sexta-feira, 12 de abril de 2024

Último Beijo

Eu confesso.
Abaixo a caneta sobre o papel branco.
Sem linhas.
Sem palavras.
Seria capaz de permitir
A eu mesma um último final feliz.

Depois, aceito outros finais.
Mas por única vez,
Eu sinto,
Porém quando pego a caneta,
Tento escrever algo,
Prefiro dizer sentia…
Colocar amor nisto não é fácil.
Recordar tudo que houve,
Entender.
É ainda mais difícil.

Existe entre nós dois
Algo que não nos faz jus,
Não falo dos amigos,
Dos antigo amores.
Mas há um algo 
Que nos distância.
Isto não é nada bom.

Está caneta é testemunha 
De que o amo.
O papel ainda não tem conhecimento.
Mas a caneta entre meus dedos,
Sabe de cheiros,
Gostos,
E sabe de amor.

Entre ele e eu.
Um beijo não esquecido.
Porém, não acredito no todo.
Quando o vejo,
Quase sinto que sou uma 
Espécie de amor inespecífico.
Por um arrepio no peito,
É que espero,
Mais que isso,
Acredito,
Que ainda saiba meu nome,
E outras qualidades.

Um dia se tiver a sorte
De poder lhe dirigir a palavra 
E contar ao menos um pouco,
Talvez me entenda e aceite.
Um último beijo
Nunca foi pedir muito.
Embora me canse a espera.
E eu odeie a insistência.
Contudo,
Como sou eu quem insiste,
Vejo que é mais que perfeito.

Falta nisto,
Apenas dizer.
Escrever algo.
Saudade.
Escrevo em letras maiúsculas,
Depois risco.
Ele não precisa saber tanto.
Dores profundas não são contadas.

Toma-lo outra vez em meu abraço.
Último beijo.
Isso eu poderia jurar.
Não precisava realmente haver outro.
Além de inútil,
Seria uma grande maldade,
Ele querer mais que um último.
Fingir um sentimento,
Prolongar um fim previsível.
Não há amor.
Mas um último beijo.
Só isto!

Se está possibilidade existisse 
De beija-lo por outra vez que fosse,
Depois disto,
Eu poderia escrever algo mais bonito,
Dar mais expressão ao que sinto,
Antes me sinto insegura,
E até com ares de inconveniência.
Mesmo que eu aguarde um pouco.
Não tantos anos.
Acolhida ao passado.
Solitária em meus pensamentos.
Eu poderia te-lo.
Seria tão simples e rápido.

Depois, nem vestígios.
Beijar é um simples ato.
Abraçar é quase um infortúnio…
Trago-o escondido no peito.
Me é pouca a lembrança.
Queria apenas reavivar seu olhar,
Beijo e outras coisas.
Eu, agora, não poderia
Cumprimentar ele apenas…

Simplesmente soltar minha caneta,
Deixar de declarar,
Chegar a ele e cumprimentar…
Isto beira ao desmedido
Mediante a tudo que sinto.
Olhar frívolo,
Lábios petrificados?
Não.
Não daquele que tanto amei,
E por quem estou disposta a lutar…

Se ele foi capaz de esquecer,
Que o faça por si mesmo.
Não sou apta!
Sou mais adaptada a saudade.
Tocar meus lábios,
Dormir em cobertores quentes,
E te-lo!
Sim.
Tê-lo em pensamentos.

Exilei-me por conta própria na França.
Ele poderia estar aqui.
E não naquela cabana com outra.
Fui distanciada de suas distrações,
Vê-lo a divagar com qualquer espécime,
Allah me impede de defini-las mulher.
Opressão para esquecer?
É me sinto quase coagida,
Mas, este papel merece destaque,
Não quero ficar longe.

Quanto ao que sinto
Não faço o menor esforço.
Confio num futuro com novo final.
Um beijo.
Um cumprimento.
Um adeus.
Desejo partilhar desta sorte
De pensamentos bonitos com ele.
Imagino ele em banalidades
E outras bagagens,
Poderia estar comigo.
Pobre e infeliz rapaz!
Seria amado!
Leal ao que sinto até a morte,
Sim.
Sou capaz de ama-lo além da sorte!

Um beijo.
Tal coisa não lhe é impossível!
Mesmo que seu peito
Sinta-se inocente
De todo o amor.
Imune.
Não tenho presunção 
De tal hipótese.
Amar-me?
Não.
Não há este imperativo.
Apenas um último beijo.
Eu poderia manter-me com ele
Por amor.

Mas um último beijo 
É o bastante.
Assim, eu possa rabiscar algo,
Escrever está história,
Dar um seguimento
A tudo que houve.
Preciso reagir.
É preocupante 
Que eu seja incapaz de esquecer.
Realmente preocupante!

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