sábado, 4 de janeiro de 2025

Acordado as 21 horas

São 21:04 da noite,
Não consigo dormir
E também não é tarde,
Talvez,
Nem seja a hora do sono,
Eu esqueço os detalhes
Paro e penso
Lembro você
Outra não importa,
Não importa as horas,
Ou o tempo,
Importa seu olhar,
Sua presença,
Você estar.

Ok, são 21:10
Eu não paro de contar os minutos,
Está certo,
Espero que você ligue,
Abra a porta sem aviso,
Ou chegue de alguma forma,
Esqueci o horário anterior,
Mas com certeza,
Não é a hora de agora.

São 21:12,
Estou deitado na cama,
Com pouca roupa,
Muito calor,
Ventilador ligado
E eu penso se ele causa resfriado,
Limpo o nariz,
Busco o espelho,
Não, eu não estou bonito,
Espero sua volta,
Busco seu retorno
Para me sentir melhor.

São 21:14 horas,
Parece que a barba cresceu,
Parece que o cabelo está em desalinho,
Me sinto mal,
Lembro seu beijo,
Gostaria de seus carinhos,
Não consigo dormir,
O sono não vem,
E você não me dá paz,
O sossego de quê preciso,
A presença que gostaria.

21:15 horas
Eu reflita se você gostou de mim,
Se achou legal estar comigo,
Ou se está com outro agora,
Foi minha garota,
Por poucas horas,
Mas eu achei muito bom,
Então, por quê você não liga,
Não aparece aqui
Ou manda recado?

21:16 horas,
12 minutos se passaram,
As horas se alongamento
E eu não faço promessas,
Não busco sonhos,
Ou espero reencontra-la,
Mas eu gostaria muito,
E talvez por querer tanto
É que pareça estar dando errado.
Espero sua volta,
Deitado na cama
E ainda acordado.

Mulher

Não lembro que nome inventou,
Mas busco por seu sorriso,
O motivo,
Eu penso em nós dois,
Até doer,
Até te fazer voltar.

E se eu gritar lá da lua
Será que chega a todo universo,
Chega até a terra
E vem te chamar,
Onde está você,
Mulher?

Fiz pra você este poema,
Porquê nossa noite foi linda,
Eu lembro dela,
E toda história vive-se a dois,
Veja está história a rebombar,
Por quê vibrar?

Porquê foi legal,
Porquê gostei de te ver,
De tudo que vivemos,
As bebidas que bebemos,
As músicas que ouvimos.

Se você não lembra
Então, não houve?
Será tarde demais
Para eu dizer gostei
E gostaria de vivenciar tudo de volta,
Mulher,
Gostei de te ver.

Sentado aqui nesta serra
A ver o mar,
É o mesmo que estar lá na lua?
Será se você estar,
E se você não estiver
O que posso fazer?

Gritar tão forte
Que chegue até a lua
E de lá retorne
Ainda mais forte,
Até que você ouça
E decida voltar.

Veja meus cabelos a cair
Isto deve determinar,
Belos cabelos a branquear
Parecem contar as horas,
E dizer que o final está para chegar,
Mulher,
Se eu te gritar lá da lua
Você será capaz de escutar
E ao escutar querer voltar?

Se não podemos
Significa que não houve?
E se você não lembra
Significa que não importa?
Mulher,
Minha coluna vertebral dói,
Me cansa estar sentado
E nada fazer por nós,
Você não lembra mesmo?

Me sinto seguro se eu por
Uma roupa de metal
E permanecer então preso
A está terra
Para ver o mar,
Gritar tão alto
Até mover as águas,
Fazer os peixes te levar minha história
Porquê foi legal,
E lembrar é tão bom quanto ver o mar.

Mas quero tanto que você volte
Que me vejo subir a lua,
Desejar gritar
Ou qualquer coisa que te faça voltar,
Não que o metal me aproprie a estar lá,
Mas irá também me garantir ficar,
Mulher,
Como te faço voltar,
Você não se recorda nem do que
Nos foi legal,
Mulher?

E se eu gritar a lua,
Será que ela consegue
Sozinha
Te fazer voltar,
Levar meu grito por toda terra,
Por cada céu,
Cada mar?

Mulher?
Qual era mesmo seu nome,
Que coisa chata,
Esqueci este maldito detalhe,
Mulher!

Noite de Anônima

Ela não queria ser reconhecida,
Estava cansada de ser perseguida,
Ser toda vez notícia,
Queria um pouco de anonimato,
Chegou a fila de entrada,
Puxou do bolso de um rapaz
Sua carteira,
Retirou o cartão de crédito dele,
E entrou,
Sorrateira.

