Olho o horizonte
E vejo o pássaro a voar,
A borboleta a brincar
Na flor que oscila
Ao vento,
A árvore que perde o fruto,
O sol que deixa tudo visível.
Há nisto,
Neste momento pessoas
Que estão partindo,
Para estas o pássaro
Irá cessar o vôo,
A borboleta se cansará,
E o fruto irá perecer
Sobre a grama fresca,
Também o sol,
Este nunca mais mostrará nada,
Nem nascerá.
Para estas pessoas
Que partem,
Nada mais existirá,
Apenas o escuro
Do fechar os olhos
Numa noite fria,
E não abrir mais.
Chega o fim,
A morte,
Resultado inesperado,
Mas, que sabe-se
Um dia chegará,
E cada passo para o futuro,
É um mais próximo.
Nisto, tudo parece
Tão breve,
Tão leve e frágil,
Tão... Quase inútil.
E assim que acaba:
Viver e depois disso,
Morrer.
Nesta perspectiva
Tudo parece resultar em nada,
Neste aspecto,
Como seria dormir
Um sono eterno?
Crescer e chegar
Em certa idade
Então, deitar na cama
E apenas dormir,
Sereno e tranquilo,
Dormir.
Ter comida pronta
Sempre que quiser,
Banheiro no quarto
Para satisfazer as necessidades,
E neste lapso de tempo
Dormir e mais nada.
Há nisto algo de invejar
Os mortos,
Eles estão além da vida,
São só a morte.
Não buscar,
Não conquistar,
Não se preocupar
Nem sonhar,
Apenas permitir
O tempo passar
E dormir.
Os mortos fizeram
As pazes com a morte,
Eles não se preocupam
Com este destino,
Não pensam neste fim,
Não caracterizam como seria,
Não premeditam nada.
Eles não possuem medo
De sentir dor,
Não tem medo dos erros,
Só que onde estão
Estas coisas não possuem
Importância
Porquê lá eles não fazem
Mais nada.
Só há o escuro,
E por mais que se queira,
Não há como abrir os olhos,
Abandonar o quarto escuro,
Ver o sol nascer,
E buscar as conquistas
Sem temer o erro,
Ou sentir dor.
Porquê mortos estão mortos.
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