sábado, 7 de maio de 2022

Em Certa Manhã

 


Neste instante abri os olhos,

Não pude dizer que vi tudo,

Mas o bastante,

A garganta sufocava o sorriso,


A face tremulava para esconder,

Quisera eu poder rir de tudo isso,

Mas, nem sempre se é possível escolher,

Minhas mãos percorreram minha face,


Não havia lágrima nem vontade de chorar,

Quis dizer algo mas não soube o quê,

Queria consolar o que eu sentia,

Mas nem mesmo sabia compreender,


Tirei o lençol de cima do corpo,

Uma lufada de frio me percorreu,

Estremeci por um segundo,

Devia ser dia eu não saberia dizer,


Perdi a noção das horas e de outras coisas,

Mas, eu sabia de tudo o que era mais importante,

Pegar o telefone e ligar?

Correr até o carro e procurar por ele?


Olhei para a janela e pude constatar,

Sim, era dia claro e o sol parecia rir,

Fosse o que fosse ele deveria estar gostando,

Apenas cri que não ria de mim,


Me pus de lado sem vontade de levantar,

Pensei na roupa que vestiria,

Meu corpo nu pedia por abrigo,

Meu cabelo estava arrumado,


Nem de longe iria parecer despenteado,

Poderia jurar ter passado a noite em claro,

Mas não, senti que nunca dormi tão bem,

Um travesseiro caiu no assoalho,


Não fez barulho,

Tudo ao meu redor parecia gritar silêncio,

Dentro de mim também,

Eu não me sentia bem,


Mas, meus lábios desacordados,

Abriam-se seguros mas não diziam nada,

Penso que nem eles ou minha alma,

Porque, eu entendia sem entender,


Havia uma decisão e era importante,

Deitada na cama olhando para o alto,

Quis sair dali sem me mover,

Pensei se teria possibilidade,


Mas também não soube para onde ir,

Quem sabe, apenas. eu quisesse ter alguém,

Um alguém para quem recorrer,

A noite foi sem sonhos e sem pesadelos,


Mas o dia, parecia me trazer uma espécie,

Disso eu não poderia acordar ou fugir,

Teria que escolher e resolver,

Tinha uma sensação ruim na garganta,


Um incêndio me percorria por dentro,

Uma torrente de palavras queria sair dali,

Haveria uma ebulição em meu peito?

Penso que isso havia sido evitado a contragosto,


De cair em desgraça sei que escapei por pouco,

Tentei deixar minha mente passear,

Vagar por algum cômodo ou outro lugar,

À procura de uma resposta,


Uma saída que me desse algum impulso,

Encontrei algo muito dentro – escondido-,

Quando se sente perdida,

Nem sempre se quer encontrar o que está no fundo,


Eu confesso que estremeci na hora,

Mas fui ao encontro,

Se nada é tão perfeito muito ruim não seria,

No passado.


Me esforcei mais um pouco estava vago,

Queria precisão de detalhes,

Não sabia ao certo se queria repetir isso,

Afinal de contas o que importa é o presente,


É todo o chão que se tem para pisar,

Mas, havia um caminho e eu queria percorrer,

A felicidade estava lá fora,

Então, porque eu parecia me esconder?

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Soluços

 

Ela jogou-se na cama a chorar,

Um soluço calava a garganta,

A dor dilacerava a alma,

As palavras eram sufocadas pelo medo,


Se eu estivesse a morrer, de que adiantaria falar?

Ela jurou amor tentou busca-lo,

Fez tudo que podia mas ele rejeitou-a,

Apenas isso,


Quem é que poderia provar ter havido algo?

Em tudo que viveram ele sempre foi solícito,

Escondeu o que sentiu tão fundo,

Que tivesse existido algo nem ele o acharia,


Se o amor existe na alma é preciso confessá-lo?