Música vai e música vem,
Bebidas e curtidas,
Sentou-se no banco
Em frente ao bar,
Bebeu o quanto quis,
Escolheu músicas,
Dançou quais quis.

Beijou um rapaz que se aproximou,
Sentiu-se no colo dele,
Pagou bebida sem importar-se,
Ao final,
Reconheceu o rapaz
De quem pegou o cartão,
Cansou-se de se chamar Josué,
E chegou nele.

- e aí?
Peguei seu cartão de crédito emprestado,
Gostaria de pagar a conta.
Pagou a dinheiro,
Todo seu gasto.

Ele surpreendeu-se
Nem havia se dado conta
Da perda do cartão.
- por uma noite
Me chamei Josué,
Agora é o bastante.

Ele sorriu.
Pegou o dinheiro,
A abraçou e a convidou
Para um lanche.
Fizeram amizade verdadeira,
Uma noite de anonimato,
Uma noite sem ser reconhecida.

Agora bebia milk shake,
No canudinho,
Um pouco ela,
Um pouco ele.
O porre passou,
O efeito da bebida acabou.
E nova amizade.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Tarde Em Casa

Você abre a porta,
Se ergue na lata
Feita de banco
Que está dentro de sua casa,
Fica na ponta dos pés
E abre a tramela.

Dobradiças boas,
E a porta abre-se sem esforço,
O vento sopra forte,
Quase a derruba de cima da lata,
Você desce,
Olha para frente,
Imagina onde estão seus amigos,
Pensa em os chamar,
E espera.

Desce ao assoalho limpo,
Com cheirinho de limão cravo,
Sorri como se já os imaginasse vindo,
Então, teu irmãozinho
Desce da única cama que há,
Caminha a passos curtos e lentos,
Chama se nome,
Tão bebê,
Ele não sabe brincar
Com os amiguinhos maiores,
Você suspira,
Pensa se fica triste,
Olha para aquele rostinho
Gordinho e olhos espertos,
Sorriso fácil,
Lábios que sempre chamam seu nome,
E decide ficar com ele.

Os amiguinhos crescem e crescem,
E você se torna diferente deles,
E por mais que o tempo passa,
Você nunca se arrepende
Do tempo em que passou
Com seu irmão,
De todas as brincadeiras que deixou,
E de todas que criou com ele.

Seu colo
Se torna apropriado
Para conforta-lo,
E os lábios dele
Aprendem desde cedo
A chamar você
E não os estranhos,
Por mais complicado que pareça
Vocês aprendem a cuidar
Um do outro,
Estar em sintonia,
Proteger-se e sobreviver
Neste mundo de brincadeiras
Tão intensas que precisa
Escolher idade
Para ser brincada.

A lata vira um ótimo banco,
Suas pernas não se cansam
De mantê-lo,
Não há arrependimentos,
A porta é tramelada,
Não sem antes
Você descer até a escada
Ficar na ponta dos pés
E tirar bergamotas
Do pé que chega até próximo
Da porta.

Você diverte-se
Enquanto aprende a descascar
Muitas bergamotas,
Desfrutar seu sabor
E divide com seu irmão.

Senta-se na lata por um dia inteiro,
Joga as cascas e as sementes
Na fresta do assoalho,
Cuida toda dia
Se nasce nova plantinha
Ali na terra do porão,
E a lata vazia de tinta
Torna-se travesseiro,
E não tarda a muda cresce.

Feliz Aniversário Muhramed

Janeiro trouxe o sol quente,
Novo sonho,
Novo amor.
Você a pedidos,
Nosso irmão para fortalecimento.

Eu o amo.
Ter um amigo
É a melhor coisa do mundo,
Ter um irmão
É ter um companheiro,
Um parceiro,
Algo que nos mantém vivo,
Eu tenho você amigo, irmão.

Seu sorriso tímido e seguro
Me transmite segurança,
Me faz dar um passo,
Retira meu sossego
E traz saudades.

Eu dei meu primeiro passo
Porquê quis segurar sua mão,
Eu me segurei em sua mão
Porquê quis estar no seu abraço.

Eu dei meu segundo passo
Porquê quis abraçar nosso irmão,
Eu cresci seguro
Porquê quis que os dois coubessem
Entre meus braços de única vez,
Vocês dois estavam comigo
Para me fazerem forte,
Estavam no desejo do meu coração
Que os tinha por objetivo e sonho.

Sim.
Meu maior sonho
Sempre foi ser honrado
E motivo de sorrisos e orgulho
Para vocês dois.

Uma vontade imensa
De ter seu abraço,
Sua companhia.
Me moveu de criança,
E me move ainda.

