quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Te Amo Por Mil Vezes


- Eu te amo, em meu coração você foi o escolhido,

Curvo-me para que possas passar com altivez,

Não porque você esteja no erro da soberba,

Mas porque não contemplo outra senão sua face,


Gosto de oferecer-te o meu amor derramado,

Seja em lágrimas de saudade por sentir sua falta,

Ou em gestos e falas nas quais meu coração te reserva,

Curvo o olhar ao passar por outras pessoas,


A todas as outras não entrego mais que um olhar vítreo,

Não ousaria olhar em outros olhos e contemplar outra alma,

Depois de ama-lo tanto não poderia ser de outro,

Meu coração estremece ao te ver, escolheu você para amar,


Não ouve seus ruídos ensurdecidos a chama-lo?

Se não pronuncio por meus lábios, querido nota em meus gestos,

- Eu te amo, e não sei como amar menos,

Embebo meus lábios de amor puro e lhe dou de beber,


Veja no doce dos meus beijos como pronuncio o seu nome,

Seja em sussurros ou gemidos trêmulos de puro sentimento,

O amo agora como foi no início e será até final momento,

Encontrastes em meus carinhos o seu nome desenhado?


Olha em minha fala como não tenho outro em pensamento,

Meu amor não sou de inventar argumentos: o amo,

Tendo somente Deus por testemunha, e as estrelas onde o desenho,

Querido, já olhastes no céu da meia noite?


Existe um coração lá, a oeste de onde nos abraçamos na primeira vez,

A esquerda de onde reconheci o seu olhar seguro,

Com dois passos a direita daquela minha flor trepadeira branca,

Acima de onde me abaixei para juntar a flor e o vi lá no alto,


Fui incapaz de conter o eu te amo em meus lábios ante a luz do seu olhar,

Lá neste ponto do céu há um coração com seu nome quase apagado,

Embora o ame com toda a alma não quis chamar a atenção,

Bem sei do seu jeito discreto,


É para as estrelas que os meus desejos são transportados,

Lá, existe o seu rosto desenhado, mas, apenas se você prestar atenção,

A meia lua ele fica mais visível, na cheia eu estou junto contigo,

Não posso te dar outro testemunho além do que tenho,


Tens o Eu te amo em meus lábios e gestos derramados,

Por quatro vezes e mais mil o pronuncio em nossos beijos,

Na quinta vez em que o faço, ouça-me como puder fazer,

Mas não se recuse ao que sinto, não sem antes ouvir o que eu tenho a dizer:


Eu te amo e rogo a Deus que sua maldição repouse sobre mim,

Se meu amor por ti for em falso ou se o que eu digo não se cumpra,

Te amo hoje como foi no início e como será até o fim,

Que ele me castigue se nas quatro vezes que lhe fiz minha promessa,


Eu te amei pouco ou pronunciei alguma mentira através dos meus lábios,

Repara como Deus fez as estrelas lá no alto,

É para que não possam tocá-las, mas eu provei mais que isso em sua boca,

Veja como as vezes elas caem, tão dispersas umas das outras,


Eu não meu amor, quero que fiquemos juntos um ao outro,

Ora, meu amor, mas eu não jurei por quatro vezes, jurei meu amor por cinco,

E acrescentei uma sexta sem argumento, por ser esta a verdade do que sinto,

Lá onde apenas a brisa deve tocá-las - há um ar frio e vazio-,

Não devem ter outra alternativa senão cair e perder-se de si mesmas,


Mas, aqui meu amor, mil pessoas estão despertas,

Mas apenas você ganhou meu olhar e a solidez do quanto eu o amo,

As estrelas que caem dos céus atingem a terra em cheio com seus vazios,

Comigo é diferente meu amor, porque o amo muito mais que isso,


Sozinhas em um céu gélido despencam desesperadas em brasa viva,

Não queira ser como elas meu amor, não negue o que eu digo,

Me amar ou não é sua alternativa, mas negar o que sinto não,

O fulgor dos raios do céu põe nossos olhos em perigo,


Então, querido, por favor, eu te peço: não olhe muito,

Nem tudo o que está exposto na vitrine merece de você ser digno,

Deus que tudo criou e tudo sabe, entende bem o que eu te digo,

Te amo, pela sexta, sétima ou milésima vez, como eu lhe disse antes,

O amo como o amei do início e como será até o último instante.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Um Primeiro Beijo

