem escondidinho,
Mas, Antonessa sabe bem
Onde ele está,.
E querendo o encontra.

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