sexta-feira, 21 de abril de 2023

É isso!

 


O que vem subindo do deserto,

Atrás de uma cortina de areia,

Não seria qualquer garoto,

Não, trata-se daquele que meu coração ama.


Perfumado com rosas esbranquiçadas,

Aguçado por um ramo de canela na camisa,

Ele anda, não atoa, nem a esmo,

Anda porque sabe que estou em seu caminho,


Ele vem porque um dia me deixou sozinha,

Então, este não perambula,

Ele vem porque estou a sua espera.

Por que agora eu saio para fora?


Por que tento deixar a casa da minha mãe,

Porque não há vida para mim sem ele,

O preciso e quero formar minha própria família,

Veja! A vida é feita de sorriso e amores,


Porém, sorrisos se apagam na areia,

Mas o amor, este não,

Este continua e dá forças para seguir,

Aqueles que trazem a espada a perdem,


Lá mesmo nas areias,

Até a escolta mais perfeita pode decair,

Mas o coração que ama, este não,

Não sou nenhuma experiente na guerra,


Isto não é difícil descobrir,

Contudo, entendo um pouco sobre a areia,

E espero que esteja preparado para enfrentar a noite,

Não me refiro as que a areia proporciona,


Mas aquele que está por chegar,

Logo que ele vier até eu...

Bem, parece confuso mas não é tanto,

Ele manda uma mensagem,


De tanto que o amo, logo a entendo,

Por este mesmo amor é que respondo:

-Amor, estou alegre pela ideia de vê-lo,

O espero tanto e com tanto sentimento,


Que quase choro ante a ideia de tê-lo,

Os segundos se arrastam tal como o meu desvelo,

Este cobre todo o tempo,

E preenche o meu mundo,


Depois que partiste para longe dos meus olhos,

Não fiz mais que espera-lo,

E agora, veja, está para chegar aquele que amo,

Mas veja mais que isso,


Meu amor,

Vamos ficar juntos um pouco,

Vamos deitar um nos braços do outro,

Vamos nos entregar em beijos,


Nos derreter por entre carinhos,

Mas apenas por algum tempo,

Após isso, querido saia devagar,

Dirija com cuidado,


Vamos fazer do nosso tempo um tempo bom,

Vamos fazer amor gostoso e cuidar um do outro,

Podemos falar de sonhos,

Ou até trocar juras de amor,


Tudo pode-se neste instante,

Mas não tão logo após isso,

Saia e fiquemos separados,

Não precisa pensar em que comeremos,


Como agiremos ou de quê falaremos,

Eu não quero preparar discursos,

Apenas venha com a ideia de alguns momentos,

E de momentos bons em momentos bons


Amanhã você fica mais um pouco,

Amanhã eu repenso em como organizo tudo,

Eu vejo se os pratos estão prontos,

Se estarei apta a servi-lo,


Porque aquele que amo não pode ser mal recebido,

Amanhã eu vejo bem um bom assunto,

Repenso as flores em arranjos,

Amanhã nos entregamos por mais um pouco,


Mas veja que amanhã não é hoje,

O amanhã é amanhã,

Por hoje, aceite o beijo que lhe dou à face,

Meus quereres brigam com os pré-requisitos - 

Você é feio, é isso!



