domingo, 6 de março de 2022

Juntos Afinal

No mesmo instante os meus lábios ficaram calorosos,

Mas, neste segundo não fui ganha por lembranças,

Fui tomada por um abraço seguido de um beijo,

Tentei afastar todas as barreiras criadas


E aceitas com pouco crivo de reflexão,

O beijo soou como um sopro de vida sobre a minha boca,

Atingiu em cheio e não seria de outra forma o coração,

É certo que inventar um ideal de pessoa para amar,


Não é mais que obra do próprio ego,

É negar o outro e sua própria capacidade de entrega,

Viver de lembranças por medo de ficar ao lado

É um ato de egoísmo que fere dois universos,


O beijo que ganhava a minha alma não era qualquer um não,

Ressoava mágico sobre a minha pele enquanto me percorria,

Despertava uma emoção irrefreada – pura paixão,

Desejei, talvez, por uma fração de segundo olhar para trás,


Mas as mãos que envolviam minha cintura me pediam mais,

Não desejei me apegar a erros e fortalecer a distância,

Tentei esconder a facilidade que tenho em fechar meus olhos,

E fingir que nada aconteceu e que tudo ficou em algum lugar,


Guardado sem nunca ser esquecido,

Mas, incerto para ser recordado ou quem sabe revivido,

"Por quê você fica dias sem falar comigo e jura me amar",

Teria respondido se visse a pergunta em seu olhar,


A verdade é que todo o amor precisa de distância,

"Querido, você sabe a quantos quilômetros estamos?

Então, preciso transmitir isso ao meu coração.",

Fosse um telefonema teria desligado naquele segundo,


Mas não era, nova tentativa de afastar-me em vão,

"Querida, tudo que quero saber é porque temos que nos distanciar

Se o que mais desejamos é estar perto como estamos agora,

A ideia de ter você é tudo que me conforta",


Eu parecia ler isso em sua boca em cada beijo que provava,

Ele me conteve sem esforço, abri meus olhos e fitei-o,

Não vi indagação alguma em cada atitude sua,

E nas minhas? Eu não sabia, não me ouvia ou sentia,


-Olha querido, eu o amo, mas veja como ama o amor,

Se eu o amasse assim, acha que o amaria mais um pouco?-,

O indaguei, eu acho, talvez tenha feito algum gesto...

-Então querida, me responda: como ama o amor?-,


Ele me indagou com sofreguidão a mão em concha sobre o meu rosto,

Apalpei-a com força: - se fosse em amor, o manteria comigo-,

Aquele carinho soou de todo especial,

Penso que nunca o utilizei até aquela ocasião,


Nunca houve outra pessoa a quem eu amasse tanto,

Era instintivo e vinha de dentro de mim e falava alto,

-Acho que agora me soaria em falso o amor,

Se ele viesse, mesmo que em sussurro e dissesse ao ouvido:


“sinta medo e não confie”, dê um passo para trás agora mesmo-,

Olhei-o com os olhos lacrimejantes e sonhadores,

-Eu te amo e preciso que você fique comigo.-,

Ergui-me na ponta dos pés e beijei seus lábios por um longo tempo,


Não lembro o quanto, mas sempre que recordo disso,

Tomo a mesma atitude. Me levantei de onde estava,

Cheguei por trás do sofá e o abracei apertado,

Beijei-o primeiro no rosto, depois na boca que tanto amo.

sábado, 5 de março de 2022

Manhã de Outono

 

O céu rugiu acima deles,

As árvores responderam no vigor,

Ela tocou-lhe a face corada de desejo,

Como se ouvisse tudo que ele tinha a dizer,


Através da ponta dos dedos,

No calor da carícia em que o sentia,

Os pássaros voaram em torno deles,

Pareciam testemunhar um amor perfeito,


E isso, lhes tirava o medo- não se escondiam-,

Quem visse juraria: não tinham medo do que vinha,

Nem mesmo eles o tinham,

Entreolhavam-se apaixonados e ternos de carinhos,


As folhas caiam aos seus pés, algumas os tocavam,

As flores se abriam incrédulas ao que viam,

Dois corpos se juntavam ao amor que consumia,

Corroía barreiras até tornar uma coisa apenas,


O ato de estar junto era maior que ser sozinho,

Entregavam-se um ao outro não para aplacar algo,

Como a solidão ou o medo, mas pelo puro desejo,

Ao longe ouvia-se os estrondos que pareciam vir ao encontro,


Mas, isso não diminuiu em nada o abraço que se estreitava,

Amor,

Por que eles amavam-se tanto e de tal forma?

