sexta-feira, 2 de maio de 2025

Um Beijo e Apaixonados?

- Olá, Janira.
Aceite que eu a conduza.
Disse Enrique
Parando seu carro
Ao lado dela
E abrindo a porta.
- tá bom.
Você insiste tanto nisto!
Ela comentou
Entre sorrisos.
Sentou no banco,
Virou para ele
E lhe depositou
Um beijo no rosto,
Ele virou-se rápido
O suficiente para
Barganhar o beijo
Quase em seus lábios.
- sonho com seus beijos!
Ele disse,
E sorriu afetuoso.
- mais que isso,
Sonho em ver seu corpo.
Ela riu desdenhosa,
Olhou para a calçada,
Depois retornou a olha-lo.
- sonhar comigo?
Ora, você é lindo ...
Ela respondeu,
Levando seus dedos
Para o seu rosto,
E acariciando-o de leve.
- você sempre está
Acompanhado por lindas garotas.
Ela terminou,
Apertando um pouco
Com três dedos o seu queixo,
Deixando dois de seus dedos
Para o alto de seus lábios
Sem tocá-los.
Ele ligou o carro,
Engatou a primeira marcha,
E se dirigiu para a rua.
- vamos ao meu palácio.
Você pode pôr um biquíni
E aproveitar o sol
Da água do mar.
Ele respondeu dirigindo rápido,
Entre cruzando carros,
E dobrando a direita
Na primeira rótula.
- seria ótimo.
Respondeu soltando
O grampo dos cabelos loiros,
Depois pegou a bolsa,
Encontrou um batom vermelho
E levou-o a boca carnuda.
Delineando com cuidado
Medido cada parte,
Enquanto fechados,
Depois os abriu,
E encerrou a maquiagem.
- você é tão perfeita.
Trabalha como modelo?
Ele indagou.
- ora, para alguém tão apaixonado
Deveria saber como ganho meu dinheiro,
Ela respondeu sorrindo,
Depois pôs sua mão sobre a dele,
Que estava no câmbio de marchas,
Apertou seus dedos,
E manteve-os.
- eu não trabalho, exatamente,
Sou pintora,
Tenho uma galeria de arte,
Mas é quase para passatempo.
Ele a olhou sincero
E surpreso:
- conheço suas obras,
Já vi sua assinatura
Na minha parede...
Ele disse,
Depois desviou o olhar
Para a outra rua,
E seguiu.
Chegou num local
Com portão de elevação,
Apertou um botão no carro,
O portão se ergueu,
Ele entrou.
De cada lado haviam prédios longos
Que seguiam a beira mar,
Em frente haviam lanchas.
Ele estacionou no pátio,
De frente para o portão fechado.
- vamos.
Disse levando sua mão
Para a porta dela.
Abriu-a e ela saiu.
Depois ele.
Ele a esperou,
Então, ele pegou sua mão direita,
E a puxou para seu peito,
Envolvendo-a com seu cheiro
Masculino e inebriante de calor,
Seus corações pularam forte,
Ele apertou sua coluna,
E subiu a mão pela dorsal,
Até puxar seus cabelos,
Envolvendo-os por entre seus dedos,
Depois os enlaçou,
Puxou com cuidado para baixo,
Até deixar seu pescoço nu,
E baixou seus lábios para ele,
Movendo com delicadeza
Sua língua até chegar a boca vermelha
E sedenta.
Depois puxou mais forte
Seus cabelos
Até ouvir dela um pequeno
Gritinho de leve dor,
E separou seus lábios.
- vamos!
Lá mais a direita,
A visão para o mar aberto
É mais bonita,
Vamos na lancha,
Fica muito distante,
Eu cansei de ficar sentado.
Ele apontou com o dedo,
O lugar em que o prédio
Fazia uns curva
E parecia entrar no mar,
Então, se moveu em direção
A lancha,
Levando-a pela cintura.
Ela tropeçou na areia
Com as pernas bambas
E a respiração trôpega,
Mas ele a manteve segura.
Chegaram na lancha
E ganharam o mar,
A visão era perfeita
De um azul que se estendia
E parecia subir para o céu,
Peixes nadavam próximos dela,
Ela sentou-se no final da lancha,
Bem perto da água,
Se arriscou a pôr seus dedos,
Quase sentindo-os,
Mas eles ficavam longe,
Pareciam acompanha-los.
Depois ela levantou-se,
Foi até Henrique,
Abraçou-o pela cintura,
E beijou seus ombros,
Desceu até os braços a mostra
Em sua camisa azul esporte,
Então, levou-os para a calça
Abriu seu zíper.
O ato exigiu dele seus beijos,
Ele soltou a lancha,
Deixou em velocidade lenta,
Na direção mar aberto,
E virou-se de frente para ela,
Beijando-a sôfrega
E desesperadamente.
Beijou tanto que o vermelho
De sua pele,
Em razão do batom,
Ficou limpo,
