sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Cara Desejado

Baixa estatura, cabelo cacheado,
Pele cor chocolate ao leite,
Viçosa e bonita,
Está suspirava o tanto
Que a garota do seu lado ria.
O motivo?
O lindo garoto, alto, loiro
E bem vestido,
Que bebia tanto,
O quanto não as notava.
Orgulho das moças posto em jogo,
Mas, aquela noite acabaria,
E não haveria beijo,
No máximo um sapato perdido,
De um rapaz embriagado,
Que não desejou moça nenhuma,
E não beijou por puro comodismo,
Nenhumas delas alegaria: alcoolismo.
Mas eu arrisco a palavra,
Eu ofereci minha taça de vinho,
O fiz modificar a bebida que consumia,
Tropecei em seu pé
E colei ao seu peito,
Cheguei perto de sua face,
Mais que isso seria realmente
Pedir o beijo.
Desejado.
Merecido.
Descabido para nós três.
Mas querido.
Ninguém gosta de ver homem
Caído a escada,
Com botões a menos na camisa,
E a bebida toda exposta
Na calçada,
Quem é que quer carregar um cara?
Homem bom é de porte ereto,
Senhor de si mesmo,
E principalmente,
Com todos os beijos a postos...
Que você compreenda meu entendimento,
E me permita lhe conduzir
De volta
Ao início desta história,
Todas, todas mesmo queriam o cara,
Mas ele parecia desejar apenas a bebida,
Eu das moças,
Experimentei o expor a perna,
E de tudo um pouco,
Menos a desgraça
Que houve com a coitada da Virgínia
Que de tanto passar
E esbarrar
Caiu e quebrou o salto,
Coitada,
De pés descalços,
Vestido perfeito esfregando no chão,
Motivo de descabimento,
Dali de onde eu estava,
Eu pude enxergar perfeitamente sua calcinha...
(Cá entre nós, que desgosto)!
Ao lado daquele cara lindo e desejado,
Eu jamais prestaria tanta atenção na moça,
Mas pensei que vi a dos risos embriagada,
Identifiquei tudo
Antes mesmo do fim da festa,
Hoje ninguém beija,
E é pouco homem pra tanta moça.
São quase quatro horas da manhã.
Tudo cheira a festa anterior.
Embriaguez,
Tropeções,
Beijos errados
Jogados pra longe,
Quase me sinto ofegante,
Enxugo as gotas e suor
Que colam o vestido branco
Em meios seios macios,
Chorar não adianta,
Escrever alguma coisa,
Ou contar histórias não faz sentido,
É tarde demais,
O jeito é afundar na garrafa,
Passar vergonha bêbada,
E amaldiçoar maldito cara.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Saudade

Choravam mil frases,

Mil momentos como estes,

Dor e nada além

Lhe rompia sobre a face,

Em lágrimas que desfiguram

Qualquer olhar

E até desvirtuam sentimentos.

 

Alguns empurrões,

Ligações não atendidas,

Alianças não buscadas,

Como a ausência podia

Ser evitada?

Que empoderamento lhe ressoa a

Que a fazia ferir tanto?

 

No lugar de seus beijos,

Neblina de desespero

Lhe cobriam face e seios,

A roupa se ensopava,

O chão começava a escorregar,

Ausência soava a ferimento,

Dor e sangramento.

 

Apenas, de vez em quando

Um suspiro parecia surgir

De seu peito,

E ali morrer absorto,

Afogado por entre dores e lamentos,

Saudade, ausência e distância.

 

O rosto se desfez da vergonha

Toda vez que o procurou,

Que quis com toda alma

Notícias suas,

Estava longe demais de seu orgulho,

Trocou-o por uma roupa sexy,

E partiu para seu paradeiro,

Bateu na porta,

E não obteve resposta.

Ausência e silêncio.

Silêncio profundo

Que se prolonga

Dentro de todo o seu vazio.

 

Aliás, o silêncio,

Que monstro deformados

Ele se mostra,

Diante da menor distância,

Todo o horror desfiguram

Até mesmo melhor amor.

O silêncio é mesmo um lago escuro,

Com ares de luminescência,

Atira-se nele feito idiota,

E não retorna.

O silêncio afoga,

Devora,

Mata!

 

Mas, neste silêncio,

Pior não há,

Que a maldita distância?!

Se assemelha a uma roda de Pelourinho,

Lhe põe de joelhos,

Incapaz e acorrentada,

Exposta de cara a tapas,

Sem poder esconder nada,

Impedida de sentir muito,

Mas sente-se,

Sabe-se que mesmo na dor do suplício

A distância não fica inerte.

Fere,

Queima,

Amortaça,

Golpeia!