Talvez, se pássaros falassem teriam a resposta,

Se folhas desenhassem horizontes ou flores escrevessem,

Porém, o universo que se transformava não falava,


Ali, não havia nada além dos sussurros e suas promessas,

A palavra amor saltava aos olhos e isso bastava,

Descrever de outro jeito talvez fosse errôneo,

As trovoadas eram intensas e descompassadas,


Mas seus corações não, eles estavam estranhamente calmos,

Pareciam ter discernimento e domínio sobre tudo,

Era quase como arriscar dizer que o universo falava,

Repetia em tom mais alto o que eles diziam,


De uma forma que poucos entenderiam,

Tivessem os vistos não negariam

Que tudo que havia ali era amor em sua forma pura,

Com exceção, quem sabe, do rio que corria ameno,


Tranquilo e incerto ao que havia ao seu redor,

Aquele simplesmente contornava sem dizer nada,

Moldava-se entre uma pedra e outra e seguia seu ritmo,

Tivesse olhos, penso que nem assim olharia,


Simplesmente seguia em busca de algo,

Mas, isso o casal que se amava nem via,

Deve ter sido o amor mais puro do mundo,

Gostaria de tê-lo presenciado,


Quiçá eu vivê-lo,

Bem, mas o amor chega na hora certa,

Olho para o relógio são 9:30 minutos da manhã de outono,

Em instantes verei quem tanto espero,


Quarta-feira de dia certo no calendário,

Suspiro, viver um amor verdadeiro: ah, quem me dera,

Por um momento, penso: e por que não agora?

quinta-feira, 3 de março de 2022

Puxou-a Para Si

 

Em vez de falar algo,

Apenas aproximou-se e tocou seu rosto,

Chegou até a distância dos seus lábios,

Mas, conteve o beijo,


Olhou para baixo com o rosto tenso,

O maxilar endurecido – esforço-,

Ele permaneceu neutro,

Parecia não saber o que queria- incerto-,


Amava-o e sabia o quanto,

Mas, não o bastante para render-se ao desejo,

Acaso uma mulher merece relacionamento de momentos?

Um beijo, um adeus e talvez outro dia a vejo?


Ela não saberia responder se estava preparada para isso,

Esperar não era de todo errado,

Claro que não, mas a incerteza seria ferina em cada segundo,

Fechou o zíper da jaqueta quase até o pescoço,


Teria saído pelo corredor escuro,

Se ele não a contivesse segurando seu braço,

Com a mão fechada sobre a sua pele macia,

Toque sutil, mas, o bastante para descompassá-la,


O coração foi a mil, a alma saiu dela e foi para outra órbita,

Chegou no olhar dele e chamou-a,

Tempo perdido, já não se pertencia,

Naquele instante teria aceitado qualquer coisa,


Mas o que se seguiu foi melhor que esperado,

Puxou-a, com gesto firme até o seu peito másculo,

Segurou-a ali como se dissesse para si mesmo: minha,

Passou o outro braço por sua cintura,


A manteve parada, ela baixou o olhar,

E recostou-se no seu peito, sentiu seu cheiro,

Sorveu-o como se necessitasse deste gesto,

Como se a distância percorrida valesse a pena,


Como se todos os erros recebessem o perdão,

Mas, uma lágrima tocou seu cabelo quente e tristonha,

E o coração acelerou e respondeu-a: não,

Precisava mais do que isso:

Então, levantou o olhar e procurou seus lábios.


terça-feira, 1 de março de 2022

O Que Há?

