sábado, 4 de março de 2023

Saudade

 


Sem nenhum proveito,

Quanto mais palavras,

Menos eu acredito,

O rosto acastanhado e fácil de se gostar,


No quesito beleza ajudava e muito,

Mas o fato de diversos amores

Estarem reunidos no mesmo lugar,

Talvez o identificasse,


Quem sabe ele percebesse suas diferenças,

E se não o que me fez deixar cada um deles,

Saísse dali consciente sobre tudo que ele fez,

O quanto o quis e me foi importante,


Não seria nada difícil entender isso,

Mas o ciúmes, bem sei o quanto o ciúmes faz mal,

Quem sabe lhe fosse difícil saber que estive com outro,

Que tenho pensamentos dos quais não me vanglorio,


E atitudes que me fazem triste, por vezes,

A cidade inteira parecia parar para assistir,

É como se todos soubessem,

E quando acredito nisso,


Vejo que não há relação alguma comigo,

Recordo o esplendor do seu rosto,

Sinto saudade e vontade de abraça-lo,

- Onde está o seu sorriso lindo?


Ainda o vejo indagar-me em pensamento,

Com ele, isto é algo que ele chega e traz consigo,

Depois do primeiro encontro,

Meu sorriso foi uma das coisas que nunca mais esteve comigo,


E cada vez que sorrio,

Parece que vejo seu rosto expresso em meus lábios,

É sem dúvida ele o motivo,

-Fica comigo?


Me vejo estender a mão de olhos fechados,

Nunca confessei o medo de que outro aceitasse,

Que outro entendesse que se dirigia a ele,

Seria um estrago feio ao que sinto,


Me vejo cortada ao meio,

Mas, depois que ele me afagou,

Nunca houve outro nem haveria,

Meu corpo posso ter entregue no caminho,


Mas meus afagos e desejos não é o que os faz ficar,

Mais tarde, me vejo responder quando não o vejo,

Se abraço, por infortúnio a outro,

Se por castigo ainda precise mantê-lo comigo,


Fecho os olhos e me vejo dizer a qualquer deles,

Mais tarde,

Creio que não entendam,

Se estão presentes o porquê da frase,

Mas há coisas que carrego comigo,


E outras que como disse, não me pertencem,

Meu sorriso, meus beijos, meus sonhos e pensamentos,

Espero que ele goste de saber,

Se um dia chegar a tanto,


Busco o sono,

Não como espero aquele que amo,

Mas sinto que preciso descansar,

Antes tivesse seu colo,


Adormeço com esta ideia que nunca perde a importância,

Seda esvoaça ao vento,

Aço cintilante feito de espadas douradas refletem o sol,

Não faço ideia do que sejam,


Mas aquele com quem dormi já não está mais,

Quanto aquele a quem amo,

Eu continuo a busca-lo,

Adormeço com a ideia,


Descubro que não confiei em nada

Naquele com quem passei algumas horas,

Não ousaria dizer uma noite inteira,

Busco pelo meu sorriso,


Ele não me encontra,

Mas consegue fazer um pedido:

-Apague tudo que houve até agora,

Ao menos estas últimas horas,

Eu nunca a vi sofrer tanto!


quinta-feira, 2 de março de 2023

Adeus, enfim


Você disse que não posso?

A moça gritou enquanto fechava a janela,

Decidiu esquecer aquele rosto,

Jogar as chaves do apartamento fora,


Por favor, má sorte fazer tudo outra vez?

Ela pareceu ouvir lá de dentro,

Sabendo que isso se tornou constante,

E não a fazia sentir-se em nada melhor:


Mandar embora logo após o passar da noite,

Com a consciência de que ele não se importava com isso,

E mais: parecia apreciar a ideia,

Ser a vítima de uma mulher de personalidade forte,


O fragilizado em busca de qualquer consolo,

"Está mentindo",

O ouviu dizer,

Queria chorar tanto até poder afogá-lo,


Queria que cada lágrima sua o tocasse na face,

E fosse para dentro até que ele sentisse,

A dor, o desespero, a vontade de querer “dar certo”,

O que parecia ainda mais humilhante,


Era vê-lo chorar cada vez que partia para a rua,

Enquanto ela não conseguia mais que esconder-se,

Da outra vez, ela bem que se esforçou,

Juntou cada lágrima e a pôs em sua mão,


E então, passou no rosto dele assim que retornou,

Ele gritou como se atingido por veneno,

Não era nada demais apenas lágrimas secas,

Ele disfarçou que iria ao banheiro lavar o rosto,


A tocou fingindo carinho e agilidade,

Assim, a atingiu com um soco nas costelas,

Ela caiu para o lado,

Segurou-se no batente,


Dor profunda e lancinante,

Não, não foi fácil entender o que houve,

Como doía tanto nele as lágrimas que havia provocado?