Mesmo em idade adulta,
Eu gostaria de estar no seu colo,
Abraçar seu rosto perfeito,
Seguir seu exemplo,
E me munir do amuleto certeza:
É meu irmão,
Meu orgulho,
Meu brasão de honra.

Você veio ao mundo,
Nada mais perfeito,
São 38 anos de felicidades,
Depois de 3 anos
Do seu lindo nascimento
Nasceu nosso outro garoto.

Três homens,
E uma união de ideias
E sentimentos,
Amores,
Dores,
E felicidades.

Eu sei que a dor que sinto,
Pulsa em seus peitos,
Mesmo sendo tão fortes,
Grandes e até prepotentes,
Vocês me entendem,
Seguram minha mão
E me fazem mais forte.

Dia 01 de janeiro,
Início de mês,
Troca de lua,
Troca de olhares,
Sonhos compartilhados,
Mãos e pernas unidas em Allah,
Um desejo,
Um sonho.

Dia 02 de janeiro,
Segundo dia,
Os olhos que pedem
Já querem pedir de novo,
E Allah é bom e compreensivo,
Dia 03 de janeiro,
Terceiro dia e você de novo.

Embora,
Você saiba,
Os dias contaram-se ao inverso
Depois que você veio,
Um inverso de números,
De sonhos e construções,
E felicidades que não se poderia
Expressar,
Foi como retroceder no tempo,
Ter novas oportunidades
E ver cada sonho
Descrito em seus olhos,
Chegar no terceiro dia de janeiro
E sentir-se em dia primeiro.

Feliz aniversário!
Chego ao primeiro dia
E me vejo ao terceiro.
Feliz aniversário!

Felicidades no seu aniversário,
Mês de comemorar,
Fazer bolo,
Ficar em festa,
Escolher o alguém especial
Para entregar a primeira fatia,
Ou diferente disso,
Escolher o primeiro número
De telefone para quem ligar,
Ou outra coisa,
Escolher aquele primeiro alguém
A quem visitar.

E entregar o seu abraço.
Se depois de agradecer a Allah
Cada dia,
De mãos unidas
E joelhos dobrados,
Por sua vinda,
Você queira saber meu pedido,
Me desculpa dizer:
São estes 03 anteriores.

A primeira fatia do seu bolo,
A primeira ligação da sua agenda,
A primeira visita do dia que você faça,
Mas que isso não se refira a único dia,
Três ou primeiro de janeiro,
Que se refira a cada número do calendário,
E a cada dia de nossas vidas.

Os amo e espero.
Feliz aniversário.
Muhramed Ahmed.
AH, exclamação em falar de você,
ME, outra exclamação por quê...
D, dia esplendoroso – todos os dias do ter você !

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Dez Anos

O calor de verão chega,
Trás suor e terror ao sono,
Você acorda no meio da tarde,
Reza pela chuva,
Pensa em seus pecados,
E separa suas mãos
Que estavam unidas em prece
E corre.

Você tem dez anos,
Acredita em tudo que ouve,
Viveu pouco,
Mas é muito responsável
Pelo que os outros dizem.

Sua barriga dói.
Parece que vai explodir,
Entumecida e dolorida...
Busca o amparo da avó,
Com seus cabelos soltos,
Brancos de conhecimento,
Velhice e amor,
Ela pega você nos braços,
Já sem forças,
Senta-se,
E o segura.

Uma massagem
E a dor passa,
Um chá
E o calor se esvai,
É como se não precisasse
Mais rezar,
Mas ela o ouve,
E reza.

Ajoelha-se ao seu lado,
Te deixa sentado
De xícara na mão,
E reza.
Você busca a frente dela
Se há anjos voando,
Se ela vê algo,
Ou o que é isto em que ela acredita.

Mas crente,
Entendedor ou não,
A dor passa,
O calor passa
E a chuva vem.

Você sente o cheiro dela
E imagina que irá durar para sempre,
Você vê a roupa dela
E imagina que é a mais linda.

O tempo passa,
Você aprende a rezar
Sem ter uma imagem para se apegar,
Não espera mais pela visita de anjos,
Não imagina que Deus irá lhe falar,
Sabe que sua avó sempre fez,
Sempre teve resultados bons,
E que seus pecados
São pesados para te fazer ser ouvido,
Nunca foram insuportáveis
Para ela
Que te pegou no colo,
Segurou e deu segurança
E foi falar a Deus.

Lá, Depois do Para Sempre

Você foi a melhor pessoa
Que houve em minha vida!
Ele disse com olhos seguros,
Um leve rumor de lágrimas
Lá no fundo,
Muito distante,
Mas, perceptível.

