Ele foi com seu beijo e abraço,
E dentro dele todo o meu respeito,
Sim, o respeito que eu tinha por minha dignidade,
Não restou nada,
Apenas a saudade,
Ligo uma e duas vezes,
Ligo outra,
Não tem importância,
Tento outra vez,
Preciso ouvir sua voz,
Preciso que me ouça,
Mesmo que eu não tenha o que dizer,
Preciso ter notícias,
Ouvir sua fala,
Haverá infortúnio maior que esse?
Sumiu com todos os seus beijos no horizonte,
Os beijos pelos quais tanto anseio,
Levou meu sorriso com ele,
Acho até que não se importa com isso.
Num primeiro momento,
Eu fecho os olhos e conto até três,
Ferida, estupefata, penso e repenso,
Desejo-o, outra vez,
Fecho os meus olhos para recordar,
Abro-os apenas por ameaça:
Reaja, ou vai esvair-se toda em lágrimas?
Mas, de lágrimas na verdade não há uma única,
Cansei de chorar a tantos anos atrás,
O medo me compreende bem,
A paixão por vezes implora e noutras se desculpa,
Acho que anda um tanto desapegada da saudade,
Os mais desconfortantes,
Os beijos agora me deixam arfante...
Dos suspiros por amor resta esta ausência,
Ausência de ar, de sonhos por que lutar,
Minhas lembranças adornam cada beijo,
Se apegam a eles com toda a força,
Por maior que seja a dor por sua falta,
Eu, confesso, desejo muito a sua volta,
Egoísmo e rancores a parte,
Apenas desejo que volte.
Um respeito misterioso brota em meu ser,
De dentro de mim algo ressurge,
Não tarda até procura-lo outra vez,
A colaboração da paixão que está acima do homem,
Aquela que em todos apenas vê a sua face...
Discipline o que sente,
Tento me fazer entender,
E a alma finalmente me dará a paz,
Mas, não tardo a duvidar,
Haverá paz com valia se eu não o tiver?
Como farei sem suas carícias,
Que motivo me fará suspirar?
Onde não há quem amar
O coração não tarda a desviar,
Confesso que também não sabia de mim,
Pouco antes de te encontrar,
Então, fiz de você meu porto seguro,
Agora me vejo perdida como se nunca o tivesse tido,
Mas, como é feliz o coração que ama...
Bom seria, bem, bom seria se você me amasse ainda!