 

Existe um lugar que se estende ao norte,

A partir da estrada margeada por árvores e algumas poucas flores,

Cinco quilômetros a oeste de onde ficam as primeiras montanhas,

À quatro quilômetros de um campo recheado por gramas floridas,


Há quem alegue que elas nunca cessam o seu desabrochar,

Que os pássaros que cantam por lá são únicos e fazem chorar,

À direita deste lugar existe uma fonte de fogo de onde o sol nasce,

À esquerda ele se deita para descansar além do horizonte,


Mas, por algum motivo os campos de lá são os mais bonitos,

E a água que percorre o rio é amena – doce, serena e as vezes, morna-,

Depende do lugar em que se põe o pé, algumas partes diferem,

Porém, o sol ardente nunca toca este lugar,


Lá é um lugar seguro e promissor,

O acesso se dá por um desvio bastante desconhecido,

Sua estrada, embora exista, não se encontra no mapa,

A cortina de árvores que a adorna, mantém-se fechada,


Apenas os que a conhecem conseguem alcança-la -  a estrada-,

O sol que brilha um pouco acima do teto desta mata

Mantém-se vívido, o que proporciona uma claridade languida,

Suas flores guardam um cheiro de tempos passados,


Sempre que passo por lá recordo tantas histórias...

Foi lá que conheci o homem que eu amo,

A história é comprida, mas eu disponho de algumas linhas,

Era um dia de chuva, trovejava por lá,


Parei diante dele com a respiração ofegante,

Tentava me refugiar em algum lugar que estivesse seco,

Não trouxe guarda-chuva e se aproximava a tempestade,

Ou a forma de uma, dizem que neste lugar nunca cai ventos fortes,


Foi então que o vi, ele enxugou o rosto com um lenço amarelo,

E depois fitou-me, dizendo algo que eu não ouvi,

Seus lábios movimentavam-se rápidos e eloquentes – o entendi -,

Se aquele rio que corria logo adiante fosse feito de tinta,


E todo ele entornasse entre os meus lábios em forma de palavras,

Eu não seria melhor que fui, precisaria de um mar dele ou mais,

E não seria o bastante para expressar todo o sentimento,

O amei de forma avassaladora que nem mesmo o vento me tocava,


O trovão mais forte não continha o timbre da sua voz,

O relâmpago mais próximo e ardente não continha a luz do seu olhar,

O raio mais cortante não me penetraria como ele,

Se cada gota tornasse palavra, mesmo somado a chuva não bastaria,


Não pude ouvir nada, estava estagnada em tudo que sentia,

A neve do último inverno descia nas montanhas ao longe,

O frio que me escondia de amar alguém era espantado – ficava distante-,

Quanto mais ele se aproximava mais eu correspondia,


Estremecia e não era por medo, ardia em brasa viva e não era fogo,

Sentia o sangue correr mais intenso, algo dentro de mim reagia,

Confesso que sobre isso não sabia que atitude tomar,

Embebi no doce dos meus lábios as palavras que pude,


Quis dizer o máximo do que sentia e não saiu nada,

Pensei em gesticular, foi quando a chuva caiu lá no horizonte,

Feito uma cortina de sentimentos ela veio em nossa direção,

Leva-se alguns minutos até que nos tome em suas mãos,


Leva-se muitos dias até que toda a neve derreta,

Não no nosso caso, o frio do meu coração derreteu na hora,

O gelo em meu olhar evaporou em sentimentos fidedignos,

E a chuva quando nos tocou serena parecia que cantava,


O primeiro pingo caiu no meu rosto, logo abaixo do meu olho,

Parecia uma lágrima de uma alegria desconhecida,

Os outros molharam meu cabelo, esvoaçando-o na brisa fresca,

Depois molharam a minha roupa rosa,


Em sobressalto contemplei o cair do seu lenço ao chão,

Nem me esforcei para juntar o vento o carregou consigo,

Não era apenas minha a emoção de estar com ele,

O tempo o tinha entre seus dedos e gostava disso...


