terça-feira, 24 de novembro de 2020

Uma Flor

Seu cabelo loiro, cacheado,

Solto, brincava ao vento,

Raios do sol iluminavam seu rosto,

Dando um brilho mágico ao seu sorriso,


Iluminando seus olhos azuis meigos,

Feito o céu em que o sol brilhava,

Sem nuvens, sem pássaros,

Apenas uma flor flutuava no ar,


Sendo levada aos poucos pelo vento,

Tão leve que parecia tocar o infinito,

Porém, longe demais para alcança-lo,

Para tocar aquele rapaz tão bonito,


Duas belezas raras em um mundo paralelo,

Dali onde eu estava podia senti-la,

Seu cheiro era fresco e úmido,

Um presente enviado pela primavera,


Fiquei a imaginar se aquela flor

Apaixonou-se tanto pelo infinito,

Que desejou com todas as forças poder tocá-lo,

Mal sabia ela, que o infinito encontrava-se


Tão próximo, nos traços daquele rapaz,

Será que agora, lá de onde ela estava,

Voando tão alto, a ponto de tocar as estrelas,

Ela, lá de cima, desejaria tocá-lo?


Ou talvez, desejasse senti-lo?

E daí, como faria? Será que teria forças

Para voltar de um sonho tão distante?

E ele, o que acharia dela?


Apenas observei-a flutuando,

Enquanto eu admirava o contraste entre

Aquele homem e o infinito mais bonito

De todos os céus, estivesse ao meu alcance tocá-lo,


Mesmo que por uma única vez,

Jamais desejaria ir tão longe, nem precisaria: para quê?

Ele era alto, másculo, bem definido,

Tivesse a chance de provar um beijo seu,


Me entregaria a isso por toda a vida,

Nunca imaginei que o céu poderia estar tão próximo,

Como se adivinhasse meus pensamentos,

Ele falou algo, incompreensível como um sussurro,


Suas doces palavras vieram para mim como uma carícia,

Como um beijo, suave em meus lábios,

Uma carícia ao pé do ouvido,

Não soube o que dizer, de fato ver a flor


Flutuar também me encantava muito,

Estaria ela apaixonada por aquele céu imenso?

Mas algo dentro do meu peito

Me confidenciava que ele era muito maior que isso tudo,


Feito um sonho daqueles que se mantem em segredo,

Por algum tipo de medo bobo de confidenciar,

Aquele tipo que você só confidencia a si mesmo,

Por algum motivo, vi a flor se desprender das asas do vento,


E vir, feito uma pluma na direção da superfície,

Poderia ela ter alcançado o chão,

Mas em um ímpeto inexplicável, coisa do coração,

Eu estendi minha mão e a alcancei,


Me admirei, como agora ela parecia frágil,

Mas algo dentro de mim sabia o que havia acontecido,

Com um sorriso de triunfo e um brilho mágico em meus olhos,

Me virei na direção dele,


Ele, agora, estava a uma carícia de distância,

Próximo a ponto de poder tocá-lo,

Parecia esperar por algo,

- Olha que flor linda, ela se desprendeu do céu,


Acho que desejava poder tocá-lo...

A compreendo bem, pois diante de ti,

Eu também não desejaria outra coisa.

Ele sorriu, ainda mais intenso,


Por Deus, ele abusava do direito de ser bonito,

Encantador, havia algo nele, que inexplicavelmente

Me atraia muito, aliás, parecia atrair

Qualquer coisa que desejasse,


Algo magnético, como um campo de força,

Um imã, sei lá, não soube como explicar,

- Obrigado, ele respondeu cortês,

Com uma leve mordidinha no lábio inferior,


Eu segui adiante por meu caminho,

Mas algo falou alto em mim,

Feito um eco que refletia em tudo que eu via,

Que nada, a partir de então, seria da mesma forma.

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