sábado, 2 de setembro de 2017

Travessia do Rio Jordão

Sucedeu que vendo o povo batalhar pela vida,
Com suas lágrimas a regar a terra árida,
Deus auxiliou na travessia do rio Jordão,
Como um sopro de esperança,
A lhes tocar o coração,
E recordar a promessa de aliança,

Em que o povo viveria em amor,
E teria Deus como protetor,
Por isso escolheu doze homens daquela raça humana,
Que, quando colocaram os pés na água,
Viram a correnteza ser represada e formar uma muralha,

O número condizente com o tamanho de um coração adulto,
Fez terra seca nas águas que desciam para o Mar Salgado,
Mar, cujas águas são tão salgadas quanto lágrimas,
E por isso sofre de escassez de vida.

Então, para guardar na escritura sagrada
E na lembrança de todas as pessoas,
Que o coração é como uma estrela
A iluminar nossos passos pela terra,

Doze pedras foram postas pelos sacerdotes,
No meio do rio, onde ficaram parados,
E lá permanecem até hoje,
Para recordar que o poder de Deus é sagrado,

Ao terminarem a travessia, a água voltou para o seu lugar,
Porém ali, a cidade era protegida por muros,
E as pessoas condenaram o povo ao pó do deserto,
Negando-lhes o direito à vida,

Então, com facas de pedra e espadas empunhadas,
Ao som da trombeta e do grito pela vida,
O exército do Senhor marchou ao redor da muralha,
E com a ajuda de um espião
Em sete dias condenou a muralha ao chão,

Extinguindo toda a vida humana do lugar,
E por fim, queimaram a cidade inteira,
Salvando apenas a prata, o bronze e o ouro,
Para construir um tesouro ao Senhor,
Por valorizarem a força do seu amor.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Batalha Pelo Direito à Vida

Doze era o número de líderes dos exércitos,
Que lutavam bravamente contra a escravidão,
Mas se alimentavam do pó do deserto,
Por não saberem ousar e nem usar o coração,

Com suas almas em chamas,
E os olhos cegos por nuvens densas,
Suas lágrimas regavam a terra,
Com a mesma frequência em que suas vidas
Se esvaia de suas veias,
Com a escritura sagrada lapidada em suas almas,

O povo rugiu feito um leão
E da rocha do deserto construiu lanças
Em busca da libertação,
Frenteando a batalha que ganhava no fio da espada,

O direito pela construção de cidades fortificadas,
Em que pudessem se proteger da própria raça humana,
Construindo colunas sagradas,
Com objetivos maiores do que o domínio,
Assim ergueram os pilares das três cidades refúgio,

Com o céu e a terra como testemunhas,
Da guerra que buscava a vida,
E visava o direito de ser um ser humano honrado,
Então, acreditaram no Deus Salvador,

E derrotaram o Deus sustentado a ouro
Que vivia à custa da alma e sangue humano,
Levantaram os olhos para o firmamento e encontraram Deus como escudo,
E ao procurar alicerce no solo, descobriram apoio no amor,

Assim venceram as flechas inimigas,
E deixaram as ofertas derramadas
Em lembranças afastadas de suas vidas,
Ocorre que no confronto com os adversários,
A batalha não chegou ao final,

Pois ao vê-los preparados para o conflito,
O outro líder decidiu declará-los por mortos,
Como se tivessem sido engolidos pela terra,
E consentiu que vivessem em paz nos seus povoamentos.

Sangue e Rosas

Mais numerosos que as estrelas do céu,
Porém, tão distantes da voz de Deus,
Desalentados do sopro da vida,
Eram tão vãos quanto os grãos de areia,

Vazios em suas ações,
Não alcançavam a paz em seus corações,
Escravizados pela ignorância,
Acorrentados em suas lágrimas,

Soldados cegos em batalha,
Jorrando sangue pela prata,
Para alimentar o senhor da guerra,
Com suas almas ardendo em chamas,
E a fome batendo a porta,

Com o céu e a terra como testemunhas
Da vida que se esvaia no fio da espada,
Desviados da palavra de Deus,
Soldados errantes em busca do amor que se perdeu,

Forjando no pó do inferno
Um Deus terrífico,
Que educa seus filhos através do medo,
Escravos do pecado, soldados desarmados,

Cadê seus braços fortes,
Agora que marcham de encontro à morte?
Cadê suas vidas
Agora que seu sangue cai em terra feito água?