 

Olhou-o com calma desolada,

Não podia definir amor o que sentia,

Ferida, não tinha como perdoar,

Mas a madrugada cedeu lugar para o dia,


A manhã transcorreu até iniciar a tarde,

E a tarde passou singela até a chegada da noite,

As horas sempre passam, queira você ou não,

Com elas os dias, os anos e a vida, por fim,


Não sei se poderia dizer isso sobre o coração,

Mas, se não pensar muito diria que sim,

Não chegou até a porta, evitou-a o máximo,

Portas se abrem e fecham e isso não diz nada,


Amores nem sempre são eternos,

Este não tinha porque ser diferente e não era,

- Querida, obrigada por estar lá por mim

Adorei me sentir apoiado e seguro,


Eu parecia ler em seu olhar, mas enfim,

Preferi controlar o que dizia, por pouco tempo,

Logo tudo que senti passou para a superfície,

E o que fiz, não me fez melhor –odiei-o-,


Sabe Deus que roguei por sua morte,

E não me culpo nem um pouco,

É certo que o amo e me dói vê-lo partir,

Talvez, eu tenha aprendido um pouco sobre o amor,


Mas, este pouco não me ensinou a perdoar,

E agora que estamos distantes sinto isso forte em mim,

Esta dificuldade em desculpar seus atos,

Jesus, sinto o ódio correr onde já houve amor,


Não me indago se estou errada, sou incapaz,

Palavras já foram incapazes de definir o amor que senti,

Hoje, novamente elas me calam a garganta,

Porém, agora, acredito que ele se recusaria a ouvir,


Não sei nem ao menos se ele aguentaria,

Disse ele, "te prometo amar da mesma forma que me ama",

Será que ele já sabia em que desencadearia?

Me indago, apenas por um instante, se errei,


Após isso, vejo as marcas que me doem ainda,

E decido que não, está tudo certo agora,

Tento olhar o futuro deixar para trás o passado,

Mas o ódio fala alto dentro de mim,


Sinto dor onde já senti os seus carinhos,

"Seu amor me pertence, vamos fazê-lo durar!"

Ele sussurrou ao meu ouvido entre beijos,

Bem, talvez eu tente evitar que ele se afaste,


Mas, porque motivo faria isso?

O que vivemos já não tem valor,

Fora pouco ou até mesmo insuficiente,

Uma mão forte me agarrou pelo pulso,


Parei e olhei para o alto, - ele me olhava-,

Ele não reprimiu a vontade de me sacudir,

A puxou para o seu rosto e ofereceu a face,

Desejei arranhá-la até ferir,


Minha boca salivou pelo gosto de sangue,

- Ora querido, o que há?

Entenda, jamais te pediria algo-,

O relógio marcava a hora que passava,

-Você, então, deseja manter nosso amor?!


domingo, 27 de fevereiro de 2022

Beijo ao Luar

 

