terça-feira, 5 de novembro de 2024

Preso

- Eu preciso de dinheiro,
Do seu dinheiro.
Ela disse em desespero,
Dívidas da casa em atraso.
Iriam penhorar e retirar dela.
- ótimo.
Ótimo ele quis responder
Com orgulho opressor,
O mesmo teor que ela utilizou,
Se pudesse cuspiria terror.
Ao invés disso sorriu emotivo,
- querida, estenda suas mãos
Em minha direção,
Fiquei próxima.
Bastante próxima.
Então ele cuspiu.
Com lentidão,
Escassez e sede.
Lembrou-se de toda sede que sentiu,
Da vez em que se viu obrigado
A beber sua própria urina,
De quando não teve lugar
Em que depositar sua urina,
Por estar de portas trancadas,
E incapacitado por algemas
Fez tudo nas calças.
- não, não se incapacita um homem,
Fuzilando sua masculinidade.
Ele não esperou pelo tapa na cara.
Chorou feito criança.
Então, saiu de seu devaneio
E olhou-a,
Amou ver seu desespero,
A humilhação estampada nela,
Sentiu-se ainda mais fraco,
Ele tinha o valor,
Ele poderia ajuda-la,
Mas jamais o faria,
Não esqueceria a falta de água,
A ausência de seus remédios,
Estar preso e obrigado por ela,
Impedido de buscar medicamento,
O risco a sua vida
Era motivação suficiente
Para a recusa.
Não,
Não iria ajudar,
Morreria com cada cédula,
Enfiaria no cu
E fingiria que era merda,
Limparia a bunda
E daria descarga,
Mas jamais iria auxiliar.
Sofrer é horrível,
Mas ser alvo de pressão psicológica,
Estar preso a quatro paredes,
Não.
Não há como perdoar
Ou ao menos esquecer.
Sim.
Precisava sair vivo,
Não sabia como se sair bem,
Mas confiar e ajudar,
Não convém.
Outra forma de fingir confiança,
Precisava de outra maneira
De fugir
E se colocar o mais distante,
Enfiaria cada cédula no cu
Até virar merda,
Mas não facilitaria
Ou seria conivente.

domingo, 3 de novembro de 2024

A língua do povo

-Dizem que está viva!
-Há gritos no cemitério,
Trata-se de uma alma!
Os rumores não cessavam,
Falavam da morte de moça nova,
Muito amada,
E bem cuidada,
Noiva.
Foi encontrada no quintal de casa,
Ao seu lado um buquê de flores,
Caída e esticada.
Jogada sobre grama verde.
Simplesmente morreu,
Sem causa de morte,
Caiu sobre a grama quente,
E ficou!
O velório foi triste,
Ninguém acreditava na notícia,
Moça bem falada,
Comprometida e amada.
Tudo transcorreu rápido,
Conforme ocorre com todo corpo,
Após a morte,
Sabe-se,
Nada resta
Nem sangue a correr,
Fala, sorriso ou volta.
Porém, as horas transcorreram,
E os dias se passaram
E em torno do cemitério,
Sempre rumores,
E a língua do povo
Não fala com pouca razão,
Falta coragem para ir ver,
Tirar a certificação,
Mas se há fala,
Há motivação.
A família comovida,
Abriu o portão,
Fez oração e entrou,
O que encontrou não faria poucos chorar,
O pai desmaiou,
A mãe gritou sem parar,
A mão da moça estava para fora da terra,
A terra havia sido removida,
Parecia arranhada,
A pele dos dedos da moça se perdeu,
Três estavam para fora,
Como se pedissem socorro,
Ela teria sido enterrada viva?
- não!
Coube outra vez ao povo a descoberta,
O noivo havia tentado remover o corpo,
Cobrar dinheiro para devolver,
Remover joias e roupas,
Enfim, tudo nela que trouxesse dinheiro
Ou conforto,
Para espanto de todos os olhos,
Aquele homem nunca a amou.
Ele apenas matou-a com uma paulada,
Logo após levar-lhes flores envenenadas,
Queria apenas dinheiro
Bateu forte demais,
Ela não teve forças para se levantar,
Tudo foi muito rápido,
E joias, roupas caras e caixão
Foram colocados ao dispor apenas depois,
Ele voltou buscar,
Vendo o sofrimento dos pais
Quis levar o corpo,
Não contou com os olhos do povo,
Ineficaz,
Não foi capaz.
Há pessoas que veem valor em tudo,
Há pais que dão valor a cada gesto,
Detalhe ou filho.
Filha amada,
Levou tudo que pode,
Amor, sofrimento, dinheiro...
Conheceu em vida os dois,
O homem que enxergou a filha amada
E a capacidade dos pais
De ama-la,
Doarem-se
E presenteá-la,
Infelizmente,
Este homem a quis de graça
E a teve por muito cara.
Ela conhecia aquele tipo de amor,
Apenas não foi capaz de identificar
Separar as declarações de quem daria a vida por ela
E quem retiraria a vida dela
Apenas para ter.