quinta-feira, 20 de abril de 2023

Amor, Levanta-se

Levanta-se querido amor,

Acorda e veja o sol amanhecer comigo,

Te admiro ao meu lado,

Mas neste instante tudo que mais quero é vê-lo acordado,


Todavia, me doa tê-lo em meu braço,

Eu amo cada instante em que o tenho,

Meu amor, acorda-se e venha comigo,

Como adoro contemplar o seu sorriso,


O brilho em seus olhos,

O jeito como você vê o seu redor,

Em você tudo é mais lindo,

Confesso que do dia o que mais adoro


É contemplar o todo sob o seu reflexo,

Essa paz que você irradia,

A forma como deixa tudo mais belo,

A sua voz rouca e macia,


Você sabe me encanta e conquista,

O inverno passou,

Levanta-se comigo e veja,

A neve derrete e as folhas brotam,


Até a chuva se vai lá adiante,

Resta este calor que você emana,

E nele, o mais lindo dia lá fora,

Chegou o tempo de amar,


Acorda, meu amor, levanta-se e vem,

Mesmo estando apenas a horas dormindo,

Eu já não suporto mais ficar sem seu beijo,

Venha, meu amor, venha comigo,


Preciso do seu abraço,

Muito mais que o soprar da vida,

Há uma pomba na janela e ela mostra o rosto,

Parece colher alimento ali mesmo,


Nem a fome ou a sede aplacam o que sinto,

Por favor, meu amor, levanta-se,

Bem sabes o quanto lhe preciso,

Você é tão meu, doce amor,


E eu sou tão sua,

Preciso do seu sorriso,

Por favor, me sorria agora,

Lá fora, colhem-se lírios,


Volta-se meu amor e venha contemplar,

Que a noite nos veja em nosso leito,

Não o dia, meu amor, por favor,

Vamos nos levantar e percorrer a casa,


Após isso vamos juntos passar um tempo lá fora,

Busco-o tanto porque sabes que meu coração o ama,

Vamos, meu querido e levanta,

Vem comigo,


Preciso de você justo agora,

Em que seu rosto ressona um sonho tão lindo,

Um sorriso parece brilhar longe de mim agora,

Porém, o preciso mais que os sonhos,


Meu amor, me perdoa e levanta-se comigo.

Eu o procuro por tudo que olho,

Não seja injusto se o tenho comigo,

-Vocês veem aquele a quem meu coração ama?


Grito, sem pudor amparada a janela,

É certo que o veem mesmo quando dorme,

É tão perfeito que não se deixa de contemplar,

Nem amar,


Ficar sem o tê-lo por segundos que for,

Eu não consigo,

Vem e levanta-se meu amor,

Bem sabes o quanto lhe preciso!


(Ele vira-se de costas sobre o cobertor,

Retira o bumbum para fora e peida)

-Se aquiete, meu amor, sei sim o quanto me ama,

Você gritou isto a noite toda aos meus ouvidos.


Ela ri e se debruça,

-Oh querido, que o amo, é certo que amo,

Mas as juras de ontem foram para o seu amigo!


 

terça-feira, 18 de abril de 2023

Você e os Pássaros

 


Como é bela a sua face entre as flores,

Principalmente o lado rosado em que

A rosa se recosta e parece abrir-se,

E o pescoço onde repousa a borboleta,


Parece mais um convite,

Um lugar onde desejo permanecer,

Me vejo aproximar-se até ele,

Aconchegar-me ao seu peito,


Roçar meus dedos por entre a grama,

Sentir cada coisa ao redor,

Deixo minha perna estender-se até onde alcança,

A outra eu coloco sobre a dele,


Dobro meu pé até abraça-lo nele,

Brinco com meus dedos por sua perna,

Viro-me o máximo que posso ao seu lado,

Quase de costas para ele,


Vejo que o mais para de existir,

Então, retorno bem depressa e fico.

-Farei para você as mais belas plantas!

Enquanto você aprecia as flores,


Os frutos surgem para adoçar sua boca,

Então, eu quero estar por entre elas,

E poder provar apenas um pouco do seu beijo,

Você é tão amado por mim quanto um pássaro,


Eu vejo ele voar, cuido dele,

E ele tem penas...

As vezes, ele retorna,

Outras vezes se demora,


Mas, quanto as penas eu não entendo.

Eu sempre penso que os pássaros gostam de estar comigo.

Se eu sinto frio eu gosto do seu abraço,

Se está calor eu ainda assim o prefiro,


Bem, queria me abrigar sob suas asas.

Contudo, penso que é estranho o quanto falo de abrigo,

Não penso que seja eu a estar em perigo,

Acha que estou projetando você?


Perigo parece uma palavra distante

Mesmo aqui sob esta árvore,

Mesmo se chove forte,

Ou faça ventos ou até mesmo raios...


No entanto, parece que as vezes está perto.

Há preparo para isto que eu digo,

Sabendo que o que digo não é o que é?

Você meu amado é mais que um ramalhete de flores,


Como você é lindo, meu querido, ah como é lindo!

Seus olhos são atentos e preguiçosos,

Repousam sobre mim e ficam,

Então, eu tropeço nas palavras,


Acho até que você gosta de me ver assim,

Indefesa e disposta nos seus braços,

No seu abrigo.

Você pensa nesta palavra: proteção?


