Seu beijo,
Que falar?
Seu abraço,
Preciso dele,
Sinto que o relógio atrasa,
Sempre que você não está,
Ele dá meia volta e aqui está,
Você, nós dois e mais nada,
Depois desce a realidade,
Após o banho da sua lábia,
Cá estou em desigualdade,
Pois é, a sua espera,
E a indigência que produz esta saudade?
Oh, lamento daqueles esquecidos,
Infortúnio de quem conta os instantes,
O espero,
Me sinto um dura criatura a esmo,
Não tenho seus beijos nem os esqueço,
Às três horas da tarde,
E aqui são duas da madrugada,
Se meus olhos estão abertos?
Fechados tal como nesta hora,
E você?
Aqui ao meu lado,
Dentro de mim,
Em meu abraço,
Colado a tudo que vivemos,
Às três horas saudade,
As duas da madrugada seus beijos,
Pode-se dizer que a verdade salta aos olhos,
Sim, ela me faz ver até o que não quero,
Repouso a mão no colo,
Pego a fotografia e o vejo,
Nela está com outra e você sabe,
Enquanto eu aqui o espero,
Confesso não saber o que fazer,
Mas você sabe que eu sei,
E ainda sim permaneço,
Você saberia me dizer o por quê?
Conto o tempo e desejo que passe,
Quero te ver e nem sei se quero,
É esta triste saudade que dá vida ao lamento,
Ou seriam os seus beijos?
Em quê me prendo?
Você não me ama?
É, eu sei disso...
Sua fala, ela cala-se,
E não é por que você fala com ela,
Sou eu e é você,
Acho que é nós dois juntos,
Me calo, também,
Mas, este coração que aqui bate,
As vezes, parece que nem respira,
Mas, ele o procura, você entende?
Ouço o ranger da porta,
Imagino que se abre,
Me mantenho onde estou,
Segura do que sinto e sou,
Olhos fechados, foto guardada,
Você sabe sobre ela,
E eu sei também,
Se você parar para me ouvir falar,
Talvez, eu também o escute.