O Anel

Amada,
Profundamente amada,
Mil promessas,
Um anel de compromisso,
Depois disso,
Água,
Muita água.
Profunda água,
Esverdeada e escurecida,
Quase sem vida,
Um sopro de amor dentro de si mesma,
Fora isso,
Mais nada.
Perdida,
Talvez, nunca encontrada.
Ela saiu depressa,
Tinha pressa para chegada,
Uma curva mal feita,
E um mergulho em água fria,
Rio cheio de vida,
Água pura,
Fonte de sonhos,
Levava-a.
Não pedia,
Não despedia,
Tragava.
Segurava com braços invisíveis,
Não adiantava chamar,
Chorar não bastaria.
Acelerar a toda força,
Não levava a lugar algum,
O cinto de segurança
Apertava seu peito,
Reprimia,
Mantinha,
Com suas unhas vermelhas,
Bem feitas e compridas,
Ela conseguiu com um clique audível
Destrava-lo,
Estava solta.
Notou com lágrimas nos olhos,
E pouca visão
Que havia arranhado seu tecido,
O cinto estava comprometido.
Um sinal de que cairá em vida,
Porquê fora do carro
Água, pedras, lodo e madeiras
Seu carro parecia não estar
Sendo carregado pela água,
Estava preso,
Estava escuro,
Escuro demais para pensar,
Para enxergar,
Para pedir ajuda.
Caída,
Dolorida,
Com medo.
Profundo pavor
De um casal apaixonado,
A separação,
Ver o amor acabar,
Aguentar a pressão
De sonhos comprometidos.
Não havia isso.
Havia apenas a morte,
E um anel em seu dedo.
Sem chorar e contendo o ar,
Ela socou o vidro,
Havia pressão dentro da água,
 Talvez um tronco a manter a porta,
Ou pedras,
Uniu todas as suas forças
E lutou,
Buscou pelas juras correspondidas,
Juntou cada promessa
Colocou em seus músculos
E esmurrou o vidro,
Violenta,
Respirava com dificuldade,
Coração acelerado,
Olhos a escorrer,
Quis gritar,
Implorou pra não sofrer,
Não adiantaria.
Morta.
Enterrada em água doce,
Areia grossa, lodo, madeira e pedras,
E morte.
Sua própria morte.
Não conseguia ver adiante,
Não havia luz alguma.
Um escuro excruciante
Que mantinha.
Num gesto de desespero,
Como despedida desta que ama,
Ele puxou a mão para sua boca,
Beijou o anel de noivado,
Disse adeus,
Então, como vislumbre de atitude,
Lembrou de usa-lo para cortar o vidro,
O fez,
Foi difícil,
Tragou todo o ar que pode,
Último suspiro,
Um adeus choroso,
E o vidro partiu-se,
Abriu-se,
Após isso,
Foram poucos socos,
Sangue a manchar água doce,
E o vidro partiu-se por inteiro,
Ela pode então salvar-se,
Uniu forças que não tinha,
Coragem que nunca imaginou sentir,
E jogou-se com o cuidado
Que pode ter,
Pelo buraco do vidro quebrado,
Cortando a pele,
Prendendo roupa,
E saindo para longe,
Num ímpeto pôs-se sobre o carro,
Arqueou e colocou cada força que sobrou,
Então se empurrou para cima,
Pegou direção contrária
De onde o carro estava preso,
E conseguiu alcançar a superfície,
Sem ar,
Sem forças para nadar,
Com estilhaços pelo corpo
E sangue escorrendo,
Boiou.
Lembrou de respirar,
Com dificuldade,
Respirou.
Lembrou de mover-se.
Se salvou.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Seu Nome

