Não tinha garantia alguma,
Além do amor que sentia,
Mais nada a fazia levantar-se cada dia,
Em que baseava-se ela para amar?
Em uma promessa, a que nunca seria esquecida,
Dissera ele, “querida estou ocupado, agora,
Mas, prometo, por favor, não esqueça,
Falarei com você todos os dias,
Apenas pelo tempo que puder fazê-lo,
Mais que isso, perdoe-me, não prometo”,
Abaixo dos olhos que levantam-se aos céus,
Um coração parte-se ao meio,
Petrificado pela ausência que dói,
Mas, que restaura algo por dentro,
Por baixo de toda a dor que demonstra,
Um olhar busca no horizonte e é capaz de vê-lo,
Por vezes, uma lágrima cai,
Nem isso a faz desistir muito menos esquecer,
Sua face está desanimada,
Como negar com maestria a saudade?
Mas, no fundo já sabe: jamais o esquecerá,
Como se ele tivesse penetrado no fundo,
Como se ele, inteiro, estivesse em sua alma,
Não há como negar tudo que foi vivido,
Nem existirá chances para esquecer,
A saudade de tudo que existiu no passado,
Dói um pouco, mas acalenta o rubor da face,
Faz olhar adiante e isso basta,
Ela olha para trás e todos os dias o procura.
Já confessei o fato de ela ser incapaz de esquecer.
Lá longe, onde havia um gramado e flores,
Eles ainda se amam da mesma forma,
Os animais, as borboletas do parque,
Todos ainda sabem disso, negam apenas quem queira,
Entre eles e a estrada que margeava o horizonte,
Houve sim uma promessa,
Agora ela lembra com nitidez a resposta que dera,
Dissera com poucas vírgulas e espaços de pensar,
Lembra o quanto as pernas bambearam,
Mas, ele não a tomou nos braços, não precisava,
Soluços a despertam para o pranto no rosto,
Bem, respondera ela a ele: “meu querido, adoro promessas,
Principalmente as cumpridas,
Por cumpridas entenda as que tenham efeito,
Por compridas: compreenda as que se prolongam no tempo”,
Sim, ela recordou que a frase dele fora longa,
Então, certa a sua resposta ou não, fizera algum sentido...
E em seu coração ainda guarda o mesmo entendimento e efeito - comprometimento.