 

Colaram-se frases absurdas aos beijos,

Ela permitiu que fossem coladas,

Obrigaram ao silêncio,

Ela permitiu ser silenciada,

Impediram ao distanciamento,

Ela permitiu ser distanciada,

Mas, entenda-se:

O não ouvir ou entender,

O calar a voz de uma garganta ferida,

O distanciar de quem se ama,

São coisas que matam.

Morta estava.

Morta sentia-se.

Morta e ninguém duvidava.

 

Afivelada,

Golpeada e golpeada,

Exposta, domesticada,

Embrutecida.

Saudosa.

Viam-se na sua cara

Correr mil filetes de lágrimas

E não duvidariam: sangue.

Mais que chicote,

Lhe doía a ausência.

Suas lágrimas caiam por sua face,

Caiam por seus ombros,

E atiravam-se contra os que passavam.

 

Sofrimento amargo e profundo,

Qualquer um que visse se compareceria,

“Ninguém quer a vida dela”

Repetiam entre si.

Até, que então, ela não se mexeu mais.

Permaneceu onde estava,

Com as mãos no peito,

Como se estivesse morta,

Olhos fechados e cabeça caída,

Não havia-lhe único movimento,

Nem ao menos de suas mãos

Para estancar as lágrimas,

Ou de sua voz

A gritar sagrado nome,

O do tal homem

Que tanto amava!

 

Foram tantos os golpes

Que agora não sabia-se:

Resistia, ou desistia.

Sabia-se: morria!

A multidão parou,

O sinal do tráfego fechou,

A velha com a criança passou,

Ele não voltou,

Ela chorou

De olhos fechados

E chorou,

De luzes apagadas e sofreu,

Com sol escaldante e chorou.

Rosto inchado de dor

E chorou.

Convites de consolo,

Recusou.

Olhares piedosos,

Chorou.

O amor quando abraça afivela,

Ele parte e não solta.

O amor tem garras.

A moça chora.

 

Estás palavras são uma tentativa

De explicar a dor de quem ama,

Estás situações ocorrem ao mesmo tempo,

Um lado, que tento contar,

Sente dor e quer estar perto,

O outro do qual não tenho notícias,

Fica distante,

E não aparenta querer estar perto,

 

A primeira parte só sabe lembrar,

E chorar por saudade matadora,

A segunda, talvez esteja em festa,

Ou vivendo qualquer forma de vida,

Uma espera e chora,

A outra passa por está mesma rua,

Para, olha e não comemora.

Ou comemora.

Quem é que pode falar de seu íntimo,

Passar e olhar e admirar,

Mas não se aproxima.

Ambos calados.

Mas há, então, as lágrimas.

De um lado.

 

Beijo e promessas

As frases surradas do poeta,
Repetidas, escritas, lidas,
Agora em forma de promessas,
Ditas, faladas, sussurradas,
Lá pelos mil ouvidos
De caras diferentes um do outro,
Já não soam com a mesma veracidade,
Ou intenção do início.
De repente, eles se reconheçam,
Conversem e identifiquem os resquícios,
É cada cara um cara novo,
Cada face um amor perfeito,
Tão sonhado e querido
Quanto qualquer outro.
Por quê modificar as palavras,
Se as frases contam o que sente-se.
A questão é decorar o que dizer,
Devorar cada beijo,
Não confundir nomes,
E saber que é amor desde o começo.
Um suspiro a perder-se no decorrer da luta.
A realidade se esclarece ao redor,
Se é amor permanece,
Se não for apenas é questão de
Tempo perdido,
Novo romance,
Frases a acalorar a face,
Ditas num sussurrar sobre um rosto
Que se aquece pela promessa
E se vê arrepiar até a nuca,
Por uma boca que não tocar
Mas conta.
Um chocar de olhos,
Ouvidos atentos,
Lábios unidos e lacrados,
Com a verdade a pisar seus pés,
Pela garota que se posiciona ao lado
E não corta a sua frente.
Demole,
Derruba o que for,
Leva a ruína,
Fim ao que não é amor.
Pedaço a pedaço,
Rompido todo o percalço,
O beijo,
No primeiro encontro,
Com o primeiro cara que surge,
E se ressurgir um antigo rosto,
Beija-se também este,
Toda aterradora poesia que envolve
Não toca apenas o início,
Faz o retorno,
Envolve,
Promete novo encontro,
Promove.
O primeiro beijo só deveria surgir
Lá pela décima badalada da meia-noite,
Assim, é que se é com príncipes,
Espera-se e espera-se.
Passa vontade,
Tropeça em frases e frases,
Até que o sino ressoa no palácio,
Não, baby, nada disso.
Certamente,
Que no que refere-se ao amor,
O esperar tarda demais o poema no ouvido,
E o esperar caleja os pés,
Melhor é seguir o horário do poeta,
Poema repetido no ouvido,
Ou na face,
Ou nos lábios,
Não caindo bêbada a seus pés,
Ótimo.
Beijo e promessas.
Isto reaviva tudo!

domingo, 22 de setembro de 2024

Navegar

Você gosta de mim,

Assim, como eu sou,

Ou gosta de me ver sorrir,

Uma imagem do que você quer?!