E sugou sua língua,
Como se fosse água
Para seu peito sedento.
Então, retirou sua saia
De pregas curta até o quadril,
Roxa e baixou para o lado
Sua calcinha,
E a ergueu em seu colo.
Fizeram amor assim,
Em frente aos peixes,
Com a lancha seguindo
Mar a frente.
Não havia ninguém perto,
Depois ele a soltou,
E seguiu dirigir,
Tomando cuidado
De organizar sua calcinha,
E soltar suas mãos
Por sua saia até tocar
Suas cochas,
Depois subiu a mão
Por entre o meio delas.
- você foi maravilhosa!
Ele disse terno e rouco.
Ela afastou-se,
Voltou a se sentar,
Então, pegou o celular
E gravou o mar,
A imagem linda do céu
E o azul profundo.
Depois gravou seu rosto,
Nisto soltou o celular
No chão da lancha,
Organizou para gravar,
E seguiu até ele.
 Pôs as mãos ao lado do volante,
No arco de ouro
Que a percorria do início
Até o fim,
Encostou seu corpo na lataria,
E sorriu afetuoso para Henrique.
- você é maravilhoso!
Ela disse,
Ele desligou o motor
Para desviar da rota de retorno
A beira mar,
E puxou o corpo dela para si,
Baixou sua saia até a canela,
Apertando suas cochas
Entre os dedos,
Depois subiu com uma mão
Percorrendo ambas,
Chegou na calcinha,
Tirou uma faca do lado
Do volante
E a cortou
Sem cerimônia,
A deixando sua e exposta.
Então, baixou o zíper da calça,
E virou ela de costa,
Deixando-a se segurar no arco,
A penetrou incontrolável e sedento,
Ambos general em alto prazer,
Beijavam-se
E se mordiam
Num movimento alucinado
De desejos.
- eu te amo.
Ele sussurrou ao seu ouvido.
- eu te amo.
Ela se viu responder.
Olhando para o azul celeste,
Pedindo a Allah
Que este não fosse um devaneio,
Que o amor fosse nutrido
E houvessem inúmeros outros
Encontros.
Até que ele levou sua mão esquerda
Para acariciar seus rosto,
Ela a olhou buscando-a para beijar,
Nisto se deparou com uma aliança.
Seu corpo estremeceu,
Lágrimas molharam seu rosto,
Ele era casado.
O sonho acabou.
O coração ficou aos saltos.
Ele gozou de prazer,
Ela gemeu seu orgasmo
Incontrolável sentindo ódio
De si mesma por ser tão idiota.
Então, ele a empurrou
Nas costas,
Seu corpo foi para a frente
Por pouco não caiu.
Não o olhou na hora.
Voltou a sentar-se de cabeça baixa,
Saia nos calcanhares.
Ele riu alto e prazeroso.
- você é perfeita!
Disse indo alcança-la,
Levantou sua saia.
Voltou a direção,
Seguiram em silêncio,
Chegando as margens
Ela pulou na areia
Com o celular em mãos.
Tudo gravado.
Cada beijo.
Até mesmo a jura de amor.
Deu três passos para sair,
Então, voltou-se,
Correu até ele
Que ainda descia da lancha,
Deixando a lancha presa na areia.
O abraçou com a corda na mão,
Beijou seu peito,
Seu pescoço
E sugou seus lábios
Como se quisesse tomar
Cada um de seus beijos,
Entregou-se de maneira
Que ele lhe quisesse para
Ser única,
Quis seu amor,
Não pode desistir
A desejar muito isto.
Depois pegou o celular dele,
Que encontrou dentro
Do bolso da calça,
Ligou o bluetooth
E sincronizou no dela,
Depois lhe passou as imagens.
Mostrou a ele só depois de ter feito,
Se recostou com o bumbum
Em sua calça,
Ele cedeu ao seu desejo,
Fez amor enquanto ela
Passava as imagens,
Parecia não se importar.
Até que então
Ela mostrou de que se tratava,
Ele ficou sério,
Pareceu irritadiço,
Nisto ela elevou seu dedo
E excluiu de seu celular,
Deixando tudo armazenado
No dele.
- eu preciso ir,
Notei a pouco que você
É casado,
Eu não poderia ter
Me entregado assim,
Preciso de tempo
Para assimilar isso.
Ela disse,
Ele levantou a mão
Pegou seu rosto
E puxou-o para um beijo.
- que não seja o adeus.
Ele disse.
Abriu o portão.
A deixou ir.
Ela retirou as sandálias baixas,
Ergueu entre os dedos,
Caminhou sentindo a areia fina
E branca sob os pés,
Sentiu o cheiro de limpeza,
O ar de flores frescas,
Encontrou o portão e saiu
Com medo de não voltar,
Com medo de querer estar de volta,
Não olhou para trás,
Mas sentiu-se segura
Porquê ele a esperaria.