Jogada sobre na cama fria não sentia a si mesma,

O corpo estava estagnado e arredio,

Nem mesmo sua alma mais lhe pertencia,


As mãos jogadas para a frente sob o lençol,

Buscava remexer em algo - ver se ainda existia,

Nada do que havia ao seu redor lhe pertencia,

No instante em que se entregou por completo


Desistiu de si mesma e perdeu-se, talvez, para sempre,

Nas profundezes do seu ser uma dor dilacerava,

A sufocava de maneira aguda e doentia,

Um pó a efeito da morte lhe ressoava sobre as narinas,


A respiração lhe escapava,

Tudo que sentia se distanciava,

Soluços eram calados dentro do peito,

Quando já não podia mais aguentar-se de cabeça erguida,


Deixou-se cair sobre os seus próprios braços,

Ali encontrou abrigo,

A torrente de lágrimas foi cortada e elas rolavam sobre a cama,

A respiração voltava pouco a pouco,


Mas a dor, esta não partia,

Ofereceu-se ao amor como uma espécie de sacrifício,

Do tipo que não há como voltar atrás,

E ele soube disso, soube usar seus sentimentos,


Até destruí-los, coisa inútil é amar,

Quando se passa por quem se ama e tenta falar-lhe,

Mas antes que as palavras saiam,

Antes que consiga fazer mais que balbuciar sobre isso,


Ele lhe vira o rosto como se não a reconhecesse,

Ela, eleva o rosto ao Altíssimo e engole o choro,

Mas a dor continua se vá aonde for,

 O sorriso do traidor nunca é esquecido,


Com uma dor a dilacerar o coração tinha um juramento,

E o faria, mesmo que somente para si mesma,

Que Deus o traga para mim no dia da angústia,

E eu saberei como lhe virar o rosto,


Que Deus possa honrar cada dor sentida,

Cada lágrima calada frente a frieza dos seus olhos.

Gritara? Não, não teria forças para tanto,

Estava caída, dilacerada de tanta dor,


Olhou para os braços estavam lívidos,

Os lençóis molhados ao seu redor,

Ela deitava-se de bruços,

Gélida de frio ou de tanta dor não saberia dizer,


O cabelo molhado caía ao lado do rosto,

Parecia estar morta,

Não, ela não gritaria.

segunda-feira, 2 de maio de 2022

O Amor: Quem há de Evitá-lo?

 


Tracejou com o dedo indicador os seus lábios,

Estavam fechados e macios e ternos,

Desceu um pouco o lábio inferior,

Aproximou seu rosto da boca do seu desejo,


Mas, antes de chegar perto se estagnou,

Ficou presa a respiração quente que a tocava,

O aroma que vinha de dentro dele,

Tinha cheiro de amor e alguma outra coisa,


Um arrepio na espinha a fez voltar-se,

Uma lágrima quis inundar seus olhos,

Há instantes em que o que se vê,

Vai além de tudo que se acredita,


Não moveu o dedo do lugar,

Sentia que nunca poderia se desvencilhar,

O amor realmente tem algo de supremo,

Convoca tudo que há de melhor dentro de nós,


E quando nos damos ainda parece ser insuficiente,

Mas, vendo-o adormecido e seguro naquele quarto,

Sob a meia luz que refletia em sua pele,

Sentiu que naquele instante,


Pela primeira vez tinha feito tudo certo,

E que agora sim, dera tudo de si e fora o bastante,

Esperou tanto por aquele momento,

Contou os segundos do nascente ao poente,


Parecia que ele sentia o que ela pensava,

Neste segundo, o lábio dele estremeceu,

Pareceu lhe pedir um beijo sereno e apaixonado,

Ela lhe sorriu em contrapartida,


Desde o cabelo bem cortado, sedoso, macio e cheiroso,

Até a forma peculiar do seu queixo,

Sentia que o amor resplandecia,

Era como se sua beleza lhe gritasse ao longe,


Estivesse onde estivesse: oh, querida, se apaixone!