Cada uma delas ainda ardiam na face dela,


Ali havia apenas os vestígios,

Nada demais – dor comprovada.

As palavras se embasbacaram

Para depois saírem aos trancos,


Por que ela ainda se preocupava com ele?

Por que queria ser aceita tanto quanto o queria ver sofrer?

Havia a entrega intensa,

Mas não era suficiente,


Ela apenas pensava que um dia ele pudesse entender,

E se entregar as juras que ele mesmo fez.

Afogue-o até que possa sentir sua dor,

Uma voz dentro dela parecia falar em tom alto,


Odeie todos os homens a sua volta,

Entenda eles são todos iguais em forma e atitude,

Essas frases soltas não podiam ser evitadas,

Não quando ela se posicionava em frente ao espelho,


E se via sofrer e chorar descompassada,

Hoje não, hoje não chamarei seu nome,

E se ouvi-lo me chamar ao bater a porta,

Eu juro, serei forte por mim mesma, não irei atender,


Mesmo que grite e me faça passar vergonha,

Mesmo que jogue contra mim tudo que quiser,

Espero que ao menos do lado de fora,

Ele não possa me atingir de forma tão profunda,


Ela franze o cenho,

Ele saberia que ela não estava mentindo,

Perceberia que ela não iria sangrar por aquilo,

-"Ah, e sobre aquele cara?


Eu não me preocupei se ele era casado,

Nem um pouco".

Jogou contra o espelho a frase convencida.


 

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Saudade

 


Agora, aquele toque fazia falta,

No instante em que o tinha ao dispor,

Não parecia que era tão singular,

Que desencadearia tanto amor,


Ah, a apaixonada, eu? Quem diria,

E ele, não atende o celular ou sente minha falta,

Mas o amo,

E os segundos passam a chamada cai,


E eu ainda o amo,

Não mentiria se dissesse que o amo mais,

Não pelo que me faz,

Agora, que não atende ou pouco fala,


Mas por tudo que sinto e vivemos,

Ah, me faz falta,

E como faz!

A cada instante imploro por um beijo,


Penso em me jogar em outro,

Mas é só a boca dele que procuro,

Mas, não sabia que deveria ter demonstrado,

Não tudo o que sentia,


Não o quanto eu ansiava por cada afago,

Obrigo-me a sentar aqui e ficar quieta,

Tudo que eu queria é encontra-lo,

Falar pouco mas aproveitar cada segundo,


-você me diz que não posso esquecê-lo,

Eu já não tento buscar justificativas ou alternativas,

Me assumo- não posso mesmo!

Ah, coração que pulsa e o busca,


Ou busca-o para apenas então pulsar,

Por favor, entenda que só quero dizer

Que será má sorte busca-lo tanto no dia de hoje,

Foi nosso primeiro encontro,


Fizemos amor de forma maravilhosa,

Não quero ficar com má reflexo,

Quando me vem em mente este dia,

O primeiro impulso é seu rosto e sorriso,


Eu abraçada em seus braços,

Levantando-me até sua boca,

Não, não há como estragar esta lembrança,

Bem, pensando assim até parece que está tudo errado,


Até abre-se uma margem para o esquecimento,

Sei que não é isso,

É qualquer outra coisa menos o afastamento,

Discutir com quem se ama bem no dia de tê-lo conhecido...


-Não amiga, não estou mentindo,

Discuto comigo mesma como o faço com você agora,

Deveria esquecer que dia é,

Você sabe assim que eu desligar a ligação,


Não irei conseguir controlar a paixão,

Estamos nos falando a horas,

Mas não me sai da ideia a sua boca,

Quase que as horas me causam repulsa,


Não fosse ele, eu nem iria querer saber dos segundos,

Há quem interessa o tempo passar?

Se não há ele, nada mais me interessa.

Ah, entenda: me preocupo tanto com ele,


Sabe? O apelido que lhe dei é difícil pronunciar,

Não lhe minto contudo tentei me enganar,

Procurei defini-lo a outro alguém,

Não foi possível,


Mudei uma letra ou outra,

No entanto nem desta forma,

Você já amou desta maneira?

