segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Estou Apoiada Em Suas Pernas

Olhou seus olhos,
Sorveu seus lábios líquidos 
Feito o néctar de uma flor,
Absorvendo o cheiro que não quer perder,
O gosto de nunca esquecer,

São prazeres que não conhecia,
A sensação foi devastadora,
Ela nunca pode passar despercebida,
Investiu neste amor tudo que pode,
Deu-lhe o melhor de si mesma.

Sentou-se em frente ao seu joelho esquerdo,
Passou a mão em frente ao seu pescoço, 
Segurou-o pelo lado direito do rosto,
Depois se colocou nele,
Sentiu cada parte para nunca perder.

Ela juntou com a mão esquerda,
A moreia branca,
Moveu-a sobre seus lábios 
E sem olhar para trás 
Passou por baixo dos lábios dele,
Sem toca-los,

Sentia ciúmes de que algo fora dela
Pudesse tocar, 
Entender tudo que sentia,
Oh, Deus me livre, Sentir mais que ela.

Por Deus, 
Hoje estes lábios já não são tocados,
Estão impedidos,
Talvez, triste Deus, 
Nunca mais poderão ser sentidos.

Nada tão lindo ou impactante, 
Ele- Aquele que é amado.
Uma vez uma moça gorda
Teve cuidado redobrado com ele,
Mas isto nunca fez com que ele pudesse esquecer-me
Ou eu a ele.

Me empurrei contra seu joelho,
Fiz dele alicerce e abrigo,
Até hoje minha coluna não é a mesma...
Preciso dele comigo.

Mas ele recolheu o joelho tão rapidamente,
Oh Deus, eu tivesse outra chance,
Hoje faz falta até mesmo as brigas,
Mas o amor tem aquele quê de proibido...

Sim, sempre que me sento a pensar,
Percebo isso,
Onde ele está é seguro,
Frio e distante...
Espera por mim sempre,
Já não pode fazer mais que isso.

Meu hábito persiste em busca-lo,
Não há lágrima em meus olhos
Que não pronunciem seu nome,
Não há por-do-sol onde não o veja comigo.

O vejo andar lentamente e seguro,
Ouço sua voz,
Respeito seus argumentos, 
Busco nele mudanças, 
Mas está tão guardado,
Que permanece sempre o mesmo.

Os quadros emoldurados na parede
Demonstrariam isso,
Mas eu fiquei irritadiça 
Então , retirei todos.
Daquela época o tempo mudou,
Aa coisas estão diferentes. 

Seus olhos nunca foram tão lindos,
Eu ainda não sou capaz de desenha-los,
Seu cheiro de terra fresca,
Eu ficava olhando suas pernas...
Seus ossos, força, músculos, 
Ficava pensando nelas,
Apoio confortável e bom.
(Ficava apoiada em suas pernas).

domingo, 5 de novembro de 2023

Não Haveria Outro

Quando achou que era o bastante, 
Afastou-se,
Ainda de olhos fechados e incrédula, 
Acabou o beijo,
E não haveria outro.

Viu algo no rosto dele,
Olhos abertos e espertos,
Trêmula de medo do que encontraria,
Não assimilou o tanto que via,

Baixou o rosto para as mãos, 
Assim que elas deixaram o rosto dele 
E chegaram a altura do abdômen, 
Estavam trêmulas e inseguras.
Não, não haveria outro beijo,
Não com este homem.

Já não sabia o quanto lhe custaria,
De entrega e fugas,
Mas nunca mais tocaria estes lábios, 
Pronunciaria o Eu te Amo
Que chegava tão fácil a sua boca.

Não havia descrença do que acreditava,
Pavor, medo, insegurança...
Não haveria outro beijo,
Achou que suas unhas cairiam,
Pareciam tão frágeis e palpáveis, 
Desejou ter uma lixa consigo.

Tentou afastar o pensamento, 
Olhar segura para ele,
Porém, a cabeça pesava,
Ombros e pescoço não obedeciam.
Não haveria outro beijo.

Ela sentia o olhar dele sobre ela,
Sempre seguro e íntegro
De tudo que queria.

