Nos corredores escolares
Jhonatan gostou de Richard,
Embora de salas diversas,
Não tardou,
Gean soltou um peido
Dentro da sala,
E Jhonatan forçou um arroto
Fingindo ter saído dele
O barulho.
Todos riram,
Ele fez rosto triste
E pediu para trocar de sala.
Na outra sala,
Jhonatan fez amizade
Com Richard,
Próximo ao banheiro
Sentiu dificuldade
Para tomar água,
Vez que a cadeira de rodas
Não alcançava o bebedouro,
Richard tirou o copo
E lhe serviu água,
Foi gentil e amigável.
No dia seguinte,
Richard o ajudou no banheiro
A defecar e urinar,
Ele foi gentil ao segurar
Seu pênis
E limpar sua bunda.
Após o uso das vozes,
Richard tinha aula de educação física,
Contudo, Jhonatan o fechou
Dentro do banheiro,
Deixou a cadeira de rodas,
No escuro fez sexo com ele.
Encerrado o ato,
Voltou a cadeira de rodas
E o encontrou em prantos,
Sentado nas escadarias
Da escola,
Lá Jhonatan foi seu amigo
E confidente.
Não tardou,
Jhonatan soube tudo
Sobre a vida particular de Richard,
Viu fotografias
E conheceu histórias antigas,
Em seu quarto Jhonatan
Fez mais que o uso das vozes,
Treinou teatro,
Construiu bonecos
Usando tecido e papel escolar,
Bonecos idênticos a fotos,
Com direito a vozes originais.
Richard se viu fechado
Em ambiente escuro
Diversas vezes,
Jhonatan se tornou amigo íntimo.
Meses após isso,
Jhonatan se tornou seu primo
Com uma facilidade inacreditável,
Rumo a casa de Richard,
Jhonatan contou histórias
Sobre o avô de Richard
Falecido a anos.
Com o uso das vozes,
Ele assustou os pais de Richard,
Que apoiou-se num violão,
Na beira mar,
Jhonatan invadiu o quarto
Da mãe de Richard,
Fez seu pai acreditar
Que era o garoto.
Depois disso,
Conheceu a empregada
Da casa,
E também a forçou sexualmente
Nas madrugadas
Que dividia entre uma mulher
E outra.
Sempre usando sua cadeira
De rodas ele acabava sendo
Eximido de qualquer denúncia
Ou desconfiança.
Usava preservativos
Que ele espalhava pela casa
Nas proximidades do quarto
De Richard
Para que o pai encontrasse.
Certa vez, ele encheu os bonecos
Que costurou e os soltou
Na varanda,
Lá o pai de Richard
Acreditou que conversava
Com seus falecidos pais,
E Richard mais tarde, também.
A pedido dos avós
Richard escolheu dormir abraçado
A ambos na beira do mar,
Jhonatan pôs neles querosene,
E enquanto o garoto dormia,
Ele chegou e ateou fogo,
De dentro das chamas
Richard gritava,
Implorava por socorro,
Mas, foi incapaz de sair
Pois Jhonatan forçou o braço
Contra o fogo
Encontrou o peito do garoto
E arrancou seu coração
Depois o jogou no mar.
Sua irmã,
Juçara desconfiou da morte
Do irmão,
O pai de Richard se irritou
Com o garoto que não quis
Mais que cantar e tocar violão
Trancado dentro do galpão.
Envergonhado por suas atitudes
Seu pai o mandou embora,
Escondido na moita,
Jhonatan sorriu,
O boneco de Richard era escorraçado da própria casa,
Agora a propriedade
Poderia ser dele,
O sobrinho afastado da família Dervint.
Não tardou,
Jhonatan encontrou Juçara
No banho,
Nua, de cabelos loiros
Caídos até o ombro.
Ela desistiu resistir,
Mesmo quando ouviu
O irmão Richard tocando
Violão do lado de fora
Da janela de seu quarto,
Cantando para ela
Lhe convidando a ir nadar no mar.
Deitada nua na areia,
Juçara desejou resistir
A Jhonatan,
Contudo, ele aproveitou-se
De ela estar de costas
Para o mar,
De barriga para a areia,
Chegou por trás dela,
A imobilizou e fez sexo
Com ela,
Depois disso,
Ninguém teve notícias dela
Outra vez.
Mas, quem aproxima-se
Daquele mar jura ouvir
Richard cantar
E chamar de algum lugar
Próximo a areia:
Saudade
Que não sei expressar,
Saudade
Que não sei falar
Queria dizer te amo
Queria agradecer sua voz,
Queria estar de volta,
Queria abraçar minha família,
Mas, me perdi,
Por entre as ondas,
Me perdi,
Tão próximo ao mar,
Eu caí,
Errei em te deixar,
Errei ao levantar a voz,
Errei quando não podia confiar,
Estou longe agora,
Vou custar a voltar,
Talvez, nunca você possa me escutar,
Mas, senti saudades,
Saudade de vocês.
Restaram na propriedade
O casarão de frente ao mar,
Os preservativos contendo porra,
De um garoto bem aventurado,
Uma mãe e um pai,
Pelos filhos abandonados.
Jhonatan correu até ambos,
De cadeira de rodas,
Rosto baixo,
Olhar entristecido,
Encontrou cada um
Dos preservativos
Os deu de comida aos peixes,
Convidou seus amados tios
Recém conhecidos para nadar,
Usou o canto do filho,
O acorde seu violão,
A voz da filha a chamar,
As batidas de seu coração:
O casal de mãos dadas
Entrou na água
E andaram cada vez mais
Para o fundo,
Seus filhos os chamavam,
Enquanto a longa distância
Nas profundezas do mar
Um boneco feito de papel
Acenava feito um marinheiro
Que não sabe afundar.
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