E para ela não ouve recusa,

Ela o ouviu ou pelo menos o sentiu,

Isso basta por uma noite e agora o queria,


Para muito mais que isso, o desejava por uma vida,

O amor vem, ela soube disso,

Assim que ele seguiu a passos firmes ao seu encontro,

O coração é tão apressado que nem tenta ficar calado,


Grita e pulsa forte tudo que sente,

Não se contenta com a distância,

Anseia aproximação e a busca indisplicente,

Nas carícias da sua mão ela sentiu um fogo devorador,


E agora, com o dedo sobre o seu lábio,

Sentiu algo que parecia maior,

No calor do corpo nu que tocava tudo mudava ao seu redor,

Era como se fosse tomada por violenta tempestade,


Cuja chuva não possuía nada de frio ou arredio,

Ao contrário, vinha para ela cheia de vida,

Fechou os olhos ao aproximar-se de sua boca,

Convocou aos altos que esta noite não tivesse um outro dia,


Pois que fosse apenas continuação do que agora existia,

Sem novidades que pudessem modificar o momento,

Ou pior das catástrofes tentar impedir o que havia,

Se fosse acordá-lo do sono tranquilo que estava,


Não importava, o desejava de forma intensa,

Beijou-o de forma serena,

Que este beijo servisse de julgamento aos sonhos dele,

Que lá, onde ele estivesse a sonhar agora,


Pudesse senti-lo e talvez, assim a quisesse como ela,

Ajuntou-se mais ao seu corpo,

Pediu a Deus que fosse dela para sempre como agora,

E os sonhos dele proclamaram esta justiça,


Mesmo absorto e de olhos fechados,

Ele a buscou com seu abraço e a segurou para si,

A queria,

O calor que irradiava dele era o juiz,


E quanto ao amor dela, o utilizaria por testemunha,

- Ouça, meu amor, e lhe falarei... – tornou ela,

Agora sua voz era um pouco mais que um gemido,

- Deixe meu amor testemunhar tudo que sinto,


Se eu te amasse mais, como eu poderia dizer?

Pois existe um mundo lá fora e ele é perfeito,

Porém, mais perfeito e importante é você.


domingo, 1 de maio de 2022

Dois Amantes

 


Acordou em meio a uma noite segura,

Antes de abrir os olhos e espantar o sono,

Estendeu a mão e sem precisar procurar,

O encontrou dormindo seguro em seu abraço,


Que agora rodeava o seu corpo,

E a levava para junto dele como um só,

As noites de espera em que imaginou não o encontrar,

Haviam definitivamente ficado para trás,


Em um passado sombrio e enfermo,

Que desfalecia nas sombras que rodeavam o quarto,

Não havia luz ali naquele lugar,

Mas o amor que sentiam um pelo outro


Era demasiado evidente para ser calado ou escondido,

As sombras que atemorizaram outrora,

Agora serviam para juntar dois sonhos em uma cama,

Roçou o cabelo de sua nuca, aproximou-se do seu peito,


Beijou-o de forma afetuosa,

E ouviu um suspiro satisfeito,

Sorriu ao recostar seu rosto em seu corpo,

Puxou-o ainda mais forte, não desejava prendê-lo,


Nem temia perdê-lo, apenas o queria,

Por tudo que sentia queria recompensá-lo,

Pelo quanto era feliz queria demonstrar,

Tinha certeza que nasceu para ele e que o esperou,


E de tudo que viveu ele era seu objetivo maior,

Mesmo sob os encalços dos erros e desacertos,

Estar com ele entre seus braços valia qualquer preço,

Tirou o cobertor que o aquecia puxando-o até a cintura,


E permitiu que suas carícias suprissem a ausência do calor,

Sentia-o cada vez mais dentro de si mesma,

Era como se puxando-o para si o trouxesse para dentro,

De alguma forma que talvez alguém entenda, ou não,


Mas, eles se compreendiam ela sentia isso,

Em cada descompasso do seu coração,

Esfregou sua pele de forma leve e arredia,

Sabia que da superfície alcançaria a parte mais profunda,


Aquele segredo que toda pessoa esconde em sua alma,

A parte em que se guarda para si mesmo,

Esta parte sua pertencia a ele e a dele?