-Eu te amo, minha vida, saiba disso-,

Disse eu, com meus olhos espelhando amor

E um toque de afeição em seus olhos azuis límpidos,

A lua se erguia atrás de nós – a iluminar-nos -,


As estrelas brilhavam de forma extraordinária,

Uma brisa fresca brincava com nossos cabelos,

Estendi minha mão e toquei a sua – segurei-a -,

A vista espetacular do amor que declarava-se,


Estendia-se por quilômetros de distância,

A todo aquele que abrisse o olhar na direção do horizonte,

Veria os sorrisos que brincavam em nossas bocas,

E entrecortavam as juras de amor incontido,


Eu soube naquela hora que todos sabiam de nós,

Que não havia possibilidade de esconder-nos,

O que sentíamos era testemunhado por todos,

A maneira como nos tratávamos, os olhares, os sorrisos,


Recostei minha cabeça em seu ombro forte,

O amor rompia de dentro de nós e tomava forma,

No carinho das nossas mãos entrelaçadas,

Até o beijo que chegava a boca mas não era entregue,


-Eu te amo, meu amor -, repeti pondo ênfase nas palavras,

Lágrimas vieram em seus olhos e por trás delas o amor,

Entre a lua e as estrelas, não tão distantes delas,

Um amor rompia qualquer barreira e iniciava-se ali mesmo,


Na grama molhada pelo sereno da noite que se levantava,

Alguns pássaros noturnos cantavam, o mundo se erguia para nós,

O universo desejava nos manter juntos – ouvia-nos-,

Meus lábios tremiam de desejo sem eu poder fazer nada,


Como uma criança que tem seu brinquedo e não quer largar,

Eu me encostava nele e o segurava – eu te amo, repeti -,

Ao longe um bando de pássaros revoou assustando-nos,

Passei para o seu colo, colei meu rosto ao seu pescoço,


“Deixe aquele que você tem ser aquele que você quer”,

Ouvi ressoar ao longe, mas não disse nada,

Fiquei onde estava e ele em seu silêncio presunçoso,

Senti que teria algo a dizer e que isto mudaria algo,


- Meu amor, permita a quem te abraça ficar na sua vida-,

Me vi dizer com a voz doce e convidativa, quase em sussurro,

- Meu amor, eu confio em meu coração e ele é meu guia,

Ele me fala em cada instante a quem devo amar,


E sabe quando ele começou a sussurrar um nome sem parar? -,

Estremeci involuntária com medo de o indagar,

Mas o fiz:  - não sei, meu amor, mas você pode me falar?

-Querida, ele fez isso desde a primeira vez em que cruzei com seu olhar,


A viu e desejou em meu abraço,

Com ânsia louca de quem não quer mais nada,

Confie no que eu digo, note a honestidade com que falo -,

Não resisti ao impulso, me afastei um pouco,


E segurei seu rosto entre as minhas mãos,

Olhei-o no fundo dos olhos, e reconheci a verdade neles,

Me aproximei o bastante para tocar em seus lábios,

Senti o estremecer dos nossos corpos em confidência,

- Sim, existe amor verdadeiro e eu o tenho entre as minhas carícias.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Abraço Apertado


 