Sem pestanejar eu clamo por sua imagem,


Bem, sem mais nem menos eu peguei tinta e papel,

Então, descrevi seu rosto,

Tentei ligar e ele não atende,

Então, peguei o pequeno retrato e joguei na xícara de café,


Mas não, não pense que após isso joguei fora,

Absorvi cada gota daquele café com ele lá,

Há quem dera no papel coubesse seu cheiro,

Ah, querido Deus, quem dera pudesse me trazer seu gosto...


sábado, 25 de fevereiro de 2023

Pássaros no Caminho

O dia em que o conheci amanheceu pardo,

O sol se levantou irritadiço,

Assim que me viu pareceu cansado,

Foi como se horas percorressem os segundos,


Bem, parecia querer adiantar a tarde,

Apenas mais tarde, muito mais tarde,

Pensei que quisesse nos ver,

Eu e aquele – aquele que prefiro evitar o nome,


O vento chegou temeroso,

Algo de tudo que se transcorreu não pareceu certo,

De repente, esquecer não era o bastante,

Um dia eu disse- antes não tivesse existido,


Porém, isso não servia para o hoje,

Embora ele me tocasse com sua cauda fria,

Deixava a vista alguns pássaros,

Que percorriam por entre nuvens densas,


Rápidos o bastante para passar despercebidos,

Então, pressenti comigo mesma,

-Queriam ser vistos.

Mas, não me soou como se tivessem algo a contar,


Apenas, talvez não estivessem tão tristonhos,

Como eu, eu também não me sinto.

Eu observava enquanto levava os bois,

De dentro da carroça onde eu estava,


Todo o redor soava tranquilo,

Menos alguns poucos detalhes sem importância,

Quando uma lufada intensa e fria me tocou as costas,

Confesso que me senti estranha,


Não diria amedrontada,

Mas ainda não encontro a palavra,

Deus me poupe de voltar atrás nas lembranças,

-Não, não quero vê-lo,


Disse para mim mesma,

Enquanto virava o rosto para o lado,

Contemplava as árvores enquanto baixava o boné,

Escondi meu rosto.


Até o campo dos pastos verdes e roxeados eu fui escoltada,

Depois de lá,

O vento mudou para todos os lados,

Será verdade?


Pensei comigo mesma.

Será que algum dia o passado retorna?

E por quê eu iria querer revê-lo?

Seriam os deuses tão cruéis dessa forma?


Retirá-lo da minha vida apenas para eu me apaixonar,

Quase sorria de tanta ironia,

Até me vejo doida percorrendo as ruas a sua procura,

Então o encontro,


Ele poderoso e cheio de si mesmo – soberbo,

Acreditando que é o melhor e inesquecível,

Eu a idiota capaz de tudo por ele,

Contudo alego ser por amor,


Por amor, quanta coisa eu seria capaz?

Pássaros beijam suas noivas e voam até o mais alto,

Apenas para tomar o beijo do outro,

Bicam seus bicos e retornam com o beijo,


É como se sendo de um deles

Ela fosse a única,

-Há outras, eu os digo.

Até sinto que me olham e contemplam,


Mas, não há. De alguma forma não há para eles,

Aparece a outra mais jovem e tolerante,

Vê a outra e seus defeitos,

Não aqueles,


Não os que brigam por ela.

O outro – o tomado, roubado, sei lá,

Foge em ruínas e desespero,

Voa rápido como nunca o faria,


Temo que se jogue contra a terra nua,

Mas não, arranca uma folha do pasto e sai,

Até penso que irá construir a casa,

Dou um pássaro para trás


Me sento na parede da carroça de tábua,

Acho que a espera,

Enquanto a outra se cansa e vai embora,

Vejo que o que está com o beijo roça a boca dela,


É como se o beijo roubado fosse o mais importante,

Ele não teme tocá-la,

Ele gosta de o ter e esfregar na cara dela?

Decido não ser tão romântica.


O beijo agora é um dos inimigos,

O esquecimento quase uma injustiça,

Quem irá pensar em quantos beijos

Se é capaz de se dar num único dia?


Imagine no transcorrer de um ano em quantas bocas.

O sol parece não gostar disso,

Logo em seguida ele some no horizonte,

Queria saber porque eu estremeço,


O procuro, agora o acho importante.

O pássaro era marrom telha parda,

Longe da cor terra molhada,

O beijo era algo tentador entre eles,


Uma espécie de triunfo, troféu de vencedores,

Há ali um macho e uma fêmea,

A procuro e ela me contempla de olhos vermelhos,

Não entendo,


Ela não era assim a poucos segundos,

Não deveriam os deuses terem mandado um sinal?