Seu céu é de bronze,
E seu chão é de ferro,
Face a face com a morte,
Suas vidas são iguais ao pó do solo desértico,

Tateando feito cegos na escuridão,
Presos à segurança que não traz proteção,
Fechou os olhos para rezar,
Aquele que nunca se atreveu a amar,

E a lua lhe pintava a face em tons de osso e prata,
Corpos errantes em direção às sombras,
Mortos em seus tronos de pedra,
De costas para o exército de sepulcros,
Olhos cegos, vigilantes na escuridão eterna,
Com uma espada de ferro a enfeitar o colo,

Enquanto espíritos vingativos vigiavam as criptas,
Com suas tumbas vazias e por selar,
Buracos escuros e vazios a espera dos seus mortos,
Diante do cheiro de sangue e rosas,
Ele chorava porque sua espada havia falhado.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Para Todo o Sempre

Um anjo de Deus,
Cruzou meus olhos nos seus,
Para que o mundo pudesse testemunhar,
Um amor que vai além das promessas,

Que une o sagrado das estrelas,
Com a vida que irradia em seu olhar,
Tendo o céu e a terra como testemunhas,
De um amor que transborda
Para além das palavras,

E alcança minha fala,
Quando digo que eu te amo,
E alimenta meu corpo
Quando te protejo em meus braços,

Preenche meu silêncio,
Traz vida ao meu coração,
Um sorriso aos meus lábios,
Por cada segundo de sua atenção,

Porque amor, eu te amo,
E escolhi a vida, apenas para te manter protegida,
Guardar a inocência refulgente em seu olhar,
Provar a pureza capaz de salvar,
O néctar que reaviva a alma,

Por isso, ergo minhas mãos para o céu e declaro:
Com todo o amor que há em meu peito,
Que mesmo que mil flechas cortem meu sangue,
Eu te amarei muito além do "para todo o sempre",

Porque em você encontrei um coração puro,
Um olhar bondoso e sonhador,
E uma alma cheia do amor divino,
A espera do meu amor.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Coração Íntegro

Aconteceu que apesar de sagrada,
Nem toda história está escrita nas estrelas,
E tendo Deus recusado a mostrar sua face,
Moisés passou a cultuar imagens de bronze,

Costurando vestes como símbolo de honra e dignidade,
Cultuando um Deus Corrompido, adorado através de sangue e carne,
E o número doze que representava o coração humano,
Foi resumido a doze pedras preciosas identificadas por um selo,

Onde foi gravado cada um dos nomes dos representantes de suas doze tribos,
E o milagre Divino foi diminuído ao valor do ouro,
A custa do sofrimento vertente no suor humano,
O amor foi tão proibido à raça humana
A ponto de um santuário ser erguido sobre a terra

Para representar um distanciamento 
Entre as pessoas e o Deus Salvador,
A prata que comprava o perdão,
Era a mesma que dilacerava o coração,

Ao entregar o coração como sentença,
O povo ofertou suas vidas a um falso profeta,
Que se perdeu na fala do diabo
E conduziu a raça humana para o inferno,

Um ditador que via no olhar do menino
A possibilidade de construir um exército,
E no exército a probabilidade de domínio,
E o amor, foi condenado ao impuro,
Pela voz e força de um ditador profano,

E o povo que viu o inimigo cair á espada,
Feliz pelo Divino ter quebrado suas algemas,
Agora se via exposto à terra desértica,
Que feito à lâmina de uma lança os ameaçava devorar,
Sedenta por vida em semelhança daquelas pessoas,