Não vou dizer que o amo,

Juro que não até o último segundo,

Mesmo no momento em que estiver

Segura em seu abraço,


Recostando meu rosto em sua face,

Nem mesmo neste momento,

Calar-me-ei, até que alguma providência

Advinda dos céus, digam-me: esta é a hora,


Antes disso, não direi palavra de amor alguma,

Com este pensamento segui ao encontro dele,

Guardando em mim a certeza de que conseguiria,

Não importava o que acontecesse não confidenciaria,


Se disso dependesse a minha vida,

Ou mesmo o meu último suspiro – ainda assim calaria,

Confesso que minhas pernas tremiam,

Mas, por dentro estava muito segura,


Sabia o que sentia e tinha consciência do que faria,

Olhei-o de longe e esperei uma atitude sua,

Por mais que quisesse, já sabia que não poderia desviar,

Então, segui em linha reta,


O tremular que abalava meus passos não me atingia,

O sentimento dentro de mim gritava alto,

Não estremecia por nada no mundo – apenas sentia-,

Seu olhar tinha o efeito de fogo em minha alma,


Me vi queimar até não restar nada,

A boca abrira como se não pudesse se controlar,

Fiz um esforço maior e consegui calar,

A chama do seu olhar levava qualquer coisa a ruínas,


Ele faz bem o tipo de homem seguro que sabe o que quer,

Tive a impressão que ante a sua menor tentativa,

Minhas barreiras iriam desfalecer,

Eu não poderia confessar tudo que sentia,


Sabia dentro de mim que não era a hora,

Embora não soubesse de onde vinha essa certeza,

Eu a tinha, e isso, de alguma forma me confortava,

Um passo em falso no caminho,


Um desequilíbrio no andar que me guiava,

Nada mais que isso,

Não caí, nem ao menos me machuquei - intacta-,

Permaneci ereta e segui até encontrá-lo,


- Não vou dizer que meu amor é profundo,

Belo ou tão único como cada dia que amanhece,

Nem mesmo que tudo que eu faça te traga conforto,

Mas, a amo de verdade, espero que possa me entender-,


Ele confessou ao meu ouvido com um abraço,

E parecia esperar por minha resposta,

Pois, o tempo passava e ele não me soltava,

Presa ao homem que amo e incerta quanto ao que falar,


- Não vou dizer que o amo,

Nem que sonho em dormir contigo em cada noite,

Mas, quanto a acordar ao seu lado,

Bem, é coisa que não se pode desistir tão fácil -,


Eu o disse, enquanto roçava a minha língua

No lóbulo da sua orelha, a percorria,

Ao final, a beijei cessando a frase que dizia,

- Querida, eu quero segurar você em meus braços,


Deitar você no meu ombro,

E fazer com que se sinta confortável,

Talvez, você gostasse de estar um pouco ao meu lado,

Eu te amo, é isso que eu quero dizer? -,


Ele fala suave aos meus cabelos,

Não me acaricia com as mãos, apenas me mantem,

- Querido, talvez isso seja coisa de mais de uma noite,

Cai a tardinha um pouco adiante,


Você me falou sobre o seu ombro, estou certa? – o convite -,

O abraço que estava forte não encontrou resistência,

Se desfez o que nunca se acabaria.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Em Sua Busca

 

Ele estava ao seu lado,

A um passo do beijo que não veio,

A certa distância de querê-lo,

E ela incerta de tentar ou não convencê-lo,


Poderia ter-lhe afagado os cabelos,

Sim, desejava com ardência um abraço,

Mas, ao invés disso,

Ergueu o olhar o bastante para encará-lo,


Sustentou este olhar por algum tempo,

Ele era pouco mais alto,

Porém, gostava de ficar esquivo,

Algum dia o perdoaria por isso;


Com porte altivo e circunspeto,

Abriu seu sorriso com dentes brancos,

Diga-se de passagem: convidativo,

Desviou o olhar para o seu abraço,


Desejo incontido de estar em seu abrigo,

A medida que ela buscava as palavras,

Elas lhe fugiam em velocidade imprevista,

Por duas vezes ela puxou suas mãos para trás,


Nestas vezes ela juntou-as uma na outra,

Com força, buscava algum tipo de conforto,

O tinha ao seu lado, mas precisaria resistir ao contato,

Pior que isso, talvez, nem houvesse aproximação,


Buscava um porquê disso tudo,

Não encontrava um motivo,

Ausência de resposta para a indagação que não veio,

Esfregou o lábio com a mão solitária,


Apenas um dedo era o bastante para acalentar,

Fossem palavras escritas talvez pudesse apontar,

Mas não encontrava nada – direção ou estratégia-,

Estava presa ao que sentia,


E sentir tanto a libertava de estar vazia,

Lutava para manter a calma,

Notou que as mãos dele tremiam- solícitas-,

Pareciam notar que faziam falta,


Se mantivesse a calma, talvez, ela pudesse falar,

E este falar lhe abriria o caminho,

Ele parecia estar tão tranquilo em tudo aquilo,

Era como se soubesse o que fazer,


Ela se perguntava se ele saberia ler pensamentos,

Assim poderia falar o que ela desejava ouvir,

E tudo se simplificaria em demasia,

Era apenas abraça-lo e ir embora,


Ou então, preparar uma resposta convincente,

Qualquer uma que evitasse o fim,

Ela temia começar a chorar e não poder parar,

Abriu a boca e pôs-se a dizer tudo que sentia:


- Te amo, meu amor, não sei viver sozinha,

Depois de tudo que passamos juntos,

Não sou capaz de conseguir, não me julga, por favor,

O amo mais que tudo na vida, preciso de nós,


Desculpa a avalanche de palavras,

Sim, estou em queda livre a desmoronar,

Depois que o tive em meus braços,

Não sei viver de outra forma nem sou capaz,


Estas palavras que eu digo saem sem querer,

Me desculpa por serem impensadas,

Mas, veja, meu amor eu sinto muita saudade,

E este amor que sinto por você não sai de forma alguma,


Sim, meu amor as palavras retardam, retroagem – fogem do meu alcance-,

Mas o amor que sinto, este só aumenta e o busca,

Bem, o roteiro das frases, me perdoa, o perdi ao seu encontro,

Mas, quanto ao amor – este nunca senti tanto,

Perdoa a fuga das palavras destes lábios trêmulos,

Mas, quanto a mim, você sabe meu amor: eu não fujo!

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...