- Eu te amo, em meu coração você foi o escolhido,
Curvo-me para que possas passar com altivez,
Não porque você esteja no erro da soberba,
Mas porque não contemplo outra senão sua face,
Gosto de oferecer-te o meu amor derramado,
Seja em lágrimas de saudade por sentir sua falta,
Ou em gestos e falas nas quais meu coração te reserva,
Curvo o olhar ao passar por outras pessoas,
A todas as outras não entrego mais que um olhar vítreo,
Não ousaria olhar em outros olhos e contemplar outra alma,
Depois de ama-lo tanto não poderia ser de outro,
Meu coração estremece ao te ver, escolheu você para amar,
Não ouve seus ruídos ensurdecidos a chama-lo?
Se não pronuncio por meus lábios, querido nota em meus
gestos,
- Eu te amo, e não sei como amar menos,
Embebo meus lábios de amor puro e lhe dou de beber,
Veja no doce dos meus beijos como pronuncio o seu nome,
Seja em sussurros ou gemidos trêmulos de puro sentimento,
O amo agora como foi no início e será até final momento,
Encontrastes em meus carinhos o seu nome desenhado?
Olha em minha fala como não tenho outro em pensamento,
Meu amor não sou de inventar argumentos: o amo,
Tendo somente Deus por testemunha, e as estrelas onde o
desenho,
Querido, já olhastes no céu da meia noite?
Existe um coração lá, a oeste de onde nos abraçamos na
primeira vez,
A esquerda de onde reconheci o seu olhar seguro,
Com dois passos a direita daquela minha flor trepadeira
branca,
Acima de onde me abaixei para juntar a flor e o vi lá no alto,
Fui incapaz de conter o eu te amo em meus lábios ante a luz
do seu olhar,
Lá neste ponto do céu há um coração com seu nome quase
apagado,
Embora o ame com toda a alma não quis chamar a atenção,
Bem sei do seu jeito discreto,
É para as estrelas que os meus desejos são transportados,
Lá, existe o seu rosto desenhado, mas, apenas se você
prestar atenção,
A meia lua ele fica mais visível, na cheia eu estou junto
contigo,
Não posso te dar outro testemunho além do que tenho,
Tens o Eu te amo em meus lábios e gestos derramados,
Por quatro vezes e mais mil o pronuncio em nossos beijos,
Na quinta vez em que o faço, ouça-me como puder fazer,
Mas não se recuse ao que sinto, não sem antes ouvir o que eu tenho a dizer:
Eu te amo e rogo a Deus que sua maldição repouse sobre mim,
Se meu amor por ti for em falso ou se o que eu digo não se
cumpra,
Te amo hoje como foi no início e como será até o fim,
Que ele me castigue se nas quatro vezes que lhe fiz minha
promessa,
Eu te amei pouco ou pronunciei alguma mentira através dos meus
lábios,
Repara como Deus fez as estrelas lá no alto,
É para que não possam tocá-las, mas eu provei mais que isso
em sua boca,
Veja como as vezes elas caem, tão dispersas umas das outras,
Eu não meu amor, quero que fiquemos juntos um ao outro,
Ora, meu amor, mas eu não jurei por quatro vezes, jurei meu amor por cinco,
E acrescentei uma sexta sem argumento, por ser esta a verdade
do que sinto,
Lá onde apenas a brisa deve tocá-las - há um ar frio e vazio-,
Não devem ter outra alternativa senão cair e perder-se de si
mesmas,
Mas, aqui meu amor, mil pessoas estão despertas,
Mas apenas você ganhou meu olhar e a solidez do quanto eu o amo,
As estrelas que caem dos céus atingem a terra em cheio com
seus vazios,
Comigo é diferente meu amor, porque o amo muito mais que
isso,
Sozinhas em um céu gélido despencam desesperadas em brasa
viva,
Não queira ser como elas meu amor, não negue o que eu digo,
Me amar ou não é sua alternativa, mas negar o que sinto não,
O fulgor dos raios do céu põe nossos olhos em perigo,
Então, querido, por favor, eu te peço: não olhe muito,
Nem tudo o que está exposto na vitrine merece de você ser
digno,
Deus que tudo criou e tudo sabe, entende bem o que eu te
digo,
Te amo, pela sexta, sétima ou milésima vez, como eu lhe disse
antes,
O amo como o amei do início e como será até o último instante.