quinta-feira, 1 de maio de 2025

No Silêncio

Não dou asas a mentiras,
Nem me apego as palavras,
Mas em relatos simples,
Não tardará,
E a dúvida se instalará.
Louca eu seria se esperasse
Que convenceria a todos
Da minha veracidade,
Sabendo que até meus
Sentidos rejeitam
O que testemunharam.
Todavia, acreditem
Em seus olhos,
Não tardará e todos verão
O que digo se concretiza.
Namorei um garoto,
Rapazinho com idade escolar,
Fui preparar o jantar,
Eu trintona,
Gabando-me dos meus dores culinários,
Isto em minha época significava,
Pronta pra casar.
Pronto o jantar,
Mesa posta,
Ele clica no maldito celular:
“pizza gigante com entrega”.
Depois da segunda pratada,
De comer de “encher o rabo”
Ele empurrou com a mãozinha
De dezessete anos o prato
Para a frente:
- estou satisfeito,
Mas a pizza do Kadinho que pedi
Pra comer durante a noite
Lá em casa é muito melhor.
Eu fiquei pasma e estarrecida,
“ a pizza do Kadinho”,
Minha amável comida
Comparada a fest food de rua?
Foi demais para a minha ruína sentimental,
Não tardou,
Limpei a mesa,
Tirei a louça,
Lavei tudo bem rapidinho,
Ao término da limpeza,
Corri para abraçar o demoníaco,
Cobrir o maldito rosto
Com beijinhos demorados.
Ao chegar perto do sofá,
Ele me olha e diz:
- a cerveja está quente,
A televisão está ruim,
Me dá dinheiro que eu vou pra casa,
Preciso pagar o Kadinho.
Antes de eu dizer
Qualquer palavra
O malandro se levanta
Pega minha bolsa,
Vasculha meu dinheiro,
Junta o da pizza,
Me olha sorrindo
Parecendo ter encontrado
Um pote de ouro,
E não aquelas minhas
Moedinhas contadas
Para as contas
E gastos de até o final do mês.
- ah, preciso também de dinheiro
Pra gasolina,
Ah, pra pagar o empréstimo
Do carro que aluguei
Pra te impressionar...
 E foi juntando as moedas,
Catando o que houvesse
Em papel e falando
De gastos inimagináveis
Com alguém ou para alguém
Que eu não imagino quem.
De imediato,
Juntei minha faca do pão,
E finquei sobre aqueles dedos
Grudados a minha parede.
O maldito tinha tanta destreza
Na mão com relação ao dinheiro
Que mexia na carteira
Com uma única mão
E não poupava tostão.
- lhe comunico agora delegado!
No meu mês de namoro
Nada falei
E só levei desaforo,
Estou aqui para dar o relato...
Eu dizia,
Sentada em frente a mesa
Do delegado
Que olhava para eu
E olhava para o Messenger
De seu computador.
- dá licença vó.
Preciso falar com o delegado!
Me cortou a fala
A maldita voz infantil
Que nem precisei buscar
Na memória,
Me puxando para trás
E me empurrando corredor afora.
- a senhora falou por muito tempo,
Precisa comprar dentadura nova,
Organizar está gengiva...
Ele foi falando
E me empurrando
Pelos ombros.
Bem, desisti de falar,
Agora só escrevo,
A você que me ouve,
Não faça juízo,
É outro quem reproduz.