Ela odiava estar tão próxima de suas mãos,
Sentir-se tão ao seu alcance,
Nem conseguia consultar direito
Tudo que esta proximidade lhe causava,
Porém  estranhamente,
A distância parecia trazer mais sofrimento. 

Ela desejou ter uma história bonita para contar,
Quis, assim que viu sua boca,
O maldito outro beijo,
Este mesmo que prometeu-se:
Não existir o próximo. 

Tentou falar rápido alguma frase,
Qualquer coisa,
Então a disse.
Ele respondeu com intensidade e força, 
Entendeu cada palavra sua,
Ela o odiou por isso.

Como ele poderia entender tão bem,
Se ela nem ao menos sabia o que dizia,
Ele estava muito ciente,
Havia uma força potente e estranha nele,
Nada de força com ela.
Não haveria outro beijo.

As palavras tropeçaram em urgência e dor,
No momento seguinte,
Já não sabia o que havia falado,
Já não tinha mais como manter a conversa.

Terminou aos soluços, 
Mas conteve as lágrimas, 
Apenas não haveria outro beijo,
Também lhe poupou a ternura
De um último abraço, 
Como poderia?
-Não haveria outro beijo?!

Ele

Sempre que contemplo seus lábios, 
Sinto as pernas bombas,
É como se não houvesse obstáculos, 
Vejo o mundo em tons de rosa.

De volta a infância esquecida,
Naqueles momentos em que
Se colhe uma flor
E senta-se sozinha,
Para sonhar.

Retorna-se lá,
Adulta, então, 
Colhe os sonhos esquecidos,
Junta cada pétala da rosa,
Que ficou a esperar.

Há uma flor imaginaria entre os dedos,
E é como se a boca dele soubesse,
É como acredito ao ouvi-la,
É assim que me sinto,
Sempre que se aproxima.

Peço seu beijo,
Seu abraço e carinhos,
O mundo é tomado das rédeas, 
No lugar há uma rosa,
Sedenta do carinho
Que sempre esperou.

O sempre que almeja o futuro,
Já existia e nunca foi esquecido,
O presente que se sonha,
Já vivia lá atrás, 
São espaços que se misturam.

Por um momento,
As certezas entram em queda,
Ouço um gemido,
Não são meus lábios que se apegam,
São os do outro 
E há neles todas as promessas de que preciso.

É como se uma música romântica soasse,
E embalasse dois corpos,
Será que ele pode ouvi-la?
Eu gosto de músicas românticas...

No segundo em que ele toca minha boca,
Sinto a rosa cair das minhas mãos, 
Esqueço tudo que houve,
Desisto do futuro,
Me abrigo na segurança que há nele,
Não há outra necessidade.

Mas, logo que dou por mim,
A rosa está nas mãos dele,
A mesma da qual desisti,
Agora os objetivos que eu tinha,
Não são apenas meus..
Me abrigo nele.

Olho em seus olhos e a vejo,
É como se ela ganhasse vida
De seus atos.
A imagem surrada se apoia no abraço que eu gosto,
Faz do seu peito um fundo colorido,
Ela gosta da estampa que ele usa.

Eu o prefiro desnudo,
Será que ela sabe disso?
Rosas requerem cuidados específicos,
Que droga, 
Ele está impedido de tirar a roupa,
Me vejo insegura segura.

Lábios sorridentes,
Escondem seu gosto sedento,
Minha sede derrama-se,
Exibo tudo que penso,
Preciso dele comigo,
Essa rosa sabe disso.

Penso que ela faz cobrança, 
Ora, Quisera eu nunca ter tido este passado,
Mas nunca te-lo sonhado em minha vida?
Querido ele ao meu lado?
Droga, o preço do apenas agora é pesado,
Perde-lo.
Não posso!

Rosas mortas não renascem,
Flores esquecidas perdem-se,
Estremeço,
Castigo perde-lo.
Não assumo este risco.

Me aproximo dele,
Sabendo da rosa frágil em suas mãos, 
Cuido dela sabendo que é minha,
Busco sua nuca,
Procuro seus lábios e mudo a música, 
 
Penetro sua boca,
Toco sua língua,
Sinto o líquido de sua boca,
O gosto dela me preencher,
Na margem logo próximo ao meu útero, 
Há a rosa adormecida.