Eu encontro isso em seu abraço,

Mesmo que não tenha antes sentido medo...

Verdejante é o leito em que estamos,

Azul o céu que lhe permito,

Mas, se tivermos uma casa a prefiro com telhado.


domingo, 16 de abril de 2023

Se Me Permitisse

 

Ah, se ele me beijasse,

Se me segurasse em seus braços,

E neste instante colocasse toda a sua força,

Se sussurrasse ao meu ouvido – para sempre,


Me prendesse ao seu pescoço,

E não usasse as suas lágrimas,

Que não falasse de saudade,

Dor,


Ou outra coisa,

Apenas me mantivesse,

E que assim eu ficasse,

Não por pouco tempo,


Pelo bastante.

Mas que este tempo nunca excedesse,

Suas carícias são mais macias que vinho,

Percorrem o corpo como seus beijos tocam a garganta,


Suave e frescas.

Que seus braços não se movessem,

Mesmo que houvessem mil beijos,

Que suas mãos nunca se afastassem,


Mesmo que nisto tudo eu não resistisse,

Caísse em lágrimas,

A um fio do desespero,

Que ainda assim permanecesse.


A fragrância do seu perfume é sempre doce,

Masculina, tocante e permeável,

Fica sempre dentro das minhas narinas,

Sinto que, as vezes, não saberia respirar sem ela...


Seria estranho se dissesse que a procuro,

Mas, você entenderia bem se ouvisse,

Em nenhum outro é como em você.

O seu nome é feito um líquido embriagante derramado,


Sente-se o cheiro e estonteia-se,

Não é como o resistir,

Quero-o sussurrado sobre o meu corpo,

Me desculpe, se sempre o indago:


-Bem, quem é você?

Em seus lábios tudo cai bem,

Mas, quanto ao seu nome... bem.

Ele também.


Não é que eu prefira que você não diga o meu,

Mas, agora... nesta hora,

Sinceramente, preferiria o seu.

Me percorrendo, me corroendo, me tomando...


Não é atoa que eu o amo!

-Leve-me com você.

Me vejo dizer, sem mais ou menos.

Vamos, aja depressa,


Gostaria de ir com você.

Este ficar a sua espera já não me interessa.

Leve-me para o rei dos meus sonhos,

Oh, agora só gostaria de estar em seus aposentos.


-Leve-me, você sabe que seria boa companhia,

O fica comigo, por favor, meu amor,

Este não me interessa,

Apenas pegue-me e me leve para onde for.


Sou alegre e feliz por estar com você,

Celebro o seu amor no gosto do vinho,

Mas não é como o seu beijo,

Apenas serve para recordar e envolver,


Me permita o seu abraço por um outro instante,

Ah, se me beijasse,

Se me abraçasse,

Ah, se quisesse chegar e ficar...

Ou se ao menos, me permitisse...

domingo, 9 de abril de 2023

Ah, se Ele me Beijasse


Quando o coração treme no peito,

Não é tanto o amor que se curva,

Mas, a tal espécie de medo,

Porque medo existe de diversas formas,


E há sempre alguma que quer silenciar-se,

Se afugentar do estrago que fez,

Ser afastado por novo sentimento,

Um rosto, uma mão estendida, um abraço,


Desperta-se de algum encanto,

E busca-se ao encontrar o outro,

Param-se alguns medos não por serem poucos,

Mas porque há sempre algo mais forte,


Contudo, o coração mostra-se fraco,

Tremulam-se os passos,

Porém, os que veem através de janelas

Enxergam com embaraço,


Os que oscilam de olhos fechados,

Estes estão pior não veem nada,

No entanto, acreditam e isto basta,

Quando as portas das ruas são fechadas,


Você já sabe em qual altura se encontra,

Nisto, está intrudida a mágoa,

O medo que foi abandonado,

Não tem nisto nova força,


Então, o olhar se vai para o que é mais profundo,

Sim, lembre-se dele,

Antes que se rompa o olhar em prata,

Do choro que o coração por dentro pranteia,


O medo se despedaça rente a fonte,

Seu poderia atrativo se afoga junto ao posso,

Como o pó que volta a terra de onde veio,

Tudo tem um sentido,


Um sentido.

