quarta-feira, 17 de abril de 2024

Meu Altar

Mais meses,
Totalizando bastante,
Se passaram angustiantes.
Saudade.
A saudade se define.
Numa lembrança,
Num beijo,
Num retrato guardado,
Num retrato exposto na parede.
Precisamente.

Não bastou você me deixar.
Não foi o bastante não me querer,
Juntei uma foto que catei de você 
E a reproduzi na parede.
Maior, muito maior que você.
Maior o bastante.
Para que nunca eu o fosse esquecer.
Nem um traço,
Nem ao menos o pincel que usei.
Menos ainda os sonhos que tive.
Lembranças doces e significativas,
Mas nem o bastante.

Juntei toda a minha grana,
E esbanjei,
Não medi esforços,
Coloquei tudo naquela estátua lá fora,
Veja se você reconhece,
Sim. Você.
Na época atual desatualizada,
Mas reconheça a sua face,
Veja o que sinto.
Há colado ao seu rosto
Uma boca,
Em formato de beijo.
Sim.
O amo.
Lá eu beijo você,
Exposta e desmedida,
Lá você não nega o bastante,
Lá você não faz promessas,
E eu o beijo.
Com toda a minha volúpia,
Você entende?

Não tente derrubar,
Fiz a ferro e fogo e mais:
Diamante.
Juntei tudo e mais.
Nem tente roubar,
Não há preço que retire,
E quanto ao beijo,
Nem lei que proíba,
São humanas condições,
Você é incapaz de reconhecer suas feições?

Está estátua é algo pequeno,
Te coloco no altar 
Onde me ajoelho,
Lhe cultuo.
Rezo seu nome,
E você não é capaz de ver?
Querido, 
Você passa os dias voando?
Está ferrado meu bem,
Te desenhei e coloquei lá fora.
Estou pensando em você.
Duas promessas.
Não há desfeitas.

Você não foi capaz de me permitir,
O beijo,
Lá eu o beijo e daí?
Meu amor próprio 
Está todo prostrado naquele altar,
Acredite,
Sou capaz de criar qualquer coisa,
Que alimente o que sinto por você,
Meu amor não é fraco,
Você merece mais do que faço,
Nunca lhe farei o bastante.
Te amo.

Lhe juro amor,
Sem nenhuma maldade,
Luto com todos os esforços,
Não lhe peço o impossível,
Sou toda você.
Entendo muito bem
Sobre esperanças,
Não busco outra espécie,
Me basta te amar.
Coração inocente,
Sabe sentir e crer,
Amo a um nome:
“Rahat”.

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