Há um ponto em que o beijo,
É eterno,
Lá a luz se apaga,
E a lua deixa de fazer diferença,
Tem duas vertentes,
A alma e o coração palpitante,
Tem um guia,
A urgência de pertencer,
Deixa-se o eu num outro lugar,
Entrega-se profundamente,
Como se nada mais tivesse importância,
E em cada uma dessas coisas,
Há a urgência;
Ama-se pela beleza do amar,
E por não querer algo diferente,
Entrega-se pelo apetite da hora,
A cada distanciar do abraço,
Sente-se ferida brutal na alma,
Recusa-se o virar do rosto,
Quer-se o beijo apenas,
Feito o amor leal que se eleva,
Ela busca-o e não se importa em demonstrar,
Sente-se muito acima dos céus,
Apenas por estar acolhida em seus braços,
Mais belo que a fidelidade que alcança as nuvens,
Estar amando sem buscar nada em troca,
É ver o amor estender sua glória sobre a terra,
E ter ela para principal alvo,
Abriga pela cintura por sua mão direita,
Puxada pelo pescoço com mão esquerda,
Sente-o e o busca,
Vê cada parte dele responder as carícias,
O amor liberta aquele que ama,
Ela sentiu isso, assim que pairou o olhar,
No exato instante em que o viu,
Mas muito mais ao abraça-lo,
O amor é algo que no passar do tempo se reforça,
Quem precisará de cidade fortificada?
A força está no abrigo que a mantém,
No olhar que busca por sua boca,
No ardor que percorre a pele;
Que sejam quem for contra
Acusado de desonra,
Que aquele que não ama
Veja-se queimar em agonia,
E que apenas a vergonha venha
A cobri-los com seu manto inseguro
E molhado por suas lágrimas solitárias,
Porque, quando se ama:
Desde o romper da alvorada,
Antes ainda da aurora,
O orvalho chega para molhar o rosto,
Mas não fere e sua frieza não machuca,
Apenas faz ver melhor,
E com isso, tem-se o de mais importante,
O amor,
Então, nele se abriga e despe-se...
Ao amor que dura para sempre!