Eu o amo.
Amo a forma como sua mão esquerda
Encontra minha coluna,
Acho que ela gosta do que me alicerço.
Ele.
Me segura firme nele.
É onde quero estar pra sempre...
05/11/2023.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Ele Foi Embora

Mas, ela manteve o silêncio,
Mesmo quando ele fechou a porta,
A luz apagou-se sem motivo,
E a escuridão a tomou.
Cruzou os braços,
Manteve-se:
Acordada, parada, por horas,
Olhando o rádio ligando,
Prestando atenção no som,
Imaginando se a próxima música
Poderia dizer algo sobre sua vida,
Fazer uma escolha,
Definir objetivos.
23:30 o rádio sessou,
Tudo a volta ficou escuro,
O ar frio e mal cheiroso,
Como se houvesse uma presença,
Ela esperou ser abraçada,
Não o foi,
Esperou ser tocada por entre as pernas,
Não o foi,
Esperou o puxão de cabelo,
O tapa na bunda,
Não houve nada.
Mas a ideia da presença
Não lhe deixava,
Deveria ser sua própria companhia,
Que se fazia mais intensa.
E, como sempre,
Ela sentiu que o via sumir de vista,
Ir para mais longe,
A sensação sorrateira de alívio,
A percorreu,
Rápida e arrepiante por seus pelos,
Logo passou,
E lágrimas vieram ao rosto,
Pesadas feito chuva,
Algo nela é sobre ela,
Este algo era apenas dela,
Sua dor, solidão, heresia...
Odiou-se por isso.
Segurou um grito,
Por entre os dentes fechados,
Pressionou-os com toda força,
Intensa para não cair de joelhos.
Ele era bom demais,
Frente a tanta bondade,
Ela ficava impotente,
Ele parecia-se com o melhor do mundo,
Mas então ele foi embora,
E levou a ilusão com ele.

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Vulnerável

Num único instante,
Autenticidade,
Mediocridade,
Um quê de autocompaixao naquele olhar,
Nenhum pouco da minha piedade,
Se meu espírito flexível
Preferiu partir ao punível?
Eu não saberia determinar motivo,
Mas por um único instante,
Minha gratidão é alegria,
Me guiaram a agir com fé,
Mesmo que a intuição não fosse costumeira,
Que o destino fosse determinado,
Eu quis fugir daquela publicidade,
De deixar tudo exposto,
Vida contada aos flagelos,
Não desejei olhar de ternura,
Quis ter mais criatividade,
Preferi o descanso de andar a pé,
Seguir por muito tempo aquela estrada,
Até me cansar ou fazer calos,
Não olhar para os lados,
De que me adiantaria discutir fatos?
Naquele instante,
Não me vieram a boca argumentos,
E desisti de usar os punhos,
Melhor os calos da pele
Que os da garganta.
Acreditei ter visto algo naquele olhar,
A calma e tranquilidade
Que apenas o caminho me concederia
Iriam me mostrar mais,
Naquele único momento,
Discutir não beirava ao interessante,
Não convinha ou era relevante,
Dentro de mim estava errado,
Quando estamos juntos,
Preciso me afastar de outros,
Há sempre uma necessidade de troca,
Apego e entrega única.
O mais importante!
Aquele único dono da atenção,
O centro de minha vida,
A opinião que não aceita argumentos,
Parece haver a mão maior
Que rege nós dois,
Esta mão impera por nos juntar demais,
Só pra separar após,
Esta entrega apenas para um é estranha,
Haviam outros em minha vida,
Agora faz-se a necessidade única.
Prefiro cultivar risadas, danças e músicas,
Aproveitar de forma leve,
Você se pesa a qualquer coisa,
Caramba, que horrível ter uma medida!
Tenho medos,
Diz-se que isto me faz vulnerável,
Que bom,
Sou a maleável...