Qualquer coisa que fosse para eu não me sentir assim,

Como se todo o meu redor conspirasse,


Sei lá, um sopro do destino,

Olho para o chão e estendo minha mão aberta,

Penso que de alguma forma eu poderia puxar a pedra,

E trazê-la, sem tocar ou chegar perto dela,


Sinto medo e prefiro acreditar que não é possível,

As pedras e seu redor tudo tão frio,

As pedras seriam capazes de se aquecer perto de mim,

Sim, elas seriam...


Me desfaço deste pensamento.

Coisa estranha, sigo meu caminho.


 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Sua Arma na Minha Cara

 


O que os espera,

Acorda-se, pensa estar tudo bem,

Uma mulher afirma ser mãe de família,

Filhinhos bem ensinados,


Chama e pede assistência,

Eu decaio, penso em que me afirmo,

Te amo, você entende e sabe disso,

Gosto da ideia de ter você,


Bem, sabe, apenas me firmo nisso,

O mais nem foi conquista foi por querer,

Você vem armado à duas mãos,

Joga na cara que faz o que convêm,


Indaga tudo que conquistei até então,

Jura que me ama, jura?

Não diz não ou sim, também,

Te jogo algo sujo na cara,


Você vê e pensa se entende,

Eu imagino se sei o que você quer,

Você pensa que sobre mim sabe muito bem,

Desfaz minha fisionomia,


Não se importa em destruir meu dia,

Tenta desfazer o nome que tenho,

Assim como o sorriso que decai em cada palavra,

Lhe indago se me ouve,


Você faz pela segunda vez a mesma pergunta,

Não, não se importa,

Penso se pergunto se você me vê,

Você joga o dedo contra minha cara,


Segura sua arma abaixada,

Sim, você sabe como a manter,

Empurro-o, não te sustento,

Se me amasse ao menos um pouco,


Veria a que sou em tudo isso,

Não, não, você não vê,

Me indaga tudo de volta outra vez,

Te jogo que sim sou pequena contra você,


Você olha para o lado e vê a importância da outra,

Mas, me diz agora aonde você está,

É ela que esta ao seu lado,

Será que a protege como você quer?


Bem, foi fácil esquecer a que fui,

Será fácil esquecer meu rosto,

Não, não me veja mais,

Lhe imploro que não dirija nenhuma palavra,


Se é sofrimento o que vê em minha cara?

Não, é o seu dedo, a sua arma e a inocência dela,

Ignore tudo o mais ao seu lado,

Não me veja, por favor, não me veja mais,


Agora vejo a notícia: morre outra, outra e outra,

Meu pai me indaga quando será minha vez,

Para isso, não tenho resposta,

A resposta que você poderia ter,


A que não foi importante - quanto gritou a minha janela?

Eu mando o palavrão,

Mando a imagem na sua cabeça,

Jogo o cheiro de tudo que ela fala,


Sim, porque há nela o hálito,

E em mim? Um dedo apontado para meu rosto,

Eu falo, ela mostra a você: o quê?

-Foda-se você com suas fragrâncias...


Flagrâncias*

Perdão o r no L,

Um rosto em lágrimas?

E o outro?


O meu é aquele que você não vê,

Minha história é a que não nota,

Veja ela é quem e você ainda existe?

Parabéns, ela teve importância,


Agora aí eu sou um número?

Sou para você e não para ela que me tem marcada,

Mas tudo certo,

Respeito não se mede pelo lamento,


Rápidinho não é sinônimo de lhe gosto...

Bem, r não se troca por l,

Não confunda seu poder com o dela,

Você acreditou que fez tudo certo,


Ela teve mais tempo para refletir o que faria,

Bem, não chamo a tudo isso planejamento...

Mas quê importa?

Hoje não lhe sou um número e a ela?


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Lá Atrás

Este não é apenas um conselho,

Obedeça ao que sente,

Siga as ordens do seu sentimento,

Assim o digo, e o faria se pudesse,


Porém, quem amo já ficou para trás,

Entreguei-me com tudo que pude,

Contudo, esquecer não sou capaz,

Da mesma maneira que não o fui para o apetecer,


Fiz um juramento perante Deus,

Se o conquista-lo uma noite que o seja,

Ah, o farei meu!

