sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Beijo na Calçada

 

Ele andava pela calçada,

Olhos para o céu azul e límpido,

Parecia enxergar algo maior,

Ela, porém, percebia que o seu olhar


Refletia o azul do céu em pleno esplendor,

Não resistiu, esbarrou nele,

Com um sorriso caloroso lhe pediu desculpas,

Ele, se assustou baixou o olhar,


Pode ver a moça que o destino

Colocava gentilmente em sua vida,

Ela tinha os olhos marrons terra,

Parecia chama-lo para o chão,


Em uma tentativa de aproximá-lo,

Ele nunca havia pensado em tal possibilidade,

Contudo, lhe ofereceu a mão em cumprimento,

Ela o agarrou, carinhosamente, entre as suas mãos,


E gentilmente a elevou na altura do seu coração,

Seus olhos brilharam um brilho maior,

Algo maior que a luz do sol que os iluminava,

Algo que merecia descer das nuvens e repousar na terra,


Ao menos um pouco, valia a tentativa,

Afinal, não se pode morar por toda a vida nas estrelas,

Uma lágrima quente percorreu seu rosto,

Ela tentou falar algo mas as palavras se calaram,


Pareciam não ouvi-la,

Contudo, soltou uma das mãos e amparou a lágrima

Antes que percorresse um caminho maior,

Rumo a algo que parecia um vazio, talvez de solidão,


Aproveitou e fez um carinho atencioso, “amor”,

Ela definiu com um sorriso curvando os lábios trêmulos,

Os olhos dele eram o encontro de dois mares,

Azuis, límpidos, profundos e cheios de vida,


Desejou mergulhar neles,

Fossem eles o céu, voaria até o infinito para tocá-lo,

Porém, ele estava ali, parado, imóvel, a sua frente,

Podia senti-lo, ele era quente,


Mas ela sabia que com um único passo em falso,

Se perderia naqueles olhos para nunca mais sair,

Sorriu diante disso, ela queria mergulhar

Nas profundezas da sua alma para nunca mais voltar,


Seu corpo tremia diante da expectativa,

Ela lembrou de quando escreveu um poema,

Por puro devaneio do seu peito romântico,

Mas ao termina-lo não sentiu nada,


Achou-o apenas bonito, nada mais,

Talvez até frio e utópico,

Embora tenha o abraçado na altura do peito,

E chorou, entre soluços molhou o papel,


Com lágrimas quentes e salinas,

Pareciam que queriam corroer as palavras,

Engolindo-as, se perdendo nelas,

Mas diante daquele olhar encantador,


Até as lágrimas foram bem-vindas,

Elas lhe soaram feito chuva,

Algo que se curva a descer dos céus infinitos

Apenas para semear vida na terra árida,


Ela o amava, ela o procurava, sabia disso...

Ele a olhava demonstrando encanto,

Seus lábios roseados eram carnudos,

Belos, e quando ela ficava tímida,


Desenhava neles o formado de um morango,

Algo similar a um beijo,

Ou maior, algo difícil de definir,

Que ele, no entanto, desejava provar,


Saborear, sem demora, cada centímetro,

Em um beijo sem final,

Diante disso, se curvou até ela,

Enquanto lhe sussurrava, “posso beijá-la?”


Ela sorriu em resposta e ergueu-se ficando na ponta dos pés,

“Sim, desejo muito, se eu dissesse que é amor você acreditaria?”,

Ele lhe devolveu o sorriso,

Com um "sim" moldando seus lábios calorosos,


Aquilo soou perfeito, seus lábios se encontraram,

Seus corpos se colaram,

Ali mesmo, porque deveria ser escondido?

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