Em cada miséria de vida,
Uma trágica história,
Igual a sua ou parecida,
Se apiede se for capaz,
No fundo,
Preferira fugir dela,
Seja corajoso,
Eu também queria ser.
Bem,
Não esperei nem um pouco,
O plano tosco e pegajoso,
Me prendeu num jogo insano,
Escrever uma boa história,
Dia-a-dia,
Mês a mês,
Ou a morte!
Destino cruel,
Sem escapatória
Ou outras chances.
Sim.
Estou preso a estas teclas,
Impedido de usar outra forma,
Me entenda,
Por favor,
Desvende o jogo de palavras,
Seja bom,
Não caia nesta enrascada,
Pareço estar perfeito,
Exceto os hematomas do rosto,
E as mãos que já não sinto,
Sim, há dor!
Uma frase incerta e retiraram
Uma letra,
O zero,
Melhor não era letra,
Era um dígito,
Menos um dígito na conta,
Ou seriam quantos?
No teclado,
Troco o zero pela letra o,
Lá fora,
Eu recebo um Oh!
Admiração,
Respeito por meu trabalho,
Mas veja,
Nem posso pôr assinatura,
Não sou dono destas linhas,
Recebo depois disso
O nome de um fracasso.
Diz ela,
O amo,
Seja perfeito,
Faça conforme eu ordeno,
Cá acrescento primeira letra,
S,
Desculpa,
Acréscimo de letras,
O teclado não é capaz de apagar o que foi escrito,
Deletado,
Apagar,
Cancelado!
Bem, a história foi perfeita,
Rapaz belo,
Moça jovem,
Paixão verdadeira,
Sequestro,
Cárcere privado,
Violência,
E o amor,
Porquê amar salva.
Eu descobri isto,
Assim que vi seu olhar,
Suas mãos seguras,
E a linha forte de sua boca,
Está moça saber usar as palavras,
Muito melhor do que se imagina,
Dominadora e impassível,
Não houve segunda chance,
Foi amor assim que houve,
Desde o roçar de faces,
Ou o perder-se em suas granduras,
Farta, bela, atraente.
Voz macia e envolvente.
Sabe dar ordens
Tanto quanto sabe proximidades,
Surge de repente,
Parece sempre estar presente,
Espero de instante em instante,
Está que amo,
Que me cerca,
Ampara e surpreende.
Se amar é doar-se,
Amo-a e me entrego profundamente,
De vez em quando,
Eu a busco,
Rápido e sedento,
-Amada preciso de você comigo.
Seu nome está sempre
Em minhas primeiras linhas,
É meu primeiro pensamento,
Meu único intuito,
Digo a ela,
-querida, assina!
Seu nome é gritante amparo,
Mas sobre tanto amor nem falo,
Não sou capaz amar tanto,
Jamais comprovaria tanto ardor.
É assim que digo, amor.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Seu Olhar

