quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Terra Seca de verão

Mamãe de Pitel
Estava limpando a terra
Retirando todos os matos
Para deixar a terra limpa
E plantar novas plantas.

A mamãe usava a enxada
No chão duro,
E a terra seca voava para o alto,
Pulando para todo lado,
Pitel aproveitou
E nadou naquela terra solta,
Mexendo os pesinhos
E batendo as asinhas no chão.

A terra seca voava forte
E feria a pele,
Então Pitel falou
- que terra brava!

Todos se jogaram no chão
De tanto rir,
A terra brava brigava com Pitel.

Agora a terra está limpa
E juntos papai, mamãe e Pitel
Plantaram uma muda de Cáqui.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Sua Garota

Que alegria receber sua mensagem,
Ver que você se preocupa,
Ouvir sua voz,
Poder sonhar com você!
Eu fecho meus olhos
Para te lembrar,
E lembrar é bom.

Eu amo quando você me liga,
Me dá um frio na barriga,
Muitos sorrisos,
E medo de me machucar.

Você fala e me causa arrepios,
Minha pele responde a sua fala,
Meus inimigos caem aos seus pés,
E eu lhe sou tapete,
Por quê você é rei!

Esplendoroso,
Magnífico em cada sorriso,
E a voz é encorpada
Feito uva gostosa.
Eu sorrio ao ouvi-lo,
Estes instantes de euforia são bons,
Meu coração fica caloroso,
Eu me sinto envergonhada,
É como se os sentimentos voltassem,
E eu pudesse me sentir viva.

As vezes,
Até acredito que
Se eu chorasse
Eu teria quem me consolar.
Eu me escondo no cobertor,
Meu rosto fica vermelho,
E eu treino a voz
Para sair legal para você.

Sou sempre tão sozinha
E meus dias são difíceis,
Imagina-lo perto é legal,
Mas chorei depois de te ver,
Parece que fiquei humana.

Espero você ligar,
Espero você estar perto.
Beijo,
Da sempre sua garota.

domingo, 5 de janeiro de 2025

Um Rapaz Forte

Camelia ficou a imaginar
O que pensariam as garotas,
Amigas antigas,
Se a vissem de braços dados
Com um homem alto, forte,
Moreno e másculo como ele.

Este pensamento a acometeu
De imediato,
Em pouco tempo de diálogo,
Nenhum beijo ou envolvimento.

O que diriam ao vê-la
Tão pequena e desamparada,
Em contraste com o altivo
E vigoroso homem
Que agora,
Parado a sua frente
Parecia inspeciona-la,
De tão atento que a via.

Ele parecia ser o homem ideal
Para se ver tomada nos braços,
Protegida e capaz de livra-la
De todo perigo que pudesse existir,
Isto parecia vir escrito
No olhar dele,
E na forma do seu sorrir.

Talvez, ele fosse tão forte
Que seus braços poderiam
Carrega-la para sempre,
E seu sorriso de tão feliz
Nunca mais se apagasse.

Parecia que o olhar dele,
Sereno e atento,
Continha a capacidade
De identificar o perigo
Mesmo o mais distante,
E então protege-la de tudo.

Sem titubear,
Sem ter dúvidas sobre o que fazer,
Sem vacilar
Em seus quereres,
Depois disto,
Ela ergueu seu olhar
Até o profundo dos seus olhos
E acreditou que ele
Poderia estar traçando
Um futuro para eles
Em seu interior,
E que isto,
Seria o mais perfeito.

Ex-Noivo

Correu o tempo,
Correu riso solto,
Correu mão sobre o corpo,
Correu beijo nos lábios,
Correu o dia em seu quarto.

Acordou,
Olhou nos olhos do garoto,
Um lindo jovem,
O perfeito cavalheiro,
Ele a emprestou o cartão,
Emprestou seu nome e dinheiro.

O tempo passa
Ela permanece,
Um dia, decide dar fim.
Foi noiva a pouco tempo,
Simplesmente, o ex sumiu,
Saiu um dia de sua casa,
Dizendo voltar
Com a data de casamento marcada
E desapareceu.