Ele fungava enquanto falava alguma coisa e me olhava,

Eu tossi uma vez, engoli em seco e terminei próxima demais a ele,

Ele parou para recuperar o fôlego, seus olhos brilhavam intensos,

Passei a língua em meus lábios e elevei um dedo ao alto,


Desejei conquistar sua atenção, toquei em seu ombro,

Afrouxei os outros dedos e apertei-o, queria ver se era real,

Trouxe-o: eu te amo me vi sussurrar, talvez feito uma tola,

Sem esperar por sua resposta o beijei naquele mesmo local,


Enquanto um bando de andorinha voava buscando abrigo,

E algumas tesourinhas pareciam brigar nos céus por entre os relâmpagos.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Lhe Juro Amor

O acesso por seu coração era por um desvio que não chamava a atenção,

Usei uma voz calma e compassiva, que falasse de amor,

Mas evitasse discursos como se estivesse me promovendo: a emoção,

Utilizava-a em cada gesto através do qual media cada palavra,


Sim, nenhum afago ou gesto de carinho era expresso em vão,

Muito menos minhas frases eram utilizadas para ser jogadas fora,

Repara como todas as coisas criadas por Deus projetam sombras,

Ora elas pendem para direita, outrora para a esquerda,


Porém, nunca conseguem esquivar ou esconderem-se de seu olhar,

Assim me prostrei para quem amo, de coração aberto e alma pura,

De peça a peça eu me despi do orgulho, aos seus olhos fiquei nua,

Amado foi ele desde o primeiro olhar, porem nem sempre soube,


Fiz do meu amor um sonho bom, castigo a quem sofre de solidão,

Poderia ele ser comparado a alguém que teve tudo e não soube merecer?

Se caísse ferida diante dele por ter lhe dado amor nem assim seria em vão,

O amor que é feito fagulha a um pestanejar some sem deixar rastros,


O meu não é assim, o amo em cada passo e em cada pulsar do coração,

O amor tem poder sobre tudo, que seus braços possam me agradecer,

Pois a nenhum outro seria capaz de entregar tudo o que sinto,

Feito o voar das borboletas, dos pássaros ou da folha que deixa-se,


Há nisso um sinal divino, por vezes, é melhor permitir-se guiar por outro,

Que seria da pessoa que perambula pelo caminho sozinha?

Um coração precisa de outro para pulsar, eu já sei disso,

Aprendi com ele, aquele que amo com toda a alma e mais um pouco,


E se algum dia ele afastar-se de nós dois? Ficará nele esta mensagem:

A de que ele foi amado como nenhum outro e não será esquecido,

Existem os que conhecem o amor, mas desviam-se: estes são ingratos,

Não ele ou eu, porque o que sinto será para todo o sempre: - prometemo-nos!


Respeito nosso compromisso que teve Deus por testemunha,

Não ei de trair um juramento confirmado, Deus tudo sabe, iria entristecer-se,

Depois de ter conquistado seu afago e suas juras de amor,

Que irei querer mais? Sou a pessoa mais feliz do mundo!


Meu amor é maior e tem mais poder que outras possam oferecer,

Eu irei provar isso em cada instante das nossas vidas, porque eu quero,

Adoro ver em seus olhos o quanto ele se sente e sabe que é amado,

Nisso Deus provará e caso duvide lhe mostrará que está em erro,


Eu sei que posso pisar em falso e errar de vez em quando,

Sou falha não posso negar, mas o amo e como amo!

Em cada mágoa que sentes, bem sabes que meu castigo é grande,

Sua dor é minha, sua angústia me fere sem precedentes,


O que possuis esgota-se; porém, no amor é tudo diferente,

Em cada vez que entrego, muito mais me vejo sentir por ele,

Quando digo que o amo, o juro e rogo a ele proteção para nós dois,

Há sempre um desamor que conspire contra o que sentimos,


Ele sabe disso; Deposito no que sinto toda a minha confiança,

Eu sei o quanto o amo: azar dos desamores serem ignorantes!

Rezo para que nada nos distraia, me feriria de morte perdermo-nos,

Mas cada qual recebe o que merece, ninguém é prejudicado;


Dos meus lábios eu lhe envio o mais puro amor, e dele o recebo,

Suas palavras são carícias que me arrepiam a pele,

Sua voz é como música as meus ouvidos, mexe comigo,

Me penetra até a alma e me embala, feito uma dança,


Quando vejo não sou mais que um reflexo do que sinto,

O amor não machuca ele constrói-se por si mesmo,

Em tudo que penso ou faço o vejo como prioridade,

Ele tem valor diante de mim, me derramo em sentimentos,


E ele sabe disso! Agradeço a Deus por ter ele comigo,

Nenhum outro ser saberia o quanto eu o precisava,

Nem mesmo o quanto eu seria capaz de sentir por alguém,

E lhe concedo meu coração agora e sem que tarde, uma família,


O amor sentido é o mesmo que é oferecido,

A jura é feita no decorrer da carícia que percorre o corpo,

A promessa feita por lábios que beijam a boca apaixonada

É a mesma que será cumprida pela ternura de quem a entrega,

Lhe juro amor nem tenho para nós outros planos,

Ei de amar pela vida inteira, 

Como era do início: no mesmo fervor será.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Fica

