sábado, 4 de janeiro de 2025

Majestoso cara

Você diz eu te amo,
É tanto o que eu queria ouvir,
Que não sei se é certo,
Se mereço tanto assim.

Eu corro do que ouço,
Deixo o celular jogado,
Sobre o lençol amassado,
Que usei para esconder o rosto,
Enquanto lia o seu eu te amo.

Sim,
Sinto vergonha que veja meu rosto,
Você saberia o quanto
Quis ouvir isso,
Então, me sinto com medo
E o medo se estampa
Em minhas formas,
Na respiração que falha,
No coração que palpita,
Garoto errado,
Garoto esperto,
Garoto lindo,
Meu coração arfa,
Então, eu fujo,
Mas não sem resposta,
Eu te amo.

Corro descalça,
Com a roupa que estou
Vou até a água,
E penso em refrescar as ideias,
Colocar as coisas no lugar,
Resfriar a vontade doida
De correr até onde você está,
E ficar com você,
Te ver,
Ter coragem para transar
E transar sem parar.

Aí eu pego uma folha
De orelha de elefante,
Aquela planta
Que plantamos juntos
Para fazer sombra,
Junto ela em minhas mãos,
Colho a água que corre,
E a bebo,
Sorvo de gole a gole,
Como se fosse um beijo
A saciar a vontade de te ver,
Ergo sobre o rosto
Permito a água corrente
Escorrer pela pele,
Até os seios arfante,
Molhar a roupa,
Me vejo sua.

Será que o ver-se
É suficiente?
Eu vivi tanto tempo
De imaginar
E agora é tudo real
E ao mesmo tempo distante,
Como se houvesse sempre
Um impeditivo
Ou fator que distancie.

Jogo a folha verde
Sobre a cabeça,
É como se fosse um chapéu,
Protege do sol,
Passo por meu corpo
Está gelada,
Ela é eficaz para afastar o calor,
Mas de onde estou
Eu posso ouvir
O telefone chamar
Será você com seu eu te amo?

Estou às águas,
Sem me jogar nelas,
Sem lágrima alguma,
Sem estar tanto lá.
E você, como você está?
Majestoso cara.

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