Ela a queria, não é demasiado desejar tudo do seu amor,


Apertou um pouco a carícia, sem chegar a arranhar,

Havia uma busca nela e este ponto estava nele,

Sem resistir o beijou, moveu seus lábios de forma ávida,

Um suspirar sôfrego saiu do seu peito – incontido,


Não desejava perturbar seu sono,

Ele estava tão terno ela podia sentir em cada parte sua isso,

Dormia como um menino,

Nem parecia todo aquele homem que é, acordado,


Um beijo apenas para aliviar a busca,

Apenas um e subiu movendo a língua em sua pele macia,

Sorveu o seu cheiro até poder transpirá-lo,

Chegou na cavidade do seu pescoço,


E sentiu seu pulsar acelerar-se,

Estava mais próxima dos seus lábios e queria-os,

Um beijo apenas para aliviar a busca,

Não iria acordá-lo, apenas roçar um pouco a boca,


Servir-se-ia do seu amor sem perturbá-lo,

E agora sua boca ansiava e parecia comandar o contato,

Moveu-se e ele moveu-se com ela,

Estendeu o braço sobre sua cintura e a puxou pela coluna,


Aquele seu toque seguro e forte,

Pelo qual ela era capaz de qualquer coisa,

Até conter a ânsia do desejo por sua boca,

Por algumas horas, apenas até que o coração dele acalmasse,


Até que o dia o chamasse,

Ou que, ela tivesse nova chance – esperaria,

Os lábios continuaram em seu peito serenos e possessivos,

Uma espera doce e apaixonada se avistava,


Eram, ainda, 3h e 15min da madrugada,

Horário em que até os amantes ressonam,

Um beijo para aliviar a busca- esperaria.


sábado, 30 de abril de 2022

Um Beijo

 


De dentro de sua boca,

Um lugar profundo e terno,

Em que as palavras soavam arredias,

Podia sentir o gosto do desejo,


Com um murmúrio a silenciar um pedido,

O Eu te amo foi pronunciado recostado,

No exato segundo em que provava o sabor,

E se embriagava porque desejava ficar,


Num tipo de porre em que se perde as pernas,

A direção, a cabeça e tudo mais,

Simplesmente, quer-se ficar ali e não sair,

Não se importa se ao amanhecer irá cair,


Ou se dessa vez tudo dará certo como sempre quis,

Simplesmente aproveita o momento,

O instante mágico do aconchego,

Em que encontra um lugar para ficar,


Um lugar diferente dos outros,

Em que se é bem-vinda,

E quanto mais se aprofunda,

Mais se perde o controle e a compostura,


Ao se estar dentro não se quer sair e pronto,

Adentra-se num universo reservado,

E busca-se saciar ao saciá-lo,

Sente-se apenas que não se pertence,


Ser sua é o maior desejo e maior alcance,

Ter seus lábios é ver o passar das horas

Como se fosse uma noite escura,

Em que não se vê nada,


Mas sente-se tudo que está envolta,

Aconchego minha boca na sua,

E o tremular encontra o calor da pele nua,

Molhado e arredio,


Apenas deseja-se provar mais um pouco,

Até alcançar aquele algo,

Que palavras ou carícias não sabem falar,

Sinto o gosto que jamais será esquecido,


Um pedido calado - baixo,

O Quer namorar comigo expresso em gemidos,

Mas, que não é falado,

Nem mesmo quando os olhos se abrem e se encontram,


Nem quando as mãos se juntam,

Ou quando o ar falta e o respirar se mistura,

Nem mesmo quando se pede que não amanheça o dia...


