A casa estava vazia,
Mas, algo a observava,
Talvez, fosse o que sentia,
Aquela vontade de buscar que não se sacia,
Com pouco custo admitiria,
Não sabia nem ao menos o que buscava,
Mas, algo dentro de si não estava bom,
Havia um quê de insatisfeito,
E algo precisava ser feito,
Não usou a escada,
Pulou a janela, era baixa,
Não tinha um motivo, mas, o fez,
Ela parecia levar a algum lugar,
A um passo de tocar o céu e nada mais,
Quem sabe, fosse apenas isso,
Tocar um ponto mais alto,
Que não podia, não ainda.
Ignorou por completo a porta aberta.
Não fora medo o que via em seus olhos,
Nada do que disse a convenceria disso,
Mesmo que refletisse por toda a sua vida,
Que mil vezes repensasse o mesmo assunto,
Não avistaria nada disso, era outra coisa,
Quase que uma segurança desmedida,
De quem tem controle sobre todo o redor,
E isso me incluía e eu não via com bons olhos,
Havia uma emoção escondida,
Claro que havia,
Contava com uma carta na manga,
Ou ignorava tudo que eu sentia e mais nada,
A princípio. Alguns passos após,
Longa conversa depois, mesmo que em monossílabos,
E havia algo, um tanto mais palpável,
Mais perceptível, mas, não comentado em alta voz,
Porém, quanto mais gastava seu tempo
Com este assunto, mais se sentia exausta,
Mais parecia andar a esmo,
Sem um caminho ou ponto de chegada,
Não imaginava que fosse fingimento,
Não considerava isso para nenhuma das promessas,
Mesmo aquelas já esquecidas no tempo,
Nutrir amor não esbarrava em castigo,
Não quando sempre exista uma alternativa,
Ama-se pelo gosto do beijo que fica na boca,
Pela companhia de estar com quem se gosta,
Na ausência do beijo, o diálogo até o encontro,
Afinal de contas ele havia lhe jurado amor,
E isso não poderia ser negado de forma alguma,
Ainda podia lembrar enquanto contava os passos,
Andando por entre uma calçada e outra,
Eu te amo ele dissera,
E daquele tempo não transcorrera muito.