Ele ainda não havia chegado,
O jantar já estava servido,
Mas ele andava ocupado com o trabalho,
Ela sabia que a primeira coisa que faria,
Seria procurá-la, dar-lhe um beijo de chegada,
E após ir para o banho gelado que tanto gostava,
Desta forma, ela tomou uma ducha rápida,
Sorveu com vontade uma taça de vinho,
Aquele que ele tanto gostava,
Apenas para deixar um gosto ávido em sua boca,
Ou seja, apenas para quebrar o toque casual,
Ao sair do banho, trocou a roupa,
Pôs a que ele mais gostava,
Um vestido solto, que deixava seu colo a mostra
E valorizava sua cintura e suas belas pernas,
Decidiu passar um batom vermelho,
Apenas para que seu beijo de chegada
Fosse um pouco mais demorado,
Pois adorava beijar-lhe até que sua boca
Ficasse manchada em tons distintos,
Então o beijava cada vez mais,
Para ver o batom ceder dos seus lábios,
Até senti-lo com as pernas bambas, deliciado,
Sorriu ao admirar sua imagem no espelho,
Sentia-se linda, sedutora, genuína, delicada,
Abriu mais um pouco o batom e riscou no espelho:
Te amo: você sabe disso!
O cheiro do jantar era convidativo, a cama estava linda,
Tinha arrumado da melhor forma,
Adorava agradá-lo, apenas para ver aquele brilho
Gostoso em seu olhar, seguido por aquele sorriso
Que a deixava tremula, sem ar,
Avistou a agenda de anotações sobre a cômoda,
Pegou uma caneta de escrita colorida,
E escreveu te amo de todas as formas que pode,
Rasgando o papel até moldá-lo,
Na forma de bilhetinhos mal feitos,
Pegou uma fita crepe e os pendurou por todo
O caminho até que chegasse à cozinha,
Sorriu, podia enxergar o rostinho feliz dele,
Pensou mais um pouco, achou pouca a demonstração,
Então, foi ao jardim e colheu algumas flores,
Voltou ao quarto e as espalhou sobre a cama,
Mil eu te amos foram espalhados pela casa toda,
Depois disso, ela deitou-se no sofá,
A esperá-lo, o amava não cansava de demonstrar,
Algum tempo depois, foi acordada com um beijo
E um carinho tracejado por dois dedos
No decorrer da sua perna exposta,
Acordou feliz, presenteando-o com seu melhor sorriso,
Ele a abraçou: “eu te amo, minha amada”
Lhe disse, mesmo sem ter visto nada de tudo que ela havia feito,
Ela sorriu satisfeita, ele a amava por ser ela mesma,
Não precisava nada além disso,
“Amor, vou esperá-lo na cozinha, o jantar está posto”,
Ele sorriu e seguiu na direção do quarto,
Encantado com cada detalhe que ela deixou,
Porém, antes de descer, ele pegou uma das suas flores,
Escolheu a branca, por recordar a emoção da noite de luar,
Que ele sentia em cada beijo deles,
E a levou para ela, que o esperava encantada,
Beijou-a, sôfrego, lento e profundamente,
Desejando nunca sair da sua vida,
Amou-a ali mesmo, apaixonado e sem medida,
Queria-a por toda a sua vida,
Para que disfarçaria? O amor foi feito para ser demonstrado,
Foi isso que percebeu, assim que beijou os seus lábios,
Desde a primeira vez e assim seria para todo o sempre,
Decidiu naquele instante, não demorar-se mais no trabalho,
Cuidaria dela, como sempre o fez,
Porém, se faria mais presente,
Ligou para um amigo, dono de uma floricultura, ali de perto
E mandou que entregasse o mais belo buque de flores,
Apenas para demonstrar o quanto a admirava,
O quanto se sentia amado,
O quanto a amava com toda a alma,
Pediu a ela que deixasse os bilhetinhos espalhados,
E a cada dia, ele a escrevia um diferente,
Apenas para que ela notasse os detalhes,
E a cada instante, percebesse o quanto era amada,
Ela o retribuía, escondendo bilhetes diferentes entre um
local e outro,
O conteúdo dos bilhetes eram praticamente os mesmos;
Eu te amos, não vivo sem você e assim por diante,
Mas cada bilhete lido era apreciado com um sorriso diferente,
A certeza de ser amado(a) não se iguala,
Aquela sensação de serem amados durava por todo o dia,
E nunca deixava de ser alimentada,
Havia um amor sobre medida entre ambos,
Juntos de mês a mês, eles recolhiam os bilhetes
E os guardavam em um local secreto,
Nunca confessado para ninguém, além deles,
O amor que sentiam era único, genuíno,
Ninguém precisava saber disso,
Às vezes, quando saiam a algum lugar público,
Ela gostava de manchar sua camisa com um beijo de batom,
Hábito costumeiro, ele já nem percebia,
Porém, quando notava, em certo momento,
A puxava para um canto, meio escondido,
E a beijava deliciosamente,
Desabotoando um botão do seu vestido,
Ou puxando uma alcinha, apenas para criar suspense,
Eles se provocavam, e eram absolutamente felizes.
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