sexta-feira, 29 de abril de 2022

Um Suspiro


A voz chegava ao seu ouvido,

Um sussurro apaixonado e terno,

Roçava sua orelha feito um afago,

Com a doçura de um beijo,


Porém, sem tocar, sem chegar perto,

Era um sentir sem o apego,

O sentimento que flui sem achego,

Um suspiro vinha tão perto,


Que parecia penetrar a pele,

Apenas um estremecer percorria o corpo,

Tão perceptível e nítido,

Que não cabia disfarce,


Tão forte e aconchegante que

Parecia pertencer ao pensamento,

Era como se já estivesse por dentro,

Antes ainda de ter sido pronunciado,


Um afagar que não mede esforço,

Mas sabe esperar o momento exato,

Mexia com cada um dos meus sentidos,

Parecia zombar se eu dissesse: não sinto,


Mas, mesmo que eu quisesse falar algo,

Meus lábios trêmulos ficaram emudecidos,

Embora o corpo desejasse chegar perto,

Algo dentro de mim ainda dizia não,


O suspiro ressoava por dentro tão vivo,

Que já não era apenas um afago,

Era um convite para um talvez,

Fosse para um beijo eu teria virado o rosto,


Mas não, era algo muito mais profundo,

Sorri sem disfarçar o gosto,

O suspiro me buscava e eu gostava disso.


 

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Chuva

 

Tentando apagar o calor da pele ou não,

Ele entregou a chuva que caía a sua mão,

Sentindo cada gota com uma espécie de calma,

Sabia que poderia esperar, mas algo incomodava,


Sentir a chuva molhar enquanto afaga,

Não se assemelhava ás lágrimas mas outra coisa,

Algo escondido dentro que queria aflorar,

Não poderia dizer que fugia das lembranças,


Mas, sentia que aos poucos elas se apagavam,

Fechou a mão em concha até vê-la escorrer,

Sentir a água transbordar incapaz de ser contida,

Assim, são os sentimentos e ele sabia,


Se não podem ser entregues fogem de si mesmos,

E de quem jurou amar por uma vida,

A chuva parecia cantar uma canção não correspondida,

Estava calma e passiva, contrária ao que ele sentia,


Um suspiro soou baixo e desafinado,

Um nome ficou preso por entre os seus lábios,

Ele chegou mais perto até molhar o rosto,

Sentou-se por sobre a grama e decidiu molhar-se,


Sentiu o lábio inferior ficar inflamado,

Queria beijá-la e sentir tudo aquilo de novo,

Mas, ao mesmo tempo não tinha certeza,

Havia uma marca sobre o seu queixo,


Não, não pense isso: não era marca de beijo,

Era uma outra coisa, da qual ele não queria falar,

O coração se acelerava junto ao peito,

Mas a chuva permanecia do mesmo jeito,


Fosse como fosse, ela queria contrariá-lo,

Não poderia definir de outra forma,

Mas, sobre o seu rosto apenas ela e mais nada,

Nem uma lágrima enquanto no peito,


Apenas aquele sentimento,

Deus sabe que a chuva não penetra a pele,

Ou penetra? Será que ela poderia encontra-lo,

E lá dentro apagar tudo o que ele sentia,


Ou quem sabe fazer o sentimento transbordar a superfície,

Até e apenas até o ponto em que ele o entendesse,

Se sentimentos são capazes de transbordar,

Por que deveriam usar apenas a face?


Não poderia emergir em outra forma,

Uma carícia ou algum outro jeito?

O suspiro permaneceu preso em sua boca,

Estava estagnado por entre os lábios macios,


Não parece natural amar tanto,

E ainda assim não desejar se aproximar,

Olhou para a chuva, elevou os olhos,

E os pingos dela os molharam, sentiu dor,


Fechou-os depressa,

Existem coisas que não se pode lutar contra,

A chuva brincava por entre os seus dedos,

Escorria e se esvaia por sobre a grama molhada,


A roupa embebida em água,

Cedia alguns botões na blusa e o expunha,

Nada além disso, uma chuva que caía,

E seus pensamentos perturbados,


Se chuvas leem mentes, é difícil acreditar,

Se poderia esquecer, ainda não sabia ao certo.


Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...