Parado a alguns metros a sua frente,
Estava ele, seu cheiro a fez arrepiar a pele,
Mesmo de costas para ela,
Ela sabia: ele era uma ameaça
Para qualquer mulher solteira e bonita,
Era de se admirar que ninguém ainda
O tivesse conquistado,
E dado um fim a aquele tormento
De admirar sem nunca ser dona,
Nunca poder, de fato, alcança-lo,
Como se sentisse sua proximidade,
Ele virou-se com um sorriso contagiante,
O que fez com que ela se sentisse... protegida,
É claro que, vindo daqueles profundos olhos azuis,
Ser digna de ser notada por ele,
Já era merecedor de comemoração,
Mas alcançar o seu coração?
Seria pedir demais afinal?
Ser a única em sua vida...
Um pedido de uma alma apaixonada,
Aquele que nunca seria pronunciado em voz alta,
Ela sentia que nunca havia se apaixonado,
Aos 31 anos chegou a pensar que isso nunca aconteceria,
Mas quando se deparava com aqueles olhos,
Seu coração ficava apertado,
E toda certeza fugia da sua alma,
É claro que em seu último aniversário,
Jurou que paixão seria algo fora de cogitação,
Mas no breve em instante em que ele tocou em sua mão,
Ela se permitiu um momento de hesitação,
Bem, é certo que ele parecia um tanto
Fora do seu alcance, mas afinal
Ao toque de quem ele cederia?
Um leve roçar de pele,
E aquele jeito encantador de quem sabe o que quer...
Se decidisse se casar algum dia,
Disse a si mesma, apenas se...
Ela gostaria, do fundo do coração, que fosse com ele,
E somente assim, se permitiria viver um amor para toda vida,
Ele lhe lançou um olhar repleto de significado,
Por um instante, ela sentiu-se paralisada,
Era como se sua mente recusasse a entender
As palavras que seu coração pronunciava
No silêncio daquela paixão voraz,
Por um instante, sua razão ficou de longe,
Em algum ponto dali distante,
E quando ele falou com sua voz macia e rouca,
Ela teve certeza de que ali não voltaria,
Sim, ela o amava. Embora, não devesse,
Amava-o, confessou mentalmente,
Então, olhou para o seu peito forte,
E suspirou, por Deus, o que mais poderia querer?
Desviou o olhar, e sua mente foi tomada pela imagem dele,
Piscou algumas vezes, não era possível,
Mordeu os lábios e arriscou um encontro com seus olhos,
Ele disse algo que a ela foi inaudível,
Ao mero movimento dos seus lábios,
Ela percebeu que não ouvia mais nada,
Aquela situação a deixava tão... inquieta?
Não estava pronta para ele,
Precisava de uma distância segura,
Aquela proximidade a deixava tonta,
E agora? – Indagou em voz alta,
Então, se sentiu um pouco melhor,
Mas não o suficiente,
Por Deus, praguejar nunca seria o bastante,
Ah, dane-se ele e seu magnetismo,
Malditos olhos azuis, sorriso e tudo o mais...
Seria capaz de resistir, jurou a si mesma,
A cabeça e o coração estavam em desacordo,
Sabendo do domínio que exercia,
Ele apertou sua mão levemente,
Suas pernas tremeram,
Sua mão, aquecida junto a dele,
Parecia tão frágil,
Então, em um ímpeto de ousadia
Ela elevou a mão dele até chegar aos seus lábios,
E ali depositou um beijo apaixonado,
Ele, não disse nada, apenas baixou o rosto,
Até encontrar sua mão, e assim, houve o seu primeiro beijo,
Um na mão do outro,
Como uma promessa, de olhos fechados,
Pura demais para ganhar voz.
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