Eu sou mulher,

Este estilo basta?

 

Uh,

O garoto que me faz pensar,

O garoto bonito,

Rosto perfeito,

Jeito gostoso de ser,

Gosta de como eu sou,

Ou me prefere?

 

Mar,

Um garoto bonito e profundo

Muitas garotas cabem aí cara,

Eu sei,

Eu sou uma delas,

Ou a favorita?!

Ser favorita em você é o bastante,

Eu gosto de estar entre,

Mas, querido,

Me desculpa ser exigente,

E querer ser tanto,

Um abraço seu,

Um sorriso,

Um fica mais um pouco.

 

Garoto,

Você é tão profundo

Que garotas se afogam,

Ou se sentem tão bem em suas margens,

Que toca-lo é o bastante?

Chegar ao seu doce,

Provar o néctar,

Ser sua é o que basta?

 

Límpido e transparente,

Ou você é do tipo que esquece,

Marca e não comparece,

Ou prefere o tipo obediente?

Porquê eu ser mulher é o que sou,

Você se importa se me preocupo tanto?

Estar nas suas margens de percorrer,

Mas, as vezes, queria mais que o tocar,

Que um instante

Ou o apenas ter.

 

As garotas quando te percorrem

Afundam, ficam ou partem?

Qual tipo você prefere?

Hum,

Você me deixa pensativa,

Ah, o cara legal e convincente,

Você sabe que é bem mais

Então, diga:

U-mar.

É o seu gostar

Ou o afogar-se?

Ser submersa até não entender,

Aprofundar e percorrer e percorrer,

E quando se vê

Não tem um quê

Ou voltar-se?

Umar.

É uma vez

E o para sempre?

Raharaharaha...

Estar, navegar ou afundar-se?

Ser

E nunca mais querer-se?

 

Um estar que de tanto estar,

Simplesmente, fica.

Garoto bonito

De nome simpático.

Me diz como é?

Eu nada bem em remanso,

Mas percorrer águas profundas

Eu nunca tentei antes,

Sinto medo,

Há perigos aí dentro?

Tão profundo que de fora

Parece saber tudo que há,

Adentra-se, adentra-se e adentra-se,

E perde-se em tudo que cabe...

Sete ondas,

Sete rosas brancas

E um pedido?

Umar.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Penso em Você

Não se trata de ser dois,
Individualismo,
Cada um resolve seu lado.
Certo.
Estamos juntos
Tenho medo do que sinto.
Te jogo meu coração.
Desta maneira,
A luz entra,
E ele foge a mil pra você.
Segura.
Diante da verdade,
Nem sempre sei o que fazer.
Certo,
Me entregou por fora,
Demonstro na expressão,
O que sinto no coração,
Aceita.
Entenda.
Você está agora sozinho?
E eu aqui compartilhando.
Lhe digo:
Pega, cuida.
Faz como você me fez acreditar.
Não se trata de culpar,
Exigir ou declarar.
Mas me cuida.
Desculpa, se não sei ser terna.
Bem, eu fico bem de terno,
Porte ereto e rosto sóbrio.
Se preferir,
Confia em mim.
E conta,
Conta tudo.
E me entenda.
Eu posso cumprir suas promessas.
Afinal, você disse.
O amor é indivisível.
É a união,
Então, por quê eu apenas cobraria?
Querido,
Eu sei me entregar.
Paixão.
Me dou bem com zíperes,
Posso iniciar tirando a calça,
E nisto você fala,
Fala, fala, sem parar.
Com isso eu me calo.
Escuto enquanto tiro a calcinha.
Tenha em mim
Tudo que tenho em você,
Uno e indivisível.
Mas, cale-se quanto aos meus pensamentos,
Eles são loucos,
E não se equivalem ao seu pênis.
Vamos pensar sobre você,
E resolver o que se deve?
Tira a sua roupa e corre,
Pega o carro e dirige,
Vamos nos achar no meio do caminho,
Ao telefone,
Em ambiente público,
Feito dois loucos e febris,
Você de cueca e eu nua,
Paramos o carro e o mais rápido
Pula fora,
Abre a porta e embarca.
Embarca num sexo legal.
Sem cobranças,
Exigências,
Esquece pensamentos,
Frases erradas,
Só meter para dentro,
Ir o mais fundo que der,
Foder, cara, foder.
Deixamos o alerta do carro ligado,
Ninguém incomoda,
Não vem com cobranças,
Amor sob medidas.
Depois, cada um liga seu carro
E segue a rua,
Direciona-se,
Não cairia bem o abandono,
A coisa toda da apreensão,
E ter de ir buscar um carro abandonado,
Ou sim?
Vamos ver como é que fica?
Dirigir de mais dadas,
Você no seu e eu no meu?
Marcar encontro
Após o sexo?
Chegar no esgotamento
E desejar mais um pouco...

