Ao dar créditos aos abraços,
Situações como beijos já são esperadas,
O afago pode ser considerado como desejado,
Ah, quem me dera ter evitado o seu olhar!
Situações como esta saudade poderiam ter sido evitadas,
E com ela, acrescenta-se a espera e o desejo de vê-lo,
Não sei dizer o que é pior nisso tudo,
A dor pela distância,
Ou a esperança que sempre acrescenta,
Acrescenta aquela frase solta,
Aquele carinho quase despercebido,
Acrescenta o sonho que nem se teve na hora,
E torna mais fácil e desejável a espera,
É o que eu acho,
Pois pensar em tudo que houve entre nós,
Faz o tempo passar um pouco melhor,
É preciso por uma atadura,
As chagas que você fez ao ir embora ferem,
Cura seria o seu beijo,
Mas, atar-me, ater-me ao que houve,
Enfim, isso ainda é um remédio.
O beijo proclamado com heresia e grandeza,
O amor que se fez sem ser percebido,
Cada carinho não esquecido, abala,
Poderia ferir se consideram-se as lágrimas,
Mas, fazem mais que isso,
Acrescentam,
Ou eles ou a saudade,
Mas, vejo sempre tudo de forma diferente,
Cada passo, cada beijo que houve,
Tudo conduz ao gosto da primeira vez,
Assim, uma vez fortalecido o beijo,
O desejo se fez de imediato,
E o amor veio por anseio,
Era necessário fortalecer o elo,
Devo chamar amor esta necessidade de você,
Esta vontade quase doentia de tocar sua face,
Sentir seu calor,
Querer tê-lo sempre perto,
Assegurado o beijo,
Fez-se necessário pensar no próximo ato,
No destino,
No desenlace de cada passo,
Neste aspecto,
Os sábios não se separam dos espertos,
Nem os tolos perdem tanto,
Mas, paira aqui, quase que de imediato,
A desconfiança,
E com ela, o desejo por distância,
O beijo houve, pois bem,
Mas, antes de mais nada,
Houve as juras, as promessas,
Essa é a verdade,
O que é o beijo se não houver o depois?
E, depois, o que vem?