Amor – sussurrei num sonido rouco,
Ainda torpe pelo sono e um sonho bom,
Sim, você estava aqui comigo,
Em meus braços, acho até que o beijava,
Passo a língua nos lábios quero sorver o gosto,
De alguma forma manter seu sabor na boca,
A verdade é que queria consumi-lo,
De alguma forma trazer você para dentro,
Arraigado a minha alma,
Disposto a viver este sonho de amor ao meu lado,
Não busco olhar para o lado – sinto medo,
O medo de perdê-lo me fere de novo,
Sei que se me virar posso não encontra-lo,
Então, o que poderia fazer depois de tudo que vivemos?
Sem perceber ao certo o que faço,
Reúno minhas mãos em oração,
E o pedido que sai dos meus lábios,
Ressoa o seu nome do fundo do coração,
Sim, você está em mim muito mais do que sabe,
Muito menos do que eu gostaria que estivesse,
Não ouso separar minhas mãos, não agora,
Ai de mim te buscar sem encontrar-te,
Quedaria em ruína nesta mesma hora,
Talvez, até mesmo preferisse o sono dos justos,
Daqueles que de tanto amor foram embora,
Não porque fosse pouco o que tinham,
Simplesmente, porque o dono dos seus sonhos
Não os sentem da mesma forma,
Sim, o amo, digo a Deus antes de mais nada,
Sussurro o seu nome feito um mantra,
O amo como nunca imaginei amar,
Dessa vez, estava me referindo a terra,
Baixo o meu olhar quase a fechá-los,
Fugi dos céus ou sei lá,
Poderia dizer que falava com o vento ou outra coisa,
Uma lágrima percorre meu rosto rumo a boca,
Molha-a enquanto contorna os meus lábios,
Será que nunca poderei sentir seu gosto?
Não ouso perguntar em voz alta,
Mas levanto os olhos em direção aos céus,
Não ouço resposta,
Por Deus, meu coração me indaga:
Será que algum dia ele receberá minha mensagem?
- Deus eu o amo para todo o sempre. Amém;
Encerro a oração e respondo-me.