Ela fez buscas de toda forma,
Falou com todos que podia,
Encontrou não muito
Distante do jardim de casa,
Uma pulseira masculina
E um relógio,
Havia uma declaração escrita
Em ambos,
Assinada por ela.

Os presentes.
Os presentes que deu
Em demonstração de amor,
Abandonados?
Isto não foi compreensivo,
Nem rastros, pistas ou notícias
Ele sumiu ao acaso.

Sem conseguir esquecer,
Ela parava o que fazia,
Sem importarem-se
E chorava,
Beijava o outro rapaz,
E quando se identificava
O buscava.

Estava incapaz de esquecer,
Algo no seu coração
Lhe dizia
Que o buscasse,
Mas algo mais profundo
A preparava para o pior,
Seu corpo e prazer
Lhe denunciavam
Ele nunca poderia voltar.

Mas, nem ela parar de buscar.
- Oi, Marcos.
Eu vou embora hoje.
Ele parou em frente a mesa da cozinha,
Corpo nu e sorriso gelado.
- por quê?
O que houve?
Indagou sério.

- eu não sei.
Apenas preciso ir.
Ela disse traçando uma linha
Com o dedo sobre a mesa limpa.
- ir por quê?
Ele colocou as mãos na cintura morena,
Seu corpo definido se contraiu.

- eu fui noiva
Faz pouco tempo.
Preciso ficar sozinha...
Ela o olhou nos olhos
-... Um pouco.
Ele desviou o olhar.

-sabe a quanto tempo
Eu a amo?
O quanto espero por você
E a busco?
O tom dele
Sou emotivo
E ameaçador,
Parecia cortante e dilacerado.
-ora, se você me ama.

Deve saber que eu amei outro.
Ele contraiu a boca.
- aquele que foi embora?
Não lhe deu notícias
Ou aliança?
Ela levantou irritada
E ameaçadora
- não é verdade!

Ela disse enquanto empurrava
A cadeira com as nádegas.
- qual a verdade?
Que eu te amo até arder?
Que sempre busquei e esperei por você?
Me dê uma esperança,
Não diga que preferiria outro,
Eu sou capaz de qualquer coisa por você,
Não seja louca.

Eu queimo em chamas por você,
Te amo do pó até o abraço que te entrego.
Ele aproximou-se de leve,
Passo a passo e seguro.
Parecia que o cheiro de seu ex
Estava nele,
Embutido em seu corpo.

- ele não irá voltar,
Esteja certa,
Outro alguém não poderá te amar.
E pegou ela pelos ombros,
Colocou-a totalmente em pé,
Levou as mãos até sua coluna e a trouxe
Revistando em seu peito.

Nitidamente a imagem da pulseira
E o relógio lhe vieram a mente,
Ser amada do pó e chamas?
De repente, tudo ficou muito claro
Seu ex noivo nunca viria,
Estava morto.

Doméstica

Chegou o sábado,
Dia de encerrar a limpeza,
Juntou um lençol sujo,
Soltou no chão da casa limpa,
Colocou lá toda a roupa,
E por fim, o garoto.

Fez um nó bem fechado,
Juntou a trouxa em frente a barriga
E levou.
Em tempo de seca,
Verão intenso faz a água secar,
E até mesmo o leito do rio
Fugir para dentro do fluxo intenso,
Resta um remanso
E lajes expostas
Onde anteriormente jorrava água.

Ela solta a trouxa de roupa
Na sombra do sarandi florido,
Pega uma tábua e organiza entre as pedras,
Na beira da água,
Separa algumas pedras
E faz uma espécie de piscina
Com água retida,
E nenhuma fundura.

Ali ela coloca o bebê,
Na tábua ao lado
Lava a roupa,
Joga sobre o sarandi e seca,
Nada para lavar o corpo,
Aproveita o leito baixo de água
E lava o bebê.

Na pequena piscina do garoto
Ele balança os pés,
E mãos na água,
Pequenos peixes vem até ele,
Ele sorri e parece naturalmente
Pertencer aquele lugar.