Nisto tudo esqueci de amar por inteira,


Não falei tanto de sentimentos,

E amar fiz muito menos,

A alma é soberana,

Depois que se apaixona nem adianta indagar:


Que há que agora não consegue esquecer,

Ela alega ter tudo sobre seu alcance,

Mas quanto a deixar de amar já não está em seu poder,

Queria ter entendido isto antes, muito antes...


É como se cada vez que vejo alguém,

O coração me olhe através do olhar dele e indague:

-E agora, querida alma, o que está fazendo?

Acho que ele não acredita mais em mim,


Não acha que eu seja capaz de esquecê-lo,

Não o coração me refiro ao primeiro que tive,

Aquele que amei por uma vida e deixei para trás,

Sei lá hoje o por quê,


Tivesse uma resposta talvez evitasse este sofrer,

Quem obedece ordens não sofrerá mal algum,

Me vejo refletir sobre esta frase,

Mas já sei que está fora do alcance,


Obedecer... a alma que insiste em amar,

Ou ao coração que se recusa a achar que ainda é capaz?

O coração não sabe a hora ou maneira de agir,

A alma diz apenas que ama e que sempre será assim,


Bem, sabe-se que coração pulsa

E se deixar de pulsar também para de existir,

Mas não sei por que inflama a cada olhar que se desvia,

É um ver-me de outro alguém e ele pulsa,


Parece que se apaixona mas depois se refugia,

A alma coitada já nem sabe se defender,

O sofrimento de uma apaixonada diz muito sobre ela,

Penso se cada homem que passa imagina o quanto foi amado,


Sim, porque para cada mulher há um coração que gosta,

Não há?

Mulheres amam e homens gostam disso,

Penso até que nos incentivam,


Eles amam e amam-se, assim o é,

Afinal, ninguém conhece o futuro,

Apenas baseiam-se num passado imaginado,

Visto pela superfície e de resto acreditado,


Ninguém tem o poder de dominar o amor,

Mas, pulsar por cada homem bonito?

Ai meu Deus já nem sei se mereço,

As vezes, por poucas vezes ainda olho para trás,


E quando olho o vejo,

Aquele que amei, sei que não está lá,

Mas um dia estivemos juntos e isso foi bom,

Vale o instante do recordar,


É como se o coração pulsasse e os dissesse:

-Pois é, e quem sabe o que pode acontecer?

Me indago se eles o veem como uma promessa,

Gostaria apenas que cada homem bonito que passa


Soubesse sobre minha alma,

Que amou um dia ela foi capaz,

Mas esquecer ainda acha que não poderia,

Este coração que pulsa é capaz de acreditar,


Mas, tampouco tem o poder ou efeito de escapar,

Está preso a esta que ainda pensa num nome,

Em um rosto e com isso, em única pessoa,

Que o amor os livre da maldade que isso possa parecer,


Que são belos o são,

Se valem a pena, valem e muito,

Mas alma que ama não esquece de um dia para o outro,

Olho o calendário e verifico o ano,


Então, na verdade não esquece nem em décadas,

Tudo isso me pus a pensar andando debaixo do sol,

Há ocasiões em que um pulsar domina sobre o outro,

Penso se eles se bastam de horas,


A cada vez que me afasto de suas bocas,

Imagino que horas não me bastam como o foi lá atrás,

Nessas ocasiões vejo muitos rostos indo e vindo,

Se aceito beijar é porque gosto,


Nisso, o número não é muito alto,

Todavia, os sinto esquecidos pela cidade,

Quando uma alma ama e não se sente castigada,

O coração também não se esforça para esquecer,


Aquele que um dia amei ainda tem valia,

Outros não se auxiliam no quesito ser melhores que ele,

Bem, me vejo pondo qualificações neste e em outro,

Sopesando valores e qualidades,


Nisso, o número torna-se menor ainda que antes,

Há uma coisa de pouco sentido na terra:

Não há nada melhor para passar o tempo que um homem,

Ai que pena sinto daquela que fecha os olhos e não vem o sono,


Reza para que o sol passe e chegue a noite,

Se não se sente amada por alguém pensa que acaba o mundo,

Me esforço para dar sentido as coisas,

Talvez ele ainda me procure,


Mas a que fui um dia não encontrará,

A alma pode me sussurrar que entende,

Penso que concorda:

Não, ele não encontrará...


 

Eu o Encontro

Sim. Combinado. Eu o encontro. Guarde nossas lembranças, Transfira todas para um arquivo, Onde possa recorda-las, Num futu...