Que possa seguir-se e pronto,

Não importa o mesmo entusiasmo,

O medo que toca já não é o mesmo,


Nem seu lado é o mais fraco,

Agora nada faz sentido

E tudo faz sentido.

A conclusão de tudo isso?


Procuro nisto tudo as palavras certas,

As vezes, mantenho os olhos fechados,

Mesmo enquanto caminho,

Não importa se o sol fere o rosto,


Se alguém se atreve a cuspir em minha direção,

Sigo com a certeza de que sinto,

De que sei de forma segura a direção,

Nem todos os passos em falso levam ao erro,


Há aqueles que sabem para onde vão,

O que escrevo é reto e verdadeiro,

O caminho que deixo para trás também é,

Não sinto medo de andar para frente,


Muito menos de cada passo que deixo,

Se algum dia e quando o for,

Olhar-se para trás irão me ver,

Nisto, sinto ainda menos o medo,


A coleção de passos caminhados estão fincados,

Intrincados ao chão por onde piso,

Não busco desculpas para tudo que foi feito,

Eu sei quais são as respostas,


Conheço bem o que busco.

Meus olhos fechados não são tanto como os abertos,

Mas eu tenho um fraco:

-Amar e... cuidado filho,


Nada acrescente a ele...

Ao medo que foi deixado,

Não retorne nele...

Mas, se ele me cobrisse de beijos...

Ah, se ele me beijasse!

Contenho no peito o suspiro,

Não consigo esconder o rubor da face.


 

sábado, 8 de abril de 2023

Engano

 


Depois de muitos dias – o reencontro,

Reparte-se seus beijos aos setes,

Torce para resistir ao encanto,

Não mais que um beijo à face,


Sem o rubor da saudade,

Ou mesmo o desejo incontrolável,

Mas não, não é disso tão diferente.

No fundo, no fundo quer-se ia que fosse,


Engana-se. Engana-se.

No fundo, talvez,

Não seja o amor mais que engano.

Até mesmo com oito,


Passa por ele as corridas,

Um outro beijo, um outro beijo,

Talvez oito...

Não há medo de que tudo caia por terra,


Nem de perde-lo de vista outra vez,

Não tem mais que um pulsar desatinado,

Vê-se que a saudade fez seu estrago,

E foi para longe bem longe.


Será que ao passar por ele e estar distante,

Lá bastante adiante,

Irá olhar-se para trás e querer retornar até este ponto?

Revê-lo, Vê-lo e Revê-lo.


Será o amor apenas um engano?

Quando as nuvens estão cheias de água,

Despencam-se,

Nem mesmo tão alto são capazes de conterem-se,


Mas, não parece ser assim com o amor,

O amor é contido, retraído e por vezes – esquece.

Onde a nuvem cai ela fica,

Neste ponto ela é diferente.


Ele parte ao sul eu para o norte,

Este pode ser nosso último olhar,

E não terá passado de relance,

Para-se, respira-se – o desejo de voltar,


Um olhar para o alto e um... adiante.

Quem fica a esperar pelas nuvens não planta,

O que as esquece corre o risco de perder...

Assim como você não conhece o pensamento do outro,


Também não sabe o que ele sente.

Confia-se em não demonstrar,

Não entregar toda a saudade...

Confia-se e confia mais ainda nele.


E ele?

O amor é agradável,

É bom sempre voltar a vê-lo,

É mais difícil quando ele possui uma face,


Impalpável quando está distante embora perto.

O amor é um engano.

Chega e pode destruir sua vida.

Mas, antes de chegar você não sabia que estava construída...


O amor não passa disso – um engano.

-Foi um erro eu ter te conhecido!

Ela grita bem alto antes de sair correndo,

Não olha para trás por nenhum segundo.


-Foi um erro ter te conhecido!!!

Ela não tropeça para esperar ser erguida,

Ela não espera que uma mão a contenha,

Não imagina chegar até a esquina e ser acolhida,


Contudo sabe ter sido ouvida,

Porém, não há mais expectativas,

Apenas a sua fala alta e clara:

-Te amar não passou de engano.


(um riso atrás de si não a faz parar)

-Ah, desta vez a palavra A-M-O-R!

Mas sua fala chega até ela e ele é ouvido.

Ela diminui as passadas,


Não contém um suspiro...

Ainda não há expectativas.

-Sim, o amo! (Num suspirar sem choro).


Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...