domingo, 7 de agosto de 2022

Um Beijo

 


Sem esperar que ele oferecesse o beijo,

Ela levantou-se na ponta dos pés,

Endireitou o corpo e provou seus lábios,

Santa insensatez,


Apaixonou-se da exata forma que deveria ser,

Se foi ao primeiro olhar? Talvez;

Beijou-o resolutamente,

Aproveitou cada segundo da sua boca,


Fechou os olhos sem pensar em nada,

Havia algo de impetuosidade,

E ao mesmo tempo o amor,

Algo que apertava o coração,


Enquanto causava sofreguidão,

Um beijo sem expectativa,

Pedia um pouco mais que antes,

Puxou-o para si, um tanto na defensiva,


A vida que imaginou outrora,

Agora parecia desfeita,

Queria-o para todo o tempo,

Estava calçada, em um salto vermelho,


Descalçou-se, sentou os pés no chão,

Mas os braços ainda ao alto,

Contornando cada parte de sua paixão,

Queria, de alguma forma decorar seus traços,


Não por medo de esquecer aquele que amava,

Mas, as coisas mudavam ao seus olhos,

Mesmo o azul no horizonte lhe fugia,

A saia levantava-se até o quarto da perna,


Ela entrelaçou-se na perna dele,

Absorvendo sua quentura e maciez,

Podia sentir sua pele mesmo sob a roupa,

Tinha o pensamento nele,


Quem guarda a boca guarda a vida,

Ela sabia disso, mesmo antes de beijá-lo,

Sabia que do beijo restariam sequelas,

Desejou apenas que a marca que ficasse nela,


Também ficasse nele,

E que isso fosse o bastante para mantê-lo,

Assim é o amor,

Ele o quer junto,


Isso é um pé a mais no quem fala demais arruína-se,

Refere-se a um saber usar o que se tem,

E muito mais o que se sente,

Bem sabe-se que o orgulho só serve para discussões,


O amava e o queria perto,

Não precisava de outra coisa,

Aproveitou a oportunidade e beijou-o,

O beijo ganho com maestria e uma dose de cuidado,


Diminui em muito o tempo de espera,

Quem ama aos poucos tem muito mais,

Momentos são passageiros,

De um a um faria com ele uma vida,


A conversa do insensato traz a vara para as suas costas,

Sorriu com o pensamento,

E desgrudou por um único instante, a boca,

Os olhos do sábio sabem proteger,


Ela mais que sentir viu isso em seu olhar,

Os olhos que brilhavam na direção dela,

Faziam mais que brilhar, pareciam prometer,

Ela estava segura,


O amor estava seguro,

Amava-o e era, também, amada,

Cada coração reconhece quem ama,

E isso não parece em nada uma sentença.


quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Um Beijo

 


Bem, não posso dizer outra coisa,

Procurei-o, e nisso quis seu respeito,

Aos justos os céus e a terra,

Mas, isso vai de encontro a algo,


O quis com todas as minhas forças,

Com a alma, a paixão e sentimentos,

Caí de joelhos – indefesa,

Doce coração pecador,


Apaixonou-se, melhor é estar sozinha,

Ter alguém, não sei, será que é bom?

Como foi sentir sua boca na minha?

Feito um sonho: o grande encontro,


Mas há sempre um outro abraço que sirva...

Não, este não foi meu caso,

Acordei na manhã seguinte me sentindo sozinha,

Havia um travesseiro ao meu lado,


E ninguém com quem dividir o que eu sentia,

Fingi um sentimento perfeito,

Acordei vazia, não havia nada,

Do amor não houve sobras ou restos,


Foi sob medida enquanto esteve comigo,

Depois, até mesmo as migalhas foram recolhidas,

Há beijos para não serem esquecidos

E neles palavras que ferem feito espadas,


Mas a língua do sábio entende de amor,

Nela há a cura...