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Estar Apto

Parecia,
Absolutamente parecia,
A intensidade, nervuras, posicionamento...
Mas, ao fim nada deu certo.
Quando meu pai chegou,
Meus lábios ficaram trêmulos,
Rosto rubro de emoção, 
Olhos encharcados,
Não precisei falar o nome do rapaz.
Meu pai levantou o olhar,
-Amor!
-Ah?
Eu indaguei sem compreender,
O coração pulsava forte.
-Você está apaixonada,
É isso.
Eu suspirei,
Já sentia que o havia perdido,
Mas então ainda era amor?!
-Filha, chega o dia
Em que os filhos abandonam a casa,
Sim, eles saem,
Vão para outro lugar,
Outro abraço, 
Mas não, exatamente, outra família. 
Fungicida com força 
E contive os soluços. 
-Sim, pai eu sei disso.
Tentei passar o máximo da certeza possível, 
Agi como se estivesse com todas as respostas. 
-Você sente medo desse assunto?
O abandono da família 
Sem deixar de amar e até mesmo,
Estar perto?
Ele retira os olhos dos céus 
E baixa-os para as minhas mãos, 
Então, as pega entre as suas.
-Você tem medo de desapegar?
A pergunta fica presa no ar,
Como se não tivesse respostas,
Mas nunca mais fosse se soltar,
Uma espécie de peso
Sobrecarregou minha cabeça, 
E turvos qualquer resposta.
-Ora, filha, você já nem mora mais comigo!
-Mas o senhor disse que eu tô apaixonada pai,
E meu coração se apertou com isso.
Minha resposta foi fraca,
Mas precisa.
O coração parecia que nem batia.
-Você tem medo de amar um homem mais que a eu?
Filha, o amor não troca pessoas,
Você acha que eu te amo pouco?
Ou que você me ama muito
E não saberá substituir?
Num rompante, eu respondi:
-Ora, pai, acaba de dizer que amor não substitui!
A certeza torna a frase forte,
Porém, a voz fina e embargada.
-Ontem, eu beijei ele,
E hoje mudei minha voz.
-Filha, você não quer estar vulnerável?
-Mas, sempre aprendi que o amor era forte pai,
Você me ensinou isso!
Ele olha para o lado e pensa,
Agora duas frases pesam muito sobre nós. 
Tanto que dói e faz chorar,
Mas o amor deve ser desta forma...
-Já não sou tão jovem para está conversa,
Já a tinha por mais experiente. 
-Mas, agora, penso que ano.


terça-feira, 31 de outubro de 2023

Veja a Moça que Passa

É doce e misericordioso,
O olhar da moça que vê aquele a quem ama,
É contemplar o se maravilhar,
E guarda-lo no sorriso aberto,
Que beira ao fechado ao que ela entrega, 
Assim que avista o seu olhar,
É um gritar seu nome em tom alto,
Não conseguir conter o sentimento,
A simples mensura de seu cheiro,
Ao ápice do desejo por seus carinhos,
É um querer desmedido por seu abraço, 
De menina alegre e fechada,
Passa aquela que escreve seu nome por onde passa,
Deseja-o,
Chama-o em seus íntimos recantos,
Abre-se para te-lo dentro,
Quer guarda-lo,
Ama-lo sem segredos,
Protege-lo,
É assim o coração daquela que passa,
Olha-o de longe,
E mantém-se em guarda,
O quer.
Mas quase nada dessas palavras,
Valoriza o tanto que sente,
Se entrega,
E o chama,
Lábios fechados num sorriso,
Coração que nem sabia pulsar,
Até ve-lo,
Te-lo não oferece medidas,
Senti- lo dentro e em cada parte,
Há um coração que pulsa,
Ama-o,
E valoriza,
Mas, há ainda a menina,
Não esqueça, 
Está, embora não diga tanto,
Ama-o o mais intensa,
Medida – desmedida,
Veja-a.
Note, ainda este outro coração que pulsa,
Você saberia reconhecer nela,
O quanto há de você
Em tão pequena e simples moça?!
Note-a,
Saiba ve-la.
Ela o ama.
Nela,
Dentro dela,
Você pode ousar e se aventurar,
Dos corações que a quiseram,
Nem todos foram encontrados,
Saiba ver nela o coração que o chama,
Há um perder-se tão grande nesta pequena,
Não, nem todos foram encontrados,
De tempos em tempos,
Moço olhe para o lado,
Suposições erradas são construídas, 
E caem por terra,
Ela vem a ti de braços abertos,
Ampare-a,
Ela sabe guarda-lo,
Veja o quanto o ama.

Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...