Existem pessoas que observam as leis de honra,
Da mesma forma que veem um céu azul e límpido,
De longe, a imaginar que se modificará,
É como se acreditassem ter vontade própria,
Como se por uma mera nuvem tudo se dissipasse,
Talvez estejam a se indagar porque a cor muda,
Ou por que nunca é comum em todo lugar,
Dizem que o olhar que olha para o céu de hoje,
Nunca torna a repetir-se,
Há quem se apegue de tal modo ao fato,
Que apresenta até mesmo teorias quanto,
Bem, o que posso dizer é que a cada passo,
Sinto também que não é o mesmo...
O meu interior, este contudo,
Não estava por inteiro ou digamos: nada bem!
Não digo que estava apagada,
Apenas que não teria condições de fazer luz,
Aquele brilho de onde brilha a esperança...
Bem, este estaria mais distante que o céu do poente...
Sim, ainda é início da manhã,
Você imaginaria que o sol poderia não brilhar,
Eu o saberia de antemão,
Insuflem-se os sopros dos deveres,
Algo há de me conduzir que não seja a alegria,
Gostaria de combater isso que sinto com um beijo,
Ah, como gostaria!
Há um ideal logo a frente,
Este realmente está diferente,
Imagino que o busco por seu beijo...
Em minha imaginação enfrento tudo e o consigo,
Mas a razão permanece de fora,
Não se sente tão empolgada,
Um tiro de espingarda me atinge,
Eu quase não o sinto,
Não fosse o espasmo da mão para o alto,
A perda da direção momentânea dos meus pés...
Não fosse o sonho!
Chego a fechar os olhos pensando nele:
No beijo que agora sonho mais intenso,
Por um minuto,
Num único minuto fico de olhos fechados,
Ou nem tanto,
A emoção de sentir mãos vigorosas,
A carícia amena e afetuosa,
Vem com força total contra meu tombo,
O revido, quase desisto de tudo,
Bem, me refiro a eu, a vida e outras coisas,
Nunca do beijo!
Queria o seu amparo,
Como gostaria, mas agora não sonho,
O desmaiar consome o tempo,
Se as horas se esvaem eu perdo o instante,
Não que seja algo mágico ou onipotente,
Mas o beijo, o beijo me enleva e me faz buscar,
Se suas mãos vigorosas estivessem aqui agora,
Poderia contemplar o céu que vejo,
Sentir e perceber o quanto eu penso,
Ainda penso, talvez pense em demasia,
Não, evito o pensamento,
Não queria que estivesse aqui agora,
Me veria sangrar...
Estaria a salvo, como penso em você agora,
Talvez eu não possa te ver mais tarde,
Momentos não se repetem,
Desejos se esvaem como a dor,
A dor não é nada diante da saudade,
Aprisiono-me ao beijo,
Decido não revidar e retorno,
Poderiam dizer que me escondi,
Mas, você sabe, meu bem: lutei por ti!