Apaixonada, lançava a Henry todos os seus olhares,
Desde os mais singelos aos mais dedicados,
Não haveriam quem duvidasse,
Nestes olhares cabiam seus sonhos,
Os que tinha antes,
Mais os de agora, ao vê-lo,
Antigo coração o que se apaixona,
Volta atrás e busca as melhores coisas,
Faz tudo que pode por quem ama,
Assim, ela foi e nunca se arrependeu,
De artifício ardil usou um poema,
Antigo e pouco conhecido,
Mas que guardava para um dia especial,
No recôndito escondido de sua alma,
Jamais o entregaria a outra pessoa,
Apenas aos seus filhos: um dia,
Qualquer pessoa que as visse agora,
Jamais esqueceria,
Seus olhos escreviam paixão e a alma pronunciava,
Apoderou-se dele tamanha emoção,
O lenço que tinha no bolso ele removeu,
E amarou no pulso dela,
Definiu-a minha com tamanha emoção,
Para isto, precisou alguns passos,
Um segurar através do seu braço,
E um puxar para outro cômodo,
Não houve nem beijo ou abraço,
Apenas uma promessa de olhares,
Também, não houve promessas,
Disso, se encurtaram as juras,
Tamanha a graciosidade do gesto,
Todos viram e não duvidaram,
Alguns pedem grandes declarações de amor,
Para outros, gestos simples bastam,
No lenço não havia um nome,
Mas havia uma morada,
A de uma promessa que ela manteria,
A primeira coisa que ele punha as mãos,
O braço dela,
Depois pegou uma taça,
E sorveu de modo atento e distante,
Adorável lenço,
De onde extraiu todas as suas fantasias,
A noite foi de sonhar e risos bobos,
Absorta no gesto encantador,
Pronunciava o nome dele,
Em sua mente,
Os sonhos que tinha guardava com ela,
Repetia o nome e sonhava com ele,
Beijou o pulso sobre o lenço,
Sorveu o perfume com efeito de álcool,
Sentia todo o corpo entorpecido,
Então, amar era tudo isso,
Ver e querer tanto!
Tanto quanto as palavras iam,
Do caminho das frases, fariam uma curva adiante,
Até onde palavras não se cruzam,
E frases não são capazes,
Um pouco disso tudo, adiante,
Agora, quando dormisse, a noite,
Teria com quem sonhar,
Teria algo em que se prender,
Sentia neste gesto toda a sua alma!
De repente, outro olhar,
Um coração estremece e uma boca sorri,
A outra disfarça,
Ele ainda está ali e a contempla.