Noite Na Casa da Vó

Era noite na casa da avó,
Todos nós reunimos
Ao redor do fogo,
Para ser exato:
Vovó colocou pinhão
Sobre a chapa do fogão
Para torrar
E nós nos alimentar.
Era inverno gelado,
Destes de cair geada
Sobre o sereno,
Congelar a grama
E fazer do casaco
Mero adereço
Sobre o corpo congelado.
Vovó retirou parte das brasas,
Pôs sobre a forma do fogão,
E retirou a forma
Colocando ela no chão,
Ali esquentávamos nossos pés,
Nós três: eu Teobaldido,
Jackeline e Betorio.
Vovó disse para saber esperar,
Contudo Jaceline foi ágil,
E comeu todo o pinhão cru,
O resultado disso é que
Usou o banheiro
Por toda a noite,
Obrigando todos a saírem
Para o banheiro dos fundos
Da casa.
Aquele mesmo lá de fora,
Pra quem conhece a residência
Não há de ignorar o terror,
Pois não há outro banheiro,
Exceto os pés de laranjeiras,
Foi noite gelada
E escura,
Vovó segurando uma velinha
Derretendo por entre seus dedos,
E eu agarrado ao tronco
De laranjeira,
Entre espinhos e sapos,
Não merecíamos isto.
A teoria não parou nisto,
Todos vimos Jaceline
Aquecer chaleiras atrás de chaleiras
De água
E entrar no banheiro
Levando a bacia,
Todos convenham que
Ela estava na verdade
Tomando banho quente,
Enquanto nós
Fomos obrigados
A limpar o bumbum
No mato serenado de geada...
Passou da meia noite,
Vovó fez mate doce,
Ninguém tinha sono,
E vovó gostava de contar histórias,
Jackeline toda tormento da
Saiu do banheiro finalmente,
Secando os cabelos
Com o cobertor:
- está caindo geada,
Vocês acreditam?
Ela indagou.
- caiu geada em teus cabelos Jaci?
Fui obrigado a retribuir
O sinismo,
Gear nos cabelos da Jaci
Dentro do banheiro
Foi a gota d’agua.
Saiu de lá,
Vestiu o melhor vestido
De vovó,
Na saída da porta
Enroscou no prego
Que estava segurando
Um terço
Pendurado no quarto dela.
- vejam primos e vovó:
Temos invasão de baratas
E grilos dentro de casa!
Ela comentou
Mostrando o rasgo do vestido
Entre seus dedos
Vermelhos de aquecidos.
Eu apenas levei
Meus dedos aos meus lábios,
Não tive o que falar.
-podem ser camundongos.
Vovó terminou.
Eu tive menos resposta
Que antes.
Uma mente e a outra confirma.
Peguei a cuia de leite doce
Com hortelã que a vovó
Me servia,
E bebi tudo calado.
Jacilene escolheu
Sentar-se ao meu lado,
Com um pisão no lado
Da forma ela jogou
O brasido todo pro alto.
- pois veja vovó,
São mais de um camundongo,
Um estava no quarto,
