Hoje o sol amanheceu a pico,
Brilhou no alto do moro,
Parece até que sorriu,
Não restou nuvem no céu anil.
Sorri logo para o alto,
Acenei para o ar mesmo,
Fui logo
Puxar a vaquinha no tronco,
Amarrei de pronto,
Ajeitei o buçal
Que começava a apertar,
Ajeitei o tronquinho
Ao seu lado.
Juntei o jato de água,
Coloquei o baldinho no solo,
Fiz tudo com uma mão mesmo,
Lavei os tetos,
Sequei com a toalha branca,
Joguei a toalha para o ombro,
Só então me sentei no cepo.
Puxei logo o teto limpo,
Terei o leite de um,
Tirei o leite do outro,
Esgotei todos os quatro,
Jarro cheio de leite espumoso,
Soltei no baldinho,
Dez litros de única vez.
Recolhi o balde para o lado,
Soltei parte do leite
Que ainda restava no jarro
Para o pratinho do gato,
Chamei também o cachorro,
Soltei a corda da vaca,
Dei espaço para ele se mover,
Para comer a grama do seu redor.
Fui ainda até o paiol,
Abri a porta de madeira,
Juntei milho debulhado,
Dei a ela,
Peguei mais um pouco,
Usei o jarro vazio,
Enchi-o até derramar,
Soltei tudo para as galinhas,
Derramei por todo o terreiro,
Felizes os bichinhos,
Guardei o leite
Depois de coar na geladeira.
Fiz o café,
Café fresco jorrado a leite,
Passei o dedo na nata
De dentro da xícara,
Passei no pão,
Acenei para a manhã
Que o sol aquecia lá fora,
Lenha no fogão,
Crepitar da chama lá do sertão.
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