Ela deitou de costas,
Sobre o tapete acolchoado,
Recostou sua cabeça na dele,
Entrelaçou seus cabelos,
Um no outro.
Coisa boba.
-Sinto que meu corpo está mudando.
Ela fala olhando o infinito,
Pouco brilho
E estrelas esparsas.
Ainda sem encará-lo.
Ambos com seus corpos em vê.
Seus dedos se buscam
E se encontram,
Recostam-se suas pontas em vê.
-Normal mudar.
Ele fala seguro, rouco e grave.
-pareço uma adolescente.
Ele ri.
-E você é.
Ela suspira.
-Sera que não irei deixar de ser?
Ele olha para o lado.
-Não sei.
-E o seu vai mudar pra sempre mudar?
Ela pede curiosa.
-Você vai saber.
Ela arfa segura.
Seu peito se sobressalta.
É ótima a ideia de acompanhar
Aquele que você ama.
Reconhece-lo onde estiver.
Ver cada traço demarcar.
-Vou escrever sobre isso.
Ele ri alto.
-Eu gosto como você vê as coisas.
Ela reflete.
-Obrigada.
Sente-se mais segura.
-Gosto como você escreve
e nem parece falar de você,
Admiro a forma como se expressa,
Que ao ler sem se vê que a história é sua.
Ele elogia.
Ambos unem as pontas de seus dedos
Um no outro,
Dedo a dedo.
Sem manterem-se,
Sabendo que há uma ligação,
E que mesmo distantes,
Isto irá se manter.
Dois corações suspiram juntos,
E falam de sonhos em silêncio.
(Separaram seus dedos
Que nunca estiveram unidos).
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