A mãe pega o menino,
E o leva nadar,
Segurando o garoto sobre a água,
E o conduzindo para tirá-lo do lugar.

Abraça-o com amor e carinho,
Ele parece engatinhar sobre a água,
Mexe todo o corpinho,
Solta-se abrindo e fechando os dedinhos e bracinhos e perninhas.

Ela sai da água com ele no colo,
Refaz a trouxa de roupa,
Agora com roupa limpa e seca,
Algumas peças importantes,
Ela joga sobre a pedra grande,
Com outra por cima,
A roupa sai engomadinha,
Sem nenhum amassadinho,
Refaz, por fim, a trouxa,
Junta o sabão e a tábua
E o guarda ali próximo
Na árvore grande do leito,
E retorna para sua casa.

O bebê adormece,
A barriguinha ronca esfomeada,
Ela colhe pitangas e bananas
E lhe dá comida
Parada em baixo da sombra
Da bananeira.

Chega em casa,
Guarda as roupas,
Deixa a criança sobre a cama,
Colhe gravetos e lenha,
E faz o fogo,
Espera o esposo
Com a comida encaminhada.

Ele chega,
Tira a camiseta branca colada,
Deixa o peito nu,
Enlaça ela com a camiseta suada
E a trás para si,
Colada ao seu cheiro,
Beijam-se
E fecham a porta.

Recostam-se na porta fechada,
Amam-se em gemidos roucos,
A calça preta sai sem esforço,
O vestido dela é levantado
E expõe o corpo malhado
De natação no rio,
E esforço doméstico.

- você é a mais perfeita!
Ela ri,
Jogando o cabelo para trás,
Levantando o rosto para ele.
- você é o rei mais esplendoroso!
Enlaça seu pescoço,
E se joga nos seus braços.

O bebê chora na cama,
Ele a carrega até o quarto,
A solta ao lado do filho,
Beija o rosto da criança,
Que sorri malvadinho,
Então, se segura através dos antebraços
E beija o rosto da esposa,
Beija a criança e beija a esposa,
Até seus rostos ficarem vermelhos,
O bebê adormece,
É colocado de lado,
E ele abraça a esposa apertando
Forte seu corpo
Contra o dele.

sábado, 4 de janeiro de 2025

A Minha Garota

O relógio conta os minutos,
Como passa a minha vida,
Contando as horas,
Removendo meus dias.

Eu a vejo sofrer na cama,
Está adoentada,
Me coloco de joelhos,
Junto as mãos em oração
Escorado na minha cama,
Marco o lençol,
Molho o cobertor
De lágrimas e dor.

Não me adianta mais,
O chorar,
O pedir por ela,
Nem mesmo amar,
Fingir ódio
Ou me esconder em desamor,
Há sempre um alguém
A ser mais forte,
E fazer de outro o mais fraco,
Me fere de morte ver ela se esvair.

Eu me apego as imagens,
Ne agarro as lembranças,
Não basta isto,
O ignorar e o fingir,
O sistema não quer me ver feliz,
Jogou toda a lucidez pro alto,
E seu carro contra o acostamento,
Até o poste ali ao lado,
Deixou-a imobilizada
Emudecida em estado de silêncio
E eu de morte,
Ambos sobre a cama.

Ela a tentar receber saúde,
Eu a rezar feito um louco,
Preciso remover ela deste estado,
Tentar buscar no passado,
Motivos para que sobreviva,
Ideias que o façam
Mantê-la viva
E segura.

O que se deseja
Além de ver a pessoa que se ama
Viva?
Tê-la ao seu lado,
De quê me vale o para sempre sua
E eu a buscar todo dia
No cemitério,
Morte viva,
Alma doentia,
As palavras ferem a alma,
Os atos mutilam a mente,
Admito meu medo,
De joelhos cicatrizados,
Mãos marcadas por estarem unidas,
Eu não tenho mais que eu
Por eu próprio,
Cero os olhos,
Comprimo os lábios
Para pedir em silêncio
Tenho medo que outro ouça
Exceto Allah,
Mãos em cicatrizes,
Eu errei por está que amou,
Ela está em morte,
Deitada imóvel a buscar saúde,
Ferida,
Será que me ouve?