 


Os olhos claros que me olharam por cima da hortênsia,

Me prometiam muito mais que a proximidade do azul do céu,

A um afagar dos seus dedos uma flor azul foi removida,

Tão logo uma mão se estendeu em minha direção,


Um eu te amo eu vi ser pronunciado por seus lábios,

No doce mover da sua boca sem ruído ou outro gesto,

A importância que ele me cedia me fazia única,

Ainda dói quando me lembro o seu afastar de nós,


Recordo ter me inclinado e oferecido a minha mão em concha,

Toquei usando toda a minha força o seu braço,

Disse num sussurrar e um pulsar acelerado: meu amor fica,

Na mão em concha que eu lhe estendia continha muito,


Posso afirmar que lá estava eu inteira sem mentira alguma,

Pois antes de estendê-la levei-a ao peito e retirei-me,

Ali cabia o meu coração, pois na caixinha que sou eu,

Na qual eu o guardava já não havia mais espaço, perdia-me,


Eu estava tão repleta dele que precisava me entregar,

O erro que cometi tentei concertar com minhas lágrimas,

A dor que eu sentia eu tentei guardar sem dizer nada,

Mas o amor, este eu guardei todo naquele gesto e o ofereci,


Derramado em minhas veias, até nas lágrimas que caiam sobre mim,

Juntei toda a minha força para oferecer um último gesto,

E com ele, uma única palavra que não podia ser calada: fica, eu repetia;

No mesmo instante em que eu me inclinei eu sabia seu tamanho,


Tive ideia do quanto ele era importante e da futilidade do meu caminhar,

Aquele salto agulha que eu usava, não adiantava em nada e até feria,

No inclinar vi transbordar tudo o que eu sentia sem exageros ou clemência,

Eu o amava como nunca a nenhum outro, e ainda tentava me enganar,


Apegada a erros que eu mesma criava para pôr empecilhos,

Na busca do aproximar eu criava distância que eu definia: segura,

Ele compreendeu a mensagem e agora decidia se afastar,

Não negava as juras feitas, nem recolhia as carícias postas,


Apenas partia, dizia que achava que se aproximava a hora,

Provavelmente aquela que eu criei a nossa volta,

A hora de sofrer, os minutos em que eu me recolhia em lágrimas,

Acho que me apaixonei pela dor e não sabia mais viver sem ela,


Mas, agora inclinada, a dor fervilhava em angústia e eu cedia,

Meu coração se derramava diante dele, e dentro só havia amor,

Corriam a nossa volta as lembranças de nós dois juntos e felizes,

E elas gritavam tão alto: não vá, eu lhe peço; que eu não podia recuar,


- Fica, me vi falar, prometo tentar ser, ao menos, diferente de antes...

O primeiro fica saiu num rompante sussurro com vida própria,

O segundo estava mais ciente de sua necessidade e existência,

Mas, no terceiro, eu fechava todos os meus dedos em seu braço,


Ousava olhar em seus olhos sem conter as lágrimas e falar: fica;

Nunca uma palavra foi tão digna de sentimento e tão real quanto esta,

Creio que nunca outra marcará de tal forma: fica, me vi repetir,

Ele se soltou numa sacudidela singela e segura,


Tomou distância segura e de longe, acho que me fitava,

Confesso que quando meus dedos se soltaram eu baixei a cabeça,

Não desejei ver o homem a quem amava partindo da minha vida,

Penso que nem todos são tão fortes e seguros desta forma,


Alguns minutos se passaram levantei o rosto para ver o horizonte,

Queria gritar a ele: destruída, então o vi em pé na minha frente,

Logo atrás do pé de hortênsia, alto e exuberante,

O homem másculo por quem me apaixonei perdidamente,


Dali de onde eu estava podia ver que ele tocava os céus sem sair do lugar,

Seus olhos claros refletiam o firmamento em seu sorriso curvado e singular,

Ele moveu a mão, eu tive um sobressalto rezei aos céus: meu amor, fica,

Queria dizer a ele, meu anjo eu tenho medo, por isso ajo como ajo,


Mas, meus lábios se moveram por vida própria estagnados naquela palavra: fica,

-Eu te amo -, os dele me responderam., seguido por - sim, vou ficar -,

- Tá, foi minha resposta, seguido por um sorriso de canto da boca,

Como aquela que concorda e nem sabe se acredita de tão feliz que está.