O outro foi se aquecer no fogo!
Eu encarei bem aquele rosto
Lívido de inteligência
E vi bem
Que papel higiênico
Eu só teria naquela noite
Se poupasse o matinho
Gelado lá da laranjeira.
Nem perguntei a respeito
“Camundongo comeu”
Seria o cúmulo do “fique quieto”.
Bem, vovó encontrou
Outro saco de pinhão
E o pôs sobre a chapa
Para torrar
E nós enchermos a barriga.
Já saciada Jaceline
Decidiu ir para casa dormir,
Ótimo.
Tendo saído naquele frio
De deixar grama verde branca,
Usando o vestido esvoaçante
De vovó,
Decidimos fechar a porta,
Nisto vimos um dedo
Em plena fresta:
- Jaci, você está
Com seu dedo
Na fresta da porta?
Vovó indagou a ela.
- certo que não vó.
Vovó já acometida da idade,
90 anos de vida,
Acreditou estar vendo coisas,
Fechou a porta com normalidade.
- ahhhhh.
Ouve-se o grito estridente.
- e agora Jaci,
De repente você estava?
Indagou Betorio.
- Não, eu saí correndo,
O vestido enroscou
E puxou meu dedo.
Respondeu com sagacidade.
De imediato vovó abriu a porta,
E a menina estava lá parada,
Com o dedo preso na fresta,
Olhos marejados de lágrimas.
- entre pra dentro
Que eu cuido disso.
Vovó disse a ela,
Puxando a menina
Pelo ombro.
Por resultado,
Nós sofríamos descascar o pinhão,
E Jaci ganhou sem medida
Descascado pelas mãos
Hábeis de vovó,
Enquanto sofríamos tomando
De cuia a cuia,
Jaci ganhou mate doce
Na xícara...
Não fosse pouco,
Vovó foi ver a menina,
Deitada na cama,
Debaixo de cobertores
Soando baldes.
- você está com febre menina?
Indagou vovó.
Dando-se o direito
A dúvida.
- certo que não estou vovó.
Todos nos olhamos espantados.
- então, está...
Nos dissemos um ao outro.
Vovó olhou a todos,
Mas não disse nada.
Uma da madrugada,
Com a geada caindo
Tão intensa de molhar os cabelos
E congelar as orelhas,
Vovó juntou um maço de velas,
Entregou-nos uma casa um,
E corremos para os outros pés
De laranjas,
Buscar uma galinha
Para fazer canjas.
-tem certeza sobre isto, vó?
Indaguei com vela na mão,
Enquanto via a velhinha
Subindo a laranjeira,
E eu e o Betorio iluminando ela.
Eu embaixo da árvore,
Betorio subindo ao lado
De vovó para ela ver,
Encontramos uma galinha
Gordinha e facilzinha.
Lá foi vovó pegar ela,
Se movendo com dificuldade
Por entre os espinhos
E galhos apertados.
Depois veio a parte simples,
Ver vovó limpar
E nos preparar o jantar...
Isto, lá pelas duas ou três da manhã.