Por quê será que minha cabeça
Não entende?
Por quê meu cérebro
Evita entender,
O sistema é numeroso,
Estratégico e quer me ver destruído,
Será que penso que evitar contar
Me impede de ser mutilado?
Por quê eu finjo que não vejo,
Que não sinto,
Que sobrevivo?

Cheguei num ponto
De admitir que isto existe,
Me faz de alvo
E não hesita em fazer.

Parece agora que ela se move,
Será que posso ter esperança,
Ou é apenas uma imagem,
Um desejo muito forte,
Um meio de me manter aqui preso,
Acreditando que posso
Alcançar um meio
De tira-la daí,
De busca-la esteja onde for,
De mantê-la comigo.

Eu não tenho quem pensar em mim,
Todos a minha volta
Tem coisas importantes 
Em que se preocupar,
Eu estou perdido,
Doente e de joelhos.

Este sistema não se importa
Em publicar o ódio que sentem,
Em espalhar discórdia,
Eu não me sinto bem,
Colocaram meu irmã para longe,
Eles precisam viver,
Estou preso a remédios 
E a maldita esperança,
A está que amo,
Que está presa a cama,
Os remédios não lhe adiantam,
E a eu que passo as orações 
E corro os remédios?

Minha memória
Está se perdendo,
Eu não posso explicar
Mais nada,
Conto as orações,
Passo os remédios,
Falo algo,
Repito palavrões,
Digo que amo
E depois fujo.

Mas, queria encontra-la agora,
Deitar ao seu lado
Não lhe importa,
Ela não sente nada,
Não se move ou fala,
Eu busco lá dentro dela,
Um movimento,
Um desejo de viver,
Como eu poderia salva-la,
Impedi-la de partir?
Eu chorei por ela,
Ela choraria por mim.

Majestoso cara

Você diz eu te amo,
É tanto o que eu queria ouvir,
Que não sei se é certo,
Se mereço tanto assim.

Eu corro do que ouço,
Deixo o celular jogado,
Sobre o lençol amassado,
Que usei para esconder o rosto,
Enquanto lia o seu eu te amo.

Sim,
Sinto vergonha que veja meu rosto,
Você saberia o quanto
Quis ouvir isso,
Então, me sinto com medo
E o medo se estampa
Em minhas formas,
Na respiração que falha,
No coração que palpita,
Garoto errado,
Garoto esperto,
Garoto lindo,
Meu coração arfa,
Então, eu fujo,
Mas não sem resposta,
Eu te amo.

Corro descalça,
Com a roupa que estou
Vou até a água,
E penso em refrescar as ideias,
Colocar as coisas no lugar,
Resfriar a vontade doida
De correr até onde você está,
E ficar com você,
Te ver,
Ter coragem para transar
E transar sem parar.

Aí eu pego uma folha
De orelha de elefante,
Aquela planta
Que plantamos juntos
Para fazer sombra,
Junto ela em minhas mãos,
Colho a água que corre,
E a bebo,
Sorvo de gole a gole,
Como se fosse um beijo
A saciar a vontade de te ver,
Ergo sobre o rosto
Permito a água corrente
Escorrer pela pele,
Até os seios arfante,
Molhar a roupa,
Me vejo sua.

Será que o ver-se
É suficiente?
Eu vivi tanto tempo
De imaginar
E agora é tudo real
E ao mesmo tempo distante,
Como se houvesse sempre
Um impeditivo
Ou fator que distancie.

Jogo a folha verde
Sobre a cabeça,
É como se fosse um chapéu,
Protege do sol,
Passo por meu corpo
Está gelada,
Ela é eficaz para afastar o calor,
Mas de onde estou
Eu posso ouvir
O telefone chamar
Será você com seu eu te amo?

Estou às águas,
Sem me jogar nelas,
Sem lágrima alguma,
Sem estar tanto lá.
E você, como você está?
Majestoso cara.

A Hora

Anunciaram os djins, - aproxima-se a Hora. O povo daquelas areias Sobre o mar azul e limpo Estremeceu. Aguardaram uns de Al...