domingo, 10 de outubro de 2021

Eu Te Amo e Uma Jura

 

Não desejei olhar para ele por algum tempo,

Mas mesmo toda a mágoa que eu sentia,

Para tal fato não prestava de argumento,

Deixei escapar um suspiro de alívio em minha alma,


Assim que escutei o doce da sua voz me chamando,

Ele dizia o meu nome de forma serena e melodiosa,

Com entusiasmo disse me amar, mas não fez promessas,

Existem coisas mais fortes que prendem um homem,


E isto independe das palavras, é algo do sentir amor,

Pensei um pouco, o meu dar de ombros perdia o efeito,

Declinava sempre que tentava colocar obstáculos entre nós,

Afora a mágoa, não tinha nada em que me agarrar para me manter,


Nem sei ao certo porque discutimos,

Triste momento passageiro e sem efeito,

Posso alegar com certeza não estar em meu juízo perfeito,

Em pensamento eu remexia um cubo de gelo em minha boca,


Tentava esfriar a língua, gelar as palavras macias,

Queria encontrar ao menos uma frase feia para ser pronunciada,

Uma boa o suficiente para magoar quem mais amava,

Sabe por quê? Pelo motivo de ter me sentido ferida,


O instante em que lágrimas tomaram o meu olhar

Me fez desejar não ver mais nada a minha frente,

Cega a quem amava, lhe virei as costas sem pensar em nada,

Mas o gelo derretia e me embriagava de algo quente,


Sempre que ele falava eu cedia sem pestanejar,

Seu efeito sobre mim nunca era diferente,

Meu fechar de olhos momentâneo continha as lágrimas,

Isso bastava para esfriar os fatos, mas não para esquecer,


Não enquanto ele não passasse um braço sobre o meu ombro,

Me puxasse para o seu abraço e me colocasse de encontro a ele,

Olhando em seus olhos, recostada em seu peito,

A espera de que o seu beijo pudesse sugar o que viesse,


Fosse o gelo da dor escorregadio por minha língua,

Ou melhor: o amor que a tudo colocava panos quentes,

A jura que me mantinha abrigada a este amor

Não havia sido pronunciada em palavras,


Embora tenha sido escrita por seus lábios

De outra forma, ou seja, através de beijos e mais nada,

Pois os afagos que me percorreram através da voz aveludada

Não faziam promessas, eram frases seguras como o seu abraço,


- Fica comigo ele pedia antes de eu desejar partir,

Ensaiei um olhar frio, agora presa em seu peito másculo,

Queria tomar um drinque qualquer coisa que me desviasse,

Mas, isso apenas até eu abrir meus olhos e fita-lo,


Lembrei do incidente da briga pondo gelo entre meus lábios,

Virei o rosto para me afastar para o lado,

Tentativa inútil de não senti-lo, nem mesmo queria me esquivar,

Permaneci recostada a ele, sem saber o que ele fazia,


Mas condizente por que conforme ele agia eu o sentia,

E quanto isso significa? O suficiente para eu ficar,

Meus pensamentos desaceleravam conforme o seu pulsar,

Ele tinha um ritmo e eu o acompanhava,


Até o lacrimejar do olhar tomava outro gosto na boca,

Pensei por alguns segundos e decidi lhe dar uma amostra,

Me empurrei para trás, levantei os pés e o beijei,

Em silêncio, provando o que havia de mais profundo,


Desejei o contorno dos seus lábios entre os meus,

Senti o gosto macio da sua voz dentro da minha boca,

Eu te amo suspirei de encontro a ele e o empurrei,

Em desiquilíbrio tremular do seu corpo, um piscar de olhar


E o eu te amo lhe molhou os lábios em juras apaixonadas,

Puxei-o junto a mim, juntei em sua camisa na altura do seu peito,

Com a mão fechada e em punho, atitude de defesa ou ataque, não sabia,

Amassei-a entre os meus dedos e colei meu rosto no dele,


Com sofreguidão e intensidade pressionei meus lábios nele,

Em seu rosto, sua pele, sua boca, suguei-o com forçada serenidade,

- Eu te amo, fica comigo para sempre?!