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Lindo Menininho

Chamo a ele: oh, amiguinho.
Ele é meu namoradinho.
Me liga na tardinha,
Eu mando mensagem na manhãzinha.
Pergunta se estou bem,
Eu digo: te amo, é meu neném.
Ele é um cara fofinho,
Bem lindinho,
Cuidadinho,
Eu digo: oh, garoto da mamãe,
Ele fala: seu também.
Meu menininho.
Garoto mimadinho.
Ganha tudo que quer.
Me quer para sempre!
Amo a ele e amo muito.
Meu menininho.
Querido amiguinho.
Te amo no coraçãozinho.
Te amo no abracinho.
E nesta saudade
Que diz: meu bem!
Com aquele lindo sorriso,
De quando ele me atende
E eu penso:
Agora, como agrado este meu bem.
Meu garoto.
Lindo neném.
Amo e amo.
Ele me quer bem.
Sinto saudade.
E ele, também.
É grandinho menininho.
Tem aquele apertado abracinho.
Eu penso quero ele perto.
Ele diz que quer morar ao lado.
Lindo menino
Bem cuidado.
Da mamãe
E meu também.
Garoto de sorriso pronto.
Por quê a distância não convém?
E o trás para tão perto,
Que o faça ficar aqui comigo
Muitos dias.
Mais que semanas,
Por meses
E uma vida.
Oh menino moreninho.
Que delícia meu bronzeadinho,
Digo: é a cor do meu menininho.
Deslizo os olhos por meu bracinho
E quase grito:
Ele está perto,
Ele está perto!
-aonde?
Comigo, é certo!
Oh lindo menininho.
Amo suas certezas,
Amo você estar comigo.
Oh menininho,
Oh menininho,
Se acha tanto em meu poeminha,
Eu amo o seu augusto,
E estás lindas linhas de seu rosto!

A Calmaria

Se fosse dado a eu,
Pessoa que se apaixonou,
Falar sobre ele,
A conversa se alongaria,
Mas, o que digo aqui,
Não é tudo que penso,
É muito mais os outros.
Quinze minutos sentados
Naquele banco de praça,
As flores caindo nos cabelos,
Os cheiros aguçando os sentidos,
E ele passou seu braço
Por minha nuca
E segurou-se em meu ombro.
Naquele imenso espaço
Havia um balanço,
Ele sentou-se nele,
E me segurou em seu colo,
Ficamos nos embalando,
Não falávamos nada
Que fizesse sentido dizer,
Flores caiam sobre nós,
A grama alvorecia.
Misturar-se aos pensamentos dos apaixonados,
Nunca me foi fácil,
E não tentamos fazer isso,
Comemos uma comida de calçada,
E andamos de mãos dadas.
Tudo isso, em nosso primeiro dia.
Enfim, o beijo.
Tão antigo quanto o sol que brilha,
O beijo veio,
E com ele a vontade de amar,
Talvez, o amor nos tenha unidos,
O importante era ficarmos perto,
Desprovidos de qualquer interesse,
Que não fosse o contato,
O olhar,
A busca.
Inspiração nova para poemas,
Assunto desconhecido,
A multidão passava,
Naquele dia haveria fogueira na praça,
Era junho,
De inverno e comes e bebes,
O aviso foi dado muito antes,
Nós não ouvimos,
Mas vimos o fogo ser aceso,
E as labaredas ganharem o ar,
O escuro e as alturas.
O louvor de uma canção de amor
Soava longe,
-Ah, o amor!
Ele nos toca única vez,
E fica.
Inicia de imediato,
Satisfaz a todos.
E eu me encarrego de me acalmar
Em seu colo, calor, afago e abraço,
Acalmou todo o ódio,
Sofrimento e ferimentos.
Acalmou a dor.
Quem me acalma é este que amo.
O amor respira.
-Viva. Viva.
Grita o sentimento.
Me jogou ao seu colo,
Nos embalamos no balanço
E ficamos.
A fogueira apaga.
As pessoas vão.
O escuro chega.
O dia segue.
E eu fico calma.

Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...