Marly no Bolãozinho

Minha mãe me pegou
No colo,
Chegada a linha de partida,
Filha, me dá um beijo
No rosto,
Porquê agora a mãe
Vai jogar bolãozinho
E ela quer vencer.
Eu beijei seus rosto
Bem demorado,
Dizendo meu beijo mãe
Pra vencer,
Minha mãe pagou a jogada,
E entrou competir.
Com o pé direito
Sobre a linha de marcação,
Levou a bolinha para o alto
E disse é da sorte
Da minha filhinha,
Mirou nas latinhas lá
No alto,
Levou a bola pra frente,
Bem certinho,
Trouxe pra trás seu bracinho
E jogou.
Pow,
Rolou latinha
Para tudo quanto foi lado,
Não sobrou nada
Lá na mesa,
As outras mães se admiraram,
Todas jogaram,
Mas, meu beijo
Foi só pra mamãe
E o troféu ela ganhou também.
Foi bolinha pro alto,
Latinhas no chão,
Todas juntas,
Mesa limpa.
Oh, beijinho da sorte
Este meu,
O bracinho bom
Este da minha mamãe, Marly.

Jogou de Bocha 48

No jogo de bocha,

Não conta tanto a força,

Conta a destreza,

Bons olhos sobre a mesa.

São quatro bochas,

E o bolim,

De longe atrás da risca,

Joga-se a bocha,

As grandes coloridas pontuam cinco,

O bolinho pontua quinze,

Quem limpa a mesa,

Corre a frente.

Joga-se sozinho

Quem confia no pulso,

Joga em grupo

Quem tem as artimanhas,

Pontua-se ponto máximo,

Ou corre a partida,

Em três partidas,

Quem pontuar mais ganha.

É só ter as bochas como alvo,

Precisa acertar nelas,

E retira-las da mesa,

As que caem no chão somam,

As que apenas se movem

Só dão o gosto.

Joga-se quatro bochas

Por jogador,

São quatro chances

Para o acerto,

Valem os pontos,

As só jogadas

Não valem nada.

O troféu é para o melhor pulso,

Cuidou o alvo,

Jogou e pontuou,

Simples,

Cuida o alvo,

Arremessa a bocha,

Acerta,

Quem limpa a mesa,

Ou seja,

Derruba todas,

Este sim é o bom jogador,

O restante são bons competidores.

Sorte no jogo do cinquilho bochadores.


Lá no Sertão

Hoje o sol amanheceu a pico,
Brilhou no alto do moro,
Parece até que sorriu,
Não restou nuvem no céu anil.
Sorri logo para o alto,
Acenei para o ar mesmo,
Fui logo
Puxar a vaquinha no tronco,
Amarrei de pronto,
Ajeitei o buçal
Que começava a apertar,
Ajeitei o tronquinho
Ao seu lado.
Juntei o jato de água,
Coloquei o baldinho no solo,
Fiz tudo com uma mão mesmo,
Lavei os tetos,
Sequei com a toalha branca,
Joguei a toalha para o ombro,
Só então me sentei no cepo.
Puxei logo o teto limpo,
Terei o leite de um,
Tirei o leite do outro,
Esgotei todos os quatro,
Jarro cheio de leite espumoso,
Soltei no baldinho,
Dez litros de única vez.
Recolhi o balde para o lado,
Soltei parte do leite
Que ainda restava no jarro
Para o pratinho do gato,
Chamei também o cachorro,
Soltei a corda da vaca,
Dei espaço para ele se mover,
Para comer a grama do seu redor.
Fui ainda até o paiol,
Abri a porta de madeira,
Juntei milho debulhado,
Dei a ela,
Peguei mais um pouco,
Usei o jarro vazio,
Enchi-o até derramar,
Soltei tudo para as galinhas,
Derramei por todo o terreiro,
Felizes os bichinhos,
Guardei o leite
Depois de coar na geladeira.
Fiz o café,
Café fresco jorrado a leite,
Passei o dedo na nata
De dentro da xícara,
Passei no pão,
Acenei para a manhã
Que o sol aquecia lá fora,
Lenha no fogão,
Crepitar da chama lá do sertão.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Gatilho do Passado