Ouvi sua voz me responder e (agora) pedir em um tom grave,

Quase uma ordem.

sábado, 9 de outubro de 2021

Eu Te Amo Mais

 


A impressão que tive dele,

Era a de que o brilho no olhar e o sorriso na face

Diziam mais do que ele queria que expressassem,

Havia uma indagação que o denunciava,


Algo que exigia pouco mais de um par de horas,

Eu me tornava infiel a ideia,

Tudo que havia em mim lutava contra isso,

Não saberia expressar de que se tratava,


Mas guardava a certeza em mim de ser contra,

A desfaçatez compreende uma pequena armadilha,

Ele caiu em cheio, tropeçou no que acreditava,

Eu me encontrava na cama, cabeça no travesseiro,


Descoberta de ideias de reação, enrolada em um edredom,

Olhos fechados, sorriso no rosto, pensava nele,

Minha mão estava fechada, desacompanhada do que sentia,

Me esforçava mas não o compreendia,


A chave do quarto girou sem esforço, uma porta foi aberta,

Um rosto se colocou primeiro para dentro,

Seguido de um corpo desnudo e bem definido,

Me pergunto: o que seria de um homem se não tivesse coração?


Não precisei abrir meus olhos para constatar tudo isso;

Sentia seu cheiro embriagando o ar,

Aquela sua fragrância masculina impregnava e eu gostava dela,

Era desconcertante porque eu queria relaxar,


Pensar em outras coisas e ganhar distância,

Distância de constatar que eu estava seminua,

Que minha calcinha estava prestes/ implorando para ser removida,

Que o sutiã apertava contra o peito que arfava,


Um suspiro escapava dos meus pulsões num salto do meu coração,

E o dele permanecia impassível, em pé, ele me fitava;

Parado a alguns metros de distância segura de mim mesma,

Pudesse abrir a janela, puxar as cortinas e permitir a lua entrar,


Talvez um sussurro do vento levasse as ideias,

E eu pudesse ganhar distância do que sentia,

Como se pudesse levar o cheiro dele, o charme,

Mas que ainda deixasse ele, e me ofertasse a imunidade,


O mais se encaixaria, eu saberia reagir e decidir por mim mesma,

Ainda de olhos fechados, desejei ir ao banheiro,

O calor reagia contra o uso de roupas, tudo ficava desnecessário,

Nenhuma palavra foi pronunciada, parecia não haver o que falar,


Eu sabia que ele ainda me olhava, eu podia sentir seu olhar,

Era a primeira vez que eu juntava forças contra,

Meu primeiro desejo de agir de forma adversa,

Me soava feito um sonho estranho, quase feito um soluço,


Um homem perfeito, eu usaria outra palavra se tivesse encaixe,

Nenhuma outra tinha; perfeito de um jeito ligeiramente irritante,

O homem por quem me apaixonei era diferente de tudo que desejei,

Era de verdade, másculo e irritantemente atraente,


Era daqueles que faz você desejar passar uma noite ao seu lado,

E acordar todas as manhãs bem arrumada para poder beijá-lo,

Aquele que te faz preocupar-se com quem você é,

E com o que você sonha, que calcinha você prefere,


Em qual parte do seu corpo o beijo dele cai mais bem...

Ele suspira, eu sinto sua voz feito um afago em mim,

Mesmo ele não tendo dito coisa alguma, eu o ouço dizer,

Soa feito um beijo a repousar em meus lábios e percorrer minha alma,


Desejo que não saia, então, gradeço pela janela fechada

Deste sábado de outubro em noite estrelada,

Abro os olhos sem calma; ele que está lá, se aproxima,

Ele é quem eu amo, eu tinha um começo de ideia sobre isso,


Mas, por mais que o tempo passe eu ainda não pude ser tão profunda,

Me esforço em decifrar o quanto sinto, mas mais eu sinto e mais amo,

Volto-me para assuntos banais, pareço estar fugindo disso,

Se a vida é assim tão fugaz, ainda assim não poderia sentir menos.