Procurei em seus lábios,

Procurei em cada uma das suas carícias,


Me detive em seu abraço,

Busquei seu cheiro como nunca,

A mentira não persiste ao momento,

O engano que chega a alma não dura,


Não quando se tem a sua frente os olhos,

As atitudes e tudo o mais daquele que ama,

Mas a felicidade tem seu próprio caminho,

Ela parece uma dessas criaturas,


Aquelas que se acha por aí e faz fechar os olhos,

Qualquer coisa a ver com fantasia,

Com acreditar no que possa vir a esmo,

Triste fim que as vezes faz chorar,


Mas quem é que percorre atrás de objetivos?

É sobretudo pungente o amor que sentia,

Com certeza depois de tudo que foi vivido,

Não teria possibilidade de voltar sozinha,


A graça de amar como nunca

Ainda guardava um gosto suficiente e fraco,

Poderia resistir as outras ausências,

Afinal, amar por si só já é bonito,


A devassidão da solidão não tem valia,

Um resto de amor restou da noite de amor,

Um quê de sentimento ainda existia,

Ela agarrou-se a isso,


Mas passou a mão no cobertor e não havia nada,

Nem ao menos um pálido sol

Abrigava-se a janela para alegar

Que tivesse apagado algo,


O amanhecer estava pungente e doía

Se afeiçoava ao sol de inverno,

Tardio, sincero e frívolo ao que sentia,

O rosto com que tanto sonhou,


O beijo que alegava que conhecia,

Era arredio e embevecido,

Ela acreditava tê-lo visto em outro lugar...

Bem, a felicidade também faz enganar.


terça-feira, 2 de agosto de 2022

Noite Sem Lua


Era outono crepuscular,

Caía o entardecer do dia,

Ela aconchegava-se as sombras,

Sentia-se bem na ausência da lua,


A noite que antecedia a lua cheia,

Bem, ela sabia:

Isso poderia lhe custar a vida,

Mas, a mentira não lhe pertencia,


Não lhe fazia bem a boca,

Proferir qualquer coisa acerca,

Se a boca do insensato leva a ruína,

A sua não seria capaz,


Quem ama com integridade sente segurança,

E ela sentia,

Mesmo que veredas tortuosas estivessem ao seu olhar,

Fecharia os olhos e aproveitaria as sombras,


Mas seguiria,

Há um caminho que abre-se aos que amam,

E ela perambularia por ele até lá;

Chegaria, ela sabia, chegaria.


A boca d’aquela que ama é fonte de vida,

Não se envaidece na mentira,

Nem faz uso da maledicência,

Apenas ama,


Aquele que controla a língua

Entende mesmo quando se cala,

O que a alma que ama deseja ela encontra,

Passa a tempestade e o céu retorna,


Tudo sempre volta ao seu lugar,

Assim é com os que se voltam e aos que procuram,

Mas, a’quela que ama permanece a espera,

Não se cansa,


Quem é capaz de amar o outro, a si mesma o faz,

Quem procura encontra,

O amor antecede por quem o busca,

Ela se escondeu por entre as árvores do bulevar,


Por trás daquela grama havia uma história,

Logo no início quando ela ainda era plantada,

Quando os pequenos montes ganharam a terra,

Desejosos de suas flores e da vida que se abria,


Ali, naquele cantinho um beijo repousava,

Naquela hora,

A escuridão serviu de véu para as juras,

Guardou em si cada promessa,


Como uma espécie de macha que não se apaga,

Ou um perfume que não sairia,

Ali, o beijo nunca seria desfeito dela,

Então, parou por um momento recostada,


Se colocou contra a árvore – silenciosa-,

Não temia a noite que a abraçava,

Aquele que a disse: eu te amo, ela não esqueceria.

O beijo soou feito uma flor que não murcha,


Que os dias passam mas ela fica,

Permanece intacta e cheia de vida,

Inerte as horas e cheia de expectativas,

Diferente das que estremecem e ao final fazem chorar,


Afinal, pensou ela:

Por que uma flor levaria as lágrimas?