E a fartura Divina outrora prometida,
Diante do olhar da serpente valiosa,
Consumia a alma da raça humana e engolia suas vidas,
Apesar de doze bandeiras ostentarem os emblemas de cada família,
Não se podia considerar que era o sopro da vida que alimentava suas narinas,

O nome do Deus foi profanado pelo custo do ouro,
E da carne e sangue humano,
A ganância satisfeita por lágrimas humanas,
As palavras sagradas desvirtuadas por mentiras,

O fogo maléfico usado para conter o pranto da raça humana,
Era o mesmo que as diminuía ao estado de mercadoria,
Forjadas como flechas no fogo da batalha,
Mas ao retornarem á travessia do Mar Vermelho,
Nenhum Deus abriu suas águas,
Por lhes faltar um coração íntegro.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Renascer Para a Vida

No calor do abraço apaixonado,
Senti o amor tomar posto,
E se manifestar no som da respiração,
Em cada batida do coração,

Um olhar apaixonado depois,
E o universo parou para nós dois,
Então, com um beijo delicado
Ele afastou meu capuz,
Em uma delícia que não se traduz,
Apenas para que seu desejo ávido,

Pudesse penetrar meus lábios,
De um jeito intenso e sublime,
Daqueles que incendeia a pele,
E encontra a alma,
Um passo adiante das estrelas,

Um caminho sôfrego, em ladrilhos metálicos,
Em que as carícias percorrem todo o corpo,
Como se quisessem memorizar o percurso,
Que nos guia ao paraíso,

Penetrar os segredos mais íntimos,
Até nos ver imersos em intenso enlevo,
Entre beijos, afagos e sorrisos,
Através de sussurros, gemidos e desejo,

Até transbordar o contento,
E saciar mesmo a sede mais árida,
Como um milagre que faz a flor nascer no deserto,
No deleite do amor, que faz renascer para a vida.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Vida

Com que autoridade você invade meu cérebro?
E tenta programar sistematicamente meu psicológico,
Controlar através de impulsos meu corpo?
Minha cabeça lateja feito sinos do inferno,

Tentando proteger meu decreto perpétuo,
De separar o santo do profano, o puro do impuro,
Sou um ser humano honesto,
Mereço um mínimo de respeito,

Não sou um soldado,
Me recuso a ser manipulado,
Em tempos de tirania e injustiça,
Quando até a lei trabalha contra o povo,
O cavalheiro da justiça assume seu lugar na história,
E qual é a diferença entre o homem comum e o cavalheiro?

É que o cavalheiro sopesa no coração os seus pecados,
Porque entre o xerife e o religioso,
Não há como precisar qual é o mais profano,
Ao coração de um ser humano honesto,
Que busca seu sustento pelo suor do próprio rosto,

Mas o injusto, ao conhecê-lo pelo nome,
Busca a todo custo macular sua imagem,
Endeusando a si próprio em ouro,
As custas do sangue e lágrimas do povo,

Condenando-o a miséria e desesperança,
Para que vejam como abrigo, os braços do inimigo,
Me recuso a ser um joguete em minha própria vida,
E lutarei por ela com punhos metálicos,
E flechas de fogo,

Me recuso ao beijo do traidor,
Me nego a percorrer a vida sem amor,
Assim me encaminhei para a batalha,
E me juntei ao exército de seres humanos,
Não posso dizer que tive escolha,
Apenas me recusei a ser programado,

Ao final da guerra, com o coração a derramar
Lágrimas sangrentas no olhar,
Me ajoelhei com o joelho direito,
E olhei triste, dentro daqueles olhos corajosos,

Seu filho me pediu para devolver,
Disse ao pai, ao lhe entregar a espada,
Mas sem a espada, como ele poderá combater?
Apenas abaixei a cabeça, sem resposta,

Sem o abraço fraterno ele seguiu na minha frente,
Liderando o caminho para o azul celeste...
Mas com sua espada alcançamos a vitória,
E hoje podemos acreditar em sonhos,
E sentir o amor preencher nossas vidas,
Interrompi a fala do pai, em prantos.

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