quinta-feira, 24 de julho de 2025

No Pré Escolar

Lá na escola
Havia um amiguinho,
Ele era mais velho,
Não sei bem certo matematicamente,
Ele tinha quinze anos,
Eu tenho 1, 2, 3, 4.
4 anos completos
Mês passado.
Foi meu pai quem me ensinou
A contar usando os dedinhos,
Já estou no número quatro,
Mais um e são cinco,
Então, eu passo para a outra mão.
Minha mãe diz
Que eu já posso contar
De cabeça
Sem precisar falar o número
Alto, nem usar os dedos,
Mas, eu acho assim
Mais fácil.
A professora não reclama,
Ela possui 22 anos,
São mais anos que eu
Possa contar,
Eu estou no pré-escolar.
O amiguinho de chama Fernando,
Ele limpa o pátio,
Usa uma foice
E corta os galhos altos,
Com uma inchada
Arranca o mato pequeno.
Eu tinha medo de ir
Até lá,
Então, ele limpou
E me levou sozinha.
Ele subiu no pé
De goiaba e me tirou
Várias goiabas enormes,
Eu não conhecia a fruta,
Aí ele mordeu com sua boca
E pôs dentro da minha.
Depois me levou
Para fazer xixi
Atrás do pé de banana,
Havia bananas maduras
No cacho,
Ele tirou minha roupa,
Eu senti medo,
Disse que não tinha vontade,
Mas, ele disse que me ajudava,
Mexeu na minha vagina.
Depois tirou bananas
Para eu,
Eu senti dor depois
De ele ter mexido em mim,
Aí ele passou a mão
No meu corpo,
Depois me fez voltar nua
Para a aula com a roupa
Na mão
E me mandou contar
Que fiz cocô.
Mas, eu não havia feito.
Eu falei o que ele mandou,
Ela veio até eu e
Me vestiu,
Olhou para ele de maneira
Estranha,
Ele estava colhendo salada
Na horta para o lanche
Da aula.
Depois, ele limpou a salada,
Então, voltou a tirar frutas,
Dois dias depois disso,
Ele quebrou o abacate ao meio
E colocou ele dentro
Da minha vagina,
Nisto, ele disse que
Eu precisava de carinhos,
Tirou a roupa dele
E me pôs sentada em seu colo
Esfregou o pênis dele
No meu corpo nu,
E depois me fez sentar
Com o bumbum nele.
Doeu e ele disfarçou
Meus gritos sorrindo alto,
Depois me falou que
Uma cobra me pegou
No bumbum
E agora ele iria doer muito,
Por muitos dias,
Mas ele tinha remédio.
Todos os dias
Eu fui buscar o remédio,
Senti frio quando
Precisei tirar a roupa,
Dor quando o remédio
Era difícil de entrar em mim,
As vezes, o remédio
Estava na boca dele,
As vezes nos dedos,
E as vezes no pênis,
Ele escolhia onde pôr
O remédio em mim,
E só ele sabia onde estava,
Por isso eu não poderia
Contar para ninguém
Sobre as minhas dores,
Caso eu contasse
Eu poderia morrer,
Só ele tinha o remédio.
Mas, a professora
Estranhou minhas mudanças
De humor e meus choros,
Me seguiu um dia,
E me encontrou sentada
No pênis dele.
Ele tirou uma guanxuma
Do lado de onde estávamos
E bateu nele com ela,
Me tomou dos braços dele,
E correu comigo no colo
Chorando.
Ela sentiu minha dor
E disse que iria encontrar
Remédio para a mordida
Da cobra,
Jurou que eu iria sarar,
E me ensinou a escrever direitinho
Para que eu pudesse contar
A mamãe e papai
Amanhã no dia dos pais na escola
Através desta carta
Que eles irão ler juntos
E decidir um remédio
Para o garoto que fez isto
Em meu corpo,
Porquê a professora jura
Que eu sou sã,
Ele é que é doente.
Ele é sempre cheio
De amiguinhos no seu redor,
Agora cada colega
Está escrevendo sua carta,
Marcelo ficou cego,
Não pode escrever,
Mas ele fala as palavras
E a professora coloca
Na carta,
Os outros todos se esforçam
E sanam poucas dúvidas
Que a professora sempre responde
E ajuda.
Amanhã será um dia diferente
Para nós
E para aquele garoto,
Eu já acredito
Que nunca fui tocada
Por uma cobra
Porquê não vi nenhuma,
Era ele mentindo,
Com isso ele tocou
No meu corpo todo
De todas as formas que pode.
Ele mentiu.
Agora eu odeio mentiras.
Marcos, tem cinco anos,
Ele me disse que não é
Picada de cobra
Lá no banheiro 
Quando nós fizemos sexo,
É assim que se chama 
E ele sabe.
Agora ele quer
Que eu faça sexo
Só com ele,
Ele disse que é ele
Que me ama
E não o garoto 
Que limpa a escola.
Nós fizemos sexo 
Para se divertir no recreio,
É uma brincadeira 
Muito boa,
É igual pique e esconde,
Só que muito melhor.
Eu não sei,
Eu senti dor,
Não sei se gosto,
Mas, ele me espera
Dentro do banheiro,
E aí me abraça.
Ele agora quer me levar
Pra casa,
E brincar comigo
Também lá.
Preciso pedir pra mamãe 
E papai para levá-lo.
Ele quer dormir comigo
E ficar mais tempo brincando,
Eu digo a ele: " dói".
Ele diz " já sara".

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