Ligou o carro,
Dirigiu pela avenida,
Vidros abertos,
Óculos escuros sobre os olhos,
Queria manter o ar misterioso,
Mais ver que ser visto,
Porém, nunca não ser notado.
Algo em sua mente
Lhe pedia que fosse lembrado,
Cerveja em mãos,
Volume alto,
Metallica no aparelho,
Velocidade contida no velocímetro...
De repente, uma curva,
Em um bar
Ele viu uns garota,
Ela comia um xixi salada,
Esfomeada e risonha.
Seu coração pulsou forte,
Algo pediu que se aproximasse,
Mas, ele estava em linha reta,
Precisaria entrar na quadra,
Demoraria um tempo
Sem vê-la
E este tempo lhe pareceu tão crucial,
Que seu coração se comprimiu
E a respiração falhou.
Ligou o pisca,
Dobrou a esquina e seguiu,
Rápido e sem ver mais nada,
Avistou ela,
De costas.
Ela passava maionese
No xis e sorria.
Um arrepio percorreu sua coluna,
Ela virou-se para trás,
Seus olhares de entre cruzaram.
Ele diminuiu a velocidade,
Quase parou,
Seguiu a linha reta,
Parou próximo a calçada,
Sem parar de olha-la.
Ela despertou a lembrança
De um amor antigo,
Uma boca que já beijou
A tanto tempo,
E que nunca foi capaz de esquecer,
Mesmo com tantos anos,
Ele não lembrava quantos,
Sua mente era tão fresca
Que pareciam minutos,
Quando lhe doía a memória,
Passava então, horas.
Abriu o porta luvas,
Retirou seu retrato,
Comparou a garota que comia,
Eram parecidas,
Havia algo de similar
E ele quis apostar nisto.
Saiu do carro,
Recolocou a foto,
Fechou a porta,
Foi até ela,
Não tardou,
Sentou ao seu lado,
Pediu um xis,
A acompanhou no cardápio.
Então, entrou no bar
Uma garota morena,
Cabelos cacheados,
Olhos escuros da noite,
Vestida de biquíni,
E uma cobertura sobre ele,
Algo de crochê quase transparente.
Ela olhou-o,
E seu corpo estremeceu,
De imediato
Ele levou a mão ao rosto
De Melissa,
A garota que recordava-o de Andressa,
Ele quis manter Melissa,
O arrepio parecia lhe dizer
Que outra vez,
Não duraria.
Seria como foi anteriormente,
Não teria futuro.
Então, sem motivo,
Ele lhe pediu um beijo,
Por menor motivo
Beijou sua boca.
Foi guiado ao amor antigo,
Enxergou Melissa sobre
Lençóis amarelos de seda,
A seda caindo de seu corpo,
Ele deitado de lado,
Vendo sua coluna a mostra,
Depois seu bumbum.
Então, se viu beijando
Aquele corpo esguio e perfeito
Que um dia lhe jurou amor.
E no próximo ano
Engravidou de outro rapaz,
Um colega de faculdade,
Preferiu o outro,
Apresentou exames
E no mesmo dia
Disse adeus,
Sem nunca arrepender-se.
Nunca a importou
As mil viagens que Referson
Fez até a faculdade
Em busca dela,
As flores que enviou
Através da floricultura,
Os cartões lido em voz alta,
Pelo cara do Amor Falado...
Ela teve o filho,
Casou-se na igreja,
Fez celebração,
E o convidou.
Na cerimônia,
Ele teve coragem de lutar
Por seu amor...
- O que você deseja
Pra me trazer até aqui Referson?
Ela indagou vestida de branco,
Um vestido curto,
Com cinta liga e meias transparentes até o bumbum,
Sapatos de salto branco,
Toda de branco.
- você está perfeita, Melissa!
Ele disse, com três flores
Vermelhas entre os dedos.
- certo que estou,
É meu casamento com Jerônimo,
Seu amigo,
Homem que eu amo.
Ela respondeu segura
Com seus lábios em batom branco,
