Noutro dia o céu escureceu mais cedo,
Encoberto pelo véu de um nevoeiro,
Que feito um exército marchou por céus e terra,
Ocultando qualquer visão em suas sombras,
Reunido como um só homem,
Medo me pareceu um termo suave,
O primeiro dia decorreu úmido e inseguro,
Apesar do receio o aspecto foi se tornando costumeiro,
Se camuflando entre as sombras naturais,
Sobrevivendo da penumbra ao seu redor,
O motivo que tinha para se localizar,
Não passava desatento ao coração angustiado,
Sentia medo do que poderia conter,
Receio ao que poderia ouvir,
Nunca o temor envolveu tanto o saber,
Nem o horror pertenceu tanto a coragem,
As sombras se moviam rápidas e duras,
Apenas imaginei se sua aparência correspondia
Ao teor das mensagens que carregavam,
E da espécie de ações que continham,
Porém o sétimo dia chegou,
E mesmo a dureza que o nevoeiro acobertou,
Amoleceu o aço dos meus valores,
Ao contrário apenas fortaleceu sua base,
Então fechei os olhos, juntei as mãos e rezei em alta
voz,
A fim de que se cumprisse a palavra do Senhor,
Consciente de que Seu amor dura para sempre,
E que a verdade precisava ser libertada até a superfície,
Contei com a ajuda de amigos,
Pois os profetas de Deus estavam comigo,
E os olhos de Deus baixaram-se sobre nós,
Nos reforçando contra todo tipo de perigo,
Então as sombras tomaram a forma de uma tempestade,
Entre raios, ventos e trovões dissipou sua maldade,
Não faltaram almas para aspirar as nuvens,
Porém, a chuva que seguiu dissipou toda a maquiagem,
Deixando a mostra a verdade em suas faces,
Nada atemorizou mais do que suas próprias imagens,
Ao ver seus atos aflorados em sua superfície,
A verdade de que suas almas sobrevivem,
Preso em uma escuridão que não lhe pertencia,
Meu coração pulsou mais forte,
Angustiado por ver tantas pessoas sedentas por alma,
Sobrevivendo de maldade por espalhar a morte,
Pessoas que usavam o mais sagrado que é o amor,
Apenas para arrancar pedaços dos corpos dos outros,
Com o que denominam estupros,
Sedentos por cérebros, por não possuírem conteúdo,
Déspotas cegos quanto as suas incapacidades,
Se julgam superiores por viverem de maldade,
Vivem a espalhar palavras vazias,
Por acreditarem que assim preencheriam suas faltas,
Dissimulados, mesmo quando avistam suas imagens,
Recusam suas próprias faces,
Tentando se apossar de outras pessoas,
Acreditando que isso os isentará,
Porém, o véu de escuridão desfiou-se,
E muitos foram levados com ele,
Assim encerrou-se o negro desfecho daquele dia,
Com sombras carregando pessoas para companhia,
E quanto ao templo cujos alicerces foram edificados há
tantos anos,
Permanece em construção, mas ainda não foi concluído.