Eu vejo ele partir,
Com os olhos ardentes,
Não é ódio,
São lágrimas
Que deturpam minha visão.
É como se dedos
Invisíveis me tocassem,
Me mantivessem no lugar,
E eu simplesmente,
O deixasse ir.
É como se eles fossem
Tão fortes
Que me impedissem
De qualquer coisa
Que não fosse vê-lo partir.
Estagnada no mesmo lugar,
A esperar,
A deixar ir.
Estes mesmos dedos
Marcam minha pele,
Com dor e medo,
Mas, não faço nada
Apenas permito.
Ele aceita o adeus
E vai para distante,
Diz-se que procura a felicidade,
Eu torço que a encontre,
E eu fico.
Então, estes dedos
Simulam carinhos
Para que eu aceite
Seus toques,
Depois disso,
Sobem para minha garganta,
E me sufocam.
Evitam as palavras,
Cortam o ar
Que eu respiro,
Me enfraquecem
A olhos vistos,
E ele já foi?
Já não sei busca-lo,
Quase esqueço o nome,
Prestes a não lembrar
O rosto,
De repente, retenho o gosto.
Sufoco até congelar,
Até que não possa me movimentar,
Até que não sinta dor,
Nem outra coisa,
Então, abro os olhos
E digo: amor.
Por um momento
Sou mais forte
Que estes dedos invisíveis,
Neste instante,
Eu luto contra eles,
E sou capaz de pensar,
Então, consigo falar,
Me uno de todas as minhas
Próprias forças
E corro,
Corro devagar,
Custo a me movimentar,
Fujo de tudo que vejo,
Corro tão rápido
A ponto de que toda visão
Fique borrada,
Corro mais rápido até
Sentir dor,
Corro mais rápido
Até estar longe,
Longe deste que não quis ficar,
Se muniu de suas desculpas
Para preferir outro lugar,
Já não tenho dedos
Agindo sobre meu corpo,
Já não sinto as dores
De ser privado de falar,
Já não me rendo
A este que nunca quis estar.
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