 

domingo, 31 de julho de 2022

Em Seu Abraço

 


Os seus braços fortes,

O seu abraço seguro,

Amparo onde descanso,

Lugar em que me refugio,


Para todo o sempre,

Pois, se existem pés que correm,

Os meus buscam apenas seus passos,

Nem um outro caminho,


Não tento me arriscar a perde-lo,

Não faço o tipo seduzível,

Para me conquistar é preciso mais que palavras,

Mas, para a estranheza do ânimo,


No seu caso, não precisou mais que um olhar,

Guarde-me em seu coração,

Me ampare em suas mãos,

E da sua alma não ouse tentar me tirar,


Não sei o que faria,

Bem sabes,

De ti, não esqueço único dia.

Aqui onde pulsa meu coração,


Já houve um vazio, já houve dor,

Hoje, não há mais que paixão,

Sim, estou completa de você meu amor.

Que afastem-se de nós as más palavras,


Que nunca nos atinja única maldade,

Não me aprisiono a você por pecados,

Bem sabes,

Estou em seus braços por escolha,


Se assim o faço, é por amá-lo,

Caio na armadilha do que pronuncio,

A estas palavras sim, me falo prisioneira,

Estar ao seu lado por escolha minha,


Te amar não nunca ter querido outro,

Ah, doce encontro com seu abraço,

Me recordo deste momento por dias,

Não trata-se de não desejar outro,


Mas, de uma saciedade que vem da alma,

Em meus sonhos sempre imaginei encontra-lo,

Não sei nem como reajo agora que o tenho,

Fecho os olhos e sorrio comigo mesma,


Gostaria tanto de saber o que pensas,

Dias se passam e nenhum instante você é esquecido,

Afinal de contas, você me procura ou eu o procuro,

Vemo-nos, reapaixono, mais que antes,


Penso: Será que Deus nos fez por semelhança?

Contemplo sua face,

Abrigada ao seu peito onde gosto de ficar,

Imagino que sim, então sorrio,


Em um dia de inverno,

O sol ultrapassa as nuvens e tenta apagar a neve,

Eu ainda estou em seu abraço,

Abrigada em contato da sua pele quente,


Não há frio que me toque,

Nem outro lugar que eu prefira: e você?

Mordo a língua e contenho a frase,

Me abrigo a você e não tenho outro querer,


A tarde traz a neve escorregadia,

Passa o primeiro dia de inverno e vem outro,

Ninguém o imaginaria tão intenso,

Penso que a próxima estação será mais amena,


Traço desenhos sobre o seu peito,

Penso em tantas coisas.

Não sei quem brinca de ser traiçoeiro,

Se o sol ou a neve que persiste,


Um frio parece querer se instalar,

Mas, sinto abrigada em seu peito que não,

Inspiro seu cheiro,

Deixo de olhar a cidade lá fora,


Penso em nós,

Ou não penso em nada,

Por que precisaria pensar?

Em dois suspiros, quase clássicos,


Durmo.

Acabo de transpor o limiar do sonho.


sábado, 30 de julho de 2022

Um Abraço

 


Que abraço – que um dia retornaria,

Algum dia,

Bem entendido,

Não encontrou quem buscava,


Saiu contando os passos,

Olhar adiante e sozinha,

No entanto,

Almas perdidas um dia se encontram,


Assim era com o tudo, também com o amor,

Resmungava algo baixo,

Guardou a jura de amor para si mesma,

Agora, já não tinha para quem falar,


Também dizem que amores não se repetem,

Então, quem sabe nunca a diria a ninguém,

Esse encontro marcou por alguns dias,

Com o tempo pareceu se apagar um pouco,


Mas, sem motivo algum retornou a memória,

E agora, se recusa a ir embora,

Não acreditou que o tivesse visto,

Andou por todas as ruas,


Não o procurou em parte alguma,

Mas as memórias voltaram sem motivo,

Quem, sabe da forma como vieram partiriam,

Deus queira: logo o seja esquecido,


Afinal de contas,

Amores vem e vão como chuva no inverno,

As vezes não servem nem para molhar a terra,

Apenas trazem o frio e mais nada,


O abraço que cercou por trás e por frente,

Não restou, não se faz mais presente,

Mas ainda podia sentir sua mão,

Era como se ainda fosse abraçada por ele,


Talvez não com a mesma paixão,

Mas, nem com tão pouca intensidade,

É tão perfeito que é difícil esquecer,

Mas tão distante que é impossível atingir,


Para onde escapar deste sentir?

