Depois de uma noite bem dormida,
Daquelas em que se alcança as estrelas,
Acordou com um sorriso nos lábios,
Mas tão logo abriu os olhos,
Com o corpo ainda sonolento,
Percebeu que algo estava errado,
E ao virar-se para o lado,
A procura de seu amor,
Para comentar acerca do frio indesejado,
Notou com estranheza que já havia levantado,
Presa em suas suspeitas, sentiu a falta de um cobertor,
Fato que explicava o frio, mas não o quarto vazio,
Com os olhos arregalados pelo espanto
E um assalto no coração,
Sentiu a falta da televisão,
Com um salto, abriu o roupeiro,
E as roupas do cônjuge haviam desaparecido,
Aliás, tudo que pertencia a ele, havia detalhadamente
sumido,
Foi o que observou ao percorrer o apartamento,
Tudo meticulosamente separado,
Apenas o que concernia a ela havia ficado,
Junto com seus boletos de pagamento,
Desde o sofá da sala, às panelas da cozinha,
Nem mesmo o carro,
Escapou do sumiço,
Nem precisou de sexto sentido,
Pois, ou foram alvos de um furto seletivo,
E de um sequestro relâmpago
Em que haviam levado seu marido,
Ou, simplesmente, ele havia lhe abandonado,
Nem precisou de confirmação,
Por ser óbvia a última opção,
E antes de haver chance para arrependimento,
Trocou as chaves do apartamento.