Guardava no olhar,
Um brilho intenso,
Uma chama sempre acesa,
Que apagava o choro,
Desinibia a conversa,
Me dava amparo.
Eu não nego,
Amei Cristian Grey,
Ser sua prometida,
Foi mais que um sonho bom,
Eu sonhei cara,
Derramei amor tomando remédio,
Esperei o cara que me valorizaria,
Olharia pra minha ausência de decote,
E não imaginasse que meus seios
Eram feios,
E eu fora de moda,
Então, quisesse me ver nua,
Pela simples sobra de tecido,
Retirar peça a peça,
E jogar uma máscara
Na minha cara
Para sair comigo,
Linda e perversa
Em público.
Foi sonho,
Mais que sonho.
Quase tive por objetivo.
A virgem despida na primeira noite,
Medida em seus dedos,
Acordada aos vômitos
E arrependimentos da balada,
Sozinha num quarto enorme,
De um cara rico e gostoso,
Que me respeitou ao máximo,
Saio, visto suas roupas,
E faço comida em sua cozinha,
Reviro tudo e limpo,
Cuido do Closet a cozinha,
Na sala dou uma espiadinha,
A sua garota.
Passar deste sonho
Para rostos brutais
É um tanto quanto cruel,
Desembarcar do carrão top,
Do cara lindo,
Para pegar uma calçada,
Andar a pé e tentar
Um espetinho de churrasco,
Alegra viver,
Não se chama a isso sonho,
Mas é realístico.
Quando alguém lá de casa
Se casa,
Quebra-se a taça do vinho,
Diz-se que o casamento,
Obrigatoriamente,
Deve durar o tanto de pedaços
Do vidro,
Não é por pouco,
Mas costuma ser
O tempo que se demora
Para quitar os gastos do casamento,
Ninguém endivida ninguém
E larga,
É a praxe.
Sem máscaras ou vidro na cara,
Nada de acrescentar possíveis dívidas.
Um casal que permanece
Na adversidade,
Na felicidade,
É um sonho interessante,
As vezes, ele me olha,
Me vê chorar escondido,
Espera ao lado da porta,
Leva um lenço até o corredor,
E seca suas lágrimas,
Hoje o olhar dele não é tão quente,
Nem mesmo eu choro
O tanto quanto antes,
A realidade coloca a gente no chão,
O coração coloca alguém perto,
Não há muito tempo
Para se desperdiçar a vagar
Em imaginários,
Só se prende a este fio,
Ver nele
O que busquei desde o início.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Porquê Eu o Sinto

Se te escuto,
Vejo seus lábios,
Parece que te sinto,
Me vejo estar onde você está,
Não me pergunto
Se irá me amar,
Se deseja outra,
Ou não me quer tanto.
Olho para meu próprio corpo,
Me vejo capaz,
De não pouco,
Ser sua,
Por minutos,
E seu olhar,
Sua.
Me deixou percorrer,
Fazer o que você faria,
Com alma quente,
Coração pulsante,
Juro estou contigo,
Se desejar voltar,
Tocar, me ter,
Não estarás em nada errado.
Estou aqui,
Estarei aqui,
Sou sua,
Percorro com minha carícia,
Faço o que você faria,
Você sabe,
Não me Basto,
Mas por um pouco,
Sou sua,
Pensamento,
Sentimento,
Carícias,
Não há mais distâncias,
Quilômetros são vencidos,
Pensamentos sob impulsos.
Deslizo um dedo,
Mergulho num infinito,
Percorro caminhos,
Que são seus,
Que eu gostaria,
Estivessem em suas mãos,
Junto as mãos,
Uso dois dedos,
Me basta só pensamento,
Você está comigo,
Não há nada mais importante,
Te ver,
Sentir,
Estar entre meus dedos,
Como se você próprio
Estivesse aqui.
Você não duvidaria,
Não rejeita,
Quer estar comigo,
Reconhecer meu jeito
De ser sua,
Me entender
Por te pertencer tanto.
Passou tanto tempo,
E desta vez,
Estou molhada
E não são lágrimas,
Desculpa dizer tanto,
É mais fácil falar que mulher chora,
Mas agora digo sente,
E eu sou capaz de senti-lo
E você gosta,
Eu gosto.
Dou tudo por você,
Meu tempo,
Meu universo,
Meus lugares mais profundos,
Mergulho em mim
A te buscar
E me reconheço mais e mais,
Não duvide que diante do frio,
Eu estou a me abraçar,
Desculpa por não entender
Você não estar.
E se eu te pedir se deseja voltar,
Me querer,
Me ter,
Você gosta da ideia
Tanto quanto eu gosto?
Veja,
Suas lembranças estão entre meus
Dois dedos,
Jogados na sua cara,
Nunca foi tão intenso,
Por Deus,
Me é o primeiro,
Transparente,
Espesso,
Preparada,
Pronta,
É só querer voltar,
Estou quente,
Pronta para ser sua.
Cara grande,
Alto,
Cabelos escurecidos,
Olhos enegrecidos,
Lábios espessos,
Sorriso generoso,
Braços fortes,
Peito aconchegante,
É impressão ou parece perfeito,
Me vejo tanto em você,
Que me sinto quente,
De frente,
A olhar seus olhos,
Você é capaz de ver?
Sinto você,
Você sente ou eu preciso dizer,
Está procurando amor em outros lábio?
Não seja assim equivocado,
Me vejo aberta para tê-lo,
Eu sou sua,
Sou capaz de sentir as lembranças,
Imaginar mais do que houve,
Ter você,
Romper distâncias,
Pulsa em seus dedos
Tanto quanto eu o vejo
Me percorrer?
Macio, quente, vicioso,
Consigo ir até o fim,
Fazê-lo jorrar,
Adoro ver você escorrer,
Me veja,
Invadir sua tela,
Inundar seu olhar,
Me veja querer voltar,
Te ver,
Ser sua.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Pitelmario O Aventureiro - Gravateiro