Foge-se da lembrança como o faz com a presença?

Não o busca; já sabe que não estás...

Cai a alvorada, o orvalho, a chuva...


Ventos que sopram e vão para longe,

Todos parecem retornar, menos ele,

Aquele que um dia a abraçou não retorna,

Mesmo que a memória guie e sustente,


Mesmo que até o cheiro se faça presente,

Aquele que um dia a abraçou não volta,

Se terminasse de lembra-lo,

Será que facilitaria para senti-lo?


Talvez algum dia ainda poderia estar com ele,

Talvez num dia tão distante,

Neste abrigo fez seu refúgio,

Não faria deste abraço sua morte,


Não... não o buscaria,

Que tudo fique como está...

As horas passam sem saber porquê,

Também, assim a vida segue.


sexta-feira, 29 de julho de 2022

Saudades

 


O inverno chegou,

Com ele a neve e gotas de chuva,

Depois disso, passou a primavera,

E foi como se tudo estivesse igual,


Em seguida veio o verão,

O calor, a praia, a grama, a areia...

Nem ela ou ele foram capazes de esquecer,

O outono que se passou,


Aquele que foi mantido em segredo,

Que ficou guardado na memória,

Da mesma maneira que no peito,

Ela só tinha um pensamento:


Será que depois de tudo ainda haveria novo encontro?

Ele ensaiava conhecer novo alguém,

Mas, sempre que procurava um novo beijo,

Sentia o rosto dela e era como se a visse,


Rever ela seria talvez o melhor que pudesse acontecer,

Ela evitava sair, procurou a reclusão,

Entre redes sociais e a televisão

Passava a maior parte do seu tempo,


Porém, no fundo queria ter outro pensamento,

Pensava em dividir isso com alguém,

Mas desistia antes mesmo de tocar no assunto,

Tentava rabiscar algumas linhas sobre isso,


Mas nenhuma palavra parecia se encaixar,

Ele a procurava, e a procurava por toda parte,

Ela não, não saber explicar o motivo,

Optou simplesmente por esquecer,


Buscou a distância o mais que pode,

Tudo que existiu foi perfeito, porém,

Houve um porém antes de chegar ao fim,

Ele já não era o sonhador de antes,


Confessava para si mesmo,

Que, quem sabe, nunca a fosse encontrar,

Se enganava entre tragos, risos e um cigarro,

Ela, levantava o vidro da janela do carro,


Dirigia com música alta e óculos escuros,

Não admitia estar fugindo,

Mas, não proporcionava ao destino,

Se posicionava para o futuro e partia,


Os planos antes cheios de orgulho,

Agora eram enquadrados a novo propósito,

As ideias de amar pareciam tempo perdido,

Sonhos de uma menina do passado,


Mas, sempre que o tempo corria,

Uma tristeza profunda a atingia,

As horas mais entediavam que corriam,

A solidão trazia vozes e lembranças,


Nas melhores posições ele parecia estar,

Conselhos de um coração sem perspectiva,

Pensava ela e se omitia,

Chegou a ele com um abraço,


Agora sentia-se de mãos vazias...

Ele avistava uma flor, chegava a tocá-la,

Não lembrava de gostar de flores,

Mas, agora pensava em querer agradar,


Pensamentos mudam e com ele suas razões,

Para ela parecia que tudo havia desaparecido,

O brilho no olhar, o roseado da face e seu sorriso,

Mas, seguia, percorria de cabeça erguida seu caminho,


Não desviou dele por um segundo sequer,

Talvez, algum dia fosse chamar isso de orgulho,

Por ora, vazio já estava perfeito,

O beijo que vinham ao pensamento dava prazer,


Lembrar já parecia quase melhor que viver,

A todas as juras faladas em voz baixa,

Respondiam-se: para sempre.

