sábado, 13 de abril de 2024

Lembranças

O ódio ao que não se alcança 
É homenagem involuntária.
Talvez, o seja.
Esta deve ser minha motivação 
Para amar tanto.
Lembrar com tanta emoção.
Querer sempre mais a cada segundo.

Por quê chamar de amor ao que houve?
Me recuso!
Dizer que fizemos amor,
E no mesmo instante tudo acabou?!
Intolerável!
Foi sexo desmedido.
Beijos a flor da pele.
Carinhos correspondidos.
Apenas isso!

A grandeza do homem
Está arraigada ao seu caráter.
Pensamentos, atos, alicerce.
Debaixo de arbustivos floridos,
Em terra aquecida,
Cujo sol jamais tocou
Nos jogamos.
E lá permanecemos.

Esmorecidos em terra íngreme,
Com declives feitos de pedras
E gramíneas.
Beijamo-nos e tiramos a roupa.
Eu escondi sua cueca em minhas costas,
Quando estávamos lado a lado.
Ele nem ao menos se deu conta?
Por Allah?!
Fico a imaginar o que tenha pensado:
“Estava sem ela
Ou eu a havia metido lá!”

O rio escorria no barranco logo abaixo
Feito cachoeira,
Se parassemos de nos beijar
Seria possível sentir medo.

Tão estranho como
Nos entrosamos de forma perfeita
E encerrado o beijo,
Acabado o sexo,
Nossos corpos se separaram
E tudo caiu ao silêncio.

O diálogo ficou monótono.
O suspirar cansativo.
Olhar fixo para o alto
Sem falar nada.
Nem ver mais que folhas
Ou flores.
Ele não colheu uma sequer,
Ficou mudo.
Simplesmente.

Senti minha própria mão esfriar
Assim que tocou na sua.
Não tardou retirei-a.
Devagar ele foi buscando-a,
Retirei-a de volta.
Ninguém disse nada.
Nem mesmo os arbustivos
Se moviam.
Silêncio profundo e vazio.
Sexo sem significado.

Por um momento 
Levei minhas mãos estendidas 
Para o alto,
Contemplei meus seios volumosos,
Empinados para o céu verde,
Cobri meus ouvidos com as mãos,
Tive medo de que fosse resmungar algo.
O sexo não se preenche
De diálogo idiota.
Pênis bonito e ereto.
Sim.
Dá para elogiar.
Porém,
Um pouco magro demais.

Dava para evidenciar muito
Seus ossos desenhados
Sobre aquela pele
De certa forma flácida.
A barriga profunda 
Parecia cair dentro de si mesma.
E no mesmo instante 
Mergulhar num rompante
Para fora.
Parecia um rio de coisa mole.

Pêlos iam e vinham naquela barriga,
Enrolados e grandes,
Pareciam sentir vergonha,
Não do pênis,
Mas de repente,
De todo o resto.

As pernas magras
Com ossos sobressalentes,
Muitos pêlos embaixo,
Nenhum em cima…
Só Allah sabe quais eram seus passatempos.

As unhas, os pés…
Cruzes?!
Não fosse aquele pênis
Ereto e bem cuidado,
Pequeno, liso e um tanto disforme...

Bem, 
Macio e delicado...
Claro.
O silêncio teria sido trocado.
Provavelmente eu me pusesse a correr de lá,
Bom.
Cheguei mesmo a tampar os lábios! 💋 

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