Obrigada.
Respondeu ela,
Trêmula,
O houve disse o bastante,
Tornou-se passado,
Acabou.

Suas mãos oscilaram,
A voz veio de seu peito,
De um lugar profundo
E quente,
Saiu feito uma chama,
Como se o afugentasse,
Ela baixou o olhar
Para as mãos quentes,
E percebeu que tudo acabou.

Um frio tocou seus ombros
Logo que ele ergueu os braços
Até a grade de sua casa,
E segurou o portão com força,
Suas mãos próximas e seguras
Tornaram-se vermelhas,
E brancas.

Ela estremeceu,
Pegou as chaves por instinto
E enterrou em seus bolsos,
Não o queria perto,
Suas unhas roçaram na roupa,
Dobraram-se para trás,
Um estímulo de dor,
Ela não o desejava.

Ficou tudo no passado,
Então.
Ela respondeu
Com o peito arfante,
Olhar altivo e seguro,
Buscou no fundo do olhar dele
O entendimento
Do que dizia,
Falou alto e claro o suficiente
E não desejou falar muito,
Bastava que entendesse
E se afastasse.

O para sempre acaba.
Ele falou,
Seu sorriso se abriu,
Dentes claros feito leite,
Bem cuidados,
Unidos um ao outro
Ficaram a mostra.

Este seu sorriso,
Eu lhe ensinei.
Ela respondeu.
O peito queimava,
Parecia arder em fogo,
Os braços tremiam
Na altura dos cotovelos,
Até as mãos.

De repente,
Suas mãos se endureceram,
E ficaram estagnadas abertas
A sua frente,
Ela sentiu que não havia
Grades entre eles,
Levou suas mãos até ele,
Encontrou as deles
E as apertou
Não parecia usar força,
Apenas respondia a vontade,
Apertou até ele gritar,
Apertou até seus dedos contraírem-se,
Apertou até desmanchar seu sorriso,
Apertou até ele chorar,
Apertou até sentir dos nos cotovelos,
E afastou-se,
Ele jogou-se para trás
Como se houvesse grudado na grade,
E suas mãos marcaram o portão,
Sem riscos,
Apenas afundaram a grade dele.
Chorão bobão.

Ela falou
De peitos arfantes.
Foi o tempo,
Foi seu sorriso,
Veio as lágrimas,
O arrependimento,
Entendeu que também,
Com isso,
Passou o para sempre?
O quê?

Ele indagou atônito,
Chacoalhando os cabelos,
Como se suas palavras
Fossem arremessos
Contra ele
E o ferissem.

Então, olhou-a com o rosto
Gordo vermelho e branco,
Desvanecendo,
Sua gordura pareceu escorrer,
E a velhice o pegou desprevenido
Por anos,
Seus 30 beiraram 60.

O olhar correu.
E ele tropeçou para trás.
O tempo do para sempre
Se foi.
Acabou
E não há beleza nisso,
Nem no que houve,
E mais nada haverá.

Sem amizade.
Sem cumprimentos.
Sem sorrisos
Ou falsidades.
Adeus e distanciamento.
Ela bateu os dedos
Contra as grades,
Como se fechasse a porta
Contra sua cara.

Pegou as chaves de dentro do bolso,
E num gesto as levou para frente.
Ele deu três passos tortos,
Abertos e rápidos,
E grudou no portão
Para pegar as chaves,
Bateu com força o rosto
Nas grades,
Ferindo-se.

Para trás,
Ela disse.
Eu pedi para ir.
Você disse estou indo.
Entenda, é o fim.
Eu não aceito mais isso.

Ela sentiu medo,
Apertou a chave em sua mão pequena,
Dobrou a chave
Até quase quebra-la,
Ela não sentia-se segura,
De forma nenhuma.

Ele estava rápido,
Ele estava mentindo,
Ele não estava respeitando.
Suma.
Ela disse.
Desapareça.
Embora.
Saída.
Fora.
Saia.

Ela usou cada palavra
Meticulosa
Para manda-lo embora,
Desejou que fossem pedras,
Desejou que fossem tiros
Contra seu rosto assombroso.
E ficou onde estava.
Mesmo com medo.

Ouviu ele dizer
Toda a babaquice possível.
E esperou até ele ir.
O viu entrar no carro e sair.
Sentiu nojo.
Ficou ali.
Depois entrou dentro de casa.
Desejou estar segura.
Desejou muito
Estar segura.

A Hora

Anunciaram os djins, - aproxima-se a Hora. O povo daquelas areias Sobre o mar azul e limpo Estremeceu. Aguardaram uns de Al...