A Lhe Esperar

 

Seu olhar impertinente se coloca sobre mim,

Faz com que minhas palavras fujam da boca,

Engolidas em seco com minha falta de jeito,

Termino por não fazer nada, o deixo aguardar,


No silêncio do suspiro apaixonado que seguro, penso:

Será que ele conhece a força do seu magnetismo?

Sabe a influência que exerce sobre os meus atos?

Conquista tudo que deseja e eu gosto disso,


Faço um sinal para que ele permaneça em silêncio,

Já basta a força do seu olhar para me fazer estremecer,

Somado as suas palavras, o timbre da sua voz,

O carinho que ele coloca em cada frase - não sei reagir -,


Me sinto uma tola cambaleante em seu fascínio,

Vejo abrir-se um vão entre cada sílaba, não consigo juntá-las,

Caio nesta estrada sem conseguir definir meus atos,

Queria poder pronunciar mil vezes mil Eu te Amos,


Quem dera pudesse fazer um resumo de tudo que sinto,

E mais, dizê-lo! Minha voz fica rouca, estremece,

Desce em queda livre por minha garganta e não volta.

É certo que odeio esta minha falta de atitude,


Mas ele permanece imune ao seu próprio efeito,

Se protesta é quando me afogo no meu mar de palavras,

Caso me falta o ar ou se algo me fere, ele sempre está lá,

Minhas palavras gostam de vir em ondas uma atrás da outra,


Disparo todas elas de uma vez e desejo que me entenda,

No espaço destas ondas é onde meus passos se perdem,

Necessito da sua mão entrelaçada na minha para me amparar,

Isso se deve ao fato de que, às vezes, elas vêm com muita força,


Produzem efeito reverso, revestem-se de sentimentos e reagem,

Mas ao invés de me fazer ir em frente, me puxam para trás,

Assim mesmo, quando não tenho mais que a sua voz, é suficiente;

Pois, quando abro a boca mil vezes, apenas para fechar sem dizer nada,


Ele não rejeita, se corto o cabelo deste ou daquele modo: apoia;

Minha emoção ir-refreada encontra abrigo em sua força,

Ele me contém em seu abraço, conhece tudo de mim,

Obs:. Contém: ato de guardar com cuidado e zelo; ato de possuir para si;


Seu olhar penetra o invólucro em que eu me escondo,

Ao lado dele, eu começo a ter ideia do meu próprio valor,

Minha maior intenção é penetrar nele afundo,

Conhecer sua alma e me abrigar nela, conforme faz me sentir agora,


Mas, ante a falta de palavras o receio se instaura,

Naquele vazio que a solidão construiu em meu peito,

É lá que ele está reconstruindo, ele é muito maior que a dor que já senti,

Tenho medo de perde-lo, estou certa por pensar assim?


Quando alguém se torna muito importante dentro da gente,

Penso que sim, que seja normal me sentir deste jeito,

Imagino que ele me entenda, ele deve conhecer seus efeitos,

É devastador o jeito como me olha, nunca me vejo a mesma,


Toda a cortina em que me abrigo cai por terra, me sinto nua,

Gosto se ele gostar, porque me sinto e desejo ser apenas sua,

Não é um me anular, é um querer ser melhor para agradar,

É um não medir esforços, o problema é que nem sempre sei agir,


Por vezes, quando as palavras fogem e voltam em ondas,

Eu caio; já disse, minha sorte é que ele corre ao meu amparo,

Os olhos dele me encontram e denunciam: aprofundam-se,

Não se guardam calados, sempre tem algo a dizer,


Ele é transparente, o que tiver para dizer é falado mesmo entredentes,

Sim, acontece de discutirmos, apenas por pequenos instantes,

Busco manter meu sorriso, tento não levantar a voz,

Mas, tenho aquele problema das palavras que fogem,


Entrego a ele meu olhar furtivo, acrescento um sorriso,

A expressão dele se abre vejo o carinho transparecer na face,

-Eu te amo, meu neném - me ouço dizer com voz acalorada,

Depois da minha busca pelas palavras mais apropriadas,


Decido por decidir que mil vezes mil Eu te amos é pouco ainda,

Os olhos dele sem mantem pausados sobre mim,

Não precisam mais me buscar, mas ainda assim buscam,

- Eu sou sua -, me vejo sentir e finalmente pronunciar,


Penso em me atirar em seus braços para não sair mais,

Me vejo suspirar e sorrir com o olhar tremulo de quem ama e espera.

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...