segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Abraço

Os primeiros raios de sol

Penetraram pela janela,

Ela acordou de um sonho bom,

Olhou para o céu e ele parecia brilhar,


Sol nascendo no horizonte

Em um céu imenso, azul e profundo,

Sorriu para o mundo, sentia-se bem,

Estava engajada em uma campanha


Sonhava em traçar um caminho de paz,

Desde menina, sempre sonhou com aquilo,

Embora, nunca tenha encontrado alguém

Que estivesse disposto a caminhar com ela;


Era o que parecia, pelo menos,

Seu celular vibrou com uma notificação,

Nada que a tirasse daquela sensação,

Porém, ao desbloqueá-lo, um rosto


Chamou sua atenção, ela sorriu,

Sentiu sua falta, ele parecia ter algo diferente,

Ela o chamou e lhe confidenciou seu segredo mais secreto,

Aquele que apenas ousava pronunciar a si mesma,


Ele sorriu diante daquilo,

Parecia acreditar nela, e talvez, sonhar o mesmo sonho,

Os olhos dos homens sempre a acompanharam,

Ela sempre se considerou uma garota bonita,


Contudo, de tudo que já havia ouvido deles,

Nunca nada havia mexido com ela,

Fazendo-a desejar pertencer a alguém,

Sonhar com uma família, com filhos, cachorrinhos e tal,


Mas ele, tinha algo de especial,

Quando falava seus olhos brilhavam,

Claro, ele não parecia ser como havia imaginado,

No entanto, atingia aquele ponto alto,


Onde ela jamais conseguiria alcançar sozinha,

Ele era especial não havia como negar,

Era gentil, carinhoso, fiel, forte e belo,

Com ele, seus sonhos pareciam presentes,


Ela vivia em seus altos e baixos,

Já havia se acostumado a isso,

Portanto, já nem se rendia mais ao choro,

Mas quando o viu, sorrindo, e com aqueles olhos,


Como explica-los? Fascinantes, mágicos, escuros e profundos,

Ela sentiu-se tremer, pensou consigo mesma:

Sempre sentiu-se intimidar pela noite,

Ela sempre lhe pareceu misteriosa,


Mas ele parecia palpável, próximo, seguro,

Ela desejou mergulhar em seus olhos profundos

E se entregar a aquilo que sentia,

Ele tinha um jeito diferente de falar,


Era forte, suas mãos escondiam as suas,

Seus abraços eram feito muralhas,

A protegiam, a mantinham firme,

Ele a fez rir, como há muito não ria,


Ela sentiu-se menina, como se o tempo voltasse

A algo nunca antes vivido, algo diferente,

Poderia ser denominado como um sonho,

Ou pressagio de um futuro... não,


Era um passado vivido e talvez, distante,

Até o momento em que ele apareceu,

Diante dela com seu sorriso acolhedor,

Ela emudeceu e o pediu silêncio,


Pondo um dedo em seus lábios,

Em um gesto sem palavras de que ficasse quieto,

Coisa de adolescente, ele riu dengoso,

No fundo, só o que ela queria era tocá-lo,


Sentir de perto o calor que ele emanava,

Se entregar a aquela paz profunda, 

Provar o gosto daquele sonho reinventado,

Talvez, possa-se dizer: ao sonho nunca antes sonhado,


Ele pareceu entender seu desejo

E passou seu braço ao redor dela,

Ela sentiu-se segura, seu cheiro era bom,

Ele era meigo e brincalhão,


Sacana, pode-se dizer,

Mas algo pareceu falar alto em seu coração,

Sentiu-se tremer,

Pois teve certeza de que essa voz que sussurrava


Jamais se calaria, mas não havia problema,

Ela gostava disso, ele a protegia,

Aquele contato que tinham a mudou

Ele lhe confidenciou aos seus ouvidos,


Que só desejava que ela fosse... mulher,

Mulher? Ela sabia que com isso ele pedia seu amor,

Pedia que fosse sua, que o pertencesse,

Que baixasse a guarda e o permitisse


Penetrar onde nunca outro chegou,

Ela pensou um pouco, mordeu o lábio inferior,

E quando o fitou dentro dos olhos,

Percebeu que era tudo o que queria mesmo,


Será que ele sabia ler seus pensamentos?

Ela desejou que sim, pois dele nunca esconderia nada,

Ela o amava, sabia disso,

Então, como um pedido do fundo do peito,


Pediu seu abraço e ficou ali por um bom tempo,

Desejou nunca mais sair de onde

Parecia ter sido seu lugar desde sempre

E para todo o sempre.

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