quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Festa no Céu

Via-se lá do jardim
Por entre nuvens brancas
Feito algodão doce,
E outras avermelhadas
Muitas luzes e algum som.
Lá da beira do açude,
Enquanto viam os peixes
Pular dentro da água
Ninguém entendia o que dizia
Lá em cima.
Todavia, todos concordavam
Que deveria ser música,
Então, chegava aos seus ouvidos
Sons baixos, outros mais altos
Finalizados por estrondos
E muita luz.
- a festa está enorme lá.
Comentou Pitelmario,
Sem desviar o olhar dos céus.
- talvez, esteja mais bonita
Que a dos peixes.
Enfatizou Bruce
Jogando pão na água
Para os bichinhos comerem.
- eu adoraria estar em uma
Festa no céu.
Disse Pitelmario
Com ar sonhador para o alto.
- eu também.
Respondeu Bruce,
Virando a cabeça
Para olhar o céu.
Em pouco tempo
Diversas nuvens se aproximaram,
Havia uma que se jurava
Tratar-se de escada.
- veja lá,
Parece uma escada.
Comentou Bruce.
- é certo.
Com tão pouco de viagem
Chegaríamos a escada
E poderíamos dançar.
Emendou Pitelmario.
Os peixes pularam em três
Para o alto,
Ao cair fizeram voar água
Nos meninos
Que naquele instante
Voltaram o olhar para o açude.
- de repente eles deixassem
Eu cantar.
Exclamou Pitelmario
Enquanto chacoalhava
As penas para remover a água.
- e eu poderia tocar violão.
Falou Bruce.
De tão feliz Bruce correu
Até Pitelmario
E o olhou com os olhos esperançosos.
Havia um brilho nele
Que mais de iluminava
Pela luz do céu.
O sol estava escondido
Em algum lugar,
Havia apenas o azul
E algumas nuvens brancas
E coloridas.
- venha, se segure nas minhas
Costas, eu te levo até a festa.
Falou Pitel feliz.
Bruce deu um pulo
E se segurou no pescoço de Pitel,
Encantado com a ideia
De ir dançar em plena
Metade da semana.
No entanto,
Quando Pitel estava ereto,
Com a cabeça reta,
O bico apontado para a frente,
As asas abertas,
E as patas segurando o violão
Que Bruce iria tocar,
Aconteceu algo inusitado,
Começou a garoar.
Do céu despencaram
Poucas e finas gotas de água,
Depois a chuva foi ficando
Mais intensa:
- não era festa,
Se tratava de uma chuvaaaaaa.
Pitel gritou.
-voltaaaaa.
Bruce falou agachadinho
Sobre o Pitel
Sem nem olhar para a frente
De medo de cair.
Já estavam no alto do céu,
Longe da copa das árvores,
Muito acima do gramado,
Sobrevoando as flores,
Mas, tiveram que voltar,
Não havia algodão doce,
Música ou luz,
Era apenas chuva.

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