E agora, da mesma maneira de antes


Indagavam-se: para quê?

Faziam-se mil reclamações,

Procuravam explicações,

Por que seguiam este caminho de saudades?


Parou no sinal, a sua frente,

Ele a olhava, ela desviou o olhar,

Vê-lo já era o bastante?

Não teve tempo de se perguntar,


Ele veio e trancou o caminho,

Com um raspão a impediu de seguir,

-Depois de tudo que passou,

você pode ainda gostar de mim?


Ela não soube o que dizer depois daquilo,

Tentou abrir a porta mas estava travada,

Pareceu absurdo,

Bateu no vidro, sorriu sem dizer nada,


Mostrou a trava:

- Foi culpa minha.


quinta-feira, 28 de julho de 2022

Na Estrada


Quando, por volta da meia noite,

Às 17 horas antes da primeira cidade,

Na saída do estado estrangeiro,

A rua se apresentava quase deserta,


Encontravam-se alguns rostos bonitos,

Porém, nada que descortinasse a alma,

É de dar medo,

A certeza que a distância traz,


Mas, aquele homem que a pouco

Fora deixado para traz,

Não seria esquecido, nem um pouco,

Nem ao menos no menor segundo que fosse,


Quanto mais os rostos se misturavam,

Mais a certeza lhe tomava a face,

Por fim, já não sabia o quão bonita era,

Isso havia deixado de ser importante,


Lá atrás, com ele;

Os rostos bonitos pelas ruas,

Já não pareciam homens,

O quão engraçado se apresenta o amor?


Quando nos dá certezas ao nos colocar distantes;

Parece que no coração se formam,

Paulatinamente, um rosto e com ele momentos,

E as horas a pouco vividas,


Se tornam maiores do que foram,

As poucas horas são recordadas por dias a fora,

E não se acabam as lembranças,

Os rostos fora das janelas estão indistintos,


Apenas a rua ganha foco,

A janela é fechada em gesto vago,

Um suspiro escapa pelos lábios,

Uma música é ouvida com mais atenção,


Procura-se um passageiro ao lado,

Um sobressalto vem ao coração,

Procura-se o sinto de segurança,

Verifica-se a trava,


Analisa-se o pisca, o alerta, as luzes do carro,

Tudo parece estar certo,

Os pneus rodam conforme comando,

Tudo segue-se o mais normal possível,


Porém, por dentro algo mudou,

E esta mudança é profunda,

Nada é como antes,

Talvez, não voltasse mais a ser,


A escuridão torna-se densa,

É como se não houvesse alma alguma nela,

Nenhuma voz acolhedora,

Ou ao menos reconhecível,


Tudo cai-se ao indistinto,

Apenas momentaneamente, vem um sorriso,

Uma lágrima molha o olhar,

E permanece nele, lá dentro,


Os minutos agora arrastam-se,

As horas se apresentam monstruosas,

Quanto mais se afasta mais sente,

A velocidade está palpável sob seus pés,


A marcha está fixa,

Não há estrelas ou lua,

Apenas uma estrada a frente,

É que agora, um homem se despede dela,


Agora, neste exato instante?

Não, há exatas cinco horas atrás,

O que é preciso para fazer a distância desaparecer?

De que são feitas a lua ou as estrelas?


E os lábios dele?

O sorriso com o qual emoldura a boca?

De amor, carinhos vagos e procura?

Talvez, no amanhã ele a procure...


Escuridão, estrada e música para companhia,

Borboletas eventualmente surgem,

Procuram pelas luzes e se perdem,

O carro ilumina um ponto a frente,


Não mais que isso,

Um ponto, será que é o bastante?

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...