Pitelmario O Aventureiro – Gravateiro
O bom garoto,
Lindo menino,
Olhos castanhos,
Olhar ingênuo,
Penas brancas,
E uma listra nas costas negra.
E o sorriso?
Sempre naquele rosto vermelho,
Um dia.
Fazia sol,
Era de dia,
Ele voou, voou,
Chegou a janela,
Se sentou,
Olhou, olhou,
Deu dois passinhos
Para a direita,
Dois passinhos
Para a esquerda,
Um e dois,
Um e dois,
Dançou.
Pitelmario,
Garoto apaixonado,
Vou uma menina,
Linda patinha,
Ela usava uma calca branca,
E uma capa negra,
Tinha belos olhos claros,
Com pinceladas de penas brancas,
Era menina, recatada,
Não sorria por nada,
Não brincava.
Chegou Pitelmario,
Lhe estendeu a asa,
Abraçou e foi amigo,
Colocou no rostinho dela,
Lindo sorriso.
Agora, eles nadam juntos
No rio de águas cristalinas,
E calmas.
Nada Pitelmario,
Nada Harthinha,
A linda patinha,
Ele mergulha na água,
Busca o peixinho
E dá pra ela.
Lindo casal de amiguinhos,
Pitelmario é um garoto feliz.
Agora decidiu que ficou adulto,
Foi no roupeiro do irmão,
Pegou gravatinha,
E gritou:
- me empresta, amado irmão.
-claro que sim,
Respondeu Bruce vindo
Em sua direção,
Correndo e sorrindo,
Agora Pitelmario
é um garoto engravatado,
Sorri com o lacinho
No pescoço,
Faz sua dancinha
De passinhos perfeitinhos,
Um, dois e um, dois,
Anda ele
Para cada um dos lados,
Sorri,
Feliz,
Toca a asinha da Harthinha
E diz:
- vamos a janela,
Linda menina?
Podemos dançar lá.
E puxa ela para o quarto do irmão,
Abraça apertado Bruce,
E diz:
- te amo Brucinho,
Você quer andar nas minhas costas?
Eu te levo.
Bruce que é um cachorrinho
Adulto,
Não anda nas costas de Pitelmario,
Bruce é gordinho,
Sente medo de ferir o menininho.
Mas, os três juntos,
Correm na grama
Em direção ao rio,
E todos juntos mergulham,
E todos juntos pescam os peixinhos.
Um,
Dois,
Três,
Menininhos mergulhando,
Um,
Dois,
Três,
Peixinhos são pescados.
Pitelmario o garoto engravatado,
É mesmo um menino aventureiro,
Mergulha e nada muito faceiro.

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...