O blush branco brilhava a luz
Da, lâmpada da sala,
Quando ela fechava os olhos,
A maquiagem branca
Lhe dava ares de estrela
No olhar.
- eu ainda a amo.
Ele disse ali a dois metros dela,
Parado em pé,
Seguro em seu smoking preto.
- eu o esqueci a tanto tempo,
O queria chamar para apadrinhar
Nosso menino,
Mas desta forma,
Não vejo alternativa,
Terei de te afastar da família...
Ela disse, com seus lábios trêmulos.
- por quê?
Ele interrompeu.
- por quê?
Você confunde o que houve
Com o que acabou.
Acabou e fim!
Ela disse,
Levou a mão em espasmo
Em sua direção,
E seguiu outra saída,
O deixando lá trancado,
A espera-la pelo resto da cerimônia.
Transcorreram-se seis horas
E ele não percebeu
Que ela saiu por dentro,
E não por onde entrou com ele.
A porta ficou trancada,
Aquela que ela usou.
E ele ficou.
Quando saiu,
Se deparou com a faxineira,
Fazendo a limpeza.
- senhor, o que faz aqui?
A cerimônia acabou a três horas!
Não há ninguém mais!
Ela disse.
Ele levou a mão ao rosto,
Se ajoelhou naquele chão,
Virou-se para o altar,
E clamou por ela.
- senhor, a noiva foi embora,
Saíram em família.
Foram viajar para outro país.
A faxineira disse.
Ele quis morrer.
Então, puxou a nuca
De Andressa com suas mãos.
E apertou os lábios dela
Nos seus.
Não queria perde-la,
Ela era tão similar,
Tão inacreditavelmente parecida...
- Ai, você me feriu!
Gritou Andressa,
Empurrando-o para longe.
- que horror.
Ela retornou a falar,
Depois saiu e foi para o banheiro.
- foi mal, hein, amigo.
Disse a garota morena
Casualmente com seu sorriso brando.
Ele conseguiu rir,
E isto lhes pareceu descortinar
Sua mente.
- que embaraço!
Ele falou.
-sou Referson!
Disse,
Depois levantou-se
E lhe estendeu a mão
Em cumprimento.
- Ranera.
Eu estou um pouco pior,
Estava olhando a vitrine,
Um rapaz passou de motocicleta,
E levou minha bolsa...
Ela disse trêmula.
- que terrível.
Referson respondeu
E saiu do lugar,
Olhou-a de cima a baixo
Para se certificar
De que estivesse bem.
- horrível, perdi documentos,
Dinheiro e tudo...
Estou com medo.
Ela disse, assustada.
- eu a levo para casa.
Ele respondeu.
De alguma forma,
Odiou a lembrança de Melissa,
De outra forma,
Rejeitou Andressa
Por quere-la apenas
Para despertar um gatilho
De esperança
De um relacionamento
Que fracassou há tantos anos.
Puxou o cardápio,
Deixou dinheiro para a conta,
E algum acréscimo,
Sem esperar a garota
Retornar do banheiro
Ele foi embora,
Não se importou
Com a boa educação
Ou nada.
- vamos!
Ele falou.
E pegou Ranera pelo pulso.
Com a outra mão
Abriu a porta do carro
Por meio da chave.
- você realmente irá me ajudar?
Ela indagou,
Tocando em seu ombro.
- é claro.
Ele respondeu,
Beijando seus lábios
No meio da rua.
Ranera estremeceu,
Não esperava contato sentimental,
Não depois de ser roubada
Daquela forma tão bruta
E assustadora.
- meu braço ficou preso
Na alça da bolsa,
Veja, estou vermelha de dor,
Eu fui ferida...
Ela ainda disse.
Ele a puxou para seu peito,
A pegou no colo
E a tirou dali.
- eu irei te proteger.
Falou.

Caso: Assassinato da Balconista

Aos vinte e cinco anos Não se espera a chuva fria De julho Quando se sai para o trabalho, Na calada da noite, Até altas mad...