Que abraço – que um dia retornaria,
Algum dia,
Bem entendido,
Não encontrou quem buscava,
Saiu contando os passos,
Olhar adiante e sozinha,
No entanto,
Almas perdidas um dia se encontram,
Assim era com o tudo, também com o amor,
Resmungava algo baixo,
Guardou a jura de amor para si mesma,
Agora, já não tinha para quem falar,
Também dizem que amores não se repetem,
Então, quem sabe nunca a diria a ninguém,
Esse encontro marcou por alguns dias,
Com o tempo pareceu se apagar um pouco,
Mas, sem motivo algum retornou a memória,
E agora, se recusa a ir embora,
Não acreditou que o tivesse visto,
Andou por todas as ruas,
Não o procurou em parte alguma,
Mas as memórias voltaram sem motivo,
Quem, sabe da forma como vieram partiriam,
Deus queira: logo o seja esquecido,
Afinal de contas,
Amores vem e vão como chuva no inverno,
As vezes não servem nem para molhar a terra,
Apenas trazem o frio e mais nada,
O abraço que cercou por trás e por frente,
Não restou, não se faz mais presente,
Mas ainda podia sentir sua mão,
Era como se ainda fosse abraçada por ele,
Talvez não com a mesma paixão,
Mas, nem com tão pouca intensidade,
É tão perfeito que é difícil esquecer,
Mas tão distante que é impossível atingir,
Para onde escapar deste sentir?
Foge-se da lembrança como o faz com a presença?
Não o busca; já sabe que não estás...
Cai a alvorada, o orvalho, a chuva...
Ventos que sopram e vão para longe,
Todos parecem retornar, menos ele,
Aquele que um dia a abraçou não retorna,
Mesmo que a memória guie e sustente,
Mesmo que até o cheiro se faça presente,
Aquele que um dia a abraçou não volta,
Se terminasse de lembra-lo,
Será que facilitaria para senti-lo?
Talvez algum dia ainda poderia estar com ele,
Talvez num dia tão distante,
Neste abrigo fez seu refúgio,
Não faria deste abraço sua morte,
Não... não o buscaria,
Que tudo fique como está...
As